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SINOP
MATO GROSSO – BRASIL
2017
1. ELEMENTOS E FATORES DO CLIMA
Salvador/BA Temp. Média Anual 22,9 °C. Precipitação acumulada 1850 mm.
Lima (Peru) Temp. Média Anual 19,4 °C. Precipitação acumulada 40 mm.
2. Estrutura meteorológica do Brasil
3.3 Observações por Satélite: São satélites que fotografam as nuvens (movimento,
altura etc) na camada atmosférica. Um processador de imagens efetua a montagem do
mosaico e um transmissor encaminha para um receptor na Terra a dinâmica da
nebulosidade.
3.4 Observações por Radar: As informações dos radares auxilia na previsão do tempo
(previsão de chuva) à curto prazo (4 horas). O princípio utilizado é o efeito Doppler
similar aos utilizados nas estradas. Uma estação de radar encontra-se instalada no
IPMet/UNESP.
4.1 Estação meteorológica sinótica: Sinótico significa “ao mesmo tempo”. São
destinadas ao monitoramento de elementos meteorológicos no mesmo tempo nos
horários estabelecidos pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) tomado
como referência o tempo médio de Greenwich. O número de observações ocorre a cada
3 horas.
4.3 Estações Agrometeorológicas: Tem por objetivo obter informações necessárias das
atividades agrícolas ou biológicas. Além das observações atmosféricas, são também
realizadas observações fenológicas.
Os elementos meteorológicos monitorados são: precipitação, velocidade e
direção do vento, radiação, insolação, evaporação, temperatura do solo, temperatura e
umidade do ar a diferentes alturas até 10 m.
4.4 Estações Especiais: enquadram-se nesta categoria todas estações que se destinam à
observação de elementos ou fenômenos especiais.
Exemplo: Estação de Radiometria Solar de Botucatu mede as componentes da
radiação solar que atingem a superfície terrestre: global, difusa, direta na incidência,
ultra-violeta, infra-vermelho, fotossinteticamente ativa etc.
• Os instrumentos de leitura direta são aqueles cuja leitura indica apenas o valor
do elemento meteorológico assumido em determinado instante.
• Instrumentos registradores são aqueles capazes de processar o registro contínuo
dos valores assumidos pela variável meteorológica considerada num intervalo de
tempo.
2. NOÇÕES DE COSMOGRAFIA
a = 6,378388 x 106 m
b = 6,356912 x 106 m
f = 0,034
2. COORDENADAS TERRESTRES
Z + E = 90°
Quando o Sol assume uma posição da esfera celeste que seu centro coincide com o
plano meridional local, diz-se que o Sol culminou naquele instante e local. Na realidade esta
culminação verifica-se também para todos os pontos situados naquele meridiano, embora
com ângulos zenitais diferentes.
A culminação é dita zenital quando o astro ocupa o zênite local de observação no
instante considerado. Denomina-se declinação do Sol o ângulo compreendido entre o plano
do equador e o raio vetor deste astro, tomado como referência o centro da Terra. Na prática,
pode-se considerar a declinação ( ) igual a latitude ( ) do local em que o Sol culmina no
zênite, naquele instante.
A declinação do Sol ( ) para qualquer dia do ano pode ser calculada por várias
equações. Uma delas pode ser representada por:
360
23,45sen DJ 80
365
cos Z sen - 11,85 sen 5,03 cos - 11,85 cos 5,03 cos 60
cos Z - 0,2054 0,0877 0,97870,99620,5
cos Z - 0,0180 0,4875
cos Z 0,4695
Z ≈ 61,99°
é frequentemente empregada para calcular a duração efetiva dos dias (N) em qualquer local
( , e Z) e época do ano. Para aplicá-la deve-se notar que o ângulo zenital Z é igual a 90°
(Z = 90°) quando o centro do disco solar atinge o plano horizontal local, o que corresponde
aos instantes do nascimento e o ocaso do Sol, do ponto de vista geográfico. Nestas
condições em que Z = 90°,
Z = 90 → Cos 90 = 0
h arcos (-tg tg δ)
Nota-se que h representa o ângulo horário entre o nascimento do Sol e sua passagem
pelo plano meridional local (meio dia solar) ou entre esse instante e o pôr-do-sol. Tendo em
conta que o Sol percorre 15o por hora em seu movimento aparente diário de E para O,
evidencia que a duração efetiva do dia será:
2h
N → N = 0,13333h (em horas)
15
Com base na equação é possível calcular os fotoperíodos com base num ano e
explicá-lo em função das estações do ano.
Estação Fotoperíodo
VERÃO (21∕12) N > 12h
OUTONO (21∕03) N = 12 h
INVERNO (22∕06) N < 12 h
PRIMAVERA (23∕09) N = 12 h
h arcos 0,01847
h 88,94
2 88,94
N N 11,86h
15
3. INTRODUÇÃO A RADIAÇÃO SOLAR
c=υλ
E em
T,
E abs
Se o corpo é negro ε = 1, Eem = Eabs = E CN , e a equação acima pode ser escrita como Eem =
E CN . Para um corpo qualquer, a equação acima pode ser representada por Eem = εECN, onde
ε é sempre menor que 1. Em outras palavras, é uma condição hipotética, em que ocorre a
absorção integral de toda a energia radiante incidente sobre ele.
- Refletividade (r): é tida como a razão entre a quantidade de energia radiante refletida
pela substância e o total incidente, para um dado comprimento de onda (λ). Um corpo
negro tem refletividade nula.
aλ+rλ+tλ=1
E hf
Lei de Planck
1
C
5
E C1 T 2
e 1
Lei de Wien
em que K = 2897,7 μm K
De acordo com a lei de Wien, para um corpo negro, como são os casos do sol e da
terra, nas temperaturas normais de 5570 e 300K, verificamos que:
2897,7
* * 0,5202 μm (região visível, entre 0,2 μm e 3,0 μm)
5570
2897,7
* * 9,659 μm (região infravermelho, entre 3 μm e 200 μm)
300
Por esta razão a radiação solar é denominada radiação de ondas curtas e a terrestre
de ondas longas.
Lei de Stefan-Boltzmann
5 d
E CN E d C1 C2
T4
1
0 0 T
e
E
Como então E E CN
E CN
E T 4
dQe
Fe
dt
dFe
I
dA
Para exprimir a irradiância (I) utiliza-se o Watt por metro quadrado (W m-2), ou
a caloria por centímetro quadrado por minuto (cal cm-2 min-1).
E = m c2
Vê-se que é produzida energia equivalente a 3,96 x 10-5 ergs por cada núcleo de
hélio formado. Mas, como somente 0,66% da massa total de quatro prótons se
convertem em energia em cada reação, torna-se claro que apenas 0,66% da massa total
de prótons existente no Sol é passível de tal transformação (Robinson, 1966).
A reação anteriormente descrita se processa na parte central do Sol, onde a
temperatura é estimada em 20 x 106 graus e a pressão em 109 atmosferas. A partir dali a
energia gerada se propagaria até a superfície do Sol (fotosfera), onde a temperatura
média é da ordem de 5788 K e a pressão alcança 0,01 atmosferas, percorrendo centenas
de milhares de quilômetros. Atingindo a superfície, a energia difunde-se para o espaço
como radiação.
A fotosfera solar não possui luminosidade uniforme. Apresenta áreas mais
brilhantes (mais quentes) disseminadas num fundo de menor brilho (menos aquecido).
As porções mais brilhantes da fotosfera são classificadas em grânulos e fáculas. Os
grânulos são 40% mais brilhantes que a zona adjacente e ocupam cerca de 35% da
fotosfera, têm diâmetro oscilando entre 400 e 1000 km e duram apenas poucos minutos.
As fáculas, muito maiores, têm brilho 10% superior ao da zona circunvizinha e
persistem por aproximadamente 30 minutos. Em geral, as fáculas circundam zonas mais
escuras, cuja temperatura é da ordem de 4300 a 4500 K (Robinson, 1966): as manchas
solares.
A quantidade, o tamanho e a duração das manchas solares variam com o tempo.
Quando o número de manchas aumenta além do normal, o Sol é dito ativo, já que elas
intensificam o fluxo de partículas liberadas para o espaço; caso contrário o Sol é
considerado calmo. De acordo com o que se conhece no momento, parece haver um
ciclo de aproximadamente 11 anos entre as épocas de máxima atividade solar.
Figura 4. Emitância solar.
E CN T 4
Por conseguinte, como o Sol é uma esfera, se R é o seu raio, a irradiância total
por ele emitida será:
E T E CN AS
E T T 4 4R 2
E TS 5,73x10 8 5770 4 6,96x108
4
2
T 4 4R 2
I0
4 r 2
38660,0381x10 22
I0
4 1,495x1011
2
38660,0381x10 22
I0 22
= 1376,5 W m-2 ou 1,97 cal cm-2 min-1
28,0862
O valor de I0 definido como constante solar, vem a ser o total de energia recebida
por unidade de área, perpendicular aos raios solares, colocada limite mais externa da
atmosfera. O valor da constante pode variar em função da variação da distância Terra-Sol,
por isso adotada o valor aproximado de 2,0 cal cm-2 min-1.
4. RADIAÇÃO SOLAR
A energia total (Q0) no topo da atmosfera é uma função do local (latitude), época
do ano (declinação) e hora do dia (ângulo horário), visto que pela Lei dos Cossenos de
Lambert, temos que a irradiância (valores instantâneos de energia) em uma superfície
real é igual a projeção da irradiância incidente em uma superfície normal pelo cosseno
do ângulo zenital.
I z I 0 CosZ
De uma maneira generalizada podemos representar por a variação diária da
densidade de fluxo ou irradiância ao longo do dia pela figura abaixo:
dQ
I 0 CosZ
dt
onde: Qo = energia da radiação solar recebida no topo da atmosfera. I0 = constante solar
≈ 2,0 cal cm-2 min-1 ou 1367 W m-2. Z = ângulo zenital Z = Z(φ, δ,h).
hp hp
hn
dQ Io Cos Z dt
hn
Teremos
hn
Neste caso, temos um problema, visto que o ângulo horário h varia em graus e o
infinitesimal de tempo em segundos. Todavia, pelo movimento de rotação da Terra,
temos que:
dh 2 2 720dh
dt
dt 24h 1440 min 720 min
Substituindo,
720 hp
hn
Q Io sen φ sen δ cos φ cos δ cos h dh
720 hp
cos φ cos δ cos h dh
hp
Q Io
π hn
sen φ sen δ dh hn
Todavia, neste caso, o ângulo horário diário é dado entre o nascer do Sol e a
passagem meridional, consequentemente o intervalo de integração precisa ser
modificado.
720 h
sen φ sen δ dh cos φ cos δ cos h dh
h
Q Io
π hn hn
720
sen φ sen δ dh cos φ cos δ cos h dh
h h
Q Io
π hn hn
Q Io
720
sen φ sen δ h - h n cos φ cos δ sen h - h n
π
Como hn é igual a zero, a equação se simplifica em
Q Io
720
sen φ sen δ h * cos φ cos δ sen h
π
Como a constante solar equivale a aproximadamente 2,0 cal cm-2 min-1 ou 1367
-2
W m e pela integração foi determinada apenas para o período matutino, temos
Q 2 2
720
sen φ sen δ h * cos φ cos δ sen h
π
48
44
-2
40
36
32
28
0°
24 -10°
-20°
20 -30°
-40°
16 Sinop
12
EXEMPLO:
DJ (21/dez) = 355
360
23,45sen 355 80 δ = -23,45°
365
2 95,22
h* h* = 1,6619
180
2 180
dr 1 0,033 cos 355 dr = 1,0325
365
Ma = 28,964 g mol-1
Oxigênio e ozônio
O oxigênio desempenha um papel essencial, do ponto de vista da Biologia: torna
possível a vida aeróbia na Terra. A ele se deve a oxidação de compostos orgânicos,
através do processo fisiológico da respiração. Além disso, possibilita a formação de
ozônio na atmosfera.
Na alta atmosfera o oxigênio molecular (O2) se dissocia quando absorve energia
ultravioleta proveniente do Sol. A energia que provoca a fotodissociação do oxigênio
molecular possui comprimento de onda entre 1,3 x 10-4 e 2,0 x 10-4 cm,
aproximadamente. Então:
O2 + radiação ultravioleta ⇒ O + O.
Gás carbônico
a) Absorção
OZÔNIO - intercepta radiações menor que 0,3 μm - ultra-violeta. O espectro mostra que o
ozônio tem bandas de absorção no infra-vermelho nos comprimentos de onda próximo de 3
μm,6 μm, 8 μm, 10 μm, 12 μm e 16 μm. A absorção total percentual deste componente é em
média de 1%.
O grande problema é que a grande maioria das estações não dispõe do actinógrafo,
ou qualquer outro detector da radiação global. Quando isto acontece a solução é encontrar
uma equação de estimativa que permite calcular Qg em função da medida de n.
Dimensionalmente, Qg e n não podem ser correlacionados em função de Qg ter unidade de
energia por metro quadrado e n horas. Porém, a relação abaixo é fisicamente correta.
QG n
f
Q G max N
Por horas Qgmax é a radiação total sob atmosfera em dias completamente claros e N
é o único número máximo possível de brilho solar, também chamado de fotoperíodo; a
n
relação é chamada de razão de insolação.
N
Uma das primeiras equações propostas por ANGSTRON foi representada por:
QG n
a b , na condição em que a + b = 1
Q G max N
QG n
a 1 a
Q G max N
QG n
a b
Q0 N
n Q
- Quando tende a zero, a razão G tende a a.
N Q0
A equação mostra que a não pode ser maior que 1 e segundo, a representa a
transmitividade mínima da radiação local.
Para o outro extremo, num dia completamente claro
n Q
- Quando tende a um, a razão G tende a a + b.
N Q0
Mês a b
Janeiro 0,234 0,502
Fevereiro 0,221 0,515
Março 0,254 0,488
Abril 0,215 0,520
Maio 0,206 0,514
Junho 0,225 0,502
Julho 0,192 0,532
Agosto 0,202 0,533
Setembro 0,196 0,563
Outubro 0,217 0,541
Novembro 0,245 0,500
Dezembro 0,231 0,506
5. BALANÇO DE RADIAÇÃO A SUPERFÍCIE
R N SR BOC BOL
BOC Q G Q R
BOC Q G A Q G
Ou
BOC Q G 1 A
Com a aplicação da equação de Angstrom-Prescott para estimativa da radiação
global com base na radiação no topo da atmosfera, o próprio BOC pode ser dado por:
n
BOC Q 0 a b 1 A
N
A soma dos dois balanços: ondas curtas (BOC) e ondas longas (BOL), é
denominada radiação líquida ou saldo de radiação (RN ou SR) ou seja:
O sinal do BOL depende dos valores de Qatm e Qter. Normalmente, o valor diário
do BOL em uma superfície natural é negativo. Em algumas literaturas o balanço de radiação
de ondas longas pode ser chamado de saldo de radiação infravermelho.
O saldo de radiação de ondas longas (RL) ou BOL pode ser determinado, por
diferença, quando se dispõe de equipamentos que possibilitem medir simultaneamente o
saldo de radiação (Rn), a radiação global (Q) e a radiação refletida (QR). Infelizmente,
esta situação é excepcional, o que motivou os pesquisadores a se dedicarem à tarefa de
investigar expressões empíricas para estimar RL.
Tais expressões, não obstante práticas têm o inconveniente de apresentarem
resultados confiáveis, em princípio, apenas nas condições para as quais foram
desenvolvidas. Sua utilização, em outras regiões, com características diferentes das de
origem, pode conduzir a erros grosseiros. Por esse motivo, seu uso deve ser
recomendado apenas após testadas e ajustadas às condições locais. Neste contexto, o
BOL diário pode ser estimado a partir de medidas meteorológicas feitas em uma
estação, por equações empíricas, como a de Brunt (1939) adaptada por Dorrenbos &
Pruitt (1975), com fatores de correção para o efeito da nebulosidade, são dadas por:
• Para clima úmido:
n
BOL 4,903 10 9 T 4 0,56 - 0,25 e a 0,1 0,9 (MJ m-2 d-1)
N
n
BOL 4,903 10 9 T 4 0,34 - 0,14 e a 0,1 0,9 (MJ m-2 d-1)
N
Nas superfícies naturais o valor diurno do BOC (maior do que o do BOL) torne a
radiação líquida (Rn) positiva (a superfície tem ganho líquido de energia) enquanto que à
noite, sendo BOC = 0 e o BOL negativo, tem-se Rn negativo (a superfície tem perda de
energia).
Como a radiação líquida (saldo de radiação) é dado pelo somatório entre BOC e
BOL, teremos:
SR BOC BOL
Neste caso ea é a pressão de atual de vapor d’água à temperatura de bulbo
molhado, em kPa; Todavia, com base na temperatura média do dia, podemos obter o
valor de es que é a pressão de saturação de vapor d’água, ou seja, o máximo que a massa
de ar reinante seria capaz de suportar. A umidade relativa traduz uma relação entre a
pressão atual e a pressão de saturação.
7 , 5T
e s 0,6108 10 237,5 T
ea
UR
es
360
23,45sen 15 80 = - 21,1°
365
h ar cos tan 11,85 tan 21,1 = 94,64°
2 94,64
N = 12,62 h
15
94,64
h* = 1,6518
180
360
dr 1 0,033 cos 15 = 1,0319
365
9,3
BOL 4,903 10 9 301,14 0,56 - 0,25 1,71 0,1 0,9
12,62
SR BOC BOL
Qg
QATM
QSUP
rQg
Balanço de radiação em Ambiente Protegido (adaptado de Pereira et al., 2002)
O conhecimento dos princípios do balanço de radiação ajuda a entender
fenômenos como o “efeito estufa” e ajuda também a utilizá-los na busca de alternativas
que minimizem seus efeitos desfavoráveis. Um exemplo, na prática agrícola, é a
alteração do balanço de radiação para proteção contra geadas. Outro é o uso de
coberturas plásticas, ou de outro tipo, sobre o solo para modificar sua temperatura
quanto à diferentes aspectos, como a solarização (como método de desinfestação do
solo), promover temperaturas adequadas ao sistema radicular ou a própria parte aérea.
Um exemplo desse uso são os cultivos protegidos, realizados sob cobertura,
especialmente plásticas. Nesse caso, o balanço natural de radiação sofre alterações, pois
o plástico absorve e reflete parte da radiação incidente, sendo o restante transmitido para
dentro do ambiente. Dentro do ambiente, há novamente absorção e reflexão pela
superfície protegida, e assim sucessivamente até que os processos de reflexão e
absorção pela cobertura e pela superfície do terreno tornem-se desprezíveis.
Neste contexto, para a maioria das plantas o valor de r2 varia entre 0,2 e 0,3 (ver Tabela
1). Os valores da transmissividade e da refletividade dependem do tipo de cobertura.
Quando o objetivo é captar energia solar (épocas frias) utiliza-se uma cobertura
plástica com t de valor grande e r1 de valor pequeno e nestas condições os termos r1 r2 e
r1 r22 são desprezíveis quantitativamente. Por exemplo, se r1 = 0,15 e r2 = 0,25 esses
dois termos representam menos de 3% de erro se desprezarmos nos cálculos.
Quando o objetivo é proteger as plantas do excesso de radiação solar, como é o
caso em viveiros de preparo de mudas, a cobertura deve ter baixa transmissividade (t
pequeno) e alto poder refletor (r1 grande). Por exemplo, se t = 0,40 e r1 = 0,55, então a
diferença (r1 r2 - r1 r22 ) será igual a 0,06 ou 6% do total.
Logo para fins práticos, o balanço de ondas curtas pode ser reduzido com erros
inferiores a 10%, da seguinte forma:
BOC tQg1 r2
dt
FCS K (1)
dZ
em que: FCS é dado em energia por área; K é a condutividade térmica do solo; dt/dz
representa o gradiente (variação) da temperatura entre dois níveis de profundidade do
solo (Z2 e Z1).
Essa condutividade térmica do solo deve ser entendida como a possibilidade de
transportar energia por transferência de energia interna, sendo considerada na unidade
de comprimento, durante a unidade de tempo, em um nível energético unitário. Pelo
CGS é dada em cal cm-1 s-1 °C-1.
FCS
Hora
Temperatura do solo (o C)
15 20 25 30 35 40 45
0
-5
Profundidade do solo (cm)
-10
-15
-20
-25
13h
-30
19h
-35
23h
-40 5h
-45 9h
-50
a) Fatores externos
São aqueles relacionados aos elementos meteorológicos que afetam o balanço de
energia na superfície e sua partição (balanço de energia), ou seja, a irradiância global,
temperatura do ar, nebulosidade, ventos e as precipitações.
b) Fatores intrínsecos
Os fatores intrínsecos são aqueles determinados pelo tipo de cobertura da
superfície, pelo relevo e pela composição (tipo) do solo. O tipo de revestimento de um
solo é um fator microclimático. Solos desnudos ficam sujeitos a grandes variações
térmicas diárias nas camadas mais superficiais em dias de alta irradiância. A existência
de cobertura com vegetação ou com cobertura morta (mulch) modifica o balanço de
energia, pois a cobertura intercepta a radiação solar antes dela atingir o solo. Esse é um
fator importante a ser considerado em cultivos em que as plantas são dispostas em
linhas bem separadas, como é o caso de pomares. É comum deixar-se uma vegetação
rasteira nas entrelinhas pois essas amenizam o regime térmico no solo.
Porém em regiões sujeitas a geadas, é importante que essa vegetação rasteira
seja eliminada nos períodos críticos (inverno), pois assim o calor do Sol pode penetrar e
ser armazenado no solo durante o dia, reduzindo o resfriamento noturno. A Figura
abaixo exemplifica bem essa situação (Varejão-Silva, 2006).
Figura 6. Amplitude da temperatura no solo em diferentes condições de cobertura.
Temperatura do solo ( o C)
60
50
40
30
20
10
Arenoso Argiloso
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Hora
10 cm 20 cm 30 cm
Máxima (°C) 24,6 24,2 23,2
Mínima (°C) 20,6 21,7 21,5
Amplitude térmica (°) 4,0 2,5 1,7
Média (°C) 22,4 23,0 22,3
6.3. Temperatura do ar
Termômetro de mínima
O termômetro de mínima serve para indicar a menor temperatura ocorrida em
um determinado intervalo de tempo. Possui o bulbo bifurcado (Figura 14) para
aumentar sua eficiência e têm como elemento sensível o álcool etílico. No interior do
tubo capilar há um índice de fibra, em forma de halteres, imerso no álcool. A
extremidade do alteres voltada para o bulbo será designada como proximal e a outra
como distal.
A redução da temperatura ambiente provoca o movimento do menisco em
direção ao bulbo. Atingindo a extremidade distal do índice, o menisco adere a ele,
deslocando-o. O arraste se verifica enquanto a temperatura ambiente estiver diminuindo.
Quando a temperatura ambiente volta a aumentar, o álcool flui livremente entre o vidro
e o índice (o menisco se desprende de sua extremidade distal), deixando-o na posição
atingida ao se verificar a temperatura mais baixa. A extremidade distal do índice indica
a menor temperatura a que esteve exposto o instrumento, em um dado intervalo de
tempo.
Nos abrigos termométricos convencionais o termômetro de mínima é instalado
no mesmo suporte do de máxima, porém em posição horizontal. Após cada leitura,
deve-se retirá-lo do suporte e incliná-lo, com o bulbo para cima. Assim, o índice se
move, até que a sua extremidade distal adira ao menisco do álcool. Essa operação é
conhecida como preparação do termômetro de mínima e, uma vez terminada, o
termômetro deverá ser reinstalado no suporte próprio, para novo período de
funcionamento.
Termógrafos convencionais
Termógrafos são instrumentos destinados a fornecer um registro contínuo da
temperatura durante um certo intervalo de tempo (Figura 14). O termo "convencional"
está sendo empregado para designar aqueles equipamentos puramente mecânicos, ainda
encontrados em muitas estações meteorológicas.
De um modo geral são constituídos por uma unidade sensora que, sob variações
da temperatura ambiente, aciona um sistema de alavancas. Esse sistema termina por
deslocar uma haste, em cuja extremidade está a pena registradora. O movimento da
haste da pena se efetua em um plano vertical, fazendo com que a própria pena se
desloque ao longo de um segmento de arco.
O deslocamento da pena fica registrado em um diagrama de papel (o
termograma), fixado no tambor rotativo que se move sob ela (Figura 14). Em geral, o
tambor efetua uma rotação a cada 25 horas, permitindo que se obtenha um gráfico
contínuo, durante 24 horas consecutivas.
O termograma, que é substituído diariamente a uma determinada hora, tem a
escala vertical expressa em unidades de temperatura e a escala horizontal em unidades
de tempo.
Figura 14. Esquema de um termograma (registro termográfico).
Termopares
Os termopares e os sensores resistivos permitem medidas instantâneas (em
intervalos de segundos) e armazenamento de dados em módulos de memória e posterior
transferência para micros, possibilitando uma amostragem mais real das condições do
meio, assim como a manipulação estatística desses dados. Esses tipos de sensores
geralmente estão associados a uma estação meteorológica automática (EMA).
Em 1821, o físico alemão Thomas Johann Seebeck (1770-1831), observou que
unindo as extremidades de dois metais diferentes “x” e “y” e submetendo as junções “a”
e “b” a diferentes temperaturas T1 e T2, surge uma f.e.m. (força eletromotriz,
normalmente da ordem de mV) entre os pontos a a e b, denominada “tensão
termoelétrica” (Figura 17).
Figura 19. Introdução de um metal diferente no circuito. A f.e.m. não se altera desde
que as junções “c” e “d” permanecem iguais.
k Tar (6)
Então
Tar
k
k Tref
Tar (7)
k
0,7mV
Tar = 17,07 °C
0,041mVC 1
a) condução molecular: que é o processo lento de troca de calor sensível, pois se dá por
contato direto entre “moléculas” de ar; logo, esse processo tem extensão espacial muito
limitada, ficando restrito a uma fina camada de ar próxima à superfície (camada limite)
junto à superfície aquecida.
b) Difusão turbulenta: que é o processo mais rápido de troca de massa, pois parcelas de
ar aquecidas pela superfície entram em movimento desordenado transportando calor,
vapor d’água, partículas de poeira, entre outros, para as camadas superiores.
T7 h T14 h 2T21h
Tmed (9)
4
Tmax Tmin
Tmed (10)
2
Tmed
T ar
(11)
N
Coef. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Goiás
a 27,04 26,48 27,22 30,03 32,21 32,13 31,83 31,65 33,07 30,73 27,70 26,92
b -0,0043 -0,0046 -0,0048 -0,0049 -0,0050 -0,0043 -0,0049 -0,0061 -0,0051 -0,0048 -0,0055 -0,0056
c -0,0012 -0,0002 -0,0010 -0,0043 -0,0080 -0,0096 -0,0090 -0,0057 -0,0060 -0,0037 -0,0007 -0,0002
d - - - - - - - - - - - -
São Paulo
a 32,02 32,62 35,10 36,11 36,49 36,61 39,31 42,35 50,19 47,39 42,03 34,93
b -0,0063 -0,0060 -0,0061 -0,0058 -0,0056 -0,0051 -0,0053 -0,0055 -0,0054 -0,0059 -0,0064 -0,0063
c -0,0045 -0,0044 -0,0066 -0,0088 -0,0110 -0,0124 -0,0148 -0,0156 -0,0169 -0,0169 -0,0120 -0,0064
d - - - - - - - - - - - -
Minas Gerais
a 25,49 26,51 24,57 23,81 22,87 22,62 19,10 12,51 15,10 18,80 19,95 22,83
b -0,0056 -0,0055 -0,0054 -0,0051 -0,0047 -0,0048 -0,0051 -0,0049 -0,0051 -0,0055 -0,0054 -0,0055
c -0,0031 -0,0039 -0,0044 -0,0077 -0,0092 -0,0105 -0,0107 -0,0105 -0,0115 -0,0104 -0,0065 -0,0041
d 0,0019 0,0015 0,0026 0,0037 0,0038 0,0053 0,0053 0,0053 0,0085 0,0072 0,0051 0,0031
6.6. Temperatura do ar e produtividade vegetal
A temperatura do ar influencia diretamente a velocidade das reações químicas e
dos processos internos de transporte. Esses processos ocorrem de forma adequada
somente entre certos limites térmicos. A tolerância aos níveis de temperatura é variável
entre espécies e variedades. Plantas de clima tropical são sensíveis a baixa temperatura,
enquanto que plantas de clima temperado necessitam de temperaturas baixas para
produzirem.
O modelo de graus dia (GD) baseia-se no fato de que a taxa de desenvolvimento
de uma espécie vegetal está relacionado à temperatura do meio. O conceito de GD
pressupõe a existência de temperaturas basais (inferior – Tb e superior – TB) além dos
quais a planta não se desenvolve e se o fizer a taxas muito reduzidas. O GD admite que
entre a temperatura base inferior e a temperatura ótima a relação entre a temperatura do
ar e desenvolvimento é praticamente linear.
Cada espécie vegetal ou variedade possui suas temperaturas basais, as quais
podem variar ainda em função da idade da planta ou da fase fenológica da planta, sendo
tanto as temperaturas diurnas quanto noturnas igualmente importantes no
desenvolvimento vegetal. Para as condições do centro sul do Brasil as temperaturas não
chegam a atingir níveis elevados, não sendo usual, portanto, a adoção da temperatura
base superior (TB), considerando-se somente a inferior (Tb). Podemos calcular o GD
diário (GDi) através da seguinte relação:
Portanto para cada grau acima da Tb teremos um GD. Dessa forma a constante
térmica de uma cultura para que ela atinja uma de suas fases fenológicas ou a maturação
será dado pelo total de GDi acumulado ao longo da fase ou do ciclo:
n
CT GDi (14)
i 1
Caso 1: Tm Tb ; TB TM
GD
TM TB 2 (Tm Tb ) (15)
2
Caso 2: Tm Tb TM ; TB TM
GD
TM TB 2 (16)
2TM Tm
Caso 3: Tb Tm ; TB TM
1 TM Tb TM TB
2 2
GD (18)
2 TM Tm
em que: TM = temperatura máxima média diária, (ºC); Tm = temperatura mínima média
diária, (ºC); Tb = temperatura mínima basal, (ºC); TB= temperatura máxima basal, (ºC).
GD
TM Tb TM 25
2 2
f n (19)
2TM Tm
Caso 2: Tb Tm
TM Tm TM 252
GD Tm Tb f n (20)
2 2TM Tm
Sendo:
2
N
f N (21)
24
em que: N = comprimento do dia em horas; TM = temperatura máxima média diária,
(ºC); Tm = temperatura mínima média diária, (ºC); Tb= temperatura mínima basal,
(ºC); n = número de dias do mês.
Exemplo I: Este exemplo ilustra de que forma o vapor d’água atua no transporte e
distribuição de calor na atmosfera (mudança de fase).
(vaporização)
1 g de H2O 1 g de H2O 1 g de H2O
(fase líquida) (fase vapor) (condensação) (fase líquida)
Unidades de pressão:
1 atm = 760 mmHg = 1013,3 mb = 1013,3 hPa = 101,33 kPa
A pressão parcial de vapor (ea) varia desde zero, para o ar totalmente seco, até
um valor máximo denominado de pressão de saturação de vapor d’água (es).
Figura 1. Curva de saturação do vapor d'água. O ponto X(e, t) representa uma amostra
de ar úmido; A, B e C, três diferentes modos de se obter sua saturação; td é a
temperatura do ponto de orvalho.
7 , 5T
e s 4,58 10 237 , 5 T
em mmHg (2)
7 , 5T
e s 6,11 10 237 , 5 T
em mb (3)
7 , 5T
e s 0,611 10 237 , 5 T
em kPa (4)
A saturação de uma amostra de ar úmido pode ser atingida por um dos seguintes
processos:
a - aumentando o teor de umidade (evaporando água no interior da amostra de
ar, por exemplo) à temperatura constante, até que a pressão parcial (e) atinja o
valor máximo possível àquela temperatura;
b - reduzindo a temperatura, sem acrescentar vapor d'água, até o ponto em que a
pressão parcial (e) torne-se saturante; e
c - combinando, simultaneamente, os processos anteriores.
Esses procedimentos podem ser claramente visualizados utilizando-se a curva de
saturação (Figura 1). O primeiro deles está representado pelo segmento de reta entre os
pontos X(e, t) e A, já que o valor da pressão parcial (e) aumenta isotermicamente.
O segundo processo corresponde ao segmento de reta de X(e, t) até B, indicando
um resfriamento isobárico (sem alteração do valor da pressão parcial do vapor), até
atingir a curva de saturação. Neste caso, o valor da pressão parcial não muda; apenas
busca-se a temperatura (td) para a qual esse mesmo valor torna-se saturante.
Uma outra evolução que unisse o ponto X(e, t) a qualquer outro ponto (C) da
curva, situado entre A e B, estaria representando um processo combinado (resfriamento
e umidificação simultâneos).
Além da pressão parcial (e), há outras variáveis para quantificar o teor de vapor
d'água presente no ar, de uso mais corrente.
sendo r expresso em gramas de vapor por grama de ar seco quando a pressão parcial do
vapor (e) e a pressão atmosférica (p) são dadas nas mesmas unidades (mm Hg ou mb).
No caso do ar estar saturado, a razão de mistura saturante (rs) será dada por:
0,622 e s
rs (9)
p es
Tendo em vista que p >> eS, a seguinte forma aproximada pode ser útil em
estimativas que não requeiram precisão:
0,622 e s
rs (10)
p
PV = nRT (12)
mV
ea V RT (13)
MV
ea M V
UA (14)
RT
Como Mv = 18g/mol, R = 0,082 atm.L mol-1 K-1, 1 m³ = 10³ L e 1 atm = 760 mmHg,
temos que a umidade absoluta UA é:
289 e a
UA em g de vapor . m-³ (15)
273 T
Umidade de saturação do ar
ea es implica em UA US
Então:
289 e s
US em g de vapor . m-³ (16)
273 T
Umidade relativa do ar
UA
UR (%) 100 (17)
US
Combinando as equações (15) e (16) na equação (17). Neste caso, a umidade
relativa (U) do ar úmido, submetido a uma determinada temperatura (t), é traduzida
como o quociente entre a pressão parcial do vapor (ea) e a pressão de saturação (es)
àquela temperatura.
e
UR (%) a 100 (18)
es
Essa expressão revela que a umidade relativa atinge 100 % quando o ar está
saturado (ea = es).
Fisicamente UR representa a fração da umidade máxima possível que já se
encontra preenchida. Note-se que, como es depende de t, mantendo-se constante a
pressão parcial do vapor (ea), a umidade relativa varia com a temperatura.
De fato, UR aumenta quando t diminui pois a diferença es - ea diminui, já que o
valor da pressão de saturação (es) tende a se aproximar do valor constante da pressão
parcial do vapor (ea). A recíproca é igualmente verdadeira: quando t aumenta, a
umidade relativa diminui à pressão parcial constante.
É obtido pela diferença entre US e UA, ou es e ea, que pode ser representado por:
D US UA
289
e s e a em g m-3 (19)
273 T
É dada pela razão entre a massa de vapor mv e a massa de vapor do ar seco mas:
M v Ve a
m M e
W v RT v a (20)
m as M as VPas M as Pas
RT
ea
W 0,622 (21)
Patm e a
mv mv 1 1 W 0,622 e a
q
m u m v m as m 1 W 1 0,622 e a Patm e a
1 as 1
mv W
0,622 e a
q (22)
Patm 0,378 e a
Cálculo da Umidade do ar
e a e su AP Ta Tu (23)
7 , 516, 2
A pressão atmosférica apresentada foi 720 mmHg, que equivale a 95,997 kPa. Assim,
podemos determinar a pressão parcial de vapor d’água.
7 , 518
1,725
UR 100 = 83,62%
2,063
Introdução
3.1. Diferenças de temperatura entre os elementos das nuvens: essa condição propicia
a formação de um gradiente de pressão de vapor sobre as superfícies das partículas, em
que as mais energéticas tendem a se dirigir para as menos energéticas. Quanto mais
baixa a energia da gotícula (baixa temperatura) menor a sua pressão de vapor
superficial. Isto resulta na tendência de aumento do tamanho das gotículas menos
energéticas (mais frias).
a) Frontal: tipo mais comum, resulta da ascensão do ar quente sobre o ar frio na zona de
contato entre duas massas de ar de características diferentes. Se a massa de ar se move
de tal forma que o ar frio é substituído por ar mais quente, a frente é conhecida como
frente quente, e se por outro lado, o ar quente é substituído por ar frio, a frente é fria. A
Figura 1 ilustra um corte vertical através de uma superfície frontal.
Na grande maioria dos casos, a massa quente e úmida (mais leve) tende a se
elevar, resfriando-se adiabaticamente, isto é, sem trocas de calor com o meio adjacente.
Nesse processo forçado de subida da massa úmida ocorre a condensação. As chuvas
frontais caracterizam-se por intensidade moderada a fraca, longa duração (dias), e sem
horário predominante para sua ocorrência.
Figura 1. Modelo de uma frente fria, frente quente e frente oclusa, com o conjunto de
nuvens associados.
h
i (02)
t
podendo “i” ser expresso também em mm/min. Esse índice tem aplicação em
dimensionamento de sistemas de drenagem e conservação do solo, tanto para a
agricultura como para a construção civil.
R 2
h
r 2 s (03)
Volume coletado
h (04)
área da boca do funil
8.6. Critérios para obtenção de dados de precipitação
h
P P P 1 2 P3 ... Pn
(05)
N N
h
P A n n
P1A1 P2 A 2 P3 A 3 ... Pn A n
(06)
AT A1 A 2 A 3 ... A n
P2 a b P1 (07)
P4
1
P1 P2 P3 ... Pn (08)
n
Esta é a definição aceita e que foi utilizada durante o século XIX, e está sendo
usada atualmente (definição utilizada na classificação tradicional); A definição de Julius
Hann foi a utilizada por Willian Köppen em sua metodologia de classificação climática
(método de Köppen). Ele considera os dados a partir de suas médias, quer dizer, uma
abstração desconectada da realidade, pois os elementos do tempo interagem entre si no
tempo e no espaço e não são elementos estáticos.
Uma região climática é caracterizada por uma certa área da superfície da Terra
Sobre a qual os efeitos combinados de diversos fatores resultam em um conjunto de
condições climáticas aproximadamente homogêneas. Para facilitar a descrição e
proceder ao mapeamento das regiões climáticas, é necessário identificá-las e classificá-
las em diferentes tipos. A climatologia regional dedica-se a essa tarefa e para isso
utiliza-se de técnicas analíticas e descritivas.
A classificação climática tem como objetivo a definição dos limites geográficos
dos diferentes tipos de clima que ocorrem em todo mundo, sendo considerado um
estudo básico para áreas afins. As classificações climáticas possuem três objetivos que
se inter-relacionam: ordenar grande quantidade de informações; facilitar a rápida
recuperação; e facilitar a comunicação. Para isso, faz-se a descrição e mapeamento das
regiões climáticas, necessitando-se identificá-las e classificá-las em diferentes tipos.
O número de elementos que devem ser combinados em uma determinada
classificação climática depende do propósito a que ela se destina. Por exemplo, uma
classificação climática baseada em temperaturas críticas e limites de umidade é
satisfatória para o crescimento de certas plantas ou para organismos animais, mas não
para fins de previsão do tempo, sendo assim portanto, primordial identificar o fim a que
se destina essa classificação.
Pode-se adotar três enfoques na realização das classificações climáticas:
A saúde e o conforto humano sugerem outro possível enfoque para definir tipos
climáticos com aplicações em tipos de vestuário, habitação, fisiologia, medicina.
Wilhelm Köppen (1846 - 1940) foi um biólogo nascido na Rússia, que dedicou a
maior parte de sua vida aos estudos climáticos. Usando o mapa de vegetação mundial de
um fisiologista francês (Alphonse de Candolle), aceitou a vegetação natural como a
melhor expressão do clima. Em 1901, publicou sua primeira classificação, que foi
sucessivamente aperfeiçoada. O mérito da classificação de Kõppen é incontestável, uma
vez que tem sido usada há mais de 80 anos. Além da vegetação, incorpora também
temperatura, chuva e características sazonais.
Uma vantagem adicional é o seu caráter didático, permitindo adaptá-la para
diferentes níveis, sendo, ao mesmo tempo, simples e detalhada. Consiste na divisão do
clima mundial em cinco grandes grupos. Estes grupos, juntamente com onze principais
tipos, fornecem a essência para um conhecimento rudimentar das configurações
climáticas do Globo.
Utilizando-se de símbolos adicionais, a classificação de Köppen fornece
abundância de detalhes, e utiliza-se de valores numéricos para definir os limites. Desde
que se conheçam valores observados de temperatura e chuva, é possível a outros
pesquisadores questionar a validade de limites particulares, permitindo a atualização da
classificação, à medida que dados mais confiáveis se tornem disponíveis.
Critérios para classificação
Cananéia – SP
Latitude: 25° 00’ Longitude: 47° 32’ Altitude: 6 m
10.2. Definições
2.1) Evaporação (E): É o processo físico pelo qual um líquido passa para o estado
gasoso à temperatura ambiente. No presente texto, será abordada apenas a evaporação
da água. A evaporação da água ocorre tanto numa massa contínua (como o mar, lagos,
rios e poças) como numa superfície úmida (como o solo e a planta). É um fenômeno que
exige o suprimento de energia externa sendo essa fornecida pelo balanço de energia no
ambiente, pelo vento e pela disponibilidade de água do solo (Um bom exemplo de
evaporação é quando se deixa roupa para secar no varal).
Para transformar 1 g de água em vapor é necessário aproximadamente 2466 J e
essa energia é chamada de calor latente de vaporização.
2.2) Transpiração (T): É o processo de evaporação da água que foi utilizada nos
diversos processos metabólicos de crescimento e desenvolvimento das plantas. Essa
evaporação se dá principalmente através dos estômatos (Figura 1) que são estruturas de
dimensões microscópicas (< 50 μm) que ocorrem nas folhas (de 50 a 20.000 estômatos
cm-2) e que permitem a comunicação entre a parte interna da planta e a atmosfera.
Figura 1- Corte transversal da folha de milho (a) e detalhes sobre os estômatos (b).
O fechamento dos estômatos é visto como um 'mal necessário' pois no mesmo
momento que impede que a planta sofra ressecamento, impede também a absorção do
CO2 diminuindo a fotossíntese, afetando diretamente a produtividade final. A
transpiração é grandemente responsável pela absorção de água/nutrientes pelas raízes
pela diferença de potencial de água na atmosfera e no solo. O potencial atmosférico
sendo mais negativo funciona como um dreno para o vapor d'água. Quanto mais seco
estiver o ar (baixa umidade relativa-UR), maior (mais negativo) será a força desse dreno
(Figura 2).
10.3. Tipos de ET
ETc = ETP * Kc
Por exemplo, se uma cultura mais o mato das entrelinhas cobrirem 90% do terreno, o
Kc = 1,2 * (90/100)= 1,08. Essa equação não se aplica a uma superfície gramada onde
temos 100% de cobertura do terreno, nesse caso Kc = 1.
• Altura do Dossel: Plantas mais altas interagem mais com a atmosfera em movimento,
extraindo mais energia do ar, aumentando a ET.
5.1 Evaporação
A medida direta da evaporação exige a utilização de um reservatório (tanque)
onde o nível de água possa ser medido com precisão. A diferença das alturas dos níveis
da água em dias consecutivos indica o total evaporado no período. Devido à facilidade
dessas medidas em tanques, estas tem sido utilizadas para estimar a evaporação de lagos
e até mesmo de culturas, admitindo-se que existe correlação positiva entre a evaporação
da água do tanque com aquela de um lago ou de uma superfície vegetada. Os principais
tipos de tanques utilizados para a medida da evaporação são:
Figura 7- Tanque Classe A com tanque tranquilizador instalado em área gramada sobre
estrado de madeira.
5.2. Evapotranspiração
A medida direta da evapotranspiração é extremamente difícil e onerosa,
justificando sua utilização apenas em condições experimentais.
Os equipamentos mais utilizados para esse fim são os lisímetros. O lisímetro é
um equipamento que consiste de uma caixa impermeável, contendo um certo volume de
solo que possibilita conhecer com detalhe alguns têrmos do balanço hídrico do volume
amostrado. Os lisímetros mais empregados são:
DARM = P + I - ET + AC - DP
Considerando que a ascensão capilar (AC) inexiste, que a chuva (P) e a irrigação
(I) são facilmente medidas, que a variação de armazenamento (DARM) é praticamente
nula, e que a drenagem profunda (DP) é medida, pode-se obter o evapotranspiração
(ET) como resíduo desta equação.
ETP = ECA * Kp
Tabela 1. Coeficiente do tanque (Kp) para Tanque Classe A para diferentes bordaduras
e níveis de umidade relativa e velocidade do vento em 24 horas, para tanques instalados
em áreas cultivadas com vegetação baixa. Fonte: Doorenbos & Kassam (1994).
em que: Rn é a radiação líquida total diária (MJ m-2 d-1); G é o fluxo total diário de calor
no solo (MJ m-2 d-1); W é um fator de ponderação dependente da temperatura e do
coeficiente psicrométrico, sendo calculado pelas seguintes equações:
No caso de G não ser medido (situação mais comum), adota-se uma fração de
Rn como representativa dessa fluxo, ou seja G=f * Rn, sendo 0 ≤ f ≤ 0,1 para gramado
(condição de ETP). É comum adotar-se f = 0, mas Wright & Jensen (1972) propuseram
que:
G = 0,38 *(Td - T-3d)
No geral também é bastante aceito usar o valor de f = 0,03, sendo G obtido por:
G = 0,03 * Rn.
em que Rn é a radiação líquida total diária (MJ m-2 d-1); G é o fluxo de calor no solo
(MJ m-2 d-1), as mesmas considerações feitas sobre G no método anterior são válidas
aqui; λ é o calor latente de vaporização; γ é o coeficiente piscrométrico (Kpa ºC-1); γ* é
o coeficiente piscrométrico modificado; T é a temperatura média do ar (ºC); U2 é a
velocidade do vento a 2 m (m s-1); es é a pressão de saturação de vapor (kPa); ea é a
pressão parcial de vapor (kPa); e s é a declividade da curva de pressão de vapor na
temperatura do ar (kPa), dado por:
4098 es
s
P
T 237,52 0,0016286 2,501 2,361103 T * 1 0,33U 2
λ
7. Critérios para escolha do método de estimativa de ETo
A escolha de um método de estimativa da evapotranspiração potencial depende
de uma série de fatores. O primeiro é a disponibilidade de dados meteorológicos, pois
métodos complexos, que exigem grande número de variáveis, somente terão
aplicabilidade quando houver disponibilidade de todos os dados necessários. O método
de Penman- Montheith não poderá ser empregado em locais que só disponham de dados
de temperatura do ar.
O segundo fator é a escala de tempo requerida. Normalmente métodos
empíricos, como os de Thornthwaite e de Camargo, estimam bem a ETP na escala
mensal, ao passo que os métodos que envolvem o saldo de radiação apresentam também
boas estimativas em escala diária.
Por fim, no caso dos métodos empíricos, é necessário que se conheça as
condições climáticas para as quais foram desenvolvidos, pois normalmente não são de
aplicação universal. Desse modo, métodos como os de Thornthwaite e de Camargo
fornecem boas estimativas em regiões de clima úmido (superestimam em regiões de
clima seco) e Hargreaves & Samani adapta-se melhor em climas secos.
em que: h = altura da planta durante a fase 2 e 3 para o Kcmédio e na fase 4 para o Kcfinal.
Para aplicações na estimativa do Kcfinal, recomenda-se a aplicação dessa equação
somente quando os valores tabulados excederem a 0,45.
±DARM = P + I - ET + AC - DP
A precipitação (P) e a irrigação (I) podem ser medidas facilmente. A ascensão
capilar (AC), que ocorre em períodos secos, e a drenagem profunda (DP), que ocorre
em períodos chuvosos, podem ser determinadas utilizando-se conhecimentos de física
de solos. E por fim, a evapotranspiração (ET) pode ser determinada pelos diversos
Métodos ou modelos matemáticos já tratados em aulas passadas. Uma observação
importante é que o modelo de ET utilizado, como os dados meteorológicos disponíveis,
é que vão determinar o intervalo de tempo do cálculo do balanço hídrico para que se
possa conhecer a disponibilidade hídrica do solo, ou seja, o seu armazenamento (ARM).
O volume de controle é, portanto, determinado pelo conjunto Solo-Planta-
Clima. Em solos profundos sob alta demanda atmosférica, as raízes das plantas se
desenvolvem explorando um volume maior de solo, na procura por mais água, visando
atender a demanda. Nessa situação, as plantas investem na formação do sistema
radicular como modo de garantir sua sobrevivência. Por outro lado, se a demanda
atmosférica for baixa, um volume menor de solo será suficiente para atendê-la. De
modo geral, nos solos argilosos, com maior capacidade de retenção de água, as raízes
não necessitam se aprofundar tanto quanto em solos arenosos, que retêm menor
quantidade de água. Alguns solos apresentam uma camada compactada que impede
tanto a penetração das raízes como a drenagem profunda, e na época chuvosa, o solo
fica encharcado, asfixiando as raízes mais profundas, reduzindo o volume efetivo de
solo disponível. Nessa situação as plantas são incapazes de atender à uma demanda
elevada por muito tempo. Se o terreno for inclinado a drenagem lateral amenizará o
problema pela eliminação do excesso de água. Então,o impedimento físico é prejudicial
tanto na época da chuvas como na seca.
Muitos solos são fisicamente profundos mas agronomicamente rasos pelo
acúmulo de elementos tóxicos numa certa profundidade, que interferem no crescimento
das raízes. Nesse caso o impedimento químico pode ser minimizado pela correção
química (calagem, etc) ou pela utilização de plantas e variedades resistentes aos
elementos tóxicos Para culturas anuais, a profundidade de solo explorado pelas raízes
varia com o estádio de desenvolvimento das plantas. Uma vez definida a profundidade,
tem-se o volume de controle.
sendo qCC e qPMP são as umidade com base em volume ( cm3 H2O cm-3 solo), D a
densidade do solo (g/cm3) e Z a profundidade adotada, sendo considerada como aquela
correspondente à profundidade efetiva de exploração de água do sistema radicular. Se Z
for expressa em mm a CAD terá a unidade de mm de lâmina de água.
Os valores de umidade na CC e no PMP são característicos de cada tipo de solo
e dependem da textura e da densidade global (ou aparente) do solo e podem ser
determinados em laboratório. Entretanto, o valor da CAD é dependente do clima, pois
está relacionado à disponibilidade hídrica às plantas o que determina a profundidade do
sistema radicular.
Ex. Um indivíduo fez uma análise física de solo e determinou que a densidade do
solo=1,2, qCC =0,287 (cm3 H2O /cm3 SOLO) e qPMP =0,163. A CAD para uma
profundidade de 50 cm (500 mm) será:
CAD= (0,287-0,163) x 1,2 x 500 = 74,4 mm
Critério prático: Como o balanço hídrico, segundo Thornthwaite & Mather (1955), é
mais utilizado para fins de caracterização da disponibilidade hídrica de uma região em
bases climatológicas e comparativas, uma opção prática é fazer a seleção da CAD em
função do tipo de cultura do que do tipo de solo. Justifica-se isso comparando-se um
solo arenoso e um argiloso: se no primeiro o valor de (qCC-qPMP) é menor, a
profundidade do efetiva do sistema radicular (L) é maior, de maneira que há uma
compensação, tornando a CAD aproximadamente igual para os dois tipos de solo.
Assim, independentemente do tipo de solo, pode-se adotar os seguintes valores de
CAD:
Neg .acumulado
ARM CAD e CAD
A equação anterior indica que sempre que ocorrer uma umidade do solo inferior
à CAD, teremos ETR<ETP e portanto a ocorrência de deficiência hídrica. A DEF assim
definida não é somente função do solo mas sim do sistema solo-planta e atmosfera (ver
capítulo sobre ET). Relacionando ALT, ETP, ETR, DEF, EXC e ARM, poderemos
achar 5 situações diferentes mostradas na Figura 3 (valores hipotéticos).
• A situação 1: Como o ARM inicial era máximo (=CAD) e a P que ocorreu foi >= ETP
a demanda atmosférica foi totalmente atendida pois não houve falta de água no solo,
nessa situação a ETR foi igual a ETP sendo que ainda "sobrou água" ocorrendo EXC.
• Situação 2: Apesar do ARM inicial ter sido menor que a CAD, a chuva (P) que
ocorreu fez com que o valor da CAD fosse atingido ocorrendo uma reposição hídrica
no solo suficiente para que ETR fosse igual a ETP e ocorresse novamente EXC.
• Situação 3: As mesmas condições da situação 2 só que não sobrou água para o EXC.
(A chuva não foi tão intensa)
• Situação 4: Apesar do ARM inicial ter sido igual a CAD, a chuva (P) não foi tão
intensa (< ETP) ocorrendo uma diferença negativa entre P-ETP, denominada de
Negativo Acumulado. Nessa situação, como ARM< CAD a ETR < ETP, resultando em
DEF. Como houve uma diminuição do ARM temos uma retirada hídrica do solo.
• Situação 5: As mesmas condições da situação 4 só que o ARM inicial já era menor que
a CAD. O Balanço Hídrico Normal pode ser calculado tanto na escala diária como em
escalas maiores como a mensal, utilizando-se valores médios de vários anos. Dessa
forma ele (o BH), torna-se um indicador climatológico da disponibilidade hídrica de
uma região.
Neg .acumulado
ARM CAD e CAD
EXEMPLO 1:
Local: Ribeirão Preto (SP) Latitude: 21°11’S Período: 1961-1990 CAD = 100mm
a) Caso 1: soma anual de P-ETP ³ 0 - neste caso no final do período chuvoso o solo está
plenamente abastecido de água (ARM = CAD) (O que ocorreu no exemplo de Ribeirão
Preto).
b) Caso 2: soma anual de P-ETP < 0 e CAD > M - Como a CAD > M, o ARM nunca
será igual à CAD, sendo assim desconhecidos os valores iniciais de ARM e
NEG.ACUM. A solução proposta por Mendonça (1958) é a seguinte:
M
Neg.acumulado
Ln CADN
CAD 1 e CAD
11
Neg.acumulado
Ln 125 775
= -2,4284
CAD 1 e 125
Então, ARM = CAD . exp (NEG.ACUM/CAD) = 125 . exp (-2,43) = 11,02 mm será o
ARM do último mês do período de P – ETP > 0 (Abril)
EXEMPLO: Determine da CAD para uma cultura de milho (Tabela 4: Zmilho = 500
mm) em 3 solos distintos:
Temperatura do ar
As culturas variam quanto à sensibilidade à temperatura do ar. Em geral, há um
limite inferior e um superior de temperatura, aquém e além dos quais o crescimento e
desenvolvimento das plantas é fortemente prejudicado e até mesmo totalmente inibido.
Plantas tropicais são sensíveis à ocorrência de geadas e a melhor proteção ainda é a sua
implantação em áreas onde a probabilidade de ocorrência desse fenômeno é menor.
Plantas de clima temperado exigem um período invernal com frio suficiente para que
haja repouso vegetativo e preparação para a próxima estação de crescimento.
As principais características térmicas consideradas no zoneamento agroclimático
são: temperatura média do ar; temperatura médio do mês mais frio; temperatura média
do mês mais quente; probabilidade de ocorrência de geadas; probabilidade de
ocorrência de temperaturas elevadas.
Balanço hídrico
A chuva é apenas um dos componentes do balanço hídrico, ou seja, ela
representa apenas a entrada de água no solo e mananciais, e não deve ser considerada
isoladamente no zoneamento agroclimático. A evapotranspiração, que corresponde à
água que sai do sistema, é outro elemento igualmente importante no balanço hídrico. A
variação sazonal do balanço hídrico mostra se há ocorrências de épocas com excesso e
com falta de água na região. Essa variação sazonal deve ser considerada no
planejamento das melhores épocas de semeadura e de colheita para a região.
Em algumas situações, onde o valor econômico da cultura permite, deficiências
hídricas podem ser corrigidas com irrigações. Os principais elementos fornecidos pelo
balanço hídrico e utilizados em um zoneamento agroclimático são: deficiência hídrica
mensal e anual; excedente hídrico mensal e anual.
Devido a estreita ligação entre umidade do solo e umidade do ar, os dados de
excedente hídrico são uma ferramenta importante na avaliação da possibilidade de
ocorrência de doenças de plantas, servindo para o zoneamento de áreas de escape de
patógenos.