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A cultura da bananeira

1. ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E
PRODUÇÃO
1.1. Origem
 Sudeste da Ásia e regiões ocidentais do
Pacífico.
1.2. Distribuição
Áreas de monções mais húmidas Áreas de monções mais secas

Musa acuminata Colla Musa balbisiana Colla


(subespécies diplóides não comestíveis)

Cruzamentos naturais
Híbridos intraespecíficos

Híbridos partenocárpicos
(triplóides e diplóides)
Frutos comestíveis
Propagação vegetativa

Selecção (vigor, tamanho


do fruto e adaptação) Hibridação
interespecífica
Selecções diplóides e triplóides Diplóides e
triplóides
Distribuição pelo mundo

Indonésia ???
Oceano Índico 500 D.C.

Madagáscar

África Oriental, Zaire e África Ocidental

Séc. XVI

Ilhas Canárias

Haiti

Caraíbas e América tropical


Distribuição pelo mundo (cont.)

Fonte: Ferrão (1994)


Distribuição pelo mundo (cont.)

 Introdução em Moçambique:
– Antes da chegada dos portugueses.
1.3. Produção
 Produção mundial de banana em 1999: 58.433.572 t

12.000.000

10.000.000
Índia
8.000.000
Equador
6.000.000 Brasil
China
4.000.000 Filipinas
Indonésia
2.000.000 Costa Rica

0
País
1.3. Produção (cont.)
 Produção mundial de banana-pão em 1999: 30.621.933 t

10.000.000
9.000.000 Uganda
8.000.000
Ruanda
7.000.000
6.000.000
Colômbia
5.000.000
4.000.000 Gana
3.000.000
2.000.000 Nigéria
1.000.000
0 Rep. Dem. do
Congo
País
1.3. Produção (cont.)
Em Moçambique
1970 1999/2000

Número de 756.183 924.788


explorações agrícolas
Número total de 78.963.612 ???
plantas
Número de plantas em 11.642.342 ???
produção
1.3. Produção (cont.)
Em Moçambique
 Tipo de exploração agrícola em 1999/2000

Grande
Média
58 Pequena

3404

921326

0 200000 400000 600000 800000 1000000


1.3. Produção (cont.)
Em Moçambique
 Primeira exportação de banana:
– 1921.
 Segundo a FAO (2000) em 1999:
– Produção de banana: 88.000 toneladas;
– Área colhida: 13.500 hectares;
– Rendimento: 6,5 toneladas por hectare.
2. ASPECTOS BOTANICOS
Posição sistemática

O rd em
S citam in eae

F am ília O u tras
M usacea e fam ílias

G é nero G é ne ro
M u sa E n sete

S e cção S e cção S ecção S e cção S ecção


E u m usa A u stralim usa C allim u sa R hodo chlam ys In ge ntim usa
Aspectos gerais das bananeiras

Género No. básico de Secção Espé- Usos*


cromossomas /Distribuição cies
Ensete 9 - 7-8 Fibra, hortaliça
África Ocidental até
Nova Guiné
Musa 10 Australimusa 5-6 Fibra, fruto
Queensland até às
Filipinas
10 Callimusa 5-6 Ornamental
Indo-China e
Indonésia
11 Eumusa 9-10 Fruto, fibra, hortaliça
Sul da Índia até
Japão e Samoa
11 Rhodochlamys 5-6 Ornamental
Índia até Indo-China

14 Ingentimusa 1
Papua Nova Guiné
Descrição da planta

Fonte:
Planta:

• planta herbácea,
• perene,
• 2 a 9 metros de altura, dependendo da
variedade.
Sistema radicular

• Suculento;
• Adventício;
• Pouco profundo:
 40% do volume nos primeiros 100 mm;
 85% do volume nos primeiros 300 mm;
• No sentido horizontal: 1 a 2 m (até 5 m).
a – Raízes primárias
b – Raízes
secundárias
c – Raízes terciárias
contendo pêlos
radiculares
d – Raízes
secundárias mortas

Fonte:
Robinson (1996)
Raízes primárias

• Originam-se em grupos de 3 a 4 a partir da


superfície do cilindro central;
• Número: 200 a 500;
• Espessura: 5 a 8 mm;
• Cor: branca  cinzenta ou castanha;
• Emergência: até próximo da floração;
• Crescimento lateral: 1 a 2 m (até 5,2 m).
Raízes secundárias

• Originam-se no protoxilema próximo do


ápice radicular.
Período de vida funcional
Período de vida funcional

Raízes primárias 4 a 6 meses

Raízes secundárias 8 semanas

Raízes terciárias 5 semanas

Pêlos radiculares 3 semanas


Condições que impedem ou reduzem o
desenvolvimento radicular em profundidade:

 Solos compactos;
 Camadas de solos impermeáveis;
 Alto teor de argila;
 Condições de solo saturado.
Relação entre sistema radicular e rendimento:

 A extensão do crescimento radicular


radialmente e em profundidade é um bom
indicador do rendimento;
 Há uma boa correlação entre o peso do
cacho e a quantidade de raízes produzidas.
Sistema radicular na banana e plátano

Proporção de raízes

Secundárias Terciárias

Banana 22% 77%

Plátano 53% 46%


Caule:

 rizoma tuberoso;
 300 mm de
diâmetro e altura;
 Divisão interna do
rizoma:
– cilindro central
– Cortex.
Socas:

 Socas = rebentos, mudas


ou seguidores
 Soca: desenvolvimento
das gemas laterais
localizadas no rizoma
 Nº. de gemas formadas =
no. de folhas;
 Apenas 3 a 4
desenvolvem-se como
socas. 
Socas:

 Tipos de socas
(morfologicamente):
– a. Socas espada
(‘sword’ suckers)
– b. Socas de água
(‘water’ suckers).

Foto: Robinson (1996)


Características dos diferentes tipos de socas

Soca espada Soca de água


Folhas Estreitas Largas
Base do rizoma Largo Estreita
Conexão com a Forte Fraca
planta mãe
Origem no rizoma Parte inferior Parte superior
Maior ocorrência Plantações velhas
Como material de Bom Nunca usar
propagação
Tendência:
 Produção de socas na parte média ou
superior do rizoma

 As novas socas cada vez mais próximas da


superfície.
Classificação em função do estágio de
desenvolvimento - Brasil

Tipo de soca
Chifrinho Chifre Chifrão
Altura 20-30 cm 50-60 cm 60-150 cm
Idade 2 a 3 meses 3 a 6 meses 6-9 meses
Peso 1-2 Kg 1,5-2,5 Kg 2 a 3 Kg
Pseudocaule:

 Formado a partir da
sobreposição das
bainhas foliares
 Altura:
– 2a5m
 Circunferência:
– até 1 m
 Constituição:
– 95% de água.
Folhas:

 Produção a partir do meristema apical do


rizoma numa sucessão em espiral
 Sequência da forma das folhas produzidas:

Folhas de Folhas Folhas


escama estreitas em mais
(scale forma de largas
leaves) espada
As folhas da bananeira
(Guerra et al., 1979)

 a) Limbo;
 b) Nervura central;
 c) Pecíolo;
 d) Bainha
 e) e f) Limbos de
folhas jovens
Folhas (cont.)

 Lamina foliar adulta:


– Comprimento: 1,5 a 2,8 m;
– Largura: 0,7 a 1 m.
 Número de folhas produzidas/planta:
– 25 a 50.
 Número de folhas funcionais na altura da:
– emergência floral: 10 a 15 ( 25 m2);
– colheita: 5 a 10.
Folhas (cont.)

 Número de estomas:
– página superior: 54/mm2
– página inferior: 200/mm2
Período de vida das folhas

Primeiras folhas Últimas folhas

Trópicos 50 dias 150 dias

Subtrópicos 280 dias


frios
Inflorescência e cacho

 Emissão após a planta


ter produzido 35 a 50
folhas.
 Meristema apical:
– produção de novas
folhas
 ???
– produção da
inflorescência
Inflorescência e cacho

a. Flores femininas
b. Flores hermafroditas
c. Flores masculinas

Fonte:
Robinson (1996)
Inflorescência e cacho

 Inflorescência
– Grupos de flores
femininas (5-15)
– Grupos de flores
hermafroditas
– Grupos de flores
masculinas.
Inflorescência e cacho
Inflorescência e cacho
Inflorescência e cacho
Inflorescência e cacho
 Bráctea
avermelhada:
– cai 1 a 2 dias
depois de expor as
flores,
– ou ficam presas à
planta.
Inflorescência e cacho
 Penca ou
mão:
– grupo de
frutos (12 a
20 em duas
filas)
 Dedo:
– fruto
individual
Inflorescência e cacho
Inflorescência e cacho
Inflorescência e cacho

a) Bráctea
b) Flores
Inflorescência e cacho

a) Penca ou mão;
b) Fruto ou dedo.
Inflorescência e cacho

 Fruto:
– não tem
sementes;
– desenvolve-se
por
partenocarpia,
isto é, sem que
tenha ocorrido a
fertilização.
Inflorescência e cacho
 Características de um
cacho bom:
– 8 mãos
– 15 dedos por mão
– peso médio do dedo:
150 g
– peso total dos frutos:
18 Kg
– peso do cacho: 20 Kg.
3. CULTIVARES
Classificação dos cultivares de banana
 Origem das bananas
comestíveis da secção
Eumusa:
– Musa acuminata Colla
– Musa balbisiana Colla

Musa acuminata subsp. burmanica


(esquerda) e
M. balbisiana (direita)
Fonte: Stover e Simmonds (1987)
Classificação dos cultivares de banana

 SIMMONDS & SHEPHERD (1995)


usaram como sistema de classificação:
– um método de pontuação, para indicar as
contribuições relativas das duas espécies
selvagens à constituição de um dado cultivar,
– e a poliplodia.
Classificação dos cultivares de banana

Método de pontuação:
 a) Usaram 15 características
 b) Pontuação:
– 1 para M. acuminata;
– 5 para M. balbisiana
– 2, 3 ou 4 para expressões intermédias.
Características usadas na pontuação
taxonómica de cultivares de banana:
1. Cor do pseudocaule 9. Ápice da bráctea
2. Canal peciolar 10. Cor da bráctea
3. Pedúnculo 11. Desvanecimento da cor
4. Pedicelos interna da bráctea
5. Óvulos 12. Cicatrizes das brácteas
6. Posição do ombro da 13. Tépala livre da flor
bráctea masculina
7. Enrolamento da bráctea* 14. Cor da flor masculina
8. Forma da bráctea 15. Cor do estigma
Principais
características
morfológicas
utilizadas para
distinguir entre
M. acuminata e
M. balbisiana

Fonte: Simmondds
e Shepherd (1995)
e Stover e
Simmonds (1987)
Poliploidia

 Bananas comestíveis de Eumusa:


– 22,
– 33
– ou 44 cromossomas.
  
 Como conhecer a poliploidia:
a) Contagem de cromossomas;
b) Inspecção da planta.
Inspecção da planta
Cultivares
Diplóides Triplóides Tetraplóides

Número - numerosos + numerosos Raros

Folhas + duras (rijas) que dos


tetraplóides
Tipicamente erectas Medianamente Bem arcadas
pendentes
Planta Maiores e +
robustas
Espessura da Aumenta com a
folha e tamanho poliploidia
da célula
Chave para os grupos de bananas
comestíveis
1. Cachos e eixos masculinos erectos, Série
seiva cor de rosa. Número básico de Australimusa
cromossomas, M=10

2. Cachos e eixos masculinos Série


horizontais ou inclinados, seiva Eumusa
leitosa ou aquosa. Número básico de
cromossomas, M=11
Classificação de Simmonds e Shepherd’s
(1955) e Stover e Simmonds (1987)

Grupo genómico Pontuação


Diplóide AA 15-23
Triplóide AAA 15-23
Triplóide AAB 24-46
Diplóide AB 49
Triplóide ABB 59-63
Tetraplóide ABBB 67
Classificação revista de
Silayoi e Chomchalow (1987)
Grupo genómico Pontuação
AA/AAA 15-25
AAB 26-46
ABB 59-63
ABBB 67-69
BB/BBB 70-75
Nomenclatura para a
Série Australimusa e Série Eumusa
 Grupo p.e. Grupo ABB => híbrido triplóide que
tem: 2 genomas de M. balbisiana e 1 de M.
acuminata
  
 Musa ( grupo AAB) ‘Mysore’;
 Musa (grupo AAA subgrupo Cavendish)
‘Robusta’;
 Musa (grupo AA) `Pisang lilin’;
 Musa (Série Australimusa) `Fa’i soa’a’.
Variedades
 Número de variedades de Musa:
– entre 100 e 300.
Principais variedades existentes
Principais variedades existentes (cont.)
 Algumas destas são reconhecidas como
cultivares e outras apenas como sinónimos.
 Nem todos os autores estão de acordo
quanto à distinção entre ser cultivar ou
apenas um sinónimo.
 Muitas vezes a mesma variedade é
conhecida por nomes diferentes mesmo
dentro do mesmo país.
Sinónimos das principais variedades
Variedades
 'Gross Michel':
– principal variedade utilizada no passado na
produção de banana para exportação.
 ‘Mal do Panamá’
– Substituição desta
variedade por
variedades do
subgrupo Cavendish
(‘Valery’ e ‘Grand
Naine’).
 ‘Grand Naine’ e ‘Valery’:
– actualmente as variedades mais utilizadas para
exportação de banana.
 ‘Valery’ está sendo substituída pela ‘Grand
Naine’ por:
– esta ter um porte mais baixo,
– cachos maiores
– e ciclo da cultura mais curto.
‘Cavendish Anã’
 Vantagens:
– variedade adaptada aos climas subtropicais.
– variedade de porte baixo => resiste melhor ao
vento
– tem rendimentos altos.
‘Cavendish Anã’
 Desvantagem:
– ser susceptível ao
“choke throat”.
 “choke throat”:
– distúrbio
fisiológico que
provoca a
deformação do
cacho.
‘Cavendish Anã’
 Vem sendo substituída
por:
– ‘Grand Naine’ e
– ‘Williams’
 Motivos:
– não serem susceptíveis
ao “choke throat”,
– terem rendimentos mais
elevados e
– produzirem frutos de
melhor qualidade.
 A nível mundial vários ensaios têm sido feitos
com vista a comparar o comportamento das
diferentes variedades.
 No Porto Rico, região tropical, a variedade mais
produtiva foi:
– ‘Grand Nain’,
– seguida pela ‘Ziv’ de Israel (sinónimo de ‘Williams’)
– e então Valery.
– Foram atingidos rendimentos anuais de até 60 toneladas
por ha.
 Na África do Sul, região subtropical,
– ‘Grand Nain’ e ‘Chinese Cavendish’
produziram em média 58 toneladas por hectare,
– ‘Williams’, 53 tolenadas por hectare, e
– ‘Dwarf Cavendish’, 43 toneladas por hectare.
 Principalmente clones Cavendish, de altura
média: `Giant Cavendish’, `Poyo’,
‘Robusta’ ou ‘Valery’
– Substituídas por: ‘Grand Nain’
 Motivos de substituição:
– é mais baixa 0,75-1,00 m,
– resiste melhor aos ventos
– e produz rendimentos de até 30% mais por ha:
 a) maior velocidade de produção de rebentos e
 b) perdas causadas por vento reduzidas.
  Desvantagens:
– mais sensível à seca,
– à má drenagem e
– a solos compactos ou pesados
4. EXIGÊNCIAS EDAFO-
CLIMATICAS
4.1. Clima
 Cultura de clima tropical
 Não tolera geadas, com excepção da
`Cavendish Anã’.
Características das áreas produtoras de
banana
Resumo das diferenças fenológicas e
rendimento anual potencial entre plantações de
seguidores de bananeiras
Temperatura
38-40ºC Pára o crescimento
> 37ºC Queimaduras leves nas folhas
31ºC óptimas para o aumento da área foliar
29-30ºC Crescimento óptimo do fruto
27ºC óptima para crescimento e
desenvolvimento
26-28ºC Crescimento óptimo das folhas
22ºC óptimas para o aumento da matéria seca e
para o processo de inicialização da
floração
Temperatura (cont.)
16ºC Pára a emissão de folhas nas var. + altas
de Cavendish
Falha na emissão do cacho
Distorção do fruto
< 14ºC Prejudiciais à cultura
11ºC Danos nos frutos de Cavendish por
esfriagem
10ºC Pára o crescimento
0ºC Danos irreversíveis se for durante 10-15
minutos.
Precipitação
 Frequência:
– 25-50 mm/ semana (depende da
evapotranspiração);
 Áreas de exportação:
– 2/3 são irrigadas;
 Tolerância à seca:
– ABB > AAB > AAA.
Consequências de uma seca prolongada:
1. Folhas verde pálido

2. Queda de folhas

3. Redução do nº de mãos

4. Redução do comprimento do dedo

5. Frutos não comercializáveis


Inundação
 Normalmente
associada a temporais;
 Podem tolerar 48 h de
inundação c/ água
corrente;
 Água estagnada c/ luz
solar plena  Morte
de plantas adultas
 Em Madagáscar:
plantas jovens
toleraram 24 h.
Luminosidade
 Requer muita luminosidade.
 A diminuição da luminosidade aumenta o
ciclo da cultura.
 Não há dados de confiança sobre o efeito da
sombra
Vento
 Velocidades de vento que causam danos:
– > 40 Km/h  Variedades + altas
– > 70 Km/h  Variedades anãs.
 Em regiões onde ocorram ventos fortes
recomenda-se o uso de quebra-ventos.
Efeito da variedade e altura da planta sobre
perdas causadas por um temporal

Variedade Altura média Perda (%)


(m)
‘Lacatan’ 4,3 49
‘Congo’ 3,3 11
‘Valery’ 3,3 5,3
‘Giant’ 3,3 3,6
‘Grand Nain’ 2,8 0,3
Altitude
 Pode ser cultivada:
– entre 0 e 1000 metros acima do nível do mar.
 A cada 100 metros de aumento de altitude:
– o ciclo aumenta 30 a 45 dias.
Humidade relativa
 Requer uma humidade relativa do ar acima
de 80%.
Solos
 Os melhores solos são os:
– planos,
– bem drenados,
– profundos (pelo menos 60 cm),
– bem estruturados,
– permeáveis
– ricos em matéria orgânica.
Solos
 Deve-se rejeitar:
– solos arenosos
– ou os solos com uma % de argila > 45%.
 pH:
– 4,5 a 8,0.
 pH óptimo:
– 6,0 a 7,5.
5. SISTEMAS DE CULTIVOS
Sistemas básicos de produção de Musa:

 Variedades de sobremesa do tipo AAA do


subgrupo Cavendish produzidas para venda
para áreas com clima subtropical ou tropical
 Todas as outras bananas de sobremesa,
plátanos e bananas para cozinhar
produzidas principalmente para consumo
local.
Áreas de produção:
 a) Clima tropical
 b) Clima subtropical.
1. Áreas tropicais de exportação de banana:
a) Plantações permanentes
b) Farms pequenas replantadas
2. Áreas subtropicais de banana
3. Bananas de sobremesa não exportáveis, plátanos
e bananas para cozinhar
a) Jardins e farms pequenas
b) Consociação com café, cacau, coqueiros e arecanuts
c) Produção intensiva de plátanos para áreas urbanas e
exportação.
6. INSTALAÇÃO DO BANANAL
Factores a ter em conta na instalação de
um bananal:
 direcção e intensidade dos ventos
predominantes;
 necessidade de instalação de cortinas
quebra-ventos;
 sistema de rega e drenagem a estabelecer
 tipo de maquinaria;
 sistema de colheita a utilizar.
Exemplo de vias de acesso para o transito de
veículos e maquinaria agrícola:

 Construção de
caminhos a cada 50
metros com um
interligação a cada
200 ou 300 metros;
 Com este sistema o
bananal ficaria
dividido em talhões
de 1 ou 1,5 ha.
Cabos aéreos

 O sistema de cabos
aéreos é o sistema
mais adequado para
o transporte dos
cachos do bananal
para a casa de
empacotamento,
pois diminui os
danos causados ao
frutos
 A distância
máxima entre uma
bananeira e um
cabo aéreo não
deveria ser
superior a 60
metros, com uma
média de 20 a 30
metros.
6.1. Preparação do solo
 Operações:
– limpeza da área
– Lavoura
– Gradagem
– Abertura de covas ou
sulcos.
 Dimensões mínimas da
cova: 40 x 40 x 40 cm
 Profundidade dos sulcos:
30 cm.
6.2. Plantação
6.2.1. Material de propagação
1. Chifrinho
2. Chifre
3. Chifrão
4. Soca de água
5. Soca adulta
6. Rizoma com filho
aderido
7. Pedaço de rizoma
8. Soca proveniente
da cultura in vitro
Plantação de
uma soca
ligada ao
rizoma da
planta mãe.
Plantas provenientes da cultura in vitro.
Área recentemente replantada com socas espada.
 Nos países tropicais
usam normalmente
socas espadas
 Nas regiões
subtropicais usam
normalmente socas
aparadas e cortadas ou
pedaços de rizoma (1 a
2 Kg).
a. Soca recentemente
destacada, com solo
aderido às raízes e
rizoma
b. Soca aparada
mostrando o
pseudocaule cortado
a aproximadamente
50 mm acima do
colar do rizoma.
6.2.2. Viveiro
 O viveiro para a produção de socas deve
estar:
– afastado do bananal ou de outras culturas que
possam servir de hospedeiros de pragas e
doenças;
– em local de fácil acesso
– próximo a uma fonte de água
– em área livre de infestantes de difícil controle;
– sob condições de clima e solo adequadas.
Viveiro:
 Limpeza, preparação e adubação do solo
 Plantação com um compasso de:
– 2x2
– ou 3 x 1 x 1,5 m.
 Eliminação do cacho logo que surja
 Rendimento esperado: 8 a 10 socas/planta por ano
ou 25000 socas /ha
 Deixar uma soca vigorosa por planta para
continuar o ciclo no viveiro.
6.2.3. Preparação do material de
propagação
 Divisão em grupos de tamanho uniforme
 Remoção das raízes.
 Tratamento do rizoma.
Vantagens e desvantagens dos tratamentos térmico e

químico do material de plantação

Tratamento
Térmico Químico

Operação Mergulhar os rizomas em Mergulhar os rizomas em


água quente (53-55oC) solução nematicida-
por 20 minutos insecticida-fungicida

Vantagens É relativamente barato; É fácil de aplicar;


É mais efectivo contra Não prejudica ou prejudica
nemátodos. menos a germinação
Desvantagens Exige uma fonte térmica Alto custo dos produtos
Diminui a percentagem de químicos;
germinação. Não controla efectivamente
os nemátodos.
 Recomenda-se que o período que vai desde
a retirada da soca e a sua plantação seja o
mais curto possível.
  A retirada de material de propagação de
uma plantação comercial para uma nova
plantação tem o inconveniente de se estar a
transportar pragas e doenças de um lugar
para outro.
6.2.4. Época de plantação
 Factores que determinam a época de
plantação:
– Fazer coincidir a época de colheita para
coincidir com os melhores preços de mercado
– Beneficiar de, ou evitar certas condições
climáticas.
Época de plantação
 Nas regiões tropicais:
– A replantação é rara;
– Plantação no pico chuvoso  Podridão do
rizoma;
– Onde há estação seca sem irrigação a melhor
época de plantação é antes do início da estação
chuvosa.
Exemplos:

 Semitópicos de Queensland Norte


– Plantação:
 Inverno (Maio/Junho) e primavera

(Agosto/Outubro)  Colheita no Inverno e


Primavera  Preços altos
 Nov. a Abril (muito quente e muito húmido 

Apodrecimento do rizoma.
Exemplos:

 Noroeste da Austrália (verões extremamente


quentes)
– Plantação: Inverno (Junho/Julho)

 Nigéria (Platano):
– Plantação: Agosto - Dezembro  Rendimentos
óptimos
– Janeiro - Maio: Maturação na estação seca e com muito
vento  Perdas de produção em 25%
Zona subtropical
 Constrangimentos: invernos frios.
 Evitar que a emergência floral ocorra no
inverno.
Exemplos da zona subtropical:

 Israel
– Plantação: Primavera (Março)
– Selecção do 1º seguidor: Junho
– Floração: Primavera/verão
– Colheita: Nov./Dez. (Boa qualidade e preços
altos)
Exemplos da zona subtropical:
Burgershall (RSA) e New South Wales
(Austrália?)
 Plantação:
– Verão (Dez./Jan.): Óptimo (Altos
rendimentos, boa qualidade, preços altos
[Colheita: Out./Inv.])
– Inverno: muito frio para a emergência da
soca
– Primavera: iniciação floral no inverno 
Baixa qualidade dos frutos (“November
dump”)
– Outono: Ciclo muito longo passando por 2
invernos  Baixos rendimentos por ano e
preços baixos durante a época de colheita
(primavera)
Exemplos da zona subtropical

 Komatipoort (RSA)
– Verões quentes e duração do ciclo mais curta
 Melhor época de plantação em Março, Abril
e Maio.
Komatipoort (RSA)
Mês de Vantagens Desvantagens Conveniência
plantação global para
plantação

Dezembro / Nenhuma Podridão das socas Muito Pobre


Janeiro em solos húmidos
(verão) Plantas in vitro
jovens queimam no
calor
Plantação em
Dezembro causa
iniciação floral no
inverno
Colheita no verão
(preços baixos)
Komatipoort (RSA)
Mês de Vantagens Desvantagens Conveniência
plantação global para
plantação

Fevereiro Evita iniciação As socas Boa


(verão) floral no podem
inverno apodrecer em
Colheita no solos húmidos
Outono (preços Plantas in vitro
mais altos) “stressed” no
calor
Komatipoort (RSA)
Mês de Vantagens Desvan- Conveniência
plantação tagens global para
plantação

Março, Tempo de estabele- Nenhuma Muito boa


Abril e cimento ideal para
Maio in vitro e socas
(outono) Iniciação floral na
primavera
Produzidos cachos
grandes
Colheita no
Outono/inverno
(preços altos)
Komatipoort (RSA)
Mês de Vantagens Desvantagens Conveniência
plantação global para
plantação

Junho, Cachos de Não emergência de Média


Julho e tamanho socas no tempo frio
Agosto médio Colheita no
(inverno) inverno/primavera
Plantas in vitro
jovens podem ser
esfriadas (chilled) ou
queimadas
Iniciação floral a
meio do verão (muito
quente)
Komatipoort (RSA)
Mês de Vantagens Desvantagens Conveniência
plantação global para
plantação

Setembro, Tempo de Emergência Média


Outubro e estabelecimento floral no
Novembro ideal inverno (na
(primavera) Cachos de ‘Dwarf
tamanho médio Cavendish’
ocorre choke
throat
Choke throat
6.2.5. Densidade de plantação

 A densidade de plantação depende:


– clima,
– variedade utilizada,
– características do solo,
– maneio da plantação (por exemplo, número de
seguidores deixados a desenvolver),
– longevidade da plantação (isto é, número de
anos antes que se faça a renovação do bananal),
etc.
 Ciclo da colheita à colheita: 1 ano
 Alta densidade implica:
– um ciclo da cultura mais longo,
– cachos mais pequenos,
– frutos menores,
– rendimentos por ha maiores
– custos de produção maior.
 Densidade de plantação em países tropicais
húmidos produtores de banana para
exportação:
– 1500 a 2000 plantas/ha.
– Esta densidade tem como objectivo obter frutos
grandes o que é essencial para a exportação.
  Densidades noutros países:
– 1600 a mais de 3333 plantas/ha.
Sistemas de espaçamento
Sistemas de espaçamento
Sistemas de espaçamento
Sistemas de espaçamento
Sistemas de espaçamento
 A direcção das linhas deve ser
perpendicular ao vento prevalecente para
facilitar as pulverizações.
 As variedades mais altas necessitam de
espaçamentos mais elevados que as
variedades anãs.
7. PRÁTICAS CULTURAIS
7.1. Controle de infestantes
 Controle das infestantes:
– operação que visa a evitar a competição entre as
bananeiras e as infestantes por água, nutrientes
e luz.
 O controle pode ser feito:
– manualmente,
– mecanicamente,
– através de produtos químicos (herbicidas),
– cobertura morta ou plástico preto.
7.2. Irrigação
 Necessidade: 25 mm de água por semana.
 Períodos sem chuva de mais de 2 semanas
afectam o rendimento da banana.
 Na falta de um método para a determinação
das necessidades de irrigação recomenda-se
uma aplicação de 100 a 150 mm por mês.
7.2. Irrigação
 O intervalo de rega depende do tipo de solo.
 Pode variar de:
– 2 dias, em solos arenosos
– a 10 dias em solos argilosos.
 Métodos de irrigação:
– elevação do nível freático,
– irrigação superficial (por inundação ou por sulcos),
– aspersão sob e sobre a copa,
– microaspersão
– gota a gota.
 Cada um destes métodos apresenta vantagens e
desvantagens.
Rega por
elevação do nível
freático
Rega por faixas
Rega por sulcos
Rega por aspesão
Rega por aspesão
Rega por microaspersão
7.3. Fertilização
 Requer grandes quantidades de:
– potássio (K) e nitrogénio (N).
 Área de produção de banana fertilizada
intensivamente:
– 15%.
  Movimento de nutrientes:
– Até 40% das necessidades da soca em termos de
nutrientes passam do pseudocaule para o seguidor após
a colheita do cacho.
– Em 6 semanas : 55% de P e 65% de N.
Quantidade média de nutrientes em plantações de banana e plátano.

Dados baseados numa plantação de 2400 plantas por ha, peso do


cacho de 25 Kg (50 t/ha) para banana e 15 Kg (30 t/ha) para plátano

(Robinson, 1996)
 As práticas de fertilização variam com:
– clima,
– cultivar,
– nível de rendimento
– e fertilidade do solo.
 Para a determinação da quantidade de nutrientes a
aplicar recorre-se normalmente à:
– análise do solo e da folha.
Estratégia de fertilização
  Considerações gerais:
– modo de aplicação,
– momento (“timing”)
– e frequência.
Modo de aplicação
 Fertilizantes parcialmente solúveis ( p.e.
fosfatos):
– Incorporação antes da gradagem;
– ou no fundo da cova.
 Fertilizantes solúveis (p.e. K e N):
– facilmente aplicados após a plantação.
 Não aplicar apenas ao redor do
pseudocaule.
Modo de aplicação (cont.)
 Em plantas adultas a adubação pode ser feita:
– em meia-lua em frente da planta filha;
– ou entre as linhas visto que a bananeira tem um sistema
radicular bastante ramificado.
ALTURA ( “timing”)
 Cultura da planta:
– Aplicação nos 1ºs estágios de desenvolvimento
vegetativo das plantas;
– O desenvolvimento do cacho usa muitos nutrientes
acumulados anteriormente (especialmente K);
– A primeira aplicação de N deve ser feita 30 a 45 dias
após a plantação;
– A primeira aplicação de K deve ser feita no 3 a 4 mês
após o plantio o que corresponde à segunda aplicação do
nitrogénio.
ALTURA ( “timing”)
 Bananal de seguidores:
– temos plantas em diferentes estágios de
desenvolvimento.
– Recomendação: Aplicar quando as condições
climáticas são mais favoráveis ao crescimento e
desenvolvimento.
FREQUÊNCIA

Absorção lenta Não pode usar grandes


mas contínua quantidades rapidamente

Aplicação
frequente
FREQUÊNCIA
 Aplicações frequentes são mais importantes
em:
– solos ligeiros e de baixa fertilidade;
– e regiões com elevada precipitação.
 Exemplos:
– Aplicação de N:
 Subtrópicos da África do Sul: 4 x por ano;

 Trópicos húmidos da Costa Rica: 8 x por ano.


FREQUÊNCIA
N K P

Não acumula- Acumula-se na


se na planta planta e não é
lixiviado tão
rapidamente

Aplicações Normalmente
muito Aplicações menos numa única
frequentes frequentes aplicação
7.4. Maneio de socas
 Principais componentes do maneio de socas:
– Eliminação de socas (“desuckering”)
– Selecção de socas seguidores (“ratoon”)
 Eliminação se socas (desbaste):
– destruição de socas não desejadas.
 Selecção de socas:
– é a escolha correcta da soca seguidora para perpetuar a
plantação seguidora (“ratoon plantation”) mais
efectivamente.
7.4.1. Eliminação de socas
 Desvantagens do excesso de socas:  
– Reduzem a transmissão da radiação
– Causam o desvio de assimilados da planta mãe
– Competem com a soca seguidora
– Prolongam o ciclo
– Reduzem o rendimento e a qualidade.
Métodos de eliminação
 1. Corte de soca ao nível do solo sem
destruição do meristema apical.
– Usada nos trópicos húmidos e na RSA com
plantas “in vitro” jovens.
– Desvantagem: a soca rebrota passado algum
tempo, obrigando a que haja um corte
sistemático.
Métodos de eliminação
 2. Corte da soca ao nível do solo e
destruição química do meristema apical
– Corte da soca  Abertura cavidade pequena no
centro  Verter 2 ml de “diesel” ou injectar
petróleo através do lado da soca logo acima do
meristema.
Métodos de eliminação
 3. Eliminação da soca inteira.
– Arrancar a soca inteira com uma “colher” de
aço afiada
– Desvantagens:
 Difícil com socas grandes;
 Difusão de doenças do solo e nemátodos.
Métodos de eliminação
 4. Destruição química
do meristema apical
– Aplicação de 2,4-D no
funil da soca
– Socas de 300 mm de
altura, 0,5 ml de
solução de 2,4-D
amina (5 % i.a.).
Métodos de eliminação
 5. Corte da soca ao nível
do solo e destruição
mecânica do meristema
apical.
– Corte de soca rente ao solo
 Introdução da
“lurdinha” no centro do
pseudocaule.
– Pressiona-se até sentir-se a
rigidez do rizoma e dá-se
uma leve inclinação à
“lurdinha”
Lurdinha
 A frequência de eliminação depende:
– Clima;
– Custos de mão-de-obra.
Exemplos:

 Nos trópicos húmidos:


– a cada 4-6 semana ao longo do ano
 A taxa de crescimento de socas em ‘Williams’ nos
subtrópicos da RAS:
– 150 mm/mês no verão e 10 mm/mês no inverno.
– Recomendação: mensal durante o verão.
 Austrália:
– 2 vezes/ano (alto custo da mão- de- obra).
Altura ideal para o desbaste:
socas < 300 mm de altura
Altura das socas no Redução do rendimento
momento da sua
eliminação
500 mm 7,6 %

800 mm 15,6 %
7.4.2. Selecção da soca seguidora

 O sistema de gestão da plantação vai determinar:


– O momento de selecção da soca seguidora,
– O número de socas a seleccionar
– A direcção da soca.
 O sistema mais comum é:
– estabelecer a densidade de seguidores no início da
plantação e depois seleccionar apenas um seguidor.
7.4.2. Selecção da soca seguidora

 Aspectos a considerar:
– Estágio de desenvolvimento da planta mãe;
– Número de socas a seleccionar;
– Direcção da selecção.
Estágio de desenvolvimento da planta mãe

 Selecção na RSA:
– 5 meses após a plantação: “precoce”
– 10 meses após a plantação: “tardia”.
 Na África do Sul a selecção do primeiro seguidor é
feita entre os 5 a 10 meses após a plantação.
 A selecção do segundo seguidor é feita com base
na escolha da primeira soca que emerge a partir do
primeiro seguidor seleccionado, desde que esta
soca não esteja muito desviada do lugar onde
deveria ficar.
Número de socas seleccionadas por planta

 Estabelecer a densidade de plantação de


seguidores no início e posteriormente
seleccionar 1 seguidor.
Variações do modelo normal:

1. Plantação a ½ do recomendado 
Selecção de 2 seguidores  Selecção de 1
seguidor
– Partes da Austrália e Israel
– Desvantagens:
 rendimento da cultura da planta muito baixo,
 socas emparelhadas são menos vigorosas
 e o modelo de marcha da plantação fica rompido
nos seguidores seguintes.
Variações do modelo normal:

2. Plantação a 1/3 do recomendado 


Selecção de 3 seguidores
– Austrália Ocidental, Israel, Ilhas Canárias e
Egipto;
– Desvantagens: mais severas que o anterior. 
Variações do modelo normal:

3. Plantação ao dobro do recomendado  Selecção


de 1 seguidor em plantas alternadas
– Vantagens: O rendimento por ha é impulsionado na
cultura da planta
– Desvantagens: Aumento dos custos de implantação e
o primeiro seguidor cresce sobre uma canópia densa
 atraso do ciclo do seguidor
– Observação: Esta opção não é vista como opção
comercial.
Direcção da selecção da soca

 Todas as socas do R1
deveriam estar
exactamente na
mesma direcção.
 Consequências da perda de simetria e
estrutura da linha:
– Maneio e acesso dificultado;
– Enfraquecimento fisiológico da plantação.
 Factores que influem na direcção da selecção:
– Topografia: Selecção para cima
– Irrigação: Ao longo das linhas
– Sistema de plantação: Ao longo da linha do bonde
(carro eléctrico)
– Clima: Seleccionar para a exposição solar na manhã
quando a fotossíntese é mais alta e para a sombra da
planta mãe na tarde quando o “stress” de calor é
provável.
Práticas de selecção de socas no mundo:

 Trópicos húmidos:
– Não há um arranjo sistemático das plantas
– Topografia do terreno é plana;
– Selecção da soca que fica no lado mais aberto;
– Se há um espaço muito aberto selecciona-se
duas socas;
– 1 mãe (planta produzindo) + 1 filha (soca
grande) + 1 neta (pepeer).
Práticas de selecção de socas no mundo:

 Carnarvon, Austrália Ocidental


– 3x3 m (1111 plantas/ha)
–   3 seguidores ao redor de cada planta (3333 plantas
/ha)
 Israel
– 3x3,5 m (950 plantas /ha)
– 3 seguidores ao redor de cada planta (2850 planta /ha)
– Sistema de selecção: 6x6x6 i.e. soca com 6 folhas,
seleccionada no 6º dia do 6º mês (Junho).
– Evita a iniciação ou emergência floral no inverno.
Práticas de selecção de socas no mundo:

 Brasil (Platanos):
– 2x2 m, 1 seguidor  37,3
t/ha ( em 30 meses)
– 4x4 m, 4 seguidores  15,7
t/ha.
 África do Sul:
– Selecção: 5-10 meses pós a
plantação
– 1 seguidor, direcção de
selecção uniforme.
7.5. Desfolha
 Alvo:
– folhas velhas e secas ou com mais de 50 % de manchas
foliares.
7.5. Desfolha
 Vantagens:
– Melhora o arejamento
no interior do bananal;
– Promove o
desenvolvimento dos
rebentos;
– Facilita as operações
de pulverização e
colheita. 
7.5. Desfolha
  Método:
– Corte rente ao caule, de baixo para cima, sem deslocar a
respectiva bainha foliar.
7.6. Escoramento (tutoragem)
 Objectivo:
– evitar a queda dos pseudocaules que suportam cachos.
Causas da queda:
 ancoragem pobre,
 rizomas acima do
nível do solo,
 selecção de socas não
profundas e fracas,
 cachos
excepcionalmente
grandes,
 pseudocaules
flexíveis e finos,
 ventos fortes,
 podridão do rizoma,
 nemátodos
 e cultivares altos.
Formas de tutoragem
Formas de tutoragem
Formas de tutoragem
Formas de tutoragem
Formas de tutoragem
7.7. Eliminação do “coração”
 Objectivo:
– Evitar a competição pelos
assimilados;
– Destruir o abrigo para tripes
e ácaros.
 Momento:
– normalmente realizada
quando a distância entre a
última mão e o topo do
coração tem pelo menos
150 mm.
7.8. Remoção da(s) última(s) mão(s)
 Objectivo:
– Melhorar a qualidade das restantes mãos.
 Constatação:
– O aumento da qualidade é anulado pela perda de rendimento.
 Prática não recomendada.
7.9. Epistilagem
 Remoção dos restos
florais femininos
(estiletes e periantos).
 Objectivo:
– diminuir as manchas
nos frutos e diminuir a
incidência da podridão
“ponta-de-charuto”.
 Em:
– ‘Gross Michel’ caiem alguns dias após a
frutificação
– variedades do subgrupo Cavendish não caiem.
 Difícil realizar esta operação em variedades
altas .
 Feita após a colheita do cacho.
7.10. Ensacamento do cacho

 Objectivo:
– Melhorar a qualidade
do fruto
– Aumentar rendimento
por ano pois:
 Diminui o tempo entre
a emergência da
inflorescência e a
colheita;
 e/ou produz cachos
maiores.
7.10. Ensacamento do cacho

 O saco protege contra:


– frio,
– queimaduras do sol,
– poeira,
– resíduos de
pulverização,
– roçaduras das folhas,
– insectos e pássaros.
7.10. Ensacamento do cacho
 Aumento da temperatura no interior do saco:
– Guadeloupe: 0.5ºC;
– Índia: 1.1-1.6 ºC.
7.10. Ensacamento do cacho

 Momento de aplicação:
– Após a queda das
brácteas que cobrem as
mãos;
– Os frutos estejam
voltados para cima;
– Os restos florais tenham
endurecido.
7.10. Ensacamento do cacho

 Desvantagens da cobertura nos trópicos:


– Aumento do aquecimento
– Podridão
– Amadurecimento prematuro
– Proliferação rápida de pragas no interior do saco.
 Solução:
– Coberturas perfuradas
– Coberturas impregnadas com pesticidas.
7.10. Ensacamento do cacho

 Cor da cobertura:
– Azul translúcido;
– Permite a transmissão
do calor;
– Reduz os danos
causados pela
queimadura do sol.
Influência da cobertura do cacho aplicado logo
após a floração sobre alguns componentes
fenológicos e de rendimento em bananas do
subgrupo Cavendish
9. Colheita
 O momento de colheita depende
essencialmente:
– do destino da produção;
– e da temperatura na altura da colheita.
 Para mercados mais próximos o cacho pode
ser colhido mais próximo da maturação.
9. Colheita
 A colheita pode ser feita por uma ou duas pessoas
em função da altura da planta e do peso do cacho.
9. Colheita
9. Colheita
9. Colheita
9. Colheita

 O pseudocaule pode
ser cortado a 1 metro
do solo e deixado por
algum tempo.
 Objectivo: permitir
que os nutrientes que
se encontram no
pseudocaule possam
ser translocados para o
seguidor.

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