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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


PROCEV
PRO REITORIA DE CULTURA EXTENSÃO E VIVÊNCIA
COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO

ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS: FUNCIONAMENTO E A SUA


IMPORTÂNCIA NA AGRICULTURA

Área temática: Meio Ambiente

Autor: Felipe de Moraes Knippelberg1

Coordenador: José Holanda Campelo Junior 2

RESUMO: Uma Estação Meteorológica é constituída de diversos instrumentos que


medem variáveis da atmosfera. Essas estações podem ser convencionais, que utilizam
equipamentos mecânicos e necessitam de pessoal para observar e registrar manualmente
os dados, três vezes ao dia (12:00, 18:00 e 24:00 UTC), ou automáticas, com
equipamentos eletrônicos programáveis para a observação e o registro nos intervalos de
tempo previamente escolhidos, para arquivamento, de valores médios, máximos,
mínimos ou totais, geralmente a cada 1 hora. Sendo assim, as estações automáticas são
mais utilizadas devido a sua praticidade. No Brasil, existem instituições em que esses
dados dos últimos 90 dias estão disponíveis em tempo real e os dados históricos podem
ser acessados mediante solicitação formal. Numa estação meteorológica é possível se
determinar a temperatura, a umidade do ar, a quantidade de chuva, a insolação, a
evaporação, a radiação solar, a pressão, a nebulosidade, a visibilidade e a velocidade e
direção do vento. A meteorologia é o estudo dos fenômenos físicos da atmosfera que se
manifestam num lugar preciso e num período de tempo relativamente curto, que se
deseja prever, o tempo. A climatologia se dedica aos mesmos fenômenos do ponto de
vista do longo prazo, ou histórico, o clima. A UFMT, em parceria com o Inmet/MAPA,
mantém em operação a estação meteorológica Padre Ricardo Remetter, instalada na
Fazenda Experimental, no município de Santo Antônio de Leverger, desde 1980, com a
qual mantém um serviço de extensão que visa orientar na visitação, no uso e na
orientação de uso de dados, mediante agendamento e solicitação formais.

Palavras-chave: meteorologia, climatologia, estações convencionais, estações


automáticas.

1Agronomia, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT


2Doutor em Agronomia, DSER/FAAZ/UFMT, campelo@ufmt.br.
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1 INTRODUÇÃO
A estação meteorológica é uma ferramenta primordial para monitorar as
condições meteorológicas numa lavoura e assim se torna importante na tomada de
decisões de grande impacto na produtividade da área, como por exemplo, no
monitoramento de lavouras para maior economia de água e energia durante processos de
irrigação, ou no acompanhamento do comportamento do solo e possíveis condições de
proliferação de pragas.
Uma estação meteorológica é capaz de indicar mudanças bruscas na
temperatura e umidade do ar, verificar índices de volume de chuva e radiação solar,
além de poder detectar a velocidade e direção do vento. As estações meteorológicas
possuem alta durabilidade em campo, a qual, garantem estabilidade e resistência em
média entre 15 a 25 anos.
O objetivo da atividade de extensão é a disponibilização de uma estação
meteorológica da Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso para
visitação, atualização, disponibilização de dados de Mato Grosso e orientação desses
dados.

2 METODOLOGIA
As estações meteorológicas são de dois tipos: as automáticas e as
convencionais.
As estações automáticas compreendem uma coleta de dados totalmente
automatizada. As coletas de dados e os registros são eletrônicos não havendo a
necessidade de uma pessoa para a sua anotação diária. Nesse tipo de estação os sensores
são alimentados com energia elétrica e produzem sinais elétricos diferentes, que são
captados por um sistema de memória central de dados (Datalogger), possibilitando que
o armazenamento e o processamento dos dados sejam realizados em intervalos de tempo
programáveis, geralmente de 1 em 1 hora.
As estações automáticas abrangem de sensores automáticos de medida dos
parâmetros meteorológicos, tais como pressão, temperatura e umidade relativa do ar,
precipitação, radiação solar e direção e velocidade do vento, estando esses sensores
ligados a uma unidade de memória central.
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As estações convencionais necessitam da presença diária de uma pessoa


para coletar os dados três vezes ao dia (12:00, 18:00 e 24:00 UTC). As estações
meteorológicas convencionais são compostas de vários instrumentos de sensores que
registram as variáveis atmosféricas, tais como pressão, temperatura, umidade,
precipitação, radiação solar e direção e velocidade do vento.
Alguns desses instrumentos estão localizados ao ar livre, como o
pluviômetro, o pluviógrafo, o actinógrafo e o heliógrafo, alguns ficam localizados
dentro de um abrigo específico, como o psicrômetro, termômetros de máxima e mínima,
o termógrafo. O barômetro é instalado numa sala que serve de escritório. Como o
registro dos dados das estações convencionais é manuscrito, eles precisam ser digitados
para se tornarem disponíveis.
Os requisitos para a escolha do local adequado para instalação de uma
estação meteorológica são que seja em local plano, para evitar o acumulo de água, com
solo gramado, deve ser longe de instalações elétricas, distantes de cursos d’água, lagos,
e que em que não haja movimentação de animais.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os instrumentos das estações meteorológicos podem ser de leitura direta ou
registradores. As observações são sensoriais quando são realizadas por um observador
sem ajuda de instrumentos de medição, e instrumentais, em geral chamadas medições
meteorológicas, quando são realizadas com instrumentos meteorológicos.
Uma estação meteorológica apresenta os seguintes instrumentos:
Actinógrafo
Instrumento que mede a radiação solar. Consiste de um elemento sensível,
que é uma placa de metal montada horizontalmente, constituída de outras três placas,
uma negra no centro e duas brancas laterais, que absorvem radiação solar em
quantidades diferentes, resultando em dilatação diferente de cada metal.
Anemômetro
Aparelho que mede a velocidade do vento (em m/s). Sua intensidade é
obtida pelo giro de conchas e seu sentido (de onde vem) é dado por um objeto giratório
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que se alinhe com o vento. Através da análise de sua variação com o tempo, é possível
inferir as rajadas de ventos.
Barômetro
Utilizado para medir a pressão atmosférica (mm Hg) e hectopascal (hPa).
Em um dos modelos, funciona segundo o princípio de Torricelli: conforme a pressão do
ar aumenta, essa força empurra o mercúrio e sua marcação sobe na escala de leitura.
Evaporímetro e Tanque de evaporação
Utilizado para medir a evaporação do ar. O Evaporímetro de Piche consiste
em um pequeno tubo de vidro fechado em uma extremidade, e graduado em milímetro e
décimos de milímetro.
Com o mesmo objetivo, um Tanque de Evaporação Classe A consiste em
um tanque em forma circular, de aço inoxidável ou galvanizado. Complementando o
aparelho, existe um conjunto de termômetro de máxima e mínima, um sistema de
medição de água evaporada e um anemômetro.
Heliógrafo
O aparelho é utilizado para medir a duração (em horas) de brilho solar.
Compõe-se de uma esfera de vidro, suspensa em um sólido suporte semicircular, tendo
por baixo uma armação metálica em forma de concha, em cuja face interna existem
vãos formados por seis ranhuras independentes e concêntricas com a esfera.
Os raios solares são focalizados através do vidro sobre uma tira de cartolina
colocada, conforme a época do ano, em um dos vãos da concha, de modo que o intenso
calor do sol vai queimando progressivamente a cartolina, desde que não haja nuvens
capazes de interceptar os raios daquele astro.
Higrógrafos
Registra a umidade do ar, em valores relativos, expressos em porcentagem
(%).
Pluviógrafo
Registra a quantidade de precipitação pluvial (chuva), em milímetros (mm).
Pluviômetro
Instrumento utilizado para armazenar água da chuva para sua medição em
milímetros (mm).
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Psicrômetro
Mede a umidade relativa do ar - de modo indireto - em porcentagem (%).
Compõe-se de dois termômetros idênticos, um denominado termômetro de bulbo seco, e
outro com o bulbo envolvido em gaze ou cadarço de algodão mantido constantemente
molhado, denominado termômetro de bulbo úmido.
Termohigrógrafo
Registra, simultaneamente, a temperatura (°C) e a umidade relativa do ar
(%).
Termômetro
Indicam as temperaturas (°C), a cada momento ou a máxima e mínima do ar
ao longo de um intervalo de observação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados meteorológicos da estação Padre Ricardo Remetter têm sido
utilizados para diversos fins, em diversos trabalhos técnicos e acadêmicos e estão
disponíveis para a comunidade em geral. A estação da Fazenda Experimental vem
sendo empregada como infraestrutura para visitação de alunos de graduação, de cursos
técnicos e de cursos de pós-graduação.
As utilizações das informações das estações meteorológicas são destinadas a
diversas finalidades e, seu uso, se torna indispensável para o desempenho de atividades
em inúmeras áreas.
A visitação, as informações e orientações referentes à estação da Fazenda
Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, Padre Ricardo Remetter,
localizada no município de Santo Antônio de Leverger – MT, poderão ser solicitadas
através de um requerimento formal apresentado ao coordenador do projeto.

5 REFERÊNCIAS
CAMPELO JÚNIOR, Jose Holanda et al. Validation of phlebotomine cardinal
temperatures and humidities in the region Of rio Arinos, Mato Grosso, Brazil. Revista
de Patologia Tropical v.47, p.167 - 181, 2018.
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Agriculture International. v.34, p.1 - 7, 2019.

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https://www.agsolve.com.br/dicas-e-solucoes/10386/como-funciona-uma-estacao-
meteorologica. Acesso em: 30 de julho de 2019.

MUNDOCLIMA. Como funciona e quais as vantagens da estação meteorológica?


Disponível em: http://blog.mundoclima.com.br/como-funciona-e-quais-as-vantagens-
da-estacao-meteorologica/. Acesso em: 30 de julho de 2019.

OFICINA DE TEXTOS. Estação meteorológica: Convencional ou Automática.


Disponível em: https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/estacao-meteorologica-
convencional-ou-automatica/. Acesso em: 30 de julho de 2019.

PEREIRA, Pedro Silvério Xavier et al. Effect of Water Stress on the Development of
Soybean Crop. Journal of Experimental Agriculture International. v.39, p.1 - 8, 2019.

ROCHA, Vinicius Roggério da. Estação e instrumentos meteorológicos. Disponível


em:https://www.monolitonimbus.com.br/estacao-e-instrumentos-meteorologicos/.
Acesso em: 30 de julho de 2019.

SILVA, Elizangela Selma da et al. Homogeneity Evaluation of Historical Rainfall and


Temperature Series in Mato Grosso. Journal of Experimental Agriculture International.
v.35, p.1 - 7, 2019.

SILVA, Elizangela Selma da et al. Zoning of Water Deficiency Risk for Conventional
Cotton in Mato Grosso. Journal of Experimental Agriculture International., v.35, p.1 -
12, 2019.

SOUZA, Aurélio Fogaça de; CAMPELO JÚNIOR, José Holanda. Desempenho de


métodos de estimativa da evapotranspiração de referência para a região da Baixada
Cuiabana, MT. Agrometeoros., v.25, p.395 - 403, 2017.

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