Você está na página 1de 68

Universidade Federal de Pelotas

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel


Departamento de Fitotecnia
Fruticultura

CULTURA DA PEREIRA

Prof. Paulo Celso de Mello Farias


HISTÓRIA
Origens: *região do Cáucaso [Turquia, Irã]; Ásia [China];
*Europa [Áustria, Itália, Suíça]; Índia; África

Cáucaso

* * * *
*

2
HISTÓRIA

Inglaterra: 1796 cv. William’s (Bartlett);


Portugal: 1836 cv. Rocha
USA: 1846 cv. Kieffer
Austrália: 1896 cv. Packham’s Triumph;
Japão: 1867 cv. Nijisseiki (Século XX);
1959 cv. Kousui;
1972 cv. Housui;

Brasil: 1930’ cultivo pera d’água, ‘Kieffer’, ‘Smith’ (SP);


1950’ pereira japonesa e chinesa (SP);
1970’ desenvolvimento de cvs. (IAC-SP);
1990’ produção comercial de pereira japonesa (SC e RS);
2000’ produção comercial de pera ‘Rocha’ (SC e RS);
PRODUÇÃO

Os 10 maiores produtores de pera no mundo (FAOSTAT, 2015)

Rank Países Produção (1000 t) %


MUNDIAL 21.261,6 (2011) 100
1 China 13.676,4 64,3
2 Estados Unidos da América 789,1 3,7
3 Itália 770,1 3,6
4 Argentina 740.0 3,5
5 Espanha 538.7 2,5
6 República da Coréia 470.7 2,2 22,0 %

7 Japão 361.7 1,7


8 Turquia 355.5 1,7
9 África do Sul 337.1 1,6
10 Índia 306.1 1,5
PRODUÇÃO Quantidade importada pelo Brasil
PRODUÇÃO

Os 10 maiores exportadores de pera no mundo (FAOSTAT, 2015)

Rank Países Quantidade (1000 t) %


MUNDIAL 2.464,2 (2011) 100
1 Argentina 464,9 18,9
2 China 446,7 18,1
3 Holanda 312,2 12,7
4 Bélgica 231,9 9,4
5 EUA 169,2 6,9
6 África do Sul 165,7 6,7 92,3 %

7 Espanha 155,7 6,3


8 Itália 136,1 5,5
9 Chile 133,3 5,4
10 Portugal 59,2 2,4
PRODUÇÃO NO BRASIL

• Produção – 16.367 ton

– Área colhida – 1.533 ha (FAOSTAT, 2015)


– Produtividade – 10.7 ton ha-1 (FAOSTAT, 2015)
» Importação
Argentina 82% Portugal 7%
EUA 7% Chile 1%
Uruguai 1% Espanha 1%

• Consumo - 210.000 ton


PRODUÇÃO

Situação no Brasil:
Europeias: William’s, Carrick, Packham’s Triumph, Rocha, Santa Maria,
Abate Fetel (Abbè Fetel) (RS e SC);
Pêras d’Água - Smith e Kieffer (processamento);

Chinesas: Ya-Li, Tsu-Li (PR); cv. polinizadora (SC);

Japonesas: Housui (SC, PR, RS);

Importação: Argentina - 85% tipo europeia;


Chile - tipo europeia e japonesa;
BOTÂNICA
divisão: Magnoliophyta (Angiospema)
classe: Magnoliopsida (Dicotiledônea)
família: Rosaceae
subfamília: Maloideae (Pomoideae)
gênero: Pyrus
espécies: 25

‘Europeias’ Pyrus communis L.

‘Japonesas’ Pyrus pyrifolia Nakai var. culta

‘Chinesas’ Pyrus bretschneideri;


Pyrus ussuriensis Maxim.;
Porta-enxertos Pyrus calleryana Decne;
Pyrus betulaefolia Bunge;
Pyrus communis L.;
BOTÂNICA

Folhas: diferenças morfológicas

William’s ‘La France’ ‘Kousui’


CULTIVARES e PORTA-ENXERTOS

cvs. Packham’s Triumph, William’s (= Bartlett),


‘Europeias’
Red Bartlett, Rocha, Carrick, Abate Fetel, Santa Maria;

‘Japonesas’
cvs. Housui, Kousui, Nijisseiki (Século XX);
(Nashi)

P. bretschneideri - cvs.: Ya-li, Tsu-li;


‘Chinesas’
P. ussuriensis - cvs.: Beijing, Bai-Li;
P. calleryana;
P. betulaefolia;
Porta-enxertos
P. communis - cvs.: Pyrodwarf, clones OH x F;
*Cydonia oblonga Mill. (marmeleiro EM)
CULTIVARES

‘Packham’s Triumph’ ‘William’s’ (=Bartlett) ‘Rocha’

‘Santa Maria’ ‘Abate Fetel‘ ‘Carrick’


CULTIVARES ASIÁTICAS

‘Housui’ ‘Kousui’ ‘Nijisseiki’ (= Século XX)

‘Ya-Li’ ‘Tsu-Li’
PORTA-ENXERTOS

VIGOR

EM C Sydo Adams CtS 212 EM A Fox 11 (Provence) BA 29 Pé Franco

baixo médio alto


BIOLOGIA FLORAL

Sistema reprodutor:
- flor: hermafrodita, pentâmera, gineceu penta-locular;
- estádios fenológicos:

A B C C3 D D3 E E2 F F2 G H I J

A B C C3 D D3 F F2
BIOLOGIA FLORAL

Gema mista

Escamas

Primórdio floral

Primórdio vegetativo

Base da gema

Tecido adjacente
ESTRUTURAS DE FRUTIFICAÇÃO

Estruturas de Frutificação:
Esporão: <5 cm, podendo ser simples (esporão de 1 ano) ou ramificado (mais de 2
anos);
*japonesa (Nijisseiki);
**concentração da produção;
Lamburda: Ramo de 5~15 cm, com gema mista na extremidade;
*europeias e chinesas: frutos de melhor qualidade;
Brindila: Ramo longo (>30 cm), com 1 ou mais gemas mistas;
[gemas laterais/axilares mistas e vegetativas e
gema terminal mista];
*japonesas (Housui, Kousui);
**brindila simples: extremidade com gema vegetativa;
**brindila coronada: extremidade com gema mista;
ESTRUTURAS DE FRUTIFICAÇÃO

Pereira
japonesa

Pereira
europeia
ESTRUTURAS DE FRUTIFICAÇÃO

Gema vegetativa Gema lateral mista Gema terminal mista


Formação
Ramo misto 1º ano

Brotação Ramo 2º ano


nova
Esporão

Gema mista
Gema
nova
cicatriz Esporão

Inverno 2º ano Inverno 3º ano


Verão 2º ano
ABORTAMENTO FLORAL

Abortamento floral:
- Ocorrência: - desde a paradormência (menor) até a ecodormência (maior);
- Espanha, Bélgica, Nova Zelândia, África do Sul, Japão, Brasil

- Sintomas: (leve) - número anormal de primórdios florais;


- formação de flores anormais;
- período de florescimento prolongado;
- redução do número de flores/gema;
- emissão anormal de brotações;
(severo) - necrose completa de toda gema;

- Causas: condições climáticas adversas;


excesso de vigor;
incidência de Pseudomonas syringae pv. syringae
ABORTAMENTO FLORAL
ABORTAMENTO FLORAL

A: tratamento
(inverno ameno)

B: testemunha
(inverno “frio”)

Fotografia MRI Morfológico T2


ABORTAMENTO FLORAL

B
ABORTAMENTO FLORAL
ABORTAMENTO FLORAL NO BRASIL
ABORTAMENTO FLORAL Florescimento sob condições ideais
PODA
corte em bisel
PODA

PODA:
-hábito de frutificação: Esporão [Nijisseiki]
Lamburda [europeias, chinesas]
Brindila [Housui, Kousui]
-hábito de crescimento: Dominância apical [Líder central, Taça, em V];

*inverno: Renovação das estruturas de frutificação;


Retirada de ramos mal-posicionados, doentes, “ladrões”;
*verde: Importante no controle do vigor;
Realizar antes da lignificação dos ramos;
Redução da poda de inverno.
CONDUÇÃO
Sistemas:
Líder Central p.e. vigorosos (P. calleryana; P. betulaefolia);
ou Vaso Aberto: 6 x 4m;
em V: densidades médias; 2 “pernadas” principais;
necessita de estrutura de sustentação;
Latada: mais utilizado para pereiras japonesas;
3~4 “pernadas” principais (menos adensado);
2 “pernadas” principais (mais adensado);

Latada Sistema em V Taça / Vaso aberto Líder Central


CONDUÇÃO

Sistemas de condução no Brasil – pereira japonesa

Latada Sistema em V

Taça / Vaso aberto Líder Central


CONDUÇÃO

Sistemas de condução no Brasil – pereira europeia

Líder Central em Alta densidade com Sistema de Tutoramento


CONDUÇÃO Sistemas de condução no Japão
CONDUÇÃO
Sistemas de condução na Europa

Líder Central Líder Central com sistema de tutoramento


PRAGAS
MOSCA DAS FRUTAS
Anastrepha fraterculus W. (1830); Ceratitis capitata Wied. (1824)
MARIPOSA ORIENTAL
Grapholita molesta B. (1916)
LAGARTA ENROLADEIRA
Bonagota cranaodes M. (1937)
ÁCARO VERMELHO EUROPEU
Panonychus ulmi K. (1836)
ÁCARO RAJADO
Tetranychus urticae K. (1836)
ÁCARO VERMELHO
Tetranychus desertorum B. (1900)
PULGÃO LANÍGERO
Eriosoma lanigerum
PIOLHO DE SÃO JOSÉ (cochonilha)
Comstockaspis perniciosa C. (1981)
SARNA
Venturia nashicola Tan. & Yam. (japonesas)
Venturia pirina Aderh. (européias)
DOENÇAS
ENTOMOSPORIOSE
Diplocarpon mespii
PINTA PRETA
Alternaria kikuchiana
SECA DOS RAMOS OU PODRIDÃO BRANCA
Botryosphaeria sp.
DISTÚRBIO FISIOLÓGICO  DEGENERESCÊNCIA DE POLPA

Você também pode gostar