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Fundada em 1883

Inovação

Prof. Volnei Krause Kohls


DCSA/FAEM/UFPel
COMPETITIVIDADE

Gasto Produtividade Qualidade Inovação


=
Custo + Perdas
Inovação

Conceito utilizado pela Pintec/IBGE.


• Produtos e Processos tecnologicamente
novos ou substancialmente aprimorados.

• Produto ou processo novo para a empresa;


• Produto ou processo novo para o mercado;
• Produto ou processo novo no país;
• Produto ou processo novo internacionalmente.
Dispêndios nacionais em pesquisa e desenvolvimento (P&D) – % do PIB Brasil
Principais obstáculos apontados pelas empresas
brasileiras para inovar

1. Custo da inovação;

2. Risco da inovação;

3. Falta de mão de obra qualificada;

4. Falta de incentivos para o financiamento do


processo inovativo.
Inovações têm efeitos múltiplos:
Do ponto de vista da empresa inovadora ...
 Elas estão na origem do rebaixamento de custos, de
ganhos de produtividade e de qualidade, e
freqüentemente, da monopolização temporária de uma
oportunidade de mercado, cujo resultado pode ser a
obtenção de “lucros extras”;
Para a estrutura econômica ...
 Resultam na criação de novos setores e/ou no
rejuvenescimento de setores existentes;
Do ponto de vista da concorrência ...
 Implicam na criação de assimetrias competitivas, e
alteração na configuração das estruturas de mercado.
A introdução de inovações está permanentemente
diante de dois tipos de dilemas:

1. O primeiro representado pela incerteza do futuro, na


medida em que o impacto (sucesso ou fracasso) de uma
inovação não tem como ser avaliado de forma segura ex-
ante;

2. O segundo, relacionado com o peso do passado (path


dependence – dependência de trajetória), que está na origem dos
hábitos e rotinas empresariais, durabilidade do seu
capital fixo e especificidade dos seus ativos, todos
potencialmente ameaçados pelas inovações.
A incerteza sobre o futuro e o peso do passado está no âmago da
complexidade das decisões estratégicas empresariais

• A inovação defensável competitivamente é,


tipicamente, aquela que mais “carrega passado”:
• Aquela que implica maior nível de comprometimento
com uma determinada trajetória, mas que, como
contrapartida, pode se revelar mais sensível a
mudanças no ambiente;
• A RBV em estratégia empresarial oferece um quadro
conceitual que permite aprofundar esta proposição.
Tradição neoclássica
 A Firma ou Empresa busca maximizar benefícios;
 Nesta perspectiva, se omite tanto a análise da firma como
uma organização com estruturas, regras, habilidades e
estratégias diferenciadas, como também sua dimensão
institucional, ou seja, sua inclusão em contextos sociais,
históricos, legais e políticos específicos;
 Esta dupla omissão se fundamenta na percepção de que
tais análises são irrelevantes para a teoria econômica.
Hipóteses do equilíbrio geral

• Concorrência pura e perfeita;


• Transparência e disponibilidade de toda e
qualquer informação;
• Atomicidade dos agentes de mercado;
• Perfeita mobilidade dos fatores e agentes;
• Homogeneidade dos produtos;
• Livre acesso ao mercado.
Estes pressupostos são alvos de críticas

 estudos empíricos mostram agentes heterogêneos e se


caracterizam por competências diferenciadas, crenças e
expectativas, além de diferentes graus de acesso e
capacidade de processamento dos fluxos de informações;
 é implausível que os agentes empreguem procedimentos
de maximização, em contextos caracterizados pela
complexidade, incerteza e surpresa;
 é difícil definir um comportamento “racional” único.
Os novos microfundamentos partem das
seguintes premissas ...
 as crenças individuais e coletivas são relevantes;
 em contexto de informação imperfeita, é preciso que
existam instituições que gerem esquemas de incentivos,
avaliação de desempenho e fluxos de informação;
 os comportamentos institucionalizados podem ter um
efeito estabilizador sobre as variáveis macro;
 os intercâmbios econômicos são impossíveis sem
normatização e organizações de monitoramento;
 as condutas dos agentes devem ser descritas a partir de
rotinas não ótimas que mudam lentamente no tempo;
A teoria econômica Evolucionária ...

 Assume que o capitalismo é um processo histórico, e


portanto dinâmico, onde a mudança e não a
estabilidade, é o fato mais relevante, e mais carente de
investigação;
 E que há – no âmbito dessa preocupação com a
dinâmica histórico-institucional e com processos de
transformação – conceitos fundamentais que não os
originados dos modelos de equilíbrio geral, que
oferecem amplas possibilidades de articulação com as
teorias e proposições em estratégia empresarial,
sobretudo com a RBV.
Possas (1999) sistematiza os ativos ou recursos de
uma organização em quatro categorias

• Físicos: equipamentos, instalações, matérias-primas;


• Humanos: criatividade, iniciativa, capacitações,
experiências, “time”, cooperação, etc.
• Financeiros: capacidade de alavancagem, parcerias,
alianças estratégicas, fusões, etc.
• Imateriais ou intangíveis: imagem, marca, relações,
experiências, capacitações.
O marco conceitual do evolucionismo ...

 parte dos próprios agentes - sujeitos


evolutivos -, não dotados, a priori, de um
conceito único de racionalidade, se não
construindo seus comportamentos no curso
da aprendizagem.
... A Firma Evolucionária

 Os evolucionistas afirmam, não só, que as empresas são


diferentes, se não que, estas diferenças importam muito
(Nelson, Richard, 2006).
Este argumento se resume em:
 1° Mesmo com padrões organizacionais compartidos, há
uma persistente heterogeneidade entre firmas e entre
países, na habilidade para desenvolver, imitar e adotar
inovações tecnológicas, bem como quanto os seus níveis
de produtividade e renda.
... A Firma Evolucionária
 2° Existe correlação entre estas questões no longo
prazo: as competências específicas para resolver
problemas afetam a capacidade (tanto das firmas
como dos países) para gerar e adotar novas
tecnologias;
 3° Em síntese, os evolucionistas propõem uma
teoria da transformação da firma ou empresa, a
partir de uma explicação basicamente endógena de
mudanças de suas atividades.
Objetivo central da abordagem evolucionária

Estudar as mudanças econômicas de curto e médio


prazos

i. as características e comportamentos das empresas;


ii. a natureza do câmbio tecnológico;
iii. o papel das instituições, entendidas em um sentido
amplo, como limitantes e/ou norteadoras dos padrões
de comportamento dos agentes econômicos.
O enfoque evolucionário considera três
elementos centrais - (DOSI et al, 1994)

1° Um conjunto de microfundamentos baseados em agentes


com racionalidade limitada (H. Simon);
2° uma suposição geral de que as interações entre os agentes
ocorrem fora do equilíbrio;
3° a noção de que os mercados e outras instituições atuam
como mecanismos de seleção entre agentes e tecnologias
heterogêneas.
Diferenças entre a abordagem econômica
convencional e a evolucionária

 Os modelos evolucionários sempre destacam o


imbricamento (embeddedness) institucional dos
processos de aprendizagem e seleção, e
assinalam o papel chave que jogam os distintos
contextos institucionais em relação às divergências
nacionais nos padrões de crescimento e
desenvolvimento (Dosi et al, 1994).
Síntese das diferenças entre a abordagem
econômica convencional e a evolucionária

 1º o uso de microfundamentos evolucionários em


lugar dos pressupostos de agentes maximizadores
e equilíbrio contínuos;
 2º a endogenização do processo de inovação
tecnológica;
 3º a introdução de dimensões qualitativas e não
somente quantitativas.
O pensamento de Schumpeter

• Seguindo parcialmente as idéias dos economistas


neoclássicos e de Marx, Schumpeter constrói sua
teoria do desenvolvimento com base no conceito de
monopólio temporário do inovador.
• A luta dos empresários por lucros “extraordinários”
constitui o motor da economia capitalista.
O pensamento de Schumpeter

• Segundo o autor, o sistema capitalista possui um


caráter essencialmente progressista, evolutivo e
não estacionário;
• Há, portanto, um processo de inovação industrial
que “revoluciona a estrutura econômica a partir de
dentro, incessantemente, destruindo a velha
estrutura e criando a nova”.
EMPRESÁRIO FRACASSO
Ou Depto. P&D IDÉIA

SUCESSO

FLUXO INOVAÇÃO
CIRCULAR
“LUCRO
EXTRA”

GENERALIZAÇÃO IMITAÇÃO POR


DIFUSÃO OUTROS
DO LUCRO
EMPRESÁRIOS
A CONTRIBUIÇÃO DE SCHUMPETER

 Reconhecendo a contribuição da abordagem


neoclássica, J. Schumpeter dividia a economia
em dois momentos:
momento "estacionário" (ou equilíbrio)
momento de "desenvolvimento" (ou evolução).
• Estes dois momentos estavam baseados,
respectivamente, no “fluxo circular” e na
“inovação”.
Os Neo-schumpeterianos
A teoria neo-schumpeteriana assume ...

... o processo de concorrência capitalista como de


enfrentamento de capitais em busca de
oportunidades e valorização...
... esse enfrentamento, no mercado, se dá por meio
da busca incessante por parte das organizações, de
oportunidades de diferenciação, pela criação de
assimetrias que lhes permitam expandir fronteiras e
conquistar novos espaços para valorização do
capital.
Giovanni Dosi
• A maior contribuição de Dosi está no
desenvolvimento de conceitos como:

• Trajetória tecnológica; e

• Paradigma tecnológico.

The Nature of Innovative Process”, in G. Dosi et al. (ed.), 1988.


“O PARADIGMA TECNOLÓGICO age como...

... um direcionador do progresso técnico,


definindo ex-ante as oportunidades a
serem perseguidas e aquelas a serem
abandonadas".
Nathan Rosenberg

• Destaca-se por realçar importantes pontos sobre o


processo de mudança tecnológica e por assinalar a
influência que o nível de aprendizado exerce sobre
o rumo dessa mudança;
• Sugere uma teoria de mudança técnica baseada na
necessidade obrigatória das indústrias e empresas
superarem restrições, ou seja, procurar resolver
problemas do processo produtivo (gargalos).
Dilema permanente dos produtores no processo inovativo

• Deve persuadir os compradores potenciais da estabilidade do


produto, fazendo com que a demanda seja satisfatória,
simultaneamente, ao fato de ter sempre que pesquisar (processo
de busca), visando a incorporação de novos avanços tecnológicos
ao seu produto;

Isto implica em duas questões:


1. Pode ocorrer a padronização prematura, o que implica perda de
melhoramentos em uma determinada inovação; ou
2. Pode ocorrer a padronização tardia, o que implica perda do
poderio de divulgação da inovação.
A noção Path Dependence ...

• Segundo Rosenberg (1994), o conhecimento


tecnológico cresce de forma dependente do
conhecimento acumulado anteriormente, ou seja
...
• Trata-se da característica de path dependence
(dependência de caminho ou trajetória) da
construção desse conhecimento e das próprias
trajetórias tecnológicas.
Na concepção dos autores evolucionários,
a mudança tecnológica ...

 ... deriva em grande medida dos processos de busca e


resolução de problemas e aprendizagem organizacional.
 Arrow (1962) foi quem primeiro propôs o conceito de
learning by doing (aprender fazendo), abrindo caminho
para as diversas abordagens da aprendizagem
organizacional e a mudança técnica incremental,
constituindo as trajetórias organizacionais
diferenciadas.
Este processo leva ao conceito de trajetória
tecnológica (semelhante à ciência normal em Kuhn, 1985)

 Ou seja, o evolucionismo postula que existem padrões


regulares de avanço do conhecimento tecnológico no
nível micro-econômico ou setorial.
 Assim a trajetória tecnológica seria constituída por uma
série “ordenada” e “cumulativa” de inovações sucessivas
que caracterizam os desenvolvimentos e mudanças
experimentados pelas tecnologias, na medida que se
difundem e são empregadas nas atividades de produção e
serviços.
Trajetória tecnológica

Pode ser definida como desdobramentos próprios


no interior de um paradigma tecnológico,
correspondendo, em geral:
... às respostas aos diversos trade-offs (escolhas)
estabelecidos entre as variáveis tecnológicas
disponíveis e, também ...
... ao aprendizado individual e organizacional
acumulado.
Rosenberg ressalta dois conceitos
fundamentais:
1. Learning-by-using (LBU): resultado derivado do
aprendizado via uso (enfoque no lado do usuário, isto é,
no uso mais eficiente do produto ou equipamento).
Capacidade inovativa que emerge da experiência
acumulada na utilização de inovações; e

2. Learning-by-doing (LBD): resultado é derivado do


aprendizado via processo produtivo, ou seja, o
desenvolvimento cada vez maior da habilidade nos
estágios de produção (enfoque concentra-se no lado do
produtor).
... aos quais, Bengt-Aake Lundvall (1992)
acrescenta uma terceira forma de aprendizado:

3. Learning-by-Interacting (LBI): ressalta o fortalecimento


da capacitação para inovar, que se dá a partir de
interações entre usuários e produtores de inovações;
Seja nos processos internos às empresas assim como
entre as firmas e entre estas e outras organizações.
Nelson, R. e Winter, S. G.
Enfatizam o comportamento da empresa,
explicado por meio de três idéias básicas:

1. Rotina;
2. Busca; e
3. Seleção
As Rotinas das Empresas

 As rotinas das firmas são estruturas previsíveis e


regulares de comportamento que conduzem a esquemas
repetitivos de atividades e constituem a memória
organizacional que orienta a tomada de decisões da
empresa;
 São resultado de processos de aprendizagem,
orientados pelos seus benefícios e submetidos a
processos de seleção.
As Rotinas das Empresas

 Nas firmas se desenvolvem processos de aprendizagem


cumulativos, que requerem códigos comuns de
comunicação e procedimentos coordenados de busca de
soluções, os quais são essencialmente tácitos;
 Este caráter tácito se transmite às rotinas, as quais são
vistas como ativos específicos.
As Rotinas das Empresas
 Grande parte das diferenças entre as empresas, se deve
à natureza e qualidade de suas rotinas, assim como suas
competências organizacionais. Estas surgem como
propriedade coletiva das rotinas de uma organização, e
são difíceis de transferir e imitar.
 Este processo interno, associado a pluralidade de
ambientes seletivos, dão lugar a existência de
trajetórias empresariais diferenciadas.
Busca
Contempla três tipos de comportamentos:

1. Imitação: busca imitar modelos de firmas


concorrentes;
2. Padrões intra-muros: procura desenvolver
conhecimentos dentro da empresa;
3. Padrões extra-muros: busca conhecimentos fora
da empresa.
Seleção

• Os mecanismos de seleção têm a ver com a estrutura


institucional – que pode ser mercantil ou não mercantil –
e vão definir a mudança técnica (malogro ou êxito de
uma inovação);
• A firma inovadora, buscando a realização de lucros, atua
com “racionalidade limitada”, utilizando-se de rotinas e
mecanismos de busca, adotando estratégias que serão
sancionadas (ou não) por mecanismos de seleção
mercantis ou não mercantis.
Seleção: Possas (1999), organiza os elementos do
ambiente seletivo em seis categorias

1. Elementos econômicos da estrutura do mercado;


2. Elementos da situação macroeconômica;
3. Elementos de natureza político – jurídico –
institucional;
4. Elementos do meio ambiente natural;
5. Elementos de caráter social;
6. Elementos de caráter cultural
1. Elementos econômicos da estrutura do mercado:
grau de concentração; principais competidores,
vantagens detidas por cada um deles; características
dos insumos disponíveis e dos setores que os
fornecem; qualificação da mão-de-obra; tamanho do
mercado; preferências dos consumidores; fontes e
formas de financiamento disponíveis.

2. Elementos da situação macroeconômica:


taxa de câmbio; taxa de juros; situação das contas
públicas; situação do balanço de pagamentos e nível de
utilização da capacidade.
3. Elementos de natureza político-jurídico-institucional

abrangem as leis e normas que regulamentam a


atividade econômica e as instituições que as executam
(por ex: impostos, tarifas, subsídios, legislação
trabalhista, ambiental, previdenciária, comercial,
bancária, direitos dos consumidores, propriedade
industrial e intelectual, políticas de fomento e de
suporte à inovação, instituições de apoio à pesquisa,
etc..)....... São as “regras do jogo econômico”.
4. Elementos do meio ambiente natural:
clima, solo, flora, fauna, relevo, hidrografia,
riquezas naturais, densidade demográfica, pirâmide
etária, etc...

5. Elementos de caráter social:


distribuição de renda e riqueza, níveis
educacionais, relações de trabalho, sindicatos e
associações patronais e de trabalhadores e formas
de relações e interação predominantes entre
fornecedores e usuários.
6. Elementos de caráter cultural:

idioma, história, religião e valores, hábitos


alimentares, regras de etiqueta e convenções de
costumes, manifestações artísticas e relações
interpessoais.
Nelson, R. e Winter, S.

• Os autores chamaram a atenção para a evidência empírica


de que, nas aplicações particulares de qualquer tecnologia,
sempre existe (em > ou < grau) um conteúdo de
conhecimentos tácitos e específicos (idiossincráticos);
• Nas rotinas se embutem as normas de comportamento
atinentes ao funcionamento da empresa em seus vários
âmbitos (produção, formação de preços, comercialização,
pesquisas, etc.), incluindo os conhecimentos tácitos e
específicos que vão acompanhando a prática repetitiva e
seus melhoramentos.
As diferenças em experiência histórica, cultura,
etc., se refletem em idiossincrasias:

1. na organização interna das empresas;


2. nas relações entre firmas;
3. nas relações com o setor público;
4. no marco institucional do setor financeiro;
5. na organização e intensidade das atividades de P&D;
6. no sistema educacional e de treinamento.
Dosi (1995) faz uma distinção entre
informação e conhecimento

 INFORMAÇÃO - proposições bem estabelecidas e


codificadas sobre estados da natureza ou algoritmos
que explicam como fazer as coisas;
 CONHECIMENTO - inclui categorias cognitivas,
códigos de interpretação da informação e habilidades
tácitas de resolução de problemas.
Em consequência ...

... para os evolucionistas, a


mudança tecnológica é um
fenômeno fortemente
tácito, cumulativo e local.
O caráter tácito da inovação ...

... reforça a importância da empresa como veículo


da mudança tecnológica pois:

1. Ela organiza e acumula conhecimento;


2. Pode reproduzir, transmitir e compartilhar esse
conhecimento com outras organizações;
3. É um agente econômico e social que pode
estabelecer relações de confiança e cooperação.
A dinâmica do progresso técnico na
análise marxista do capital

 Para Marx a inovação tecnológica é o motor da


dinâmica do sistema capitalista;
 A elaboração da teoria do valor fornece uma
consistente microfundamentação para a dinâmica de
permanente mudança técnica, inerente ao sistema
capitalista;
 Marx articulou teoricamente a busca incessante por
inovações (progresso técnico), a obtenção de super-
lucros (temporários) e a concorrência intercapitalista.
A teoria do valor trabalho
 Valor do produto/serviço - é a quantidade (+
nível tecnológico) de trabalho socialmente
necessário para produzir o produto/serviço.

 Valor da força de trabalho - é a quantidade (+


nível intelectual) de trabalho socialmente
necessário para que ela possa produzir e se
reproduzir enquanto tal.
A dinâmica do progresso técnico na
análise marxista do capital

 Da análise de Marx é possível deduzir uma dinâmica


de crescente entrelaçamento entre a atividade científica
e a atividade produtiva, ou seja, a aplicação da ciência
à produção significa um importante mecanismo de
retroalimentação positiva entre ciência e produção;
 A partir daí surge um conceito central na análise do
capital que é a mais-valia relativa.
Mais-valia relativa e absoluta

B”
A B C C’
B’

Jornada de trabalho

Organização e produtividade das empresas de uma indústria ou setor


A dinâmica do progresso técnico na
análise marxista do capital

 Rosenberg considera que esta análise é um ponto de


partida importante a respeito da inovação tecnológica;
 Maior produtividade do trabalho significa a
possibilidade de vender produtos com valor individual
menor que o valor médio daquela esfera produtiva, ao
mesmo preço de mercado, ou seja, o empresário que
produz em melhores condições técnicas obteria um
“lucro extra”.
Referências:
• ARROW, K. The Economic Implications of Learning by Doing. Review of Economics Studies,
junho, 1962.
• DOSI, G., FREEMAN, C and FABIANI, S. “The Process of Economic Development. Introducing
some stylized Facts and Theories on Technologies, Firms and Institutions”, Industrial and Corporate
Change, 1994.
• DOSI, G. „The nature of the innovation process, In G. Dosi, C. Freeman, R. R. Nelson, G.
Silverberg and L. Soete (eds), Technical Change and Economic Theory . Brighton, 1988.
• LUNDVALL, Bengt-Ake National Systems of Innovation. Towards a Theory of Innovation and
Interactive Learning. Londres: Pinter Publishers, 1992.
• NELSON, R. e WINTER, S. An Evolutionary Theory of Economic Change. Harvard University
Press, 1982.
• NELSON, R. As Fontes do Crescimento Econômico. São Paulo: Campus, 2006.
• POSSAS, M. L. . Antecedentes e Perspectivas Teóricas da Economia do Desenvolvimento numa
Abordagem Evolucionária. NEXOS ECONÔMICOS, Salvador, BA, v. 1, n.1, 1999
• ROSENBERG, N. Exploring the Black Box. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1994.
• SHUMPETER, J. Teoria do Desenvolvimento Econômico. Edição Brasileira série Os Economistas.
Rio de Janeiro: Nova Cultural, 1988.
• TIGRE, P. B. Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006.
• SHIMA, W. T. Ecomomia de redes e inovação. In: PELAEZ, V. e SZMRECSÁNY, T. (orgs.)
Ecoomia da Inovação Tecnológica. São Paulo: Hucitec, 2006.

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