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Clima

O clima compreende um padrão da atmosfera da Terra. Fenômenos como frentes


frias, tempestades, furacões e outros estão associados tanto às variações meteorológicas
preditas pelas leis físicas determinísticas, assim como a um conjunto de
variações aleatórias dos
elementos meteorológicos (temperatura, precipitação, vento, umidade, pressão do ar)
cuja principal ferramenta de investigação é a estatística. As semelhanças em várias
regiões da Terra de tipos específicos caracterizam os diversos tipos de clima, para o que
são consideradas as variações médias do tempo meteorológico ao longo das estações do
ano num período de não menos de 30 anos. Em suma, o clima corresponde ao
comportamento médio dos elementos atmosféricos num determinado lugar, durante,
pelo menos, trinta anos.

Definição

A definição pelo glossário do IPCC é:

"Clima, num sentido restrito é geralmente definido como 'tempo meteorológico médio',
ou mais precisamente, como a descrição estatística de quantidades relevantes de
mudanças do tempo meteorológico num período de tempo, que vai de meses a milhões
de anos. O período clássico é de 30 anos, definido pela Organização Mundial de
Meteorologia (OMM). Essas quantidades são geralmente variações de superfície como
temperatura, precipitação e vento. O clima num sentido mais amplo é o estado,
incluindo as descrições estatísticas do sistema global.

A climatologia é uma especialização da pesquisa meteorológica e geográfica dedicada


ao estudo e investigação do clima em seus múltiplos aspectos. Nas ciências
atmosféricas, a climatologia investiga as causas e as relações físicas entre os diferentes
fenômenos climáticos (por exemplo, os fatores de ocorrência de secas, inundações,
ondas de calor, fenômenos El Niño/ENSO, e outros). Na geografia, a climatologia é
uma ferramenta de entendimento da relação do homem com seu espaço ambiental,
particularmente com os fenômenos atmosféricos, do qual ele é paciente (atingido por
vendavais, furacões, tornados, tempestades, enchentes e cheias, por exemplo) e
causador (poluição, degradação ambiental, mudança climática devido efeito-estufa e
outros). Esses dois pontos de vista, meteorológico e geográfico, complementam-se e não
podem ser entendidos de forma separada.

O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que caracterizam o meio


ambiente atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima, para ser
definido, considera um subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal,
requer a análise de uma longa série de dados meteorológicos e ambientais. Por longa
série se entende um período de dezenas de anos. A Organização Mundial de
Meteorologia (WMO) recomenda 30 anos para a análise climática.

A concepção original do que é clima foi introduzida através da análise estatística, de


longo prazo, considerada, talvez, no fim do século XIX.

A noção de clima tem mudado ao longo do século XX. Até meados do século XX, o
clima era considerado "fixo" na escala de tempo de 30 anos e funcionava como a base
da previsão de tempo para as regiões tropicais, então bastante desconhecida.
Os trópicos eram considerados regiões onde o tempo meteorológico seria regido
pelo clima tropical, isto é, por variações sazonais, por exemplo, as "monções" sazonais,
e não pelas variações e flutuações diurnas associadas às passagens de frentes e ou
presença de sistemas complexos de tempestades. Assim, o tempo nos trópicos seria
apenas perturbado por eventos aleatoriamente distribuídos. A existência de fenômenos
como "ondas de leste", sistemas convectivos de tempestades da Zona de Convergência
Intertropical (ITCZ) não eram conhecidos.

Hoje,ainda é mais difícil dar uma definição do clima baseada em períodos de 30 anos,
embora séries de dados de 30 anos sejam comuns. Nota-se, que ao longo de amostras
da série temporal, podem ocorrer variações do valor médio, indicando variabilidade
climática. Parte dessas variações encontradas ao longo das dezenas de anos pode ser
atribuída a causas antropogênicas. Por exemplo, os primeiros anos do século XXI têm
sido mais quentes que os encontrados anteriormente na segunda metade do século XX.

Um dos primeiros estudos sobre o clima, proposto por Wladimir Köppen em 1900,


fundamentava-se no sentido de clima como factor da dimensão geográfica. Nessa
classificação considerava-se a vegetação predominante como uma manifestação das
características do solo e do clima da região, permitindo reunir várias regiões do mundo
através de semelhanças de sua vegetação, sendo conhecida como "classificação
climática de Köppen-Geiger". Em 1931 Charles Warren Thornthwaite introduziu uma
nova classificação  e em 1948 amplia os estudos através do balanço de água como um
fator do clima, que futuramente daria origem à "classificação do clima de
Thornthwaite". Emmanuel de Martonne destacou-se no estudo
da geomorfologia climática. Seu estudo sobre problemas morfológicos do Brasil
tropical-atlântico foi um dos primeiros trabalhos de geomorfologia climática, sendo
conhecida a "classificação do clima de Martonne".

Factores climáticos

Os factores climáticos são os elementos naturais e humanos capazes de influenciar as


características ou a dinâmica de um ou mais tipos de climas. Para que sejam
compreendidos, precisam ser estudados de forma interdisciplinar, pois um interfere no
outro. São eles:

 Pressão atmosférica - variações históricas das amplitudes de pressões endógenas


(magma) e exógenas (crosta) do planeta Terra;
 Órbita - mudanças cronológicas (geológicas e astrofísicas) nas posições das
órbitas terrestres (em graus, minutos, segundos, décimos, centésimos e
milésimos de segundos) ocasionam maiores ou menores graus de insolação que
modificam as variadas ações calorimétricas (ora incidentes ou deferentes) no
planeta Terra (dificilmente perceptíveis aos humanos);
 Latitude - distância em graus entre um local até a linha do equador;
 Altitude - a distância em metros entre uma cidade localizada em um determinado
ponto do relevo até o nível do mar (universalmente considerado como o ponto
ou nível médio em comum para medidas de altitudes);
 Maritimidade - corresponde à proximidade de um local com o mar;
 Continentalidade - corresponde à distância de um local em relação ao mar,
permitindo ser mais influenciado pelas condições climáticas provenientes do
próprio continente;
 Massas de ar - parte da atmosfera que apresenta as mesmas características físicas
(temperatura, pressão, umidade e direção), derivadas do tempo em que ficou
sobre uma determinada área da superfície terrestre (líquida ou sólida);
 Correntes marítimas - grande massa de água que apresenta as mesmas
características físicas (temperatura, salinidade, cor, direção, densidade) e pode
acumular uma grande quantidade de calor e, assim, influenciar as massas de ar
que se sobrepõem;
 Relevo - presença e interferências de montanhas e depressões nos movimentos
das massas de ar;
 Vegetação - emite determinadas quantias de vapor de água, influenciando o ciclo
hidrológico de uma região.
 A presença de megalópoles ou de extensas áreas rurais, as quais modificaram
muito a paisagem natural, como por exemplo a Grande São Paulo, a Grande Rio
de Janeiro, Tokkaido, a megalópole renana e Bos-wash, influenciando o clima
local.

Tipos de clima

Mapa climático.

 Tropical
 Tropical alternadamente úmido e seco;[6]
 Subtropical
 Equatorial
 Equatorial úmido;[6]
 Mediterrâneo[6]
 Temperado
 Oceânico
 Continental
 Continental úmido;[6]
 Continental subártico;[6]
 Alpino
 Polar
 Árido
 Semiárido
 Desértico
 Desértico tropical e de estepe;[6]
 desértico de latitudes médias;[6]
 Desértico das costas ocidentais;[6]
 Litorâneo com ventos alísios;[6]
 Marítimo da costa ocidental;[6]
 Tundra;[6]
 Polar;[6]

 Mudança do clima
 Clima espacial
 Clima urbano
 Variação solar
 Classificação do clima de Thornthwaite
 Classificação climática de Köppen-Geiger
 Seca
O clima surge pela interacção de diversos factores. Eles, em conjunto, dão as
características dos diversos tipos climáticos. Abaixo, falamos quais são esses factores e
como influenciam no clima.

Latitude

A latitude é a distância em graus entre um local e a linha do equador. Ela interfere na


quantidade de raios solares que uma região recebe. Assim, quanto mais próximo do
Equador for um local, mais raios ele vai receber e vice-versa.
A quantidade de raios incide directamente na temperatura da região. Por isso, quanto
mais próximo do Equador, mais quente, quanto mais longe, mais frio.
É a partir da latitude que se conhece a zona climática de uma região. Ela pode
ser tropical, temperada ou polar.
Altitude
Já notou que as cidades que ficam muito acima do nível do mar são mais frias que as
demais?
Isso acontece porque quanto maior a altitude de um local, mais rarefeito se torna o ar.
Nestas condições, as moléculas de ar não conseguem reter calor e umidade, o que faz a
temperatura cair.
Correntes marítimas

As correntes marítimas são fluxos de água dos oceanos decorrentes da rotação da Terra
e dos ventos. Elas podem acumular calor e, por isso, influenciam na temperatura do
planeta. 
A forma de influência é pela umidade. Se a água for quente, ela evapora mais rápido e
torna o ar mais úmido, elevando a temperatura. Em caso de a água ser fria, a umidade
diminui, pois a evaporação também decai em intensidade.
Continentalidade e Maritimidade

Estes termos referem-se à proximidade que uma região tem com o mar.
A continentalidade influencia no interior do continente, distante dos oceanos, e
a maritimidade as partes mais próximas do litoral.
São factores que exercem variação na humidade e interferem na temperatura da
região.
Os locais mais distantes do mar sofrem uma variação térmica muito grande. Isso se
dá porque o solo esquenta ou esfria mais rápido do que a água.
Massas de ar
São grandes porções de ar atmosférico que se movimentam graças às mudanças de
pressão. As características que elas tomam derivam do ambiente em que se formaram e
são transferidas para os ambientes pelas quais elas passam.
Há diversos tipos de massas de ar, que podem se encontrar e transferir calor e humidade
entre si.
A base de classificação dos climas é a média de temperatura e a humidade relativa do
ar.
O clima é classificado quanto à temperatura como: quente, temperado, frio e polar.
Quanto à humidade, a classificação é: super úmido, úm ido, semiárido e árido.
O encontro entre essas variáveis determina os vários tipos climáticos da região. São
eles:
 Tropical: clima quente a maior parte do ano, com apenas duas estações bem
definidas: inverno seco e ameno e verão quente e chuvoso.
 Equatorial: clima de temperaturas elevadas e chuvoso a maior parte do ano, com
baixa oscilação térmica.
 Subtropical: clima de chuvas abundantes e bem distribuídas ao longo do ano. O
verão é quente e o inverno frio. A oscilação térmica é significativa.
 Temperado: é o único clima que apresenta as quatro estações bem definidas. A
humidade depende da região geográfica.
 Polar: é um clima frio, com temperaturas baixas o ano inteiro. O verão tem dias
com no máximo 10°C.
 Semiárido: está presente em todos os continentes e é marcado por baixa
precipitação e pouca humidade no ar.

A classificação é baseada no pressuposto, com origem na fitossociologia e na ecologia,


de que a vegetação natural de cada grande região da Terra é essencialmente uma
expressão do clima nela prevalecente. Assim, as fronteiras entre regiões climáticas
foram seleccionadas para corresponder, tanto quanto possível, às áreas de
predominância de cada tipo de vegetação, razão pela qual a distribuição global dos tipos
climáticos e a distribuição dos biomas apresenta elevada correlação.

Na determinação dos tipos climáticos de Köppen-Geiger são considerados a


sazonalidade e os valores médios anuais e mensais da temperatura do ar e
da precipitação. Cada grande tipo climático é denotado por um código, constituído por
letras maiúsculas e minúsculas, cuja combinação denota os tipos e subtipos
considerados. Contudo, a classificação de Köppen-Geiger, em certos casos não
distingue tipos climáticos entre regiões com biomas muito distintos, pelo que têm
surgido classificações dela derivadas, a mais conhecida das quais é a classificação
climática de Trewartha.

Estrutura geral da classificação

Cesgranrio) A classificação climática de KöppenGeiger é o sistema de classificação


global dos tipos climáticos mais utilizado em geografia, climatologia e
ecologia. Tal classificação baseia-se no pressuposto de
que a vegetação natural de cada grande região da Terra é essencialmente uma expressão
do clima nela prevalente. Assim, as fronteiras entre regiões climáticas
foram selecionadas para corresponder, tanto quanto
possível, às áreas de predominância de cada tipo de
vegetação, razão pela qual a distribuição global dos tipos
climáticos e a distribuição dos biomas apresentam
elevada correlação. Considere as regiões destacadas
em negro na figura ao lado, determinadas de acordo com a classificação climática de
Köppen-Geiger.
Segundo essa classificação, as regiões do globo destacadas apresentam o clima:

No esquema da classificação climática de Köppen, a primeira letra divide os climas em


cinco grupos climáticos
principais: A (tropical), B (seco), C (temperado), D (continental) e E (polar). A segunda
letra indica o tipo de precipitação sazonal, enquanto a terceira letra indica o nível de
calor. No sistema, os verões são definidos como sendo o período de seis meses mais
quente, por de ser de Abril a Setembro (no hemisfério norte) ou
de Outubro a Março (no hemisfério sul), enquanto o inverno é definido como o período
de seis meses mais frio durante o ano.

Classificações do Grupo A

Grupo Tipo Subtipo

f Equatorial − −

m de monção − −
A Tropical
w − −
de savana
s − −

Grupo A – Tropical

Este grupo climático apresenta, em todos os meses do ano, temperatura média de 18 °C
ou superior, e precipitação significativa.

 Af = Clima equatorial, apresenta precipitação média de pelo menos 60 mm em


cada mês.
 Am = Clima de monção, apresenta um mês mais seco (que quase sempre ocorre no
ou logo após o solstício de inverno) com precipitação menor que 60 mm, mas
equivalente a mais de 4% da precipitação anual total
 Aw ou As = Clima de savana, apresenta uma estação mais seca no inverno (Aw) ou
no verão (As), onde o mês mais seco tem precipitação inferior a 60 mm e equivale a
menos de 4% da precipitação anual total.

Grupo B – Seco (áridos e semiáridos)

Este grupo climático é definido por seu baixo nível de precipitação ao longo do ano.[9]

 BWh = Clima árido quente


 BWk = Clima árido frio

Classificações do Grupo B

Grupo Tipo Subtipo

h quente
W Árido
k frio
B Seco
h quente
S Semiárido
k frio

 BSh = Clima semiárido quente


 BSk = Clima semiárido frio

Para definir se um clima é árido ou semiárido utiliza-se uma limiar, onde multiplica-se a
temperatura média anual em graus Celsius por 20, em seguida adiciona-se:

(a) 280 se 70% ou mais da precipitação total ocorrer nos meses de primavera e verão,
ou;
(b) 140 se de 30% a 70% da precipitação anual total for recebida durante as estações da
primavera e verão, ou;
(c) 0 se menos de 30% da precipitação anual acontecer durante a primavera e o verão.

Se a precipitação anual for inferior a 50% deste cálculo, o clima será classificado
como BW (Clima árido ou desértico); se estiver entre 50% a 100% do cálculo, será
classificado como BS (Clima semiárido ou clima de estepe).

Uma terceira letra pode ser incluída na classificação para indicar a temperatura.
Originalmente, o "h" indicava um clima de baixa latitude (com uma temperatura média
anual acima de 18 °C) enquanto "k" indicava um clima de latitude média (com
temperatura média anual abaixo de 18 °C), mas a prática mais comum hoje, é
usar "h" para indicar que o mês mais frio tem uma temperatura média entre −3 e 0 °C, e
usar "k" indicando que pelo menos um dos meses tem média abaixo de 0 °C. A
letra "n" é usado para denotar um clima caracterizado por nevoeiro frequente.

Grupo C – Temperado

Este grupo climático tem o mês mais frio com média entre −3 e 18 °C e pelo menos um
mês com média acima de 10 °C.

Cfa = Clima subtropical úmido, apresenta o mês mais frio com uma média acima de
0 °C ou −3 °C, pelo menos um mês com temperatura média acima de 22 °C e pelo
menos quatro meses com média acima de 10 °C. Não apresenta diferença significativa
no nível de precipitação entre as estações, o que significa que não há estação seca em
período algum do ano.

Cfb = Clima oceânico temperado, seu mês mais frio tem média acima de 0 °C ou
−3 °C, todos os meses possuem temperatura média abaixo de 22 °C e pelo menos quatro
meses apresentam média acima de 10 °C. Não há diferença significativa no nível de
precipitação entre as estações.

Cfc = Clima oceânico subpolar, a média do mês mais frio está acima de 0 °C ou
−3 °C, e de 1 a 3 meses possuem temperatura média acima de 10 °C. Não ocorre
qualquer diferença significativa de precipitação entre estações.

Classificações do Grupo C

Grupo Tipo Subtipo

C Temperado a Verão quente

f Sem estação seca b Verão fresco

c Verão frio

w Inverno seco a Verão quente

b Verão fresco
c Verão frio

a Verão quente

s Verão seco b Verão fresco

c Verão frio

Cwa = Clima subtropical úmido influenciado pelas monções, a média do mês mais


frio está acima de 0 °C ou −3 °C, pelo menos um mês tem temperatura média acima de
22 °C e ao menos quatro meses apresentam média acima de 10 °C. Neste clima, o verão
é pelo menos dez vezes mais chuvoso do que o inverno, que é seco. Pode-se dizer
também que 70% da chuva cai durante os meses mais quentes, e somente 30% cai nos
meses mais frios.

Cwb = Clima subtropical de altitude ou clima oceânico temperado influenciado


pelas monções, seu mês mais frio tem média acima de 0 °C ou −3 °C, todos os meses
possuem temperatura média abaixo de 22 °C e pelo menos quatro meses apresentam
média acima dos 10 °C.

Cwc = Clima subtropical frio de altitude ou clima oceânico subpolar influenciado


pelas monções; a média de seu mês mais frio está acima de 0 °C ou −3 °C, e de 1 a 3
meses têm média acima de 10 °C. Neste clima, o verão é pelo menos dez vez mais
chuvoso do que o inverno, que é seco. Pode-se dizer também que 70% da chuva cai
durante os meses mais quentes, e somente 30% cai nos meses mais frios.

Csa = Clima mediterrânico de verão quente; a média do mês mais frio é superior a


0 °C ou −3 °C, pelo menos um mês tem temperatura média acima de 22 °C e ao menos
quatro meses apresentam média superior a 10 °C. Ocorre ao menos três vezes mais
precipitação no mês mais chuvoso do inverno do que no mês mais seco do verão, e o
mês mais seco do verão recebe menos de 30 mm.

Csb = Clima mediterrânico verão fresco; o mês mais frio tem média acima de 0 °C ou
−3 °C, todos os meses têm temperaturas médias abaixo de 22 °C e pelo menos quatro
meses apresentam média acima de 10 °C. Ocorre ao menos três vezes mais precipitação
no mês mais chuvoso do inverno do que no mês mais seco do verão, e o mês mais seco
do verão recebe menos de 30 mm

Csc = Clima mediterrânico de verão frio; a média do mês mais frio é acima de 0 °C
ou −3 °C, e de 1 a 3 meses apresentam média acima de 10 °C. Ocorre ao menos três
vezes mais precipitação no mês mais chuvoso do inverno do que no mês mais seco do
verão, e o mês mais seco do verão recebe menos de 30 mm.

Grupo D – Continental e Subártico

Este grupo de clima tem pelo menos um mês com média abaixo de 0 °C ou −3 °C, e
pelo menos um mês com média acima de 10 °C

Dfa = Clima continental úmido de verão quente, a média do mês mais frio está
abaixo de 0 °C ou −3 °C, a temperatura média de pelo menos um mês fica acima de
22 °C e pelo menos quatro meses apresentam média acima de 10 °C. Não apresenta
diferença significativa no nível de precipitação entre as estações.

Dfb = Clima continental úmido de verão fresco, seu mês mais frio tem média abaixo
de 0 °C ou −3 °C, todos os meses possuem temperatura média abaixo de 22 °C e pelo
menos quatro meses apresentam média acima de 10 °C. Não há diferença significativa
no nível de precipitação entre as estações.

Dfc = Clima subártico sem estação seca, a média do mês mais frio está abaixo de 0 °C
ou −3 °C, e de 1 a 3 meses possuem temperatura média acima de 10 °C. Nenhuma
diferença significativa de precipitação entre estações ocorre.

Classificações do Grupo D

Grupo Tipo Subtipo

D Continental a Verão quente

b Verão fresco
f Sem estação seca
c Verão frio

d Inverno muito frio

w Inverno seco a Verão quente


b Verão fresco

c Verão frio

d Inverno muito frio

a Verão quente

b Verão fresco
s Verão seco
c Verão frio

d Inverno muito frio

Dfd = Clima subártico extremamente frio sem estação seca, o mês mais frio tem
média abaixo de −38 °C, e cerca de 1 a 3 meses apresenta média acima de 10 °C. Não
existe variação de precipitação entre as estações.

Dwa = Clima continental úmido de verão quente influenciado pelas monções, a


média do mês mais frio está abaixo de 0 °C ou −3 °C, pelo menos um mês tem
temperatura média acima de 22 °C e ao menos quatro meses apresentam média acima
de 10 °C. Neste clima, o verão é pelo menos dez vez mais chuvoso do que o inverno,
que é seco. Pode-se dizer também que 70% da chuva caí durante os meses mais quentes,
e somente 30% cai nos meses mais frios.

Dwb = Clima continental úmido de verão fresco influenciado pelas monções, seu


mês mais frio tem média abaixo de 0 °C ou −3 °C, todos os meses possuem temperatura
média abaixo de 22 °C e pelo menos quatro meses apresentam média acima dos 10 °C.
Pode-se dizer também que 70% da chuva caí durante os meses mais quentes, e somente
30% cai nos meses mais frios.

Dwc = Clima subártico influenciado pelas monções, a média de seu mês mais frio
está abaixo de 0 °C ou −3 °C, e de 1 a 3 meses têm média acima de 10 °C. Cerca de
70% da chuva caí durante os meses mais quentes, e somente 30% cai nos meses mais
frios.
Dwd = Clima subártico extremamente frio influenciado pela monções; o mês mais
frio tem média abaixo de −38 °C, e de 1 a 3 meses há média acima de 10 °C. Por volta
de 70% da chuva caí durante os meses mais quentes, e somente 30% cai nos meses mais
frios.

Dsa = Clima continental úmido de verão quente com influência mediterrânea; a


média do mês mais frio é inferior a 0 °C ou −3 °C, a temperatura média do mês mais
quente é acima de 22 °C e apresenta pelo menos quatro meses com média acima de
10 °C. Ocorre ao menos três vezes mais precipitação no mês mais chuvoso do inverno
do que no mês mais seco do verão, e o mês de verão mais seco recebe menos de 30 mm.

Dsb = Clima continental úmido de verão fresco com influência mediterrânea; a


média do mês mais frio é inferior a 0 °C ou −3 °C, a temperatura média do mês mais
quente é acima de 22 °C e apresenta pelo menos quatro meses com média abaixo de
10 °C. Ocorre ao menos três vezes mais precipitação no mês mais chuvoso do inverno
do que no mês mais seco do verão, e o mês de verão mais seco recebe menos de 30 mm.

Dsc = Clima subártico com estação seca; a média do mês mais frio está abaixo de
0 °C ou −3 °C, e de 1 a 3 meses possuem temperatura média acima de 10 °C. Ocorre ao
menos três vezes mais precipitação no mês mais chuvoso do inverno do que no mês
mais seco do verão, e o mês de verão mais seco recebe menos de 30 mm.

Dsd = Clima subártico extremamente frio com estação seca, o mês mais frio tem
média abaixo de −38 °C, e cerca de 1 a 3 meses apresenta média acima de 10 °C.
Ocorre ao menos três vezes mais precipitação no mês mais chuvoso do inverno do que
no mês mais seco do verão, e o mês de verão mais seco recebe menos de 30 mm.

Classificações do Grupo E

Grupo Tipo Subtipo

T Tundra − −

E Polar Glacial
F − −
(calota de gelo)
Grupo E – Polar e Alpino

Este grupo climático tem todos os meses do ano com uma temperatura média inferior a
10 °C.

ET = Clima de tundra; a temperatura média do mês mais quente fica entre 0 °C ou –
3 °C e 10 °C.

EF = Clima glacial; neste tipo de clima o inverno é praticamente eterno, onde todos os
12 meses do ano apresentam temperatura média abaixo de 0 °C ou −3 °C.

Variabilidade Climática

Variabilidade climática corresponde às variações nos padrões médios climáticos em


escalas temporais e espaciais (mudanças no desvio padrão, ocorrência de extremos) que
extrapolam um evento isolado com tempo atípico.

A variabilidade pode ser causada por:

 Processos internos: processos que naturalmente fazem parte do sistema


climático
 Processos externos: causas antropogênicas, por exemplo. Neste caso esta
definição fica mais próxima do conceito de mudança climática.

mudança climática Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC): Mudança


climática refere-se a variação estatisticamente significativa tanto na media quanto na
variabilidade do clima, persistindo por período extenso (> décadas). Esta mudança
climática pode ser devido processos naturais internos ou forçantes externos, ou
mudanças antropogenicas persistentes na composição da atmosfera ou do uso do solo.

“uma mudança de clima que é atribuída direta ou indiretamente a atividade humana que
altera a composição da atmosfera global, causando no clima variabilidade além do
observada em períodos de tempo comparáveis.” UNFCCC, então distingue entre
“mudança climatica” atribuida a atividade humana alterando a composição atmosferica,
e “variabilidade climatica” atribuida a causas naturais.
United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC): Artigo 1 “uma
mudança de clima que é atribuída direta ou indiretamente a atividade humana que altera
a composição da atmosfera global, causando no clima variabilidade além do observada
em períodos de tempo comparáveis.” UNFCCC, então distingue entre “mudança
climatica” atribuida a atividade humana alterando a composição atmosferica, e
“variabilidade climatica” atribuida a causas naturais.

Como funciona o clima na Terra

O clima é uma dimensão ampla de fatores que descrevem o estado atual da atmosfera.
Basicamente, o clima é influenciado por variáveis, como a temperatura, componentes de
vento, pressão, concentração de vapores d’água e concentração de água em diferentes
estados. O sistema climático da Terra é um conjunto altamente complexo, formado por
cinco componentes principais: a atmosfera (gases, partículas e vapor d’água), a
hidrosfera (água superficial e subterrânea), a criosfera (parte gelada do planeta), a
superfície terrestre (terras emersas, com diferentes tipos de solo) e a biosfera (conjunto
dos seres vivos terrestres e oceânicos). A dinâmica do clima terrestre é determinada por
fenômenos que ocorrem dentro dos componentes citados e entre eles. Todos esses
fatores se autoinfluenciam e a evolução da atmosfera influencia os oceanos pela pressão
dos ventos em sua superfície, o que provoca movimentos de águas superficiais (oceanos
e outros) que interferem diretamente na temperatura da atmosfera, que determina a
evaporação das águas6 . (Brasil, 2004; IPCC, 2007).

consequências/impactos

As consequências das mudanças climáticas criam riscos e oportunidades para os principais


setores econômicos. As alterações climáticas são um dos grandes desafios que a sociedade
enfrenta na busca pelo desenvolvimento sustentável. As consequências das mudanças climáticas
afetam não apenas o bem-estar humano e os ecossistemas, mas também os padrões de consumo
e de produção. A preocupação com os efeitos das mudanças climáticas na vida do planeta tem
ganhado cada vez mais espaço nos estudos acadêmicos, nas políticas governamentais, nas ações
dos setores público e privado e em iniciativas de organizações não governamentais, enfim, da
sociedade como um todo. O maior interesse pelas consequências das alterações no clima
aumentou com a intensificação dos fenômenos naturais, como ondas de calor, secas, furacões,
enchentes e aumento do nível do mar. Também as pesquisas científicas colaboram para que o
tema tenha maior evidência, pois apontam que, com o crescimento da concentração na
atmosfera de Gases de Efeito Estufa (GEE), resultantes principalmente da queima de
combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural), e da derrubada de florestas
tropicais, a temperatura do planeta subiu quase 1 grau Celsius nos últimos 100 anos, e em
algumas regiões esse aquecimento chegou a até 2 graus Celsius. Historicamente, por conta do
desenvolvimento industrial, os países desenvolvidos têm sido responsáveis pela maior parte das
emissões de GEE, mas os países em desenvolvimento vêm aumentando consideravelmente suas
emissões. Existem várias maneiras de reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) e
os efeitos no aquecimento global. Diminuir o desmatamento; investir no reflorestamento e na
conservação de áreas naturais; incentivar o uso de energias renováveis não convencionais (solar,
eólica, biomassa 15 e Pequenas Centrais Hidrelétricas); preferir a utilização de biocombustíveis
(etanol, biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel); investir na redução do
consumo de energia e na eficiência energética; reduzir, reaproveitar e reciclar materiais; investir
em tecnologias de baixo carbono; e melhorar o transporte público com baixa emissão de GEE
são algumas das possibilidades. E essas medidas podem ser estabelecidas por meio de políticas
nacionais e internacionais de clima. Em outra frente, as “batalhas” por alimento e água devem
eclodir dentro de cinco a dez anos, devido aos efeitos das mudanças climáticas. Essa projeção,
do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, foi feita durante entrevista ao jornal britânico
The Guardian, em abril de 2014. A fim de manter o aquecimento global abaixo do limite
acordado internacionalmente, de 2 graus Celsius, Kim observou que o mundo precisa de um
plano para mostrar que está comprometido com a meta. Ele delineou quatro áreas em que o
Banco Mundial poderia ajudar a combater a mudança climática: investir em cidades mais limpas
e sustentáveis, encontrar um preço estável para o carbono, reduzir os subsídios aos combustíveis
fósseis e desenvolver uma agricultura mais inteligente e resistente ao clima.

A biosfera também tem grande influência em questões climáticas. O carbono


armazenado na biosfera é regulado e influenciado pela fotossíntese, que é responsável
por transferir o dióxido de carbono da atmosfera para a biosfera e pela respiração,
absorvendo oxigênio e liberando dióxido de carbono. A decomposição de matéria
orgânica também é importante no fluxo de carbono da biosfera para a atmosfera, na
forma de dióxido de carbono ou monóxido de carbono ou, ainda, metano. A composição
da biosfera ainda é responsável por importantes questões da temperatura do planeta
Terra, variando em função da sua cobertura florestal e sua superfície. A refletividade da
superfície (chamada de albedo) depende do tipo de cobertura do solo, sendo maiores em
áreas sem cobertura vegetal, o que influencia na liberação de vapor de água, além da
evaporação das superfícies de água e da transpiração das plantas (Brasil, 2004; IPCC,
2007).
Um dos principais elementos para o clima é a radiação solar, que atinge a Terra na
forma de luz e calor. Essa radiação aquece e coloca todo o sistema climático em
funcionamento. O calor afeta todos os sistemas e é fundamental para a manutenção da
vida no planeta Terra. A Terra intercepta a radiação solar, e uma parte dela é refletida de
volta para o espaço pela atmosfera e pela superfície terrestre. O restante é absorvido
pelos cinco componentes do sistema climático mencionados anteriormente. A própria
Terra também emite radiação que ela recebe de fora, mantendo a temperatura do planeta
dentro de determinados limites.

Esse balanço de energia é fundamental para a manutenção da vida na Terra. Sem a


composição e a relação harmônica entre atmosfera, biosfera, criosfera, hidrosfera,
superfície terrestre e o efeito estufa natural, o planeta não seria habitável. Se
compararmos com a Lua, as temperaturas sem a atmosfera poderiam chegar a 100ºC
durante o dia e -150ºC durante a noite. A energia do Sol que entra na atmosfera é em
grande parte refletida, mas outra parte se mantém e é distribuída uniformemente,
aquecendo mais os trópicos do que os polos. O ar mais quente tende a se expandir e
tende a se mover para os locais mais frios. Em conjunto com o movimento de rotação da
Terra, todos estes fatores se conectam, gerando um movimento complexo da atmosfera,
que é responsável pelo clima no planeta.

Fatores que podem afetar o equilíbrio climático

Diferentes fenômenos podem afetar o equilíbrio entre a radiação que entra e a que sai da
Terra, levando ao aquecimento ou ao resfriamento do sistema climático. Tais
fenômenos podem ser naturais ou fruto de atividades humanas. Dentre esses fenômenos,
destacam-se: a atividade solar, alterações na órbita da Terra, a variação climática
natural, os aerossóis e alterações no efeito estufa. Os três primeiros são fenômenos
naturais, porém os dois últimos, além de serem processos naturais, são também
influenciados pelas atividades humanas, conforme explicado a seguir.

O aquecimento global, fenômeno ocasionado pelo aumento da concentração de Gases


de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera tem se apresentado como um problema de
gravidade crescente, impactando significativamente as condições de vida na Terra. O
aumento do nível dos oceanos, o crescimento e o surgimento de desertos, o aumento do
número de furacões, tufões e ciclones e a observação de ondas de calor em regiões de
temperatura tradicionalmente amena são os exemplos mais notórios desse fenômeno,
motivando a adoção de medidas para o seu combate. Dessa forma, aquecimento global é
o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da
Terra, que pode ser consequência de causas naturais e de atividades humanas

Referencias bibliográfica
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