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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................2
OBJECTIVOS...................................................................................................................2
Geral...............................................................................................................................2
Específicos.....................................................................................................................2
ALIENAÇÃO DA HERANÇA.........................................................................................3
DIVERSOS MODOS DE ALIENAÇÃO.........................................................................4
OBJECTO DA ALIENAÇÃO..........................................................................................5
A FORMA DE ALIENAÇÃO..........................................................................................6
EFEITOS DA ALIENAÇÃO............................................................................................6
DIREITO DE PREFERÊNCIA.........................................................................................7
CLÁUSULA DE INALIENABILIDADE........................................................................8
CONCLUSÃO...................................................................................................................9
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................10
Legislação........................................................................................................................10
INTRODUÇÃO
A alienação da herança vem regulada logo apos a liquidação e partilha da
herança, ao cero por poder respeitar também a uma herança total ou a quotas de herança
já liquidadas e partilhadas mas que haja interesse em alienar como tais. Mas como a
alienação pode também respeitar a herança ou quota não liquidadas ou partilhadas, o
grupo optou por trazer diligências referentes a alienação da herança e os problemas que
a doutrina traz.

O herdeiro adquire, a herança apos a sua aceitação. Só que, apesar de ser apenas
um o herdeiro ou mesmo sendo vários os herdeiros, e os bens terem sido já partilhados,
e eles terem direito a cada um dos bens que componham a herança total ou a sua parte, a
lei atribui-lhes o direito às unidades jurídicas que constituem a herança global ou a
quota-parte.

Consagrados a partir dos artigos 109º ss, a alienação só é possível apos a


abertura da sucessão. Para não cortar o interesse em aprofundar melhor sobre a temática
relevante, deixo para mais adiante detalhes em relação ao tema disposto.

OBJECTIVOS

Geral
 Debruçar em torno da Herança Adquirida;

Específicos
 Falar da alienação da herança;
 Trazer os pressupostos para a imposição da herança alienada;
 Elucidar acerca dos efeitos da alienação da herança;

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ALIENAÇÃO DA HERANÇA.
Os herdeiros em conjunto, segundo resulta já da exposição do regime da
administração da herança, podem praticar actos jurídicos relativos a bens determinados
da herança, ou seja os actos de disposição.

É importante salvar que, a alienação vem depois da administração da herança,


porque ela geralmente ocorre no momento em que se mostra partilhado o património
hereditário, e só pode ocorrer apos a aceitação e antes da partilha. Antes, do acto,
apenas o direito de suceder pode estar em causa, depois da artilha a alienação passa a
referir-se a bens determinados que tenham preenchido a posição do herdeiro.1

Logo apos se ter feito o chamamento, e o sucessível aceitar a herança, o herdeiro


passa a deter um direito de propriedade sobre a globalidade da herança ou à quota que
lhe pertence

Como sabemos, é direito dos herdeiros alienar “imoveis da sua herança”. 2 Logo,
na acepção de OLIVEIRA (2000), podem ser alienados bens singulares da herança, pelo
único herdeiro ou por todos os herdeiros em conjunto. Mas, falaremos agora da situação
em que a própria disposição jurídica ou seja a herança pode ser objecto de alienação.

O negocio jurídico, pode recair sobre:

 A herança num todo;


 Um quinhão hereditário.

A herança em globo, pode ser alienada lactus sensu (inter vivos), assim como
stricto sensu (mortis causa) pelo herdeiro único, e quando há pluralidade de herdeiros
apenas “inter vivos”. Mas, havendo indivisão, cada herdeiro não fica inibido de dispor
dos direitos que adquiriu com a aceitação, independentemente da liquidação do
património hereditário.

A lei dispõe dos artigos 109-115º a matéria referente à alienação.

Do preceito inicial, é possível verificar-se a ampla admissão à esta figura, que


pressupõe a autonomia da herança, porque quando é confundida a herança com o legado

1
FERNANDES, Luís Carvalho. Lições de Direito das Sucessões. Pág. 289.
2
ASCENSAO, José de Oliveira. Direito Civil – Sucessões. Pág. 486.

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já não é esta figura que fara disposições à essa situação. É possível notar que a alienação
da herança não é um negócio típico, porque a lei sujeita a alienação às disposições
reguladoras do negócio que lhe deu causa ao abrigo do art.º109 da lei 23/2019 de 23 de
Dezembro.

É preciso atentar à possibilidade de alienação da herança cessa por


impossibilidade do objecto, que veremos a seguir, conforme dispõe o 280º artº. do C.C,
ou melhor, quando deixe de haver herança, quota de herança, ou quinhão hereditário.

Na verdade, a herança não é coisa, nem mesmo universalidade…é um complexo


de realidades jurídicas.3 O negócio que se tende realizar tem sempre a fisionomia de
uma cessão unitária de situações jurídicas. Mas, por causa dessa especialidade do seu
objecto, a lei decidiu regular vários aspectos dos negócios de alienação da herança.

De acordo com o artigo 111º, a alienação deve ser feita por escritura pública. E
regula também as formas nos seus nrs 1 e 2.

A doutrina abre espaço para uma problemática quanto a posição do adquirente,


questionando se deve ser apenas o herdeiro? Nos termos do nº 3 do art.º. 110, pode-se
afirmar que os poderes pessoais inerentes à qualidade de herdeiro também não
transmissíveis com a alienação. O adquirente beneficia de todos os poderes de defesa da
sua posição que caberiam ao alienante.

DIVERSOS MODOS DE ALIENAÇÃO


O art.º 109, ao estabelecer que a alienação da herança está sujeita às normas
reguladoras dos negócios jurídicos que lhe deram causa, indicamos que ela, pode ter
origem de vários negócios jurídicos.4

A alienação da herança ou de quinhão hereditário pode ter como causa diversos


negócios jurídicos desde que seja aptos a transferir a propriedade dos respectivos
direitos.5

A alienação pode ter por causa negócios jurídicos onerosos, como: a compra e
venda (art.º 874º do C.C), a doação em pagamento (art.º 837 do CC), a troca ou outras
formas onerosas de alienação (art.º 939 do CC).
3
ASCENSAO, José de Oliveira. Direito Civil – Sucessões. Pág. 487.
4
SACRAMENTO, Luís Filipe. Direito das Sucessões. Pág. 224.
5
SOUSA, Rabindranath. Licoes de Direito das Sucessoes. Pag, 66.

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Mas, a alienação pode também ter por causa negócios jurídicos gratuitos como a
doação (art.º 940 do CC).

Assim, tendo em conta o tipo do negócio jurídico que esteve na origem da


alienação dos bens, ela terá de obedecer às regras próprias do respectivo negocio
jurídico causal.6

OBJECTO DA ALIENAÇÃO
A alienação, abrange tanto a herança global, como uma quota da herança já
partilhada bem como o direito a um quinhão hereditário. Mas é de caracter mais intenso
saber quais os direitos e obrigações que de facto, são susceptíveis de se integrar no acto
da alienação.7 Exclui-se desde já, os elementos e poderes pessoais. 8 Mas, se quisermos
distinguir oque é e oque não é objecto de alienação, podemos considerar de forma
abstracta, e como linha de orientação que: tudo o que está abrangido naquele titulo se
transmite, excepto itens pessoais; nada do que não esta abrangido, não é objecto de
transmissão.

É aquilo que se encontra consagrado no art.º 110 da lei das sucessões, e que no
entendimento de SACRAMENTO, pressupõe 3 presunções a saber:

 A primeira, consiste em considerar que todo o benefício resultante da


caducidade de legado, encargo ou fideicomisso, se transmite com a
alienação. Porque pensa-se que é a herança em globo que está onerada
pela limitação, e portanto esta acompanha-a, e se a limitação vier a
cessar, é o transmissário que fica beneficiado. (n.º 1 do art.º supracitado)
 A segunda, parte do sentido de se entender excluída da alienação a parte
hereditária devolvida ao alienante, apos da alienação, em resultado de
fideicomisso ou do direito de acrescer. A mesma presunção deve-se
estender ao direito de não decrescer. (n.º 2 do mesmo artigo, que é de
caracter supletivo9)
 A terceira, permite considerar excluídos da alienação as recordações de
família cujo valor económico pode ser considerado ínfimo. (n.º 3 do art.º
110)
6
SACRAMENTO, Luís Filipe. Direito das Sucessões. Pág., 224.
7
Apud. Pág., 225.
8
ASCENSAO, José de Oliveira. Direito Civil – Sucessões. Pág., 488.
9
ASCENSAO, José de Oliveira. Direito Civil – Sucessões. Pág., 489.

10
Visto que, o art.º 110 dispõe de meras presunções, há que aludir que, as partes
querendo, podem dispor de forma diversa partindo do princípio da livre disposição de
vontade. ASCENCAO (2000), pensa que, a correspondência rigorosa do objecto da
alienação é prosseguida pelo art.º 114, nos seus nºs 1 e 2.

A FORMA DE ALIENAÇÃO
Como forma, dispõe o art.º 111 que, se necessário, a forma correcta é por via da
escritura pública, sempre que contenha bens.

De acordo com o preceituado no art.º 85, na sua alínea d), do C. Not. é a


natureza imóvel dos bens da herança que reveste a exigência de se efectuar por escritura
publica.10 Se, no património da herança a alienar apenas existirem bens cuja transmissão
não se exige por escritura pública, tal alienação devera obedecer à forma de documento
particular como estabelece o 111º art.º da lei das sucessões.

SACRAMENTO, salienta que, quando a alienação esta sujeita a forma especial,


o não cumprimento determina a aplicação da sanção prevista no art.º 220 do C.C.
(nulidade).

EFEITOS DA ALIENAÇÃO
É importante dizer que, os efeitos da alienação obedecem às mesmas regras que
se aplicam aos negócios jurídicos que lhe são subentendidas.

Dada à especialidade desse tipo de transacção, a lei estabelece algumas


particularidades, como em relação à alienação de coisa alheia (art.º 112 da lei das
sucessões), à sucessão de encargos (art.º 113 da mesma lei) e ainda ao direito de
indemnização (art.º 114 da lei das sucessões).

Do primeiro preceito legal, pode retirar-se a ideia de que o alienante só


respondera por alienação de coisa alheia, se não vier a ser reconhecido como herdeiro e
quando tenha disposto de bens não específicos da herança ou do quinhão hereditário.11

No que respeita aos efeitos do segundo preceito, relativo à sucessão nos


encargos, pode inferir-se que o adquirente sucede nos encargos que incidirem sobre a
herança ou sobre o quinhão hereditário alienado. Mas, neste caso, o alienante é sempre
10
FERNANDES, Luís Carvalho. Lições de Direito das Sucessões. Pág. 292.
11
Cfr. Art. 895 do CC.

10
responsável solidário pelos encargos. Dado à posição pessoal do herdeiro, este continua
vinculado pelos encargos, mas os bens matem-se na responsabilidade do mesmo, dai
que o alienante responde solidariamente pelos encargos, e tem direito ao reembolso total
do que houver sido despendido.

Do terceiro e último, atinente ao art.º 114, dispõe que o alienante por título
oneroso, que tenha disposto de bens da herança, está obrigado a indemnizar o
adquirente, entregando-lhe o valor da coisa, quando aquele seja obrigado a restituir os
bens por ele adquirido. CAPELO DE SOUSA, afirma que, como efeitos da alienação, se
transmitem os direitos consagrados nos arts.º 74, 75 e 84, todos da lei das sucessões.12

ASCENSÃO, considera ser nocivo todo o art.º 114. Porque, no seu ponto de
vista, como pode o alienante dispor de bens da herança? Há uma necessidade de saber-
se se é herdeiro único ou se for co-herdeiro. Quando é herdeiro único não há problemas,
mas se for co-herdeiro, essa disposição é feita por todos ou pelo alienante apenas? Se
for feita por todos, é estranho supor que tem de se repor ao adquirente a quota que tiver
recebido, se for por apenas um, há uma disposição invalida. Dai que entra um jogo de
compensação complicado (indemnização).

DIREITO DE PREFERÊNCIA
Face ao disposto no nº 1 do art.º 115, da lei, importa reter a ideia de que os co-
herdeiros só gozam do direito de preferência, quando seja alienado um quinhão
hereditário, a título oneroso ou dado em cumprimento a terceiros, estranhos à herança.
Existe aqui uma preferência legal e real.13

No nº 2, vem estatuído o prazo para se exercer o direito de preferência, que é de


dois meses havendo comunicação para a preferência. Quanto ao processo de
notificação, este encontra-se disposto nos arts.º 1458 ss do C.P.C.

É também importante tomar em consideração que se está perante um caso em


que há necessidade de se seguir a forma de processo especial. Este direito, infelizmente
não abrange legatários, mas é importante ter-se em atenção que os legatários estão
excluídos daquele direito, enquanto forem sucessíveis. Nada obsta fora dessa
condição.14
12
SOUSA, Rabindranath Capelo. Lições de Direito das Sucessões. Vol II. 2012.
13
FERNANDES, Luís Carvalho. Lições de Direito das Sucessões. Pág. 294.
14
ASCENSAO, José de Oliveira. Direito Civil – Sucessões. Pág., 488.

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CLÁUSULA DE INALIENABILIDADE
A cláusula de inalienabilidade, determina que os bens da legítima não podem ser
transferidos a terceiros (onerosa ou gratuitamente), nem dados em pagamento. Tal
cláusula é inserida em disposições de última vontade com o objetivo de proteger o
beneficiário contra sua própria inaptidão para administrar o património herdado ou
ainda contra as loucuras, caprichos e extravagâncias do seu consorte.

Nos casos em que é admitida, a inalienabilidade pode ser temporária ou vitalícia.


A inalienabilidade é vitalícia quando não se estabelece um termo, perdurando a restrição
à faculdade de alienação por toda a vida do herdeiro ou legatário. Entretanto, não pode
exceder, no que toca à sua duração, à vida do herdeiro. De facto, quando for vitalícia, a
cláusula de inalienabilidade vai restringir a possibilidade de alienação por toda a vida do
herdeiro, extinguindo-se com a sua morte. É que o autor da herança deve ter livre
disposição dos bens, por testamento, e, em falta deste, a sua livre transmissão aos
sucessores legítimos, sem qualquer incidência de cláusula ou limitação.

A inalienabilidade pode ainda ser absoluta ou relativa. Será absoluta quando


prevalecer em qualquer situação e em relação a qualquer pessoa. Será relativa se for
facultada a alienação em determinadas circunstâncias ou a determinada pessoa. E
conforme a cláusula se estenda ou não a todos os bens que comporão a sucessão, a
inalienabilidade poderá ser total ou parcial.

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CONCLUSÃO
Após uma vasta procura de material, e consolidação de materiais para realizar-se
a devida ilustração da temática referente a alienação da herança adquirida, o grupo pode
com clareza, afirmar que:

Após se ter feito o chamamento, e o sucessível aceitar a herança, o herdeiro


passa a deter um direito de propriedade sobre a globalidade da herança ou à quota que
lhe pertence.

Temos porem que existe uma forma para a alienação da herança, e forma
correcta é por via da escritura pública, sempre que contenha bens.

Temos que, existem momentos em qua há necessidade de proteger algo, é


quando entra a cláusula de inalienabilidade, que determina que os bens da legítima não
podem ser transferidos a terceiros (onerosa ou gratuitamente), nem dados em
pagamento. Tal cláusula é inserida em disposições de última vontade com o objetivo de
proteger o beneficiário contra sua própria inaptidão para administrar o património
herdado ou ainda contra as loucuras, caprichos e extravagâncias do seu consorte.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito Civil – Sucessões. 5ª ed. Coimbra
Editora. 2000.

FERNANDES, Luís A. Carvalho. Lições de Direito das sucessões. Editora quid


juris. Lisboa, 1999.

SACRAMENTO, Luís Filipe, et all. Direito das Sucessões. 2ª ed. Livraria


Universitária - UEM. Maputo, 1997.

SOUSA, Rabindranath Capelo. Lições de Direito das Sucessões. Vol. II. 4ª ed.
Coimbra Editora. Dezembro, 2012.

ZANINI, Leonardo Estevam de Assis. Direito Civil, Direito das Sucessões.


Editora Foco. SP. 2021.

Legislação
 Lei n.º 23/2019, de 23 de Dezembro – que aprova a lei das Sucessões;
 Código Civil.
 Decreto-Lei n.º 4/2006, de 23 de Agosto – que aprova o Código do
Notariado;

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