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PRODUÇÃO E TECNOLOGIA
DE SEMENTE E MUDA DE
Schizolobium parahybae S. F. Blake (Vellozo, 1919)
Dezembro
2020
SUMÁRIO
1.1 Taxonomia
A espécie Schizolobium “legume duro” e o nome parahyba, que se refere ao local que
foi vista pela primeira vez por vellozo, Rodrigues (1997), é conhecido popularmente por
diferentes nomes de acordo o estado onde é encontrado, como descrito abaixo por
(CARVALHO, 2005).
Bahia: bacurubu, ficheira, pau-de-vintém, pinho e pino.
Minas Gerais: birosa, breu, guaperuvu.
Pernambuco: guapuruvu.
Estado do Rio de Janeiro: bacurubu, bandarra, fava-divina, guapururru.
Rio Grande do Sul: guavirovo.
Santa Catarina: bacurubu, bacuruvu, gapuruvu, garapuvu, igarapobu.
Estado de São Paulo: baageiro, bacuru, bacurubu, bageiro, fava-divina, ficha,
ficheira, guapiruvu, guapuruvu e pau-de-canoa.
Local de ocorrência: a espécie S. Parahybae foi descrita por Vellozo no ano de 1919, onde
foi encontrada no estado da Paraíba, mas ocorre naturalmente numa faixa que vai da Bahia até
o Rio Grande do Sul passando pelos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro,
São Paulo e Paraná, como demonstrado no mapa abaixo.
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Mapa - Ocorrência natural do guapuruvu (Schizolobium parahyba) no Brasil.
Fonte- (CARVALHO, 2005).
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Ramificação: cimosa.
Casca: com espessura de até 5 mm. A casca externa é quase lisa, cinzenta quando adulta e
verde quando jovem, provida de marcas conspícuas transversais ovaladas, em relevo,
deixadas pela queda das folhas, e com presença de lenticelas. A casca interna é esbranquiçada,
com textura fibrosa (figura 1e).
Folhas: alternas, compostas, de até 1 m de comprimento, bipinadas, com até 22 pares de pinas
e pecíolo de até 15 cm (figura 1f, 1g e 1h).
Sistema sexual: planta hemafrodita.
Vetor de polinização: as abelhas são os principais vetores de plolinização dessa espécie.
Fenologia
Floração: a floração do guapuruvu vai depender da localicade que se encontra, em São Paulo,
por exemplo, a floração dessa espécie é entre os meses de julho e novembro, Minas gerais de
setembro a dezembro, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina de outubro a dezembro, já em
Pernambuco a floração acontece de janeiro a fevereiro (CARVALHO, 1976).
Frutificação: ocorre geralmente no final de junho até agosto para a maioria dos locais onde á
espécie é encontrada (CARVALHO, 1976).
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Figura 1- Schizolobium parahybae. a: árvore de guapuruvu de aproximadamente 30m de
altura em ambiente urbano. b: copa umbeliforme. c: flores com pétalas amarelas. d: tronco
circular, ritidoma com lenticelas, cicatrizes horizontais da inserção das folhas; e: casca interna
rosada e estriada; f: ramo com folhas bipinadas, ramos jovens clorofilados, indumento viscosa
nos ramos e foliólulos; g: parte da folha; h: folíolos, face adaxial (esquerda) e face abaxial
(direita); i: fruto, endocarpo que envolve a semente, semente e parte interna do fruto.
Fonte- 1a, b e c disponível em https://www.arvores.brasil.nom.br/new/guapuruvu/index.htm
d até i (MARCON et al., 2013).
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1.3 Exsicata Schizolobium parahybae
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2.COLETA DOS FRUTOS E SEMENTES DE Schizolobium
parahybae
Data: coleta foi realizada no dia 06/02/20020, no qual, foi coletado apenas sementes no solo.
Técnicas: foi utilizado para coleta, a coleta manual de sementes achados nas proximidades da
matriz no solo. O coletor responsavel pela espécie S. parahybae foi o aluno da disciplina de
Tecnologia de sementes Welder Freitas Santos e a equipe de campo foi formada pelos alunos
da disciplina.
Materiais: foi levado ao local de coleta podão, facão e sacos plasticos pretos para levar o
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material até o laboratório. Porém as sementes foram encontradas no solo não havendo a
necesidade de utlização dessas ferramentas para essa espécie.
Dificuldade na coleta: o principal empecilho para a realização da coleta era o terreno ingrime
onde está localizado a árvore matriz e o piso escorregadio devido uma neblina ocorrida no dia
da coleta.
2.1 FRUTO
2.2 SEMENTE
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Figura 4- Sementes de Schizolobium parahybae sendo medida em papel milimetrado.
Fonte- W.F. Santos (2020)
Quantidade de semente/fruto: cada fruto possui uma semente, podendo encontrar até 2
sementes em cada fruto.
Extração e Quantidade de semente adquirida: Foram adquiridas um total de 15 sementes
no solo, no qual, após uma seleção das mais viáveis, foram selecionadas um total de 10
sementes para execução do trabalho (figura 5).
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Síndrome de dispersão das sementes: anemócorica, pelo vento e autocórica por gravidade.
Peso médio das sementes: 1,68g variando ± 0,02g (DRANSKI et al., 2010).
Valor da semente 100gr no mercado: o preço da semente do guapuruvu é de R$ 60,00 no
site https://www.bomcultivo.com/semente-de-guapuruvu-schizolobium-parahyba-100-gramas
e R$ 75,00 no site https://www.tocadoverde.com.br/sementes-guapuruvu-100g.html
Qualidade das sementes: Das 15 sementes coletadas, dez foram aproveitadas e selecionadas
para o processo de germinação, das cinco rejeitadas, três estavam fungadas e duas chochas em
processo de deterioração.
3.BENEFICIAMENTO
4. SECAGEM
Após limpeza, as sementes passaram pelo processo de secagem, a bancada do
laboratório foi limpa com alcool e as sementes foram colocadas para secar sobre folhas de
papel na bancada em temperatura ambiente por três dias. Essa técnica de secagem também
foi utilizada por Dapont et al. (2014), diferindo apenas o tempo de secagem que não é
estabelecido no estudo.
5. ARMAZENAMENTO
A semente de S. Parahybae é considerada ortodoxa, ou seja, tolera bem baixos teores
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de umidade. Segundo Carvalho (2005) sementes com faculdade germinativa inicial de 90%
mantêm a viabilidade integral por 22 anos, em armazenamento em câmara fria (3ºC a 5ºC e
92% de UR). Para este boletim, as sementes foram armazenadas por três dias em sacos de
papel com temperatura ambiente, diferentemente do preconizado por (CARVALHO, 2005).
6.DORMÊNCIA
A dormência do guaparuvu é considerada física, pela presença do tegumento duro que dificulta a
entrada de água na semente (MEDEIROS FILHO et al., 2002). O local da quebra de dormencia foi
no laboratório LEPF da UESB. Para quebra da dormência foi utilizado a escarificação manual em
uma pedra abrasiva. Esse método tem a vantagem de ser de fácil utilização e sem custo em
comparação com outros métodos que necessitam de equipamentos mais sofisticados. Segundo
Carvalho (2005), além do método de escarificação manual, o tratatamento térmico com imersão
em água à temperatura inicial de 65ºC, retirando-se da fonte de calor, com a permanência
das sementes por 18 horas na mesma água. Escarificação mecânica, e escarificação em ácido
sulfúrico concentrado por 5 minutos. Já Bianchetti & Ramos, (1981) utiliza também um
método prático e fácil deixando as sementes por 2 minutos em água fervente e depois deixá-
las na mesma água por 12 horas.
7.GERMINAÇÃO
Local: a fase de germinação foi feita no laboratório (LEPF) da UESB.
Materiais e Métodos: Para essa etapa foram utilizadas bandejas para a inserção do papel
germitest (figura 6), posteriormente as dez sementes foram postas sobre o papel e
umidificadas com água. Após a umidificação das sementes, o papel germitest foi enrolado e
colocado em sacos plásticos, identificado pelo estudante responsável e alocados em uma
caixa de madeira para germinação.
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Figura 6- Sementes de Schizolobiumparahybae umidificadas em papel germitest
05/03/2020.
Fonte- W.F.Santos (2020).
a b
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Figura 7- a: nove sementes de schbium parahybae germinadas com emergência da radicula.
12/03/2020. b: seis sementes com protusão dos cotiledones 19/03/2020.
Fonte- W.F. Santos (2020).
Entraves encontrados: das dez sementes utilizadas no trabalho, apenas seis tiveram a
protusão da radicula e dos cotiledones, obtendo uma mortalidade total de 40% das sementes
nessa fase, índice considerado alto em comparação com Dapont et al. (2014) Que registrou a
mortalidade de 8% para sementes escarificadas em pedra abrasiva. Possivelmente esse alto
índice de mortalidade se deve a desinfecção das sementes não ter sido eficientes, haja vista
que as sementes mortas estavam fungadas.
8.PLÂNTULA
Desenvolvimento da plântula: das seis plântulas transferidas para os recepientes (figura 8a
e 8b), duas morreram e quatro pernaceram até virarem mudas, estas se desenolveram
satisfatóriamente, com todas suas partes integras, tanto a raiz primária (radicula) e a parte
aérea com os cotiledone preservados, mas ainda sem a presença dos eófilo (folha primordial)
acima dos cotiledones, metáfilos e plúmula.
a b
Figura 8- a: vista frontal das plântulas de schizolobium parahybae se desenvolvendo no
recepiente com substrato. b: visão vertical das plântulas de guapuruvu 26/03/2020.
Fonte- W.F. Santos (2020).
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9.MUDA
Plantio: o plantio das mudas foi realizado em garrafas pets de dois litros, tendo sua parte
superior cortada para a inserção do substrato de areia e esterco bovino. O recepiente foi
furado embaixo para retirada do excesso de água. As regas foram feito diariamente sempre no
mesmo horário na residência do pesquisador. Em trabalho realizado por Nodari et al. (1984)
as alturas médias de mudas de guapuruvu foram de 34,8 aos 70 dias, medidas essas
semelhantes ao das mudas avaliadas.
Caracterização dendrológica das mudas: enquanto muda, suas folhas são bipinada, com 3
pares de pinas opostas e coniventes, com estípulas. Na fase adulta as características das suas
folhas continuam alternas, compostas, de até 1 m de comprimento, bipinadas, aumentando o
número de pinas com até 22 pares e pecíolo de até 15 cm. O trabalho foi finalizado no dia
12/04/2020 com as mudas sendo plantadas em um sitio localizado no bairro Lagoa das
Flores.
Valor de uma muda: as mudas de guapuruvu variam de preço de acordo a região, em Goias
por exemplo a muda custa R$ 60,00, disponível em: http://go.olx.com.br/. No Rio de janeiro
custa R$ 95,90 disponível em: https://www.jardineiros.net/guapuruvu.
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10.AGRADECIMENTOS
Agradeço a UESB pela estrutura oferecida aos estudantes para realização desse
trabalho. A profesora da disciplina Rita de Cássia pela orientação e ensinamentos repassados
e também aos colegas de classe pelo conhecimento compartilhado.
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11.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dapont, E. C.; Silva, J. B. da.; Oliveira, J. D. de.; Alves, C. Z.; Dutra, A. S.(2014) - Métodos
para acelerar e uniformizar a emergência de plântulas de Schizolobium amazonicum. Centro
de Ciências Agrárias - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE. Revista Ciência
Agronômica, vol. 45, n. 3, p. 598-605.http://www.scielo.br/pdf/rca/v45n3/v45n3a22.pdf
DRANSKI, J. A. L.; PINTO JÚNIOR, A. S.; STEINER, F.; ZOZ, T.; MALAVASI, U. C.;
MALAVASI, M. M.; GUIMARÃES, V. F. Physiological maturity of seeds and colorimetry
of fruits of Jatropha curcas L. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 32, n. 4, p. 158 -
165, 2010.
Duke, J. A. & Polhill, R. M. 1981. Seedlings of Leguminosae. Pp. 941-949. In: R. M. Polhill
& P. H. Raven (Eds.), Advances in legume systematics. Royal Botanic Gardens, Kew.
MARCON, T.R., TEMPONI, L.G., GRIS, D. & FORTES, A.M.T. Illustrated Guide of
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Neotrop. 13(3): http://www.biotaneotropica. org.br/v13n3/en/abstract?identification-
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35-42, 1984.
PAULA, J. E. de. Madeiras que produzem álcool, coque e carvão. CNP - Atualidades,
Brasília, DF, n. 72, p. 31-45, 1980.
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