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Sudeste e Paraná
1. INTRODUÇÃO
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
A região da Bacia Hidrográfica do Atlântico Leste (mapa 1) abrange as capitais
de Sergipe e Bahia, bem como várias áreas urbanas importantes e um parque
industrial significativo. Nesta região, encontram-se parcial ou integralmente 526
municípios. A área total da região é de 388.160km², equivalente a 4,5% do território
brasileiro. Em 2010, a população da Região Hidrográfica Costeira do Leste era de
15.066.543 habitantes, representando 7,9% da população do Brasil. A maior parte
dessa população, cerca de 75%, vivia em áreas urbanas, especialmente nas regiões
metropolitanas de Salvador e Aracaju. A densidade populacional na região atinge 39
habitantes por quilômetro quadrado, em comparação com a média nacional de 22,4
habitantes por quilômetro quadrado. A região abriga 468 sedes municipais,
correspondendo a 8% do total do país. A distribuição territorial na bacia hidrográfica é
a seguinte: Sergipe - 3,8%, Bahia - 66,8%; Minas Gerais - 26,2%, e Espírito Santo -
3,2%.
Mapa 1: Região da Bacia Hidrográfica do Atlântico Leste.
Fonte: ANA - agência Nacional de Águas
2.1 CLIMA
2.1.1 Clima da Bacia Hidrográfica do Atlântico Leste
A Região Hidrográfica Atlântico Leste é uma área de extrema importância no
cenário geográfico e climático do Brasil. Ela engloba as capitais dos estados de
Sergipe e Bahia, juntamente com diversos núcleos urbanos e um parque industrial
considerável, abrangendo um total de 526 municípios. Esta região ocupa uma área de
aproximadamente 374.677 km², correspondendo a cerca de 4% do território brasileiro.
A vazão média de longo período estimada para essa região é de aproximadamente
1.400,43 m³/s, o que representa aproximadamente 0,9% do total de recursos hídricos
do país.
O clima predominante nessa região é o tropical, caracterizado por
temperaturas elevadas e alta umidade ao longo do ano. A temperatura média anual é
de aproximadamente 24,5°C, com uma amplitude térmica anual relativamente baixa,
variando entre 5°C a 2°C. Essa variação é típica de regiões intertropicais. Há uma
notável variação nas médias de temperatura ao longo da região, com médias anuais
de temperatura inferiores a 20°C nas áreas da Chapada Diamantina (BA) e Serra do
Caparaó (MG). Por outro lado, as maiores médias anuais de temperatura são
observadas nas áreas litorâneas da Bahia e Sergipe, onde as temperaturas podem
superar os 25°C (MMA, 2006)
Quanto à precipitação, a região apresenta uma ampla variação. Nas áreas
costeiras da Bahia e no extremo sul da bacia, a precipitação anual atinge valores em
torno de 2.400 mm, o que contribui para um clima quente e úmido nessas áreas. No
entanto, no alto curso do rio Vaza-Barris, a precipitação anual é notavelmente menor,
chegando a cerca de 400 mm. A evapotranspiração, que representa a perda de água
da superfície para a atmosfera devido à evaporação e transpiração das plantas,
também varia consideravelmente na região. Em cidades costeiras como Salvador e
Aracaju, a evapotranspiração pode alcançar valores superiores a 1.400 mm anuais
devido ao clima quente e úmido. Em contraste, em áreas como a Chapada
Diamantina e o planalto de Vitória da Conquista, a evapotranspiração é
consideravelmente menor, com valores inferiores a 900 mm anuais (INMET, 2023).
Dessa forma, a região pode ser caracterizada por quatro tipos básicos de
clima: super-úmido, úmido, semi-úmido e semiárido.
O clima árido, localizado apenas em pequenas manchas no alto rio Vaza-Barris
e na margem do rio Itapicuru-Paraguaçu, ocorre somente no Estado da Bahia sendo
pouco representativo na região hidrográfica de estudo (BAHIA, 2004). O clima úmido
localiza-se principalmente em uma faixa a leste da região junto ao litoral. Essa estreita
faixa vai desde a Sub-bacia do Recôncavo 02 até o litoral sul da Bahia. Devido à
altitude e a orografia ocorre também em uma mancha no alto rio Paraguaçu, em sua
divisa com o rio Contas. Caracteriza-se por um alto grau de umidade (precipitações
anuais de aproximadamente 1.400 mm) e as temperaturas variam de 23ºC a 25ºC
com um índice hídrico anual positivo (BAHIA, 2004). O clima úmido a sub-úmido
apresenta-se em uma faixa adjacente ao clima úmido que se inicia nas imediações da
cidade de Aracaju e estende-se longitudinalmente até o limite meridional da área de
estudo. Compreende, portanto, uma estreita faixa no conjunto de todas as bacias
contidas na Região Hidrográfica Atlântico Leste. As temperaturas variam de 22ºC a
25ºC e os índices pluviométricos variam entre 1.000 mm e 1.400 mm, os déficits
hídricos são ainda pouco expressivos (BAHIA, 2004). O clima sub-úmido a seco
abrange parte relativamente grande da Bacia. A precipitação média anual varia entre
800 mm e 1.200 mm. A redução dos índices pluviométricos já é reflexo da
continentalidade que passa a ser marcante nos padrões climáticos a partir do domínio
analisado. Nessa faixa, o déficit hídrico e a evapotranspiração aumentam no mesmo
sentido. A temperatura média oscila entre 24ºC e 25ºC. Apresenta-se paralelo à Faixa
Atlântica, como transição entre áreas úmidas e mais secas, concentrando quase toda
a costa oeste do Atlântico Leste, inclusive as bacias do rio Mucuri e médio-baixo
Jequitinhonha, próximo à divisa Minas-Bahia. O clima semi-árido é caracterizado na
porção oeste da região de estudo. Ocupa maiores extensões no Estado da Bahia nas
bacias dos rios Vaza-Barris, Itapicuru, Paraguaçu e Contas. Ocorre também em uma
mancha no médio Jequitinhonha, na região próxima à divisa das sub-bacias
Jequitinhonha 1, 2 e 3. De forma geral, apresenta déficit hídrico com altas
temperaturas (superiores a 25ºC) e baixas precipitações (abaixo de 800 mm) (BAHIA,
2004).
2.3 FITOGEOGRAFIA
2.3.1 Fitogeografia Bacia Hidrográfica do Atlântico Leste
A Região Hidrográfica Atlântico Leste abriga uma diversidade de biomas e
ecossistemas que têm sido historicamente afetados pela ação humana. Esta região
engloba fragmentos dos Biomas Floresta Atlântica, Caatinga, Cerrado, além de
abranger Zonas Costeiras e Insulares.
A Caatinga, caracterizada por sua vegetação xerófita adaptada a climas áridos
e semiáridos, foi historicamente impactada pela expansão da pecuária que invadiu as
regiões sertanejas. O desmatamento e a conversão de áreas naturais em pastagens
tiveram um grande impacto na vegetação nativa e na biodiversidade única desta
região. O Recôncavo Baiano e a Zona da Mata sofreram desmatamento significativo
para a implantação da cultura canavieira, que foi uma das principais atividades
econômicas durante períodos históricos. Isso resultou na perda de extensas áreas de
floresta e na transformação do ambiente natural. A região também abrigava matas
úmidas no sul da Bahia, que foram substituídas por plantações de cacau, mais uma
vez representando uma mudança drástica no uso da terra e na paisagem (MMA,
2006)
A Região Hidrográfica Atlântico Leste é caracterizada por ter como formação
vegetal predominante a Mata Atlântica, embora seus remanescentes estejam
atualmente dispersos e fragmentados. Originalmente, a Mata Atlântica cobria uma
extensa área no Brasil, mas hoje restam menos de 8% de sua extensão original.
Esses remanescentes estão distribuídos de forma esparsa ao longo da costa
brasileira, no interior das regiões Sul e Sudeste, assim como em fragmentos
significativos no sul dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, além de áreas
isoladas nos estados do Nordeste. É importante destacar que as florestas situadas ao
sul da Bahia e ao norte do Espírito Santo são particularmente interessantes do ponto
de vista fitogeográfico. Nessas regiões, é possível encontrar a coexistência de táxons
amazônicos com espécies tipicamente atlânticas, criando um ambiente de alta
biodiversidade. Um exemplo impressionante dessa diversidade é a descoberta de 458
espécies vegetais catalogadas em apenas um hectare no sul da Bahia. Devido à
intensa pressão humana sobre os remanescentes da Mata Atlântica, especialmente
ao longo da faixa litorânea que se estende do sul da Bahia até o rio Doce, no Espírito
Santo, e, a partir daí, até o norte do estado do Paraná, foi considerada uma área
prioritária para a formação de um corredor ecológico de proteção e conservação da
biodiversidade desse bioma, conforme diretrizes estabelecidas pelo IBAMA em 2000.
Esse corredor ecológico visa promover a conexão entre os fragmentos
remanescentes da Mata Atlântica, permitindo que a fauna e a flora da região possam
se deslocar e manter sua diversidade genética. Essas ações são cruciais para
preservar e recuperar esse bioma tão ameaçado e essencial para a conservação da
biodiversidade brasileira (IBAMA, 2020)
2.4 HIDROGRAFIA
2.4.1 Bacia Hidrográfica do Atlântico Leste
A região em questão abrange várias unidades hidrográficas e bacias fluviais
nos estados da Bahia, Sergipe, Minas Gerais e Espírito Santo, Brasil. Começando
com a Unidade Hidrográfica Litoral SE 2, que drena a maior parte de sua área de
5.702 km² em Sergipe, é notável pelo rio Sergipe, cuja nascente fica na Bahia, mas
que ocupa uma grande porção de Sergipe, cerca de 16,7% de seu território.
A Unidade Hidrográfica Litoral SE 1, por sua vez, é composta pelos rios Real e
Piauí, desaguando no oceano Atlântico no estuário do Mangue Seco, abrangendo
uma área de 9.449 km², dividida entre Sergipe e Bahia. Ela é delimitada ao norte pela
Bacia do rio Vaza-Barris e ao sul pela Bacia do rio Itapicuru, esta última situada
inteiramente na Bahia, com uma área de drenagem de 35.691 km².
A Bacia do rio Paraguaçu, localizada exclusivamente na Bahia, cobre uma
vasta área de 54.528 km². Outra unidade relevante, a Unidade Hidrográfica
Recôncavo 01, inclui rios como Jaguaribe, Jiquiriçá e Jequié, drenando 17.788 km². A
Unidade Hidrográfica Recôncavo 02 é composta por diversas pequenas bacias, entre
elas as dos rios Inhambupe, Subaúma, Sauípe, Pojuca, Joanes, Subaé e Açu,
abrangendo uma área de 16.803 km².
A Unidade Hidrográfica Contas 1, situada inteiramente na Bahia, drena uma
vasta extensão de 64.933 km² e inclui os rios de Contas, Almada, Colônia, Mamão,
Maruim, São Pedro e Doce.
A Bacia do rio Pardo, com sua área de drenagem de 32.334 km², se estende
predominantemente na Bahia e é delimitada ao norte pela Bacia do rio Contas, a
oeste pela Bacia do rio São Francisco e ao sul pela Bacia do rio Jequitinhonha. Esta
última, uma das maiores da região, abrange tanto Minas Gerais quanto Bahia, com
uma área total de 69.948 km², e é subdividida em Jequitinhonha 01, 02 e 03. As
bacias do rio Mucuri e Itaúnas, com áreas de drenagem de 15.413 km² e 5.369 km²,
respectivamente, encontram-se na fronteira entre Bahia e Minas Gerais e Bahia e
Espírito Santo. A Bacia do rio São Mateus, nascedouro em Minas Gerais e deságua
no Espírito Santo, drena 13.480 km².
Além disso, é importante destacar que, para uma gestão mais precisa dos
recursos hídricos, a Unidade Hidrográfica Contas 1 foi subdividida em rio das Contas
e Leste no Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia (BAHIA, 2004). Essa
subdivisão reflete a importância de gerenciar adequadamente os recursos hídricos
nessa rica e diversificada região.
3. USO E OCUPAÇÃO
identificando potenciais e fragilidades da(das) bacia(s)
4. OBRAS DE ENGENHARIA
estacando casos de sucesso (ou não) e sua importância na organização do espaço
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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