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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

MATO GROSSO – CAMPUS CÁCERES


BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL
VALÉRIA LUCÉLIA DE OLIVEIRA CORRÊA

ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

CÁCERES – MT

2014
VALÉRIA LUCÉLIA DE OLIVEIRA CORRÊA

ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em


Engenharia Florestal do Instituto Federal de Mato
Grosso – Campus Cáceres, como requisito parcial
para aprovação da disciplina de Meteorologia e
Climatologia Florestal.

Orientação: Alexandre Santos

CÁCERES – MT

2014
INTRODUÇÃO

O universo abrange dimensões inimagináveis, são milhões e milhões de


quilômetros repletos de galáxias, planetas, entre outros componentes.

A Via-Láctea é a galáxia a qual fazemos parte, composta basicamente por


estrelas, matéria interestelar, poeira cósmica, gases, etc. Uma dessas estrelas é o Sol, em
torno do qual giram nove planetas que se encontram em órbitas (um em cada uma),
estas, por sua vez, mantem-se de tal modo que não se chocam em nenhum instante,
possivelmente, devido à alguma força de atração ali existente. Ao grupo de planetas que
se encontram nas órbitas denomina-se sistema solar.

Um dos planetas que compõe o sistema solar é a Terra, sendo o terceiro deles de
acordo com a proximidade ao Sol. São muitas as teorias relacionadas à origem da Terra,
porém, a mais aceita sugere que tanto a Terra como o Sol tenham surgido na mesma
época, há aproximadamente 5 bilhões de anos, resultante de uma explosão.

A Terra é dividida em 4 regiões principais: núcleo, manto, crosta e atmosfera. A


atmosfera é a camada mais externa da Terra, composta basicamente por partículas
sólidas, massas líquidas e elementos gasosos, sendo também constituída por camadas, a
Troposfera é a primeira delas, é onde ocorre a maioria dos fenômenos meteorológicos,
sua espessura varia de acordo com as estações do ano. Os movimentos atmosféricos,
tanto verticais quanto horizontais, são intensos nessa camada.

A poluição do ar tem contribuído significativamente para a alteração na


composição da atmosfera, visto que houve um aumento considerável na emissão de
monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, entre outros. As
vítimas da poluição atmosférica não são somente aquelas que se encontram na região da
fonte poluidora, mas também àquelas próximas do local, haja vista que o vento, nesse
sentido, funciona como um agente transportador desses poluentes, além das alterações
provocadas no clima que influenciam o surgimento de fenômenos naturais como
tsunamis.

As observações meteorológicas com o decorrer do tempo tem se beneficiado


com os avanços tecnológicos, porém, ainda não é possível que se dispense técnicas
tradicionais. Profissionais mais especializados nessa área são fundamentais para um
melhor conhecimento a respeito do comportamento da atmosfera assim como prever os
possíveis fenômenos que nela podem acontecer, contribuindo assim para uma melhor
produtividade humana com menor esforço, viagens, cultivos, competições esportivas,
eventos artísticos, entre outros.

Em 1873 foi criada a Organização Meteorológica Internacional, e, a partir daí,


novos estudos tanto sobre a meteorologia como dos fenômenos meteorológicos foram se
desenvolvendo. Hoje, sabe-se que existem inúmeras estações, tanto climatológicas
como meteorológicas que buscam não só obter a previsão do tempo, mas também outras
informações relacionadas ao clima e fenômenos meteorológicos.

Nas páginas a seguir encontram-se informações um pouco mais detalhadas a


respeito das estações meteorológicas, os equipamentos utilizados durante as medições
assim como os horários em que tais medições são realizadas.
ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

De acordo com o departamento de Meteorologia da UFMS (Universidade


Federal de Santa Maria), a Meteorologia pode ser definida como “a ciência que estuda
os processos físicos que governam o comportamento da atmosfera e as interações entre
os fenômenos atmosféricos e a superfície da Terra”, (...) cujo objetivo principal é
“explorar o conhecimento a respeito dos fenômenos atmosféricos e aplica-lo para a
previsão do tempo e clima”, através de “equações clássicas da física e ferramentas
matemáticas e computacionais para representar de uma maneira objetiva a estrutura e o
movimento da atmosfera”. A meteorologia, nesse sentido, busca não só o conhecimento
dos processos físicos que acontecem na atmosfera e a relação que estes possuem com o
nosso planeta, mas também à sua aplicação de modo que beneficie a vida do homem
assim como a previsão de acontecimentos futuros. A utilização de equações clássicas e
ferramentas computacionais contribuem de modo significativo para estruturar os
movimentos meteorológicos da atmosfera que afetam a superfície terrestre.
Segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), “os fenômenos
meteorológicos são estudados a partir de observações, experiências e métodos
científicos de análise”. Para a realização de tais estudos, é necessária a obtenção de
dados, sejam estes obtidos através de imagens de satélites, instrumentos, métodos
específicos, métodos tradicionais, entre outros. O local onde esses dados são obtidos e
que, normalmente é onde se encontram todos os instrumentos e aparelhos destinados a
este fim, são ditos estações meteorológicas, existindo cerca de 400 em todo o território
nacional controladas pelo INMET. Nas estações são obtidos dados como temperatura,
umidade relativa do ar, velocidade do vento, etc., que possibilita a comparação e então
formulação das previsões. As principais estações meteorológicas são as estações
automáticas e as estações convencionais.

Estação Meteorológica Automática (EMA)


O INMET define a EMA como aquela que “coleta, de minuto em minuto, as
informações meteorológicas (temperatura, umidade, pressão atmosférica, precipitação,
direção e velocidade dos ventos, radiação solar) representativas da área em que está
localizada. A cada hora, estes dados são integralizados e disponibilizados para serem
transmitidos, via satélite ou telefonia celular, para a sede do INMET, em Brasília. O
conjunto dos dados recebidos é validado, através de um controle de qualidade e
armazenado em um banco de dados. Além disto, os dados são disponibilizados
gratuitamente, em tempo real, através da internet (...) para a elaboração de previsão do
tempo e dos produtos meteorológicos diversos de interesse de usuários setoriais e do
público em geral e para uma vasta gama de aplicações em pesquisa em meteorologia,
hidrologia e oceanografia”.
Através de informações obtidas pelo INMET, uma EMA é composta por
subsistemas voltados à:
1. Coleta de dados: A coleta de dados é realizada através de sensores que medem
os parâmetros meteorológicos que serão observados e, nessa estação, os dados
obtidos são:
 Temperatura instantânea do ar;
 Temperatura máxima do ar;
 Temperatura mínima do ar;
 Umidade relativa instantânea do ar;
 Umidade relativa máxima do ar;
 Umidade relativa mínima do ar;
 Temperatura instantânea do ponto de orvalho;
 Temperatura máxima do ponto de orvalho;
 Temperatura mínima do ponto de orvalho;
 Pressão atmosférica instantânea do ar;
 Pressão atmosférica máxima do ar;
 Pressão atmosférica mínima do ar;
 Velocidade instantânea do vento;
 Direção do vento;
 Intensidade da rajada do vento;
 Radiação solar;
 Precipitação acumulada no período;
 E outros parâmetros específicos.
Além dos parâmetros meteorológicos, são transmitidas informações como:
 Identificação da estação;
 Tensão (voltagem) da bateria;
 Temperatura do ar dentro da caixa de proteção de alguns subsistemas.
2. Controle de armazenamento: Composto por um processador central que faz o
registro dos dados coletados em um período especificado em uma unidade de
memória que contém as instruções programadas para aquela unidade.
3. Energia (painel solar e bateria): É o sistema que faz com que a estação seja
independente do sistema elétrico externo, de modo que não dependa de algum
equipamento ou sala para a sua operação diária. É composto por baterias e um
painel, sendo o sistema responsável pelo fornecimento de energia para o
funcionamento da EMA.
4. Comunicação: É o responsável pela transmissão dos dados coletados e que estão
armazenados na memória.
E estação deve ser instalada numa área cuja base se encontre distante de
qualquer obstrução natural ou predial, preferencialmente em área gramada com
aproximadamente 14m por 18m. Nela, os sensores e demais instrumentos serão fixados
em mastros que se encontrarão a 10m de altura aterrado eletricamente e protegido por
para-raios.
Os dados coletados são enviados para o CCIM automaticamente, onde será
validado e disponibilizado em tempo real para seus usuários.

Estação Meteorológica Convencional (EMC)


É aquela “composta de vários sensores isolados que registram continuamente
os parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade relativa do
ar, precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento, etc), que são lidos e
anotados por um observador a cada intervalo e este os envia a um centro coletor por um
meio de comunicação qualquer”.
Esse tipo de estação também obtém dados como os da EMA, porém, seu meio
de obtenção se difere, além das informações obtidas pela estação anteriormente citada,
manualmente, um observador pode enviar informações como:
 Nebulosidade total;
 Código da nuvem;
 Visibilidade horizontal

EMA x EMC
Ambas as estações meteorológicas tem em comum a obtenção de dados, se
diferenciando no modo e tempo em que são obtidos, podendo ou não apresentar
diferença nos dados obtidos quando são submetidos a uma comparação. No primeiro
caso, ocorre sem auxílio de terceiros, de forma automática, de hora em hora; enquanto
que, no segundo, é necessário tal auxílio, as informações são obtidas manualmente e de
tempo em tempo. Os dados obtidos, tanto nas estações meteorológicas automáticas
como convencionais, são encaminhados para o Centro de Controle de Informação
Meteorológica (CCIM) onde serão estudados e aplicados para a obtenção da previsão do
tempo, entre outras informações para objetivos específicos.

Instrumentos Utilizados na Obtenção de Dados Meteorológicos


Nas estações (segundo o INMET), são obtidos dados referentes à temperatura,
umidade, radiação, pressão, precipitação, vento, nebulosidade, visibilidade, entre outros,
de acordo com o INMET e, para a obtenção de tais dados, as estações são equipadas
com uma série de equipamentos destinados a este fim, os principais são:
 Anemógrafo: Registra continuamente a direção (em graus) e a
velocidade instantânea do vento (em m/s), a distância total (em km)
percorrida pelo vento com relação ao instrumento e as rajadas (em

m/s).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/anemog.jpg
 Anemômetro: Mede a velocidade do vento (em m/s) e, em alguns tipos,
também a direção (em graus).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/anemom_02.jpg

 Barógrafo: Registra continuamente a pressão atmosférica em


milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em milibares (mb).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/barog_03.jpg
 Barômetro de Mercúrio: Mede a pressão atmosférica em coluna de
milímetros de mercúrio (mm Hg) e em hectopascal (hPa).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/barom_04.jpg

 Evaporímetro de Piche: Mede a evaporação - em mililitro (ml) ou em


milímetros de água evaporada - a partir de uma superfície porosa,
mantida permanentemente umedecida por água.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/evapiche_05.jpg
 Heliógrafo: Registra a insolação ou a duração do brilho solar, em horas
e décimos.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/heliog_06.jpg

 Higrógrafo: Registra a umidade do ar, em valores relativos, expressos


em porcentagem (%).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/higrog_07.jpg
 Microbarógrafo: Registra continuamente a pressão atmosférica - em
milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em hectopascal (hPa), numa escala
maior que a do Barógrafo, registrando as menores variações de pressão,
o que lhe confere maior precisão.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/micbar_08.jpg

 Piranógrafo: Registra continuamente as variações da intensidade da


radiação solar global, em cal.cm².mm¹.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/piranog_09.jpg
 Piranômetro: Mede a radiação solar global ou difusa, em cal.cm².mm¹.

Fonte:http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/piranog_09.jpg

 Pluviógrafo: Registra a quantidade de precipitação pluvial (chuva), em


milímetros (mm).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/pluviog_11.jpg
 Pluviômetro: Mede a quantidade de precipitação pluvial (chuva), em
milímetros (mm).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/pluviom_12_1.jpg

 Psicrômetro: Mede a umidade relativa do ar - de modo indireto - em


porcentagem (%). Compõe-se de dois termômetros idênticos, um
denominado termômetro de bulbo seco, e outro com o bulbo envolvido
em gaze ou cadarço de algodão mantido constantemente molhado,
denominado termômetro de bulbo úmido.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/psicrom_13_1.jpg
 Tamque Evaporimétrico Classe A: Mede a evaporação - em milímetros
(mm) - numa superfície livre de água.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/tanque_14.jpg

 Termógrafo: Registra a temperatura do ar, em graus Celsius (°C).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/termog_15.jpg
 Termohigrógrafo: Registra, simultaneamente, a temperatura (°C) e a
umidade relativa do ar (%).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/termohig_16.jpg

 Termômetro de Máxima e Mínima: Indicam as temperaturas máxima e


mínima do ar (°C), ocorridas no dia.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/tmaxmin_17.jpg
 Termômetro de solo: Indicam as temperaturas do solo, a diversas
profundidades, em graus Celsius (°C).

Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/img/termsolo_18.jpg

Horários em que são realizadas as medições


Em estações meteorológicas automáticas, as coletas de dados são obtidas de
minuto em minuto e, a cada hora, estes dados são integralizados e disponibilizados para
serem transmitidos.
Nas estações convencionais, é necessário que um profissional ou alguém
treinado faça a coleta, que deve ser realizada de forma sistemática, ou seja, padronizada
no tempo. No Brasil, na rede oficial as leituras são feitas às 9, 15 e 21 horas de Brasília
que correspondem as 12,18 e 24 horas GMT (Greenwich Mean Time).

Centro de Controle de Informações Meteorológicas (CCIM)


O CCIM faz o controle permanente de toda a rede de estação meteorológica,
sua sede está em Brasília, cujo funcionamento é 24 horas por dia, durante 07 dias da
semana em 04 turnos.
Ele monitora o funcionamento de cada sensor da EMA, assim como das
baterias, painéis, etc.
Caso ocorra algum problema em alguma estação, o CCIM providencia o reparo
e conserto.
Também é responsável pelo controle do fluxo de dados entre os mecanismos
que interligam o Sistema de Comunicações Meteorológicas do INMET com suas
parcerias existentes no Brasil e no exterior.
CONCLUSÃO

Através das informações obtidas nas estações meteorológicas assim como o


mapeamento de imagens por satélite, são obtidos dados que servem não apenas na
previsão do tempo, mas que podem ser úteis em diversos setores, como:

 Agricultura: garantindo um bom plantio e colheita;


 Marinha: segurança durante suas atividades realizadas no meio
aquático;
 Aeronáutica: segurança durante suas atividades aéreas;
 Turismo: garantia de sucesso durante a viagem
 Entre outros.

Assim, com as informações obtidas sobre as mudanças climáticas que vem


ocorrendo e os possíveis fenômenos que podem atingir determinadas regiões, a
meteorologia pode ser considerada uma ciência de relevante significância.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INMET – Instituto Nacional de Meteorologia. Estações Automáticas. Disponível em:


<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesAutomaticas>. Acesso
em: 02 de Out. 2014.

____________________________________. Estações Convencionais. Disponível em:


<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesConvencionais/>.
Acesso em: 02 de Out. 2014.

___________________________________. Glossário. Disponível em:


<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home/page&page=glossario/>. Acesso
em: 03 de Out. 2014.

____________________________________. Instrumentos Meteorológicos.


Disponível em:
<http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/instrumentos/>.
Acesso em: 03 de Out. 2014.

Meteorologia básica e aplicações / Rubens Leite Vianello, Adil Rainier Alves. – Viçosa:
UFV, 2000.

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Notas de Aula – Aula 1 –


Estações Meteorológicas. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/lmqa/arquivos/uploads/NotasAula_1.pdf>. Acesso em: 03 de Out.
2014.

UFSM – Universidade Federal de Santa Maria. Meteorologia por definição.


Disponível em: <http://w3.ufsm.br/meteorologia/>. Acesso em: 01 de outubro de 2014.

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