Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
METEOROLOGIA AERONÁUTICA
PILOTO PRIVADO
São Paulo
2010
SUMÁRIO
LISTAS DE TESTES.........................................................................................................115
2
1. INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA AERONÁUTICA
3
Anos 30 – a meteorologia tem grande impulso com a elaboração da teoria
das frentes (Escola Norueguesa);
Figura 1 – Aeronave da Marinha Norte Americana com um meteorógrafo preso às asas registrando
pressão, temperatura e umidade em 13 de dezembro de 1934.
fonte: http://www.photolib.noaa.gov/historic/nws/nwind18.htm
4
Anos 50 (início) – introdução da previsão meteorológica numérica
(Análise Sinótica e Previsão de Macro-Escala);
1954 - A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI/ICAO) e a
Organização Meteorológica Mundial (OMM/WMO) firmam acordo de
mútua cooperação;
1960 – Lançamento do 1 o satélite meteorológico – TIROS;
5
Últimas décadas – Aplicação do Radar Doppler na Aviação;
1994 – Implantação do Supercomputador do INPE
Tempos recentes – difusão crescente da Intern et na troca de informações
meteorológicas e melhoria dos modelos de previsão e nos equipamentos
6
ALOFT PROG) de várias partes do planeta, além de diversos Centros
Nacionais de Meteorologia Aeronáutica (CNMA).
No Brasil, o Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA) é o
órgão que coleta todas as informações meteorológicas básicas fornecidas
pela rede de estações meteorológicas e posteriormente faz a análise e o
prognóstico do tempo significativo para sua área de re sponsabilidade – entre
os paralelos 12oN/40O S e meridianos 010O W/080O W. As Cartas de tempo
significativo (SIGWX) são repassadas aos demais centros da rede, além das
previsões recebidas dos Centros Mundiais de Previsão (WAFC) e outras
informações meteorológicas de interesse aeronáutico.
Para desempenhar as atividades relacionadas à navegação aérea, a
meteorologia brasileira está estruturada sob a forma de uma rede de centros
meteorológicos (RCM) e estações de coleta de dados meteorológicos (REM).
Além do Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica, existem outros
Centros Meteorológicos Nacionais como os Centros Meteorológicos de
Aeródromo (CMA), localizados em aeródromos com o objetivo de prestar
apoio meteorológico à navegação aérea e classificados em classes de 1 a 3,
de acordo com suas atribuições, assim como os Centros Meteorológicos de
Vigilância (CMV) responsáveis por monitorar as condições meteorológicas de
sua área de vigilância, apoiando os órgãos de Tráfego Aéreo e as aeronaves
que voam em suas respectivas Regiões de Informação de Vôo (FIR)) e
expedindo as mensagens AIRMET e SIGMET.
Os Centros Meteorológicos de Aeródromo Classe I são responsáveis
pela elaboração de mensagens do tipo TAF (Terminal Aerodrome Forecast),
GAMET, WS WARNING e Avisos de Aeródromo, que serão abordados de
forma detalhada no capítulo de Códigos Meteorológicos.
7
Completando a Rede de Centros, existem também os Centros
Meteorológicos Militares (CMM), que atuam exclus ivamente para atender a
aviação militar.
A Rede de Estações Meteorológicas é composta, por sua vez, de
Estações Meteorológicas de Superfície (EMS ), Estações Meteorológicas de
Altitude (EMA ), Estações de Radar Meteorológico (ERM ) e Estações de
Recepção de Imagens de Satélite (ERIS).
A Rede de Estações Meteorológicas coleta, processa, registra e
difunde dados meteorológicos de superfície e altitude visando dar suporte à
navegação aérea.
As Estações Meteorológicas de Superfície (EMS), classificadas em
classes 1, 2 e 3, de acordo com suas características, objetivam coletar e
processar dados meteorológicos de superfície para fins aeronáuticos e
sinóticos e são localizadas em aeródromos. São responsáveis pela
confecção dos Boletins METAR e SPECI, com as condições meteorológicas
dos aeroportos, indicando as condições de vento, temperatura, visibilidade,
alcance visual na pista, nebulosidade, condição geral do tempo, pressão,
dentre outros.
8
Figura 7. Mapa de localização das Estações Meteorológicas de Superfície (EMS) no território
brasileiro sob jurisdição do DECEA.
Fonte: http://www.inmet.gov.br/
9
Figura 8. Mapa de localização das Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) no território brasileiro
Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs/imgs/est_altitude_18dez03.jpg
10
As Estações de Radar Meteorológico (ERM) tem como escopo realizar
a vigilância contínua na área de cobertura dos radares e divulgar as
informações obtidas de forma rápida e confiável aos Centros Meteorológicos
de Vigilância.
11
Comando da Aeronáutica) e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária (INFRAERO), que é responsável, nesse sentido, por uma
grande parte desses serviços em todo o território nacional.
Como membro da OACI, o Brasil assumiu compromissos internacionais
com vistas a padronizar o serviço de proteção ao vôo de acordo com os
regulamentos dessa organização. Sendo assim, o DECEA normaliza e
fiscaliza os serviços da área de Meteorologia conforme os padrões da OMM,
OACI e interesses nacionais.
ONU
OACI OMM
(ICAO) (WMO)
CNMA
REM RCM
EMS CMA
EMA CMV
ERM CMM
Figura 11 – Organograma de organizações da área de Meteorologia.
Fonte: Organizado por Cabral, E.
12
2. ATMOSFERA
13
Nas faixas de baixas latitudes, próximas ao equador, a maior incidência
de radiação solar faz com que as moléculas de ar sejam mais expandidas e
a altura da troposfera seja maior e, em direção aos polos, com temperaturas
cada vez menores, a troposfera se torna cada vez menor.
14
A Ionosfera ou Termosfera é uma camada eletrizada, que vai de 70 km
até cerca de 400 a 500 km de altitude. A ionização da camada ocorre pela
absorção dos raios gama, raios X e ultravioleta do Sol. Esta camada auxilia
na propagação das ondas de rádio.
15
3. BALANÇO DE ENERGIA E RADIAÇÃO
16
A energia solar, ao penetrar na atmosfera, é parcialmente
absorvida por constituintes do ar (O3, CO2, vapor d’água etc) sofrendo
uma atenuação. A energia solar absorvida pela superfície da Terra
provoca seu aquecimento. A superfície aquecida passa a irradiar calor,
uma parte é absorvida por nuvens e por partículas em suspensão e outra
é devolvida à superfície, se constituindo no Efeito Estufa, que é
intensificado com a poluição atmosférica e tende a tornar a Terra mais
aquecida.
17
A radiação solar incidente em um ponto da superfície da Terra
pode vir diretamente do sol (radiação direta) ou decorrer da ação de
espalhamento da atmosfera (radiação difusa) – reflexão causada pelas
nuvens e por poeiras encontradas na atmosfera, conforme mostrado na
figura 14.
Para um dado ponto da superfície chama-se radiação global à
soma da contribuição direta com a difusa.
Na região equatorial se verifica o máximo de radiação difusa
(muitas nuvens), enquanto que a radiação direta é máxima entre 20º e 30º
de latitude (norte e sul) – regiões desérticas, com menor nebulosidade.
18
O albedo, por sua vez, é a relação entre o total de energia
refletida e o total da energia que incide sobre uma superfície. O albedo
médio da Terra é 0,35 (35%).
19
TABELA 2 - ALBEDO DE VÁRIOS TIPOS DE
SUPERFÍCIE
SUPERFÍCIE ALBEDO
%
Solonegroseco
e 14
Solonegroúmido
e 8
Solo
nu 7-20
Areia 15-25
Florestas 3-10
Camposnaturais 3-15
Camposdecultivosecos 20-25
Gramados 15-30
Neverecém-caída 80
Neve caída há dias ou 50-70
semanas
Gelo 50-70
Água,altitudesolar>40° 2-4
Água,altitudesolar5-30° 6-40
Cidades
Fonte: AYOADE, 1986, p. 29
14-18
20
04. TEMPERATURA
21
Figura 16 – Termógrafo
Fonte: http://www.meteochile.cl
22
Figura 18 - Sensor de temperatura de pista do
Aeroporto de Guarulhos
Fonte: CABRAL, E.
C = F- 32
5 9
Obs.: Nos computadores de bordo existe uma régua para a conversão
das respectivas escalas.
23
Condução: é a transferência de calor de molécula a molécula, como
por exemplo, nos metais. O ar rarefeito, por sua vez , é um péssimo condutor
de calor, assim como elementos como cortiça, amianto, feltro, lã etc.
Ex.: Ao aquecermos continuamente a ponta de uma haste de ferro ocorrerá o
aquecimento de toda a sua superfície pelo processo de condução de calor.
24
Densidade do ar: a densidade pode ser definida como a relação entre
a massa ou quantidade de determinada substância e o seu volume. Nos
níveis inferiores da atmosfera o ar apresenta uma maior concentração de
moléculas, diminuindo conforme aumenta a altitude; portanto, a densidade
do ar é inversamente proporcional à altitude. A temperatura também influi na
densidade do ar, visto que, por exemplo, o ar quando aquecido se torna mais
leve e se expande (menor densidade).
Variação da temperatura
Diária - Devido ao movimento de rotação da terra, existe uma variação
diurna/noturna da temperatura, sendo que o seu valor máximo ocorre por
volta das 16 horas, após o aquecimento da superfície e o valor mínimo
próximo do nascer do sol.
25
Latitudinal - De acordo com a curvatura e a inclinação da terra, a
região que mais recebe energia solar, durante o ano, é a localizada entre as
latitudes de 23º N e 23ºS (região tropical) e dentro desta, existe uma região
mais aquecida – equador térmico, cuja posição média é 5ºN, variando em
latitude de acordo com a estação do ano.
26
Inversão térmica – é o fenômeno natural que ocorre quando, em uma
determinada porção da atmosfera, a temperatura aumenta com a altitude. É
comum nos períodos de outono e inverno devido ao resfriamento da
superfície durante as noites e madrugadas e o surgimento de uma camada
superior de inversão. Próximo à superfície é comum a formação de nevoeiros
de radiação. Outros tipos de inversão térmica podem estar associados a
frentes e subsidência em altitude.
27
5. UMIDADE
Temperatura(ºC) Conteúdodeumidade(g/m³)
-15 1,6
-10 2,3
-5 3,4
0 4,8
10 9,4
15 12,8
20 17,3
25 22,9
30 30,3
35 39,6
40 50,6
Fonte: Ayoade, J.O., 1986, p. 144
28
O ar úmido é mais leve que o ar seco, pois as moléculas de vapor d’
água (peso molecular) são mais leves que as moléculas de nitrogênio e
oxigênio.
29
CICLO HIDROLÓGICO
30
Sublimação – vapor – sólido (vapor d’água para cristais de gelo) ou
sólido-vapor (cristais de gelo para vapor d’água) – ex: formação de
nuvens cirrus.
Ebulição (artificial)
HIDROMETEOROS
São fenômenos meteorológicos formados pela agregação de moléculas
de vapor d´água em torno de núcleos de condensação ou higroscópicos (sal
marinho, fuligem, pólens, poeira, areia) por meio dos processos de
condensação ou sublimação. Podem ser depositados, suspensos ou
precipitados.
Depositados
Orvalho – condensação de vapor d´água sobre superfície mais fria.
Geada – sublimação do vapor com temperatura por volta de 0°C –
Em princípio as geadas não causam grandes danos à aeronavegabilidade
e podem se formar tanto no solo quanto em vôo, depositando-se em fina
31
camada, aderindo aos bordos de ataque, pára-brisa e janelas dos aviões.
Quando a aeronave desce de uma camada superesfriada para uma
camada úmida e mais quente, poderá haver a formação de um gelo leve,
macio e pouco aderente, que pode ser removido pelos métodos
tradicionais, porém o gelo pode reduzir momentaneamente a visibilidade
do piloto devido à sublimação no pára-brisa, devendo esse gelo ser
removido com o uso dos próprios limpadores. As geadas ocorrem também
em superfície, particularmente em noites claras de inverno, devido à perda
radiativa, em ondas longas, do calor do solo para o espaço.
Escarcha – sublimação do vapor d´água em superfícies verticais como
árvores.
Suspensos
Nuvens – gotas d´água ou cristais de gelo, de acordo com a altura em que
se formam.
Nevoeiro – gotas d´água ou cristais de gelo restringindo a visibilidade
horizontal a menos de 1000 metros, com elevados valores de umidade
relativa do ar, geralmente próximos a 100%, causando riscos às
operações aéreas.
Névoa úmida – gotas d´água com UR >= 80% e visibilidade horizontal >=
Precipitados
Caracterizam-se pelo tipo (chuva, chuvisco, neve, granizo e saraiva),
intensidade (leve, moderada ou forte) e caráter (intermitente, contínua ou
pancadas)
32
Chuva – gotículas d´água que caem das nuvens e tem diâmetros >= 0,5
mm
Chuvisco – gotículas d’ água que precipitam das nuvens baixas (stratus) e
podem reduzir significativamente a visibilidade horizontal – gotículas com
LITOMETEOROS
Fenômenos meteorológicos que ocorrem com a agregação de partículas
sólidas suspensas na atmosfera – UR < 80 %
Névoa seca – partículas sólidas (poluição) que restringem a visibilidade
entre 1000 e 5000 metros (METAR)
Poeira – partículas de terra em suspensão
Fumaça – partículas oriundas de queimadas – distingue-se pelo odor.
33
acidentes aéreos ocorridos em 2002 associados à presença de fumaça
(Guarantã do Norte – MT e Fazenda Tarumã – PA)
INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS
Figura 22 – Foto interna do abrigo meteorológico da Estação Meteorológica de Vargem, SP, pertencente à
SABESP, contendo um psicrômetro, termômetros de máxima e mínima, higrotermômetro digital,
microbarógrafo e higrotermógrafo.
Fonte: CABRAL, E.
34
6. PRESSÃO ATMOSFÉRICA
35
Figura 25 – Variação da pressão com a altitude.
Fonte: http://www.geog.ouc.bc.ca/physgeog/home.html
Instrumentos
O instrumento que mede a pressão é o barômetro e os que registram
são o barógrafo e o microbarógrafo.
Exemplos:
Barômetro de mercúrio (hidrostático)
Barômetros aneróides (elásticos) – microbarógrafo, altímetro.
36
Figura 27 – Foto de um microbarógrafo
Fonte: http://www.meteochile.cl
37
Figura 29 - Foto de altímetro.
Fonte: http://www.meteochile.cl
VARIAÇÃO DE PRESSÃO:
38
Dinâmica – de acordo com os deslocamentos das massas de
ar/sistemas. Ex.: Se uma massa de ar mais fria ou mais seca se desloca
para uma determinada região, a pressão aumenta e, se uma massa de ar
mais quente ou mais úmida se desloca, haverá a diminuição da pressão
atmosférica à superfície.
SISTEMAS DE PRESSÃO
39
Crista – área alongada de altas pressões, onde predomina o tempo
estável.
40
Colo – região localizada entre dois sistemas de altas e dois si stemas
de baixas pressões (vide figura 33); apresenta normalmente ventos com
direções variáveis, porém com pouca intensidade.
41
Figura 33 – Sistemas atmosféricos do globo.
Fonte: Jeppesen, 2004.
42
Figura 34 - Exemplo de Carta Sinótica da América do Sul
Fonte: http://www.mar.mil.br
43
Figura 35 – Simbologia utilizada em Cartas Sinóticas
Fonte: http://www.mar.mil.br
44
7. MASSAS DE AR E FRENTES
FRIA (K)
COM RELAÇÃO Á UMIDADE CONTINENTAL (C) = SECA
MARÍTIMA (M) = ÚMIDA
45
nebulosidade formada na região amazônica se desloca para as regiões
centro oeste e sudeste, caracterizando o fenômeno da ZCAS (Zona de
Convergência do Atlântico Sul).
46
Figura 36 – Esquema de frente fria e frente quente
Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7s.html
Existem 4outipos
estacionária quasedeestacionária
frentes, a efrente fria,oclusa.
a frente a frente quente, a frente
Elevação da temperatura
47
A faixa de nebulosidade e de mau tempo, com até 60 km de largura,
com a presença de várias nuvens cumulonimbus (Cb) recebe a denominação
de linha de instabilidade, que se forma nas latitudes temperadas e
subtropicais antes da chegada de uma frente fria de rápido deslocamento.
Uma frente fria surge quando uma massa de ar frio empurra uma
massa de ar quente, ocupando o lugar desta. A frente fria é justamente a
área de embate entre essas duas massas de ar.
Características principais:
Deslocamento:
Hemisfério Sul – SW para NE
48
Precipitação leve e contínua.
Nevoeiro se forma antes de sua passagem.
Por fim, a frente oclusa ocorre quando uma frente fria alcança uma
frente quente e uma ou outra eleva o ar mais quente; forma-se associada a
um Ciclone Extratropical (Baixa pressão de forte intensidade).
49
8. ALTIMETRIA
nos altímetros das aeronaves, foi criada a atmosfera padrão, para servir de
base para os vôos.
CONCEITOS:
ATMOSFERA PADRÃO (ISA – International Standard Atmosphere):
atmosfera hipotética idealizada por intermédio de médias climatológicas de
várias constantes físicas a uma latitude de 45º, entre as quais:
Temperatura no nível médio do mar = 15ºC
Pressão atmosférica de 1013,2 hPa (29,92 pol. Hg ou 760 mm hg) ao
nível do mar
Taxa de variação térmica na troposfera de cerca de 6,5 ºC por quilômetro
ou aproximadamente 2ºC para cada 1000 pés.
Tropopausa de 11 km (36.000 pés) com temperatura de –56,5ºC.
DEFINIÇÕES:
Altímetro: barômetro aneróide que dá indicações de altitude ou altura a
partir de uma pressão de referência. Conforme a aeronave sobe na
atmosfera o altímetro indica altitude ou altura maiores, tendo em vista
encontrar pressões menores (atmosfera mais rarefeita e menor altura da
coluna de ar).
50
Existem três erros específicos de altimetria relacionados com as
condições atmosféricas não padrão:
Pressão ao nível médio do mar diferente de 1013,2 hPa;
Temperatura maior ou menor que a temperatura padrão (15ºC ao nível
médio do mar);
Fortes rajadas verticais.
51
Tabela 5 – Níveis de pressã o constante
PRESSÃO ALTITUDE PRESSÃO
hPa Pés Metros FL
850 4781 1457 050(5.000pés)
700 9882 3012 100(10.000pés)
500 18289 5574 180(18.000pés)
300 30065 9164 300(30.000pés)
250 33999 10363 340(34.000pés)
200 38662 11784 390(39.000pés)
52
CAMADA DE TRANSIÇÃO: espaço aéreo situado entre a altitude de
transição e o nível de transição. O procedimento de transição é muito
simples: as aeronaves que descendem ao nível de transição vem ajustadas
em relação a níveis de vôo (QNE); ao descerem abaixo do nível de transição,
o altímetro será ajustado com o QNH do aeródromo para indicar a altitude
até a aproximação final. Na decolagem o procedimento será justamente o
inverso.
53
Os principais fatores que afetam a AD são a altitude, temperatura e
umidade do ar. Quanto maior a altitude e mais quente estiver a temperatura
ambiente, menor será a densidade do ar e, consequentemente, maior a AD.
Em termos médios, a altitude densidade aumenta cerca de 100 pés (acima
da altitude pressão) para cada ºC de aumento na temperatura acima do
padrão.
54
TAT: temperatura verdadeira do ar (temperatura de bordo corrigida
para os erros instrumental e do atrito com o vento). Utilizada nos cálculos de
altitude densidade e verdadeira de uma aeronave em vôo.
55
T = diferença entre a temperatura lida e a temperatura ISA.
AD = altitude densidade
AP = altitude pressão
100 = constante
EM SUMA:
TAT > ISA » AD > AP = atmosfera mais quente/pressão mais baixa
56
AI = 2000 PÉS - 150 PÉS
AI = 1.850 PÉS
QNH < QNE » AI < AP
57
9. VISIBILIDADE, NUVENS E NEVOEIROS.
58
Figura 39 – Modelo de carta de visibilidade
Fonte: E-fly.
59
Visibilidade oblíqua – visão do piloto quando em vôo em relação a um
ponto no terreno.
Visibilidade de aproximação – distância na qual um piloto, em sua
trajetória de planeio de aproximação por instrumento, pode ver os auxílios
Figura 41 – Diafanômetro
Fonte: http://www.vaisala.com
60
As nuvens são fenômenos meteorológicos (aglomerado de partículas
de água, líquidas e/ou sólidas, em suspensão na atmosfera) formados a
partir da condensação ou sublimação do vapor d’água na atmosfera.
61
Figura 42 – Esquema de gêneros de nuvens conforme a altura
Fonte: Cabral e Romão (2000)
62
Um dos critérios mais utilizados para a identificação e classificação de
nuvens é por sua altura, conforme a tabela a seguir.
63
Estágio médio (alturas entre 2 e 8 km)
Nimbostratus – cinzentas e espessas, podem dar srcem à chuva ou neve
leve ou moderada de caráter contínuo;
Altostratus – véu que normalmente cobre todo o céu e pode gerar chuv a
64
Figura 43 – Quadro de nuvens
Fonte: Torelli, D.
65
Convectivo – formado pelas correntes ascendentes devido ao
aquecimento basal, particularmente na primavera e verão. Formam
Cumulus e muitas vezes Cumulonimbus, principalmente nas tardes.
Os nevoeiros
condensação são fenômenos
e/ou sublimação meteorológicos
do vapor d’água próximo da resultantes da
superfície e que
restringe a visibilidade horizontal a menos de 1.000 metros. É fator de risco
com relação às operações aéreas, pois pode causar a restrição operacional
de um ou mais aeródromos durante várias horas, principalmente no
outono/inverno no sudeste e sul do Brasil.
66
Em relação aos seus tipos operacionais, podem ocorrer:
Nevoeiro de superfície – ocorre mais próximo da superfície, sem grande
espessura e permite observar o céu, outras nuvens e obstáculos naturais;
Nevoeiro de céu obscurecido – restringe, além da visibilidade horizontal,
também a visibilidade vertical (Ex.: METAR – VV001)
67
1) Pré- frontal – associadas às frentes quentes, quando uma massa de ar
mais aquecida avança sobre uma massa de ar mais fria;
2) Pós- frontal – forma-se após a passagem de frentes frias, após a
68
10. TROVOADAS
69
Figura 46 – Foto do desenvolvimento de uma nuvem de trovoada no estágio Cumulus
Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7t.html
70
Figura 47 – Foto de um Cumulonimbus na fase de maturidade
Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7t.html
71
Trovoadas advectivas – ocorre mais freqüentemente no inverno sobre
os oceanos, com o transporte de ar frio sobre a superfície de água mais
quente, com a absorção de calor e a formação de instabilidade.
72
11. CÓDIGOS METEOROLÓGICOS
METAR
Ex. METAR SBGR 272200Z 18015G25KT 0800 R09/1000N
R27/1200D +RA BKN012 OVC070 19/19 Q1012 RETS WS LDG R27=
Decodificação:
METAR – Identificação do Código - Boletim meteorológico regular para
fins aeronáuticos.
73
SPECI – Boletim meteorológico especial selecionado – informado nos
horários em que não for previsto o Boletim METAR e quando houver
alteração significativa nas informações contidas na última mensagem.
272200Z – Grupo Data Hora – indica o dia e a hora (UTC) em que foi
expedida a Observação.
74
As rajadas são informadas quando, em relação à intensidade média, os
ventos atingem uma velocidade máxima de pelo menos 10 kt, em um período
de até 20 segundos. É identificada pela letra G (Gust).
75
Obs.: Para visibilidades menores que 50 metros, informa-se 0000.
76
1) Se o valor for menor que o parâmetro mínimo que o equipamento pode
medir, informa-se M; ex.: R09/0050M – M inferior a 50 metros.
2) Se o valor for maior que o parâmetro máximo que o equipamento pode
medir, informa-se P; ex.: R09/P2000 – P superior a 2.000 metros.
77
BKN012 OVC070 – Nublado com 1.200 pés e encoberto com 7.000
pés. Indica o grupo de nebulosidade existente sobre o aeródromo ou a
visibilidade vertical no caso da existência de nevoeiro de céu obscurecido.
Quantidade: indica com abreviaturas para as seguintes coberturas do céu:
RETS WS LDG R27 – trovoada recente e wind shear na pista 27. Faz
parte das informações suplementares e relata fenômenos que ocorreram
durante a hora precedente e também turbulência e tesoura de vento.
78
Previsão tipo tendência – evolução do tempo prevista de até duas
horas a partir do boletim meteorológico e inseridas no final das mensagens,
com os seguintes identificadores de mudança previstos – BECMG, TEMPO e
NOSIG. Ex.: METAR SUMU 271500Z 4000 BR FEW020 18/16 Q1018
BECMG FM 1530 TL 1600 2000 – indica mudança de visibilidade entre 1530
e 1600 UTC, prevalecendo após esse horário.
79
Outros exemplos:
10/02/2009 SBPA 101600 10009KT 9999 FEW030 32/21 Q1011=
Q1015=
80
Q1007 NOSIG=
DECODIFICAÇÃO:
TAF – identificador do código.
SBGR – indicador de localidade – Aeródromo de Guarulhos.
81
271000Z – data e hora de confecção da previsão. Dia 27 às 1000 UTC.
82
Outras abreviaturas – FM (From) – a partir de determinado horário (ex:
FM 271800 – a partir das 18h00 UTC do dia 27) e PROB – probabilidade de
30 ou 40% de ocorrer a mudança em um período de tempo.
83
111800 TX31/1117Z PROB40 1018/1022
17015KT 7000 TSRA BKN025
FEW040CB BECMG 1022/1024
13010KT 9000 NSC BECMG
1111/1113 06005KT FEW030
84
111800 TX30/1116Z PROB30 TEMPO
1104/1112 7000 SHRA BKN015
RMK PCP=
85
1100/1103 CAVOK=
86
PREVISTO TEMPESTADE COM
VENTO DE RAJADA
17010/25KT=
87
pelas coordenadas geográficas, movendo-se para leste, com 12 nós de
velocidade e sem variação (NC- no change).
88
12. CARTAS METEOROLÓGICAS
CARTAS SIGWX
Figura 48 – Carta SIGWX da América do Sul do dia 09 de ab ril de 2004 – 18h00 UTC
Fonte: http://www.redemet.aer.mil.br
89
CARTAS WIND ALOFT PROG
Cartas de previsão de vento e temperatura em altitude, elaboradas pelo
CNMA a cada 12 horas, nos horários das 00h00 e 12h00, com antecedência
de 24 horas, para os FL 050, FL100, FL180, FL240, FL300, FL340, FL390,
FL450 e FL630. Cada carta tem validade de 12 horas, valendo 6 horas antes
e 6 horas depois do horário constante na carta.
Figura 49 – Carta WIND ALOFT PROG do dia 09 de abril de 2004 – 12h00 UTC – FL300
Fonte: http://www.redemet.aer.mil.br
90
13. ESTABILIDADE E INSTABILIDADE ATMOSFÉRICA
91
Processo adiabático – processo de aquecimento ou resfriamento de
uma partícula de ar sem troca de calor com o meio (o ar é um mau condutor
de calor).
92
Estabilidade atmosférica – Conforme o gradiente térmico vertical
existente, a atmosfera apresentará 3 situações possíveis (estabilidade
absoluta, instabilidade absoluta e atmosfera condicionada).
93
fórmula (T – TD) x 125 m; os dados devem ser extraídos dos boletins
METAR e SPECI.
Obs.: tal cálculo somente deve ser utilizado para formações cumuliformes de
srcem local (aquecimento local) e não para formações de gênese orográfica
ou frontal.
94
14. TURBULÊNCIA
D) Turbulência dinâmica:
D.1) Turbulência frontal – turbulência surgida com a presença de sistema
frontal.
95
D.2) Turbulência em ar claro (Clear Air Turbulence - CAT) –
turbulência que surge sem nenhuma indicação visual, sob céu claro;
geralmente está associada à Corrente de Jato (Jet Stream), com velocidades
acima de 50 kt e de até 300 kt em altitudes acima de 20.000 ft; as cartas
SIGWX dos FL250 /630 mostram as áreas previstas de CAT e JET STREAM.
96
ter uma distância adequada para não sofrerem acidentes sérios (ex.:
aeronave pequena deve ter separação de 6 milhas de uma aeronave
considerada pesada – B747).
97
Tabela 9 – Intensidade de turbulência
INTENSIDADE IDENTIFICAÇÃO
A aeronave sofre acelerações verticais inferiores a 2
LEVE m/s, porém não sofre alterações significativas em sua
altitude. A tripulação sente a necessidade de utilizar
cinto de segurança, mas os objetos continuam em
repouso. O serviço de bordo pode prosseguir
normalmente. Encontra-se pouca ou nenhuma
dificuldade ao se caminhar pelo corredor da aeronave.
MODERADA A aeronave sofre acelerações verticais entre 2 m/s e 5
m/s, podendo sofrer mudança de altitude, porém
continua sob controle. É necessário o uso do cinto de
segurança. Os objetos soltos podem se deslocar e
encontra-se dificuldade para executar o serviço de
bordo ou se deslocar pelo corredor da aeronave.
FORTE A aeronave sofre acelerações verticais entre 5 m/s e 8
m/s, sofrendo bruscas mudanças de altitude. Pode-se,
momentaneamente, perder o controle da aeronave. Os
objetos soltos são fortemente lançados de um lado para
o outro e os instrumentos a bordo vibram de modo
intenso, criando sérias dificuldades para o piloto.
Passageiros podem entrar em pânico devido aos
movimentos
e o caminhar violentos da aeronave.
pelo corredor O serviçosedetornam
da aeronave bordo
impraticáveis.
SEVERA A aeronave sofre acelerações verticais superiores a 8
m/s. Em tal situação é impossível o controle da
aeronave e, devido à forte trepidação, podem ocorrer
danos à sua estrutura.
98
A ocorrência dos fenômenos de gradiente de vento e turbulência está
extremamente associada, diferenciando-se basicamente na ordem de
grandeza de escala, relativa ao tamanho da aeronave e sua velocidade. A
escala do gradiente de vento (WS) é maior que a da turbulência. O gradiente
do vento altera a velocidade da aeronave e, portanto, sua sustentação. A
turbulência afeta mais o controle da aeronave devido à forte trepidação.
99
14. VENTOS E CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA
100
Conforme o atrito com a superfície, pode-se dividir os ventos em 3 tipos:
1) Vento de superfície – até 100 metros do solo – máximo atrito;
2) Vento superior – de 100 até 600 metros – área de transição;
3) Vento gradiente – acima de 600 metros – fluxo livre de ventos.
101
preferencialmente, contra o vento, garantindo maior sustentação às
aeronaves.
CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA
102
2) Ventos Predominantes de Oeste – Fluem a partir dos anticiclones
subtropicais nos dois hemisférios em direção aos pólos, com fluxo
predominante de oeste e intensificando nas latitudes mais altas.
103
Figura 53 -Esquema da Circulação Atmosférica.
Fonte: Salvat, 1980.
104
Corrente de Berson – Ventos que ocorrem no Equador, acima de
60.000 pés, de W-E, com velocidades acima de 100 kt em direção aos
pólos.
105
Figura 54 – Esquema de brisa marítima
Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7o.html
106
Monções – circulação de ventos que ocorrem em algumas regiões do
planeta (ex.: sul da Índia), com predominância dos ventos soprando do
mar (monções de verão), causando chuvas abundantes ou soprando
do continente (monções de inverno) causando longo período de seca.
107
Ventos de montanha – ocorrem durante a noite, com a descida, pelas
encostas, do ar mais frio em direção aos fundos de vale.
108
16. FORMAÇÃO DE GELO
“No dia 27 de dezembro de 1991, um MD-81 teve que fazer um pouso forçado fora
do aeroporto, partindo-se em três pedaços, pouco depois da decolagem. Quando o avião
corria na pista e iniciava a rotação para subir, o gelo que se tinha formado sobre as asas
desprendeu-se e foi ingerido pelas turbinas, situadas na cauda, que, em conseqüência,
pararam”. “O efeito mais devastador da formação de gelo é a modificação do perfil
aerodinâmico da asa. Quando se forma gelo, o fluxo de ar é alterado e a sustentação é
gravemente afetada. Testes feitos pela FOKKER, no túnel aerodinâmico, mostraram que
mesmo uma camada de gelo fina como uma folha de papel faz a sustentação diminuir em
25%....” (Pessoa, L.T., JT, 14/05/92, p.3 – Caderno de Turismo).
109
Tabela 10 – Tipos de gelo
Tipodegelo Condiçãodaatmosfera Faixade
temperatura
Gelo claro (brilhante, denso
e translúcido), cristal, liso ou
vidrado (mais perigoso - atmosfera instável ou Entre 0ºC e –
devido à maior aderência e condicional instável 10ºC
dificuldade de remoção de
grandes gotículas
superesfriadas)
Nebulosidade associada:
Gelo tipo cristal está vinculado ao ar instável e turbulento estando,
portanto, associado às nuvens cumuliformes (Cu e Cb)
Gelo tipo escarcha ocorre principalmente em atmosfera estável e sem
turbulência, estando associado à nuvens estratiformes (St, As)
110
aeronave, cria uma fina camada de gelo esbranquiçada, de aparência de
neve.
Intensidade de formação de gelo
111
Áreas críticas da aeronave em relação ao gelo
Sistemas Antigelo
São divididos em dois tipos: os anticongelantes (anti-ice), que impedem
a formação de gelo e os descongelantes (de-ice), que procuram retirá-lo.
Sistema mecânico:
Evita o acúmulo de gelo, mas não sua formação. Atua por meio de capas de
borrachas inseridas nos bordos de ataque das asas e empenagens. Tais
capas inflam ar comprimido periodicamente e rompem o gelo formado.
Sistema térmico:
Evita e combate a formação de gelo, aquecendo as partes mais
vulneráveis da aeronave, através de resistências elétricas incandescentes ou
por meio de fluxos de ar aquecido dos motores.
112
Sistema químico:
Geralmente tal sistema é usado de maneira preventiva nas hélices,
pára-brisas e carburadores, a partir de fluidos anticongelantes constituídos
de água e álcool etílico, que tem a capacidade de liquefazer o gelo formado
ou impedir tal formação.
113
1 = leve; 2 = leve/moderada; 3 = moderada; 4 = moderada/severa e 5 =
severa; as altitudes são plotadas em verde.
114
LISTAS DE TESTES
115