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1. Introdução
O crescimento da competitividade do mercado atual tem exigido que as empresas invistam cada
vez mais na sua gestão, adequando-se aos novos métodos e processos organizacionais a fim de
obter vantagens frente a essa concorrência. Dessa forma é necessário que empresas busquem
conhecimentos e estratégias, a qual irá permitir o planejamento interno, visando diminuição dos
custos e otimização dos lucros.
Segundo Betts et.al. (2008), gestão de estoques consiste em planejar e controlar acúmulos de
recursos transformados, conforme eles se movem pelas cadeias de suprimentos, operações e
processos. Os níveis dos estoques estão sujeitos a velocidade da demanda. Se a constância da
procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, pode ocorrer a ruptura ou
esvaziamento do estoque, com prejuízos visíveis para produção, manutenção e vendas.
Os estoques de materiais dentro das organizações são de suma importância, tanto para a
produção quanto para a gestão financeira, pois são fatores de criticidades na geração de lucros.
No entanto, o alto nível do mesmo pode apresentar desperdício ou perda, ou seja, parada de
capital da empresa. Daí surge a real necessidade da gestão correta de materiais.
Com base neste contexto, este artigo se propõe, primeiramente a apresentar e discutir os
conceitos da Curva ABC, suas principais aplicações, a importância para uma estratégica e
posteriormente apresentar um estudo de caso, aplicando a curva ABC realizado em uma
construtora na cidade de Divinópolis.
Oliveira (2011) salienta que a curva ABC é uma ferramenta gerencial que permite identificar
quais itens requerem atenção e tratamento adequados quanto à sua importância. Com isso,
podemos concluir que o gerenciamento de estoque é indispensável para qualquer empresa que
deseja a excelência na gestão da sua empresa.
2. Fundamentação teórica
Para embasamento do artigo científico foi consultado alguns autores e feita uma pesquisa
bibliográfica sobre o assunto em questão, tendo como base principal o planejamento e controle
do estoque para, posteriormente, aplicar em um estudo de caso realizado em uma construção
civil.
2.1. Planejamento
O planejamento de uma obra inclui estudos de longo, médio e curto prazos, focado nas metas
das equipes e programações diárias. Um gestor de obras, enfrenta muitos desafios dentre eles
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XLI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
“Contribuições da Engenharia de Produção para a Gestão de Operações Energéticas Sustentáveis”
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 18 a 21 de outubro de 2021.
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demanda (Slack; et al. 2009). Garantindo que não ocorra falta de materiais nas obras, fato este
que pode acarretar queda da produtividade e atrasos no cronograma, buscando sempre
equilibrar o custo do estoque com o custo de sua falta. Segundo Taylor (2006) o estoque de
segurança é uma ferramenta utilizada para garantir que não haja falta de materiais em momentos
onde a demanda é maior que a esperada ou a reposição de estoque chega com atraso.
A determinação do estoque de segurança envolve a diferença entre os custos pela manutenção
de um estoque muito alto e os custos ocasionados pelas perdas causadas na manutenção de um
estoque muito baixo (Chopra e Meindl 2004). Uma vez que precisa ser proporcional a uma
incerteza da demanda e do lead time, a definição do estoque de segurança é minuciosa e exige
uma grande atenção.
3. Metodologia
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica contemplando periódicos, artigos científicos e demais
trabalhos relacionados com a temática. Em seguida foi realizado uma pesquisa de campo para
a obtenção de dados, contando com a colaboração do gestor. A empresa escolhida é uma
indústria de construção civil, e para fins de anonimato será nomeada Construtora Alfa.
Tartuce (2006) aponta que a metodologia científica trata de método e ciência. Método (do grego
methodos; met'hodos significa, literalmente, “caminho para chegar a um fim”) é, portanto, o
caminho em direção a um objetivo; metodologia é o estudo do método, ou seja, é o corpo de
regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva de ciência, a
qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação
a determinado domínio do saber. Metodologia científica é o estudo sistemático e lógico dos
métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com as teorias
científicas. Em geral, o método científico compreende basicamente um conjunto de dados
iniciais e um sistema de operações ordenadas adequado para a formulação de conclusões, de
acordo com certos objetivos predeterminados.
Esta pesquisa pode ser caracterizada de natureza exploratória, utilizada para o levantamento de
informações gerais sobre a empresa, haja vista ser esta organização que motivou e
disponibilizará dados sobre os processos de gestão de estoques.
A sua abordagem é quantitativa, pois essa tipologia traduz através de números, opiniões e
informações as quais se pode classificar e analisar posteriormente. Requer o uso de recursos e
técnicas estatísticas. A abordagem quantitativa é empregada em pesquisas que objetivam
descobrir e categorizar a correlação entre variáveis.
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4. Resultados e discussões
A empresa Construtora Alfa, localizada em Divinópolis, está há 14 anos no mercado imobiliário
e atua na construção de empreendimentos de alto padrão no segmento residencial.
Para o estudo foi feito a análise de 26materiaisque são essenciais no canteiro de obra e sua falta
poderia acarretar o atraso do desenvolvimento no processo. Uma vez analisados, foi criado uma
tabela onde estabelece o preço do produto e seu grau de importância com relação ao custo.
Tabela 1 - Preço dos produtos essenciais no canteiro de obra
Fonte: Autores
Na Tabela 1 pode-se observar que o item concreto 10m², é aquele que possui o maior custo,
enquanto o item prego 15x15 com cabeça, apresenta o menor custo. Baseado nessas
informações, foi elaborada uma nova tabela, Tabela 2, em que o grau foi colocado em ordem
crescente possibilitando assim, achar os valores dados em porcentagens. Os itens em vermelho
correspondem aos materiais na Classe A, onde coincide a aproximadamente 75% do custo, os
de amarelo a de Classe B, 20% do custo, e os itens em verde os de Classe C, com
aproximadamente 5%.
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Fonte: Autores
A partir do valor de compra é possível identificar na Tabela 2, quais são aqueles que impactam
mais na receita proveniente do preço do produto. Os itens “A” da Curva ABC, são aqueles que
irão demandar maior cuidado de reposição no estoque necessitando de um planejamento e
controle nas compras para não causar desperdícios frutos da má gestão, e consequentemente,
gerar prejuízo a construção.
Para auxiliar na análise da curva ABC, foi gerado um gráfico que corresponde a relação de
produtos e o seu percentual acumulado. O gráfico é demonstrado a seguir na Figura 1.
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Curva ABC
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
Custo
50,00%
40,00%
30,00%
20,00% A B C
10,00%
0,00%
0 5 10 15 20 25 30
Itens
Fonte: Autores
Ao analisar a curva ABC percebe-se que os materiais da classe A devem receber toda atenção,
visto que são os itens de maior gasto, e ao serem classificados dessa forma pela curva ABC,
nunca estejam parados em estoque, evitando desperdícios de espaço e custo. Além disso, a
Curva ABC também indica quais produtos possuem um maior volume e pouco valor monetário
agregado, representados na classe C.
Ter conhecimento dos itens da classe A, permite que ao trabalhar na otimização de um
planejamento do estoque, tenha o foco voltado aqueles itens que realmente impactam no custo
da produção. A análise também proporciona um retrato das variações de preços no orçamento
ao longo da execução. Sejam elas positivas ou negativas.
5. Considerações finais
Este artigo apresentou a aplicação da Curva ABC em uma empresa de construção civil, no qual
gerou interessantes resultados para a empresa Construtora Alfa.
Para a elaboração da curva ABC, foi atribuído um grau para cada material, de maneira que o
grau 1º foi o item de maior custo e o 26º o item de menor custo. A curva ABC foi construída
seguindo o critério quantitativo, ou seja, os grupos A, B e C, foram divididos de acordo com o
grupo de valores que se encaixavam.
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REFERÊNCIAS
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Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2008.
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CORRÊA, Henrique Luiz. Gestão de redes de suprimento: integrando cadeias de suprimento no mundo
globalizado. São Paulo: Atlas, 2010.
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Development Society Journal- SADSJ, v. 5, n. 13, p.73-88, abr. 2019.
OLIVEIRA, Carla Milanesi de. – Curva ABC na Gestão de Estoque, III Encontro Científico e Simpósio de
Educação Unisalesiano, Lins-SP, outubro 2011.
RIBEIRO, Gladson Carvalho. Custeio ABC como Ferramenta de Gestão. Universidade Estadual da Paraíba,
2011. Disponível em:<http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1452/1/PDF%20-
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SENRA, N. C. Informação estatística: demanda e oferta, uma questão de ordem. 2000. Disponível em:<
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/4358>. Acesso em 19/02/2021.
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Conclusão do Curso de Engenharia Civil). Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.
Disponível em:<
http://www.gpsustentavel.ufba.br/downloads/Planejamento%20e%20Controle%20de%20Obras%20-
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SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 3. ed. São Paulo:
Atlas 2009.
TAYLOR, A. David. Logística na cadeia de suprimentos uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson,
2006.