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CORTE FLORESTAL

1.0 INTRODUÇÃO
O corte florestal é a primeira etapa da colheita de
madeira, tendo grande influência na realização das
operações subsequentes.

Compreende as seguintes operações:


 Derrubada
 Desgalhamento / Destopamento
 Traçamento
Empilhamento.
O corte florestal pode ser realizado por três
métodos:
• Manual
• Semimecanizado
• Mecanizado

O surgimento e a evolução das motosserras livrou o


trabalhador florestal de uma atividade rudimentar
(corte manual) e foi o primeiro passo para a aplicação
gradual de máquinas na colheita de madeira.
PLANEJAMENTO

As operações de corte florestal devem ser planejadas


com antecedência em relação à sua execução.
Aspecto importante no planejamento de corte:
• O direcionamento da derrubada de árvores
Fatores considerados:
 Terreno
 Vias de extração
 Distâncias
 Os métodos de trabalho e a direção do vento
3.0 Métodos
3.1 Método Manual

• Ferramentas utilizadas:
- Machado (derrubada, desgalhamento e traçamento);

- Traçador e serra de arco (derrubada e traçamento);

- Foice, facão (desgalhamento);


- Cunhas, pinças e gancho de rolar toras.
Ferramentas para o corte manual

Fonte: Nilsson (1990)


Derrubada de árvore com machado

Fonte: Sant’Anna (2002)


Vantagens:
 Baixo custo de aquisição de equipamentos;

 Baixo custo de manutenção de equipamentos;

Desvantagens
 Elevado esforço físico da tarefa;

 Uso de mão-de-obra pouco qualificada;


 Baixo rendimento individual.
3.2 Método Semimecanizado

Ferramenta: Motosserra
Operações envolvidas
 Derrubada
 Destopamento
 Desgalhamento
 Traçamento
Auxílio de ferramentas manuais (desgalhamento);
Trabalho em equipe (ajudante de motosserra).
Histórico:
1916: construção da primeira motosserra, com 5 HP.
Década de 20: desenvolvida uma motosserra com
um novo princípio de funcionamento de corrente,
com motor 4 tempos, de 8 a 10 HP e 72 kg de peso.
Durante a 2a Guerra: surge uma motosserra de 15kg.
Década de 60: Primeira motosserra com dispositivos
antivibratórios e sistema eletrônico.
Década de 70: objetivo era reduzir o peso e
desenvolver dispositivos de segurança.
Principais mudanças:

 Diminuição da relação peso/potência,

 Implementação de amortecedores,

 Diminuição sensível no nível de ruído.


Caracterização - Motosserra

Máquina portátil de corte florestal, constituída de


duas partes principais: corpo e conjunto de corte.

Motor de dois tempos, utilizando como combustível


uma mistura de gasolina com óleo para motores de
dois tempos (proporção 25:1).

Apresenta uma série de dispositivos de segurança.


Cabo de empunhadura dianteira

Freio de corrente Bloqueador do


acelerador
Corrente

Tampa ventilador
Manípulo
de partida Cabo traseiro

Batente de garras

Reservatório Acelerador
Sabre Reservatório
óleo lubrificantecombustível
EQUIPAMENTOS AUXILIARES:

 Cunha com alavanca;

 Vareta ou fita de medição para o traçamento;

 Ganchos manuais;

 Pinças ou fisgas para derrubada.


VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO PARA TRABALHO
COM MOTOSSERRA:

 Capacete equipado com protetores auricular e facial;

 Luvas próprias; camisa ou camiseta com cores vivas;

 Calças com proteção antisserra; botas com biqueira


de aço e solado antiderrapante;
SEGURANÇA NO CORTE FLORESTAL
SEMIMECANIZADO

 Treinamento (abrangendo técnicas de operação,


manutenção e segurança no trabalho);
 Observar distância de segurança entre operadores ;
 Sinalização nos limites e proximidades do talhão;
 Disponibilidade de material de primeiros socorros e
veículo para locomoção de feridos na área de corte;
 Existência de meios de comunicação eficientes na
floresta.
RISCOS INERENTES AO USO DAS
MOTOSSERRAS

a) Riscos da operação: queda de árvores, postura


de trabalho e projeção de cavacos (serragem) nos
olhos.

b) Riscos do equipamento: ruído, vibração, parte


cortante, tanque de combustível, parte elétrica e
escapamento.
MEDIDAS PARA MIMIMIZAR OS RISCOS DE
ACIDENTES
a) Adquirir máquinas com bons dispositivos segurança
b) Equipamentos de proteção individual (EPIs)
c) Adoção de medidas de segurança no corte
c1) Treinamento de formação de operadores
c2) Observar distância de segurança entre operadores
c3) Sinalização nos limites e proximidades do talhão;
c4) Kit de primeiros socorros e veículo na área de corte;
c5) A existência de meios de comunicação na floresta.
TÉCNICAS DE DERRUBADA MANUAL E
SEMIMECANIZADA
Regras básicas
• Iniciar o trabalho se estiver com todos os EPI’s.
• Estudar a direção de queda natural
• Escolher a direção de queda desejada.
• Estabelecer rotas de fuga (atrás da árvore)
• Executar o entalhe direcional (boca de corte)
• O segundo corte deve coincidir com o primeiro
• Corte de queda: acima do entalhe (filete de ruptura)
• Afastar-se da árvore de forma segura (inicio da queda)
• Observar distância segura entre trabalhadores.
DERRUBADA DIRECIONADA

A derrubada direcionada é um dos pontos mais


importantes no planejamento da colheita.

O objetivo é economizar tempo e trabalho


desnecessário através do direcionamento da queda
em função das rotas de extração.
ÂNGULO DE CORTE
É um talho (entalhe direcional) feito na base da
árvore na direção da queda.
Deve ser bem orientado naquela direção e bem
embaixo para obter um toco pequeno.

Consiste de dois cortes:


- Corte superior, feito num ângulo de cerca de 60º ;
- Corte inferior, realizado na horizontal.
CORTE DE DERRUBADA OU CORTE DE ABATE
OU TERCEIRO CORTE:

Deve ser feito no lado oposto ao entalhe direcional,


porém um pouco acima do corte horizontal, sendo
que a profundidade deve ser igual ou inferior à
metade do diâmetro do tronco.
CORTE DE
ENTALHE DERRUBADA
DIRECIONAL

Corte de derrubada
ou terceiro corte. Toco de árvore após derrubada
SISTEMAS DE TRABALHO:
 sistema 1 + 0 = 01 operador de motosserra sem
ajudante;

 sistema 1 + 1 = 01 operador de motosserra com 01


ajudante;

 sistema1 + 2 = 01 operador de motosserra com 02


ajudantes;

 sistema 2 + 0 = 02 operadores de motosserra se


revezando no papel de operador e ajudante.
VANTAGENS:

 Baixo custo de aquisição;

 Possibilidade de atuação em qualquer tipo de terreno;

 Possibilita executar todas as operações de corte

 Elevada produção individual, em comparação com


os métodos manuais.
DESVANTAGENS
 Periculosidade;

 Elevado nível de ruído (superior a 85 decibéis);


 Elevada exigência de esforço físico;

 Uso de mão-de-obra pouco qualificada;

 Baixo rendimento individual, em comparação com


os métodos mecanizados.
ASPECTOS OBSERVADOS NO CORTE
SEMIMECANIZADO

• Os trabalhadores passaram a receber treinamento

• Preocupação com a segurança (EPI)


• Inventário de pré corte
• Controle de produção
• Limpeza do subbosque
• Qualidade do corte

• Melhores salários
3.1 Corte Manual
3.1.1 Machado , foice, traçador

3.2 Corte Semimecanizado

3.2.1 Motosserra

É uma máquina portátil destina as operações de


derrubada, desgalhamento e traçamento. A sua
estrutura é constituída basicamente por duas partes:
o conjunto motor e o conjunto de corte.
MOTOSSERRA

Fonte: Husqvarna

Fonte: Machado (2002)


3.3 Corte Mecanizado
Máquinas utilizadas no corte mecanizado:       

 Feller-büncher    
Harvester    

    
Slingshot    

 Garra traçadora   
 Slasher   

Delimber   
3.3.1Corte Mecanizado - Feller-büncher

O feller-büncher é caracterizado como um trator


derrubador-empilhador. Possui um implemento
frontal que faz o corte, acumulando árvores ou não,
e empilhando-as.

Os implementos utilizados para o corte podem ser:

• Sabre: Similar ao corte efetuado por uma


motosserra, com diferença básica na força
propulsora da corrente.
• Tesoura: O corte com cabeçote de tesoura pode
apresentar variações quanto ao número de lâminas e
ao sentido do corte. Os cabeçotes de guilhotina
apresentam somente uma lâmina. Os cabeçotes com
duas lâminas podem ter movimentos laterais
simultâneos, ou uma fixa e outra móvel para o corte.

• Disco: Os cabeçotes de disco são formados por


um motor hidráulico, que faz girar um disco de metal
com dentes no seu perímetro. Gira a 1500 rpm e ao
simples toque na árvore já a corta.
FELLER-BUNCHER

Fonte: Timberjack
3.3.2 Corte Mecanizado - Harvester

O harvester é uma máquina que pode executar,


simultaneamente, as operações de derrubada,
desgalhamento, traçamento, descascamento e
empilhamento da madeira.

É composto por uma máquina base de pneus ou


esteira, uma lança hidráulica e um cabeçote.
HARVESTER

Fonte: Parise (2005)

Fonte: Timberjack
3.3.3 Corte Mecanizado - Slingshot

O Slingshot é uma máquina que reúne as


características do Feller- Buncher e do Harvester.
Realiza o corte de cada árvore acumulando-as em
seu cabeçote até formar um feixe. As árvores, após
o corte, são desgalhadas, traçadas e destopadas
todas juntas.
SLINGSHOT

Fonte: Caterpillar
3.3.4 Corte Mecanizado - Delimber

Equipamentos que realiza o desgalhamento das


arvores derrubadas.
3.3.5 Corte Mecanizado - Garra Traçadora

É uma máquina que tem como finalidade juntar o


feixe de de toras (por meio de uma grua) e,
seqüencialmente, fazer o traçamento por meio de
uma serra.
GARRA TRAÇADORA

Fonte: Oliveira (2003)


3.3.6 Corte Mecanizado - Slasher

Equipamento composto de uma grua com garra e um


traçador mecânico equipado com um sistema de
corte, realiza o traçamento de toras e o
carregamento.
SLASHER

Fonte: Parise (2005)


DESCASCADOR MECÂNICO

3.3.7 Descascador

O descascador, como o próprio nome sugere, é


utilizado na remoção da casca das árvores a nível
de campo, podendo ser fixo ou móvel.

Fonte: FURB
Referências bibliográficas

SANT’ANNA, C. M. Corte florestal. In: MACHADO, C. C.


(Ed.) Colheita florestal. Viçosa, MG: UFV, 2002. p.55-88.

MACHADO, C. C. O setor florestal brasileiro. In:


MACHADO, C. C. (Ed.) Colheita florestal. Viçosa, MG:
UFV, 2002. p.15-32.

MACHADO, C. C. Exploração florestal, 5, Viçosa, MG,


UFV, Imprensa Universitária,1985. 15p.

MACHADO, C. C. Exploração florestal, 6, Viçosa, MG,


UFV, Imprensa Universitária,1989. 34p.

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