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1.

Introdução

.
1.1 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral

No percorrer da pesquisa compreendeu-se sobre órgãos de gestão ambiental.

1.2.2 Objectivos específicos:

 Em suma, desenvolver uma breve introdução, analisando aquilo que são aspectos
gerais em noçãodo trabalho em pesquisa;
 Edesenvolverospactosformaisdosórgãosdagestãoambientalnasuaimpactualidade, e por
fim, dar uma breve conclusãona realização do trabalho.

1.3 Metodologia

Para a pesquisa foram utilizadas as pesquisas bibliográficas e documentais e uma


abordagem qualitativa. Em relação à pesquisa bibliográfica, esta foi realizada por meio
do levantamento de nformações teóricas já analisadas e publicadas em meios digitais
físicos (manuais) e a consulta sobre a legislação vigente da matéria.
2. Fundamentação teórica

2.1 Definição de órgãos de gestão ambiental

Gestão ambiental é o campo de estudo da administração do exercício da actividades


económicas e sociais de forma a utilizar de maneira irracional os recursos naturais
incluindo fontes de energia, renováveis ou não.

A gestão ambiental visa ordenar as actividades humanas para que estas não agridam o
meio ambiente.

2.2 Órgãos de gestão ambiental

Assim, o programa do Governo, que foi aprovado pela Assembleia da República para o
quinquénio 1995/99, reconheceu de forma categórica que os recursos naturais, a par dos
recursos humanos, são a base para o desenvolvimento económico e social do país,
necessitando, por isso, de ser adequadamente geridos, com vista a obstar à sua
degradação e ao consequente comprometimento do futuro das gerações presentes e
vindouras. Neste âmbito, é aprovada a Política Nacional do Ambiente, que constitui o
instrumento através

do qual o Governo reconhece claramente a interdependência entre o desenvolvimento


do ambiente. Isto é, esta política traduz-se no mecanismo adequado para a execução, no
país, das opções de desenvolvimento sócio e macroeconómicas ambientalmente
aceitáveis, visando promover e impulsionar um crescimento económico que se baseie
nos preceitos universais do desenvolvimento sustentável. Precisamente com o intuito de
implementar tal política, foi aprovada a Lei do Ambiente. Tendo por base este diploma
de importância crucial, inicia-se, em Moçambique, um processo de reforma legislativa,
com vista a harmonizar a legislação que regula o acesso e gestão dos recursos naturais
ao novo quadro jurídico por aquele diploma, principalmente no que diz respeito à
necessidade desta legislação assimilar os princípios ambientais e a visão da
sustentabilidade na utilização dos recursos naturais.
2.2.1 Órgãos de gestão ambiental e suas competências

À luz do capítulo , II da Lei do Ambiente são definidos, como responsáveis pela gestão
ambiental no ordenamento jurídico moçambicano os seguintes órgãos:

1. Governo;

2. Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável;

3. Órgãos locais.

2.2.2 O governo

2.2.2.3 Competência do MICOA

Nos termos do disposto no artigo 5. °, da Lei do Ambiente, o Governo é a entidade


responsável por elaborar e executar o Programa Nacional de Gestão Ambiental, que é
um processo nacional e integrado a longo prazo de gestão ambiental, tendo como
objectivos principais:

a) Estabelecer uma política e estratégia ambientais para direcionar a


gestão ambiental;
b) Definir as prioridades nacionais de acção ambiental;

c) Integrar os aspectos ambientais no processo de desenvolvimento;

d) Contribuir para a erradicação progressiva da pobreza;

e) Promover a coordenação inter-sectorial;

f) Elaborar um conceito global de sustentabilidade para uma melhor compreensão


dos problemas ambientais e definir directrizes a curto, médio e longos prazos;
g) Promover e desenvolver uma consciência e cultura ambientais em todos os
níveis da sociedade.

O processo de elaboração e execução deste Programa, porque se requer bastante


participativo, envolvendo, por um lado, todas as entidades governamentais com
competências no domínio da gestão de recursos naturais e, por outro, a sociedade civil,
é coordenado pelo órgão governamental que tutela a área do ambiente ,o Ministério para
a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), criado pelo Decreto Presidencial n.º
2/94, de 21 de Dezembro, cujos objectivos e funções foram posteriormente definidos
pele Decreto Presidencial n. o 6/95, de 16 de Novembro. Posto isto, o MICOA foi
definido, pelo seu instrumento de criação, como sendo o órgão central do Aparelho de
Estado que, de acordo com os princípios. definidos pelo Conselho de Ministros, dirige:

 A execução da política do ambiente;

 Coordena, assessora, controla e incentiva uma correcta planificação e utilização


dos recursos naturais do país.

Assim, para a implementação dos objectivos acima indicados, Com a MICOA, nos
termos do Decreto Presidencial n,° G/95, de prossecução das seguintes funções, entre
outras:

2.2.2.3.1 No plano do desenvolvimento do sector:

a) Preparar políticas de desenvolvimento sustentável e a correspondente

b) legislação, e coordenar a sua implementação pelos diferentes sectores,

c) Capacitar os diversos sectores, de modo incluírem e o observarem princípios

d) ambientais nas suas actividades projectos e programas de trabalho;

e) Ordenar norma, regular e fiscalizar, através de mecanismos legais apropriados


todas as acțividades relacionadas com a exploração dos recursos naturais;
f) Manter a qualidade do ambiente e proceder à sua monitorização:

g) Estabelecer, manter e desenvolver relações de cooperação a nível regional -


internacional com instituições congéneres.

2.2.2.3.2 No domínio da coordenação

h) Garantir, através dos diferentes sectores e organismos, a promoção de incentivos


na gestão ambiental e utilização dos recursos naturais;
i) Assegurar a coordenação inter-institucional nos diferentes níveis entre os
diferentes agentes e intervenientes na planificação e utilização dos recursos
naturais;
j) Assegurar a revisão e actualização da legislação existente em todos os sectores
em matéria de utilização dos recursos naturais;
k) Definir um quadro legal adequado à gestão ambiental, incluindo critérios e
diretrizes para a avaliação do impacto ambiental das actividades de
desenvolvimento;
l) Assegurar a preparação de planos físicos para o enquadramento do uso
sustentável dos recursos naturais ao nível municipal e provincial.

2.2.2.3.3 No domínio da assessoria:

m) Propor ao Conselho de ministros políticas estratégia de desenvolvimento a


seguir em material de ambiental;
n) Emitir pareceres técnicos sobre projetos económicos e sociais como
repercussões ambientais.
o) Prestar assistência técnica aos órgãos locais no âmbito da gestão descentralizada
dos recursos naturais

2.2.2.3.4 No domínio do controlo:

p) Estabelecer mecanismos de controlo e aplicação dos dispositivos legais vigentes.

q) exercer o controlo e a fiscalização sobre as actividades económicas e sociais no


que se refere as implicações ambientais.

2.2.2.3.5 No domínio da avaliação:

r) Proceder à avaliação do impacto ambiental das actividades dos sectores;

s) Realizar auditorias e inspeções ambientais junto dos diferentes sectores;

t) Avaliar as necessidades do país em matérias de legislação ambiental;

u) Determinar o estado do ambiente no país e propor os padrões admissíveis na


exploração dos recursos naturais;
v) Aprovar as avaliações dos projectos submetidos à aprovação do MICOA.
2.2.2.3.6 No domínio da direcção e execução da política definida pelo governo para o
sector:

w) Decidir sobre os estudos de impacto ambiental inerentes à realização de


actividades sócio-económicas no âmbito dos projectos de desenvolvimento dos
sectores,
x) Decidir sobre a qualidade técnica das avaliações dos impactos ambientais;

y) Realizar auditorias ambientais e proceder à activação dos devidos procedimentos


legais sempre que se registem infracções previstas na lei do ambiente;
z) Recomendar ao governo a criação de incentivos ambientais.

2.2.2.1 Estrutura da MICOA

Em termos de estrutura orgânica, o MICOA encontrasse-a nível central organizado


da seguinte forma:

 Inspecção-Geral;

 Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental,

 Direcção Nacional de Gestão Ambiental;

 Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial;

 Direcção Nacional de Promoção Ambiental;

 Direcção de Planificação;

 Departamento de Recursos Humanos;

 Departamento de Administração e Finanças;

 Departamento de Cooperação Internacional;

 Gabinete do Ministro;

 Gabinete Jurídico.
A nível local, o MICOA encontra-se representado através das Direcção Provinciais e
Distritais para a Coordenação da Acção Ambiental.

Ao abrigo do artigo 2./3, do Estatuto Orgânico do MICOA, foram criado em fevereiro


de 2003, os chamados Centros de Desenvolvimento Sustentável (CDS), subordinados
ao MICOA, sendo dotados de autonomia administrativa designadamente:
O CDS para as Zonas Costeiras, sediado em Xai-Xai, que "tem como objecto a
coordenação e promoção de estudos e sua divulgação, assessoria técnica, formação, bem
como o desenvolvimento de actividades piloto de gestão do ambiente costeiro, marinho,
e lacustre que contribuam para a colaboração de políticas e formulação de legislação
que promovam o desenvolvimento das

2.2.2.1.1 Zonas Costeiras:

O CDS para as Zonas Urbanas, sediado em Nampula, que "tem por objecto a
coordenação e promoção de estudos e sua divulgação, assessoria técnica. formação, bem
como o desenvolvimento de actividades piloto de gestão do ambiente urbano que
contribuam para a elaboração c políticas e formulação de legislação que promovam o
desenvolvimento das zonas urbanas;

O CDS para os Recursos Naturais, sediado em Chimoio, que "tem por objecto a
coordenação e promoção do estudo e sua divulgação, acessória técnica, bem como o
desenvolvimento de actividades política de gestão dos recursos naturais que contribuam
para elaboração de políticas e formulações de legislação que promovam o uso
sustentável dos recursos naturais.

Entretanto, importa referir que, apesar de o MICOA ser o Administração Pública


investido dos poderes funcionais acima descrita, contribuindo na implementação das
politicas e medidas ambientais correctas com vista atingir acima de tudo um órgão que
detém as competências para poder coordenar a uma utilização Sustentável dos recursos
naturais. Isto porque, como e este órgão não detém a tutela objectiva de quaisquer
recursos naturais, o que e traduz no facto de não autorizar ou licenciar o acesso e
utilização aos mesmos.

No âmbito da estrutura administrativa actualmente cm vigor no país, a tutela


administrativa dos recursos naturais está a cargo de uma série de diferentes ministérios,
Assim designadamente: ministério das Obras Públicas e Habitação, terra. Ministério dos
recursos florestais e faunísticos - Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural:
recursos minerais e energéticos do subsolo - Ministério dos Recursos Minerais e
Energia; recursos pesqueiros - Ministério das Pescas, etc..
Nestes termos, a acção do MICOA, no âmbito da gestão dos recursos naturais, centra-se
fundamentalmente em procurar garantir que as respectivas formas de utilização,
autorizadas pelos correspondentes sectores de tutela, são as mais correctas possíveis,
não apresentando grandes implicações negativas junto do meio ambiente, e, mesmo
quando é manifestamente impossível evitar a ocorrência de tais implicações, sejam
adoptadas as medidas adequadas para controlar ou minimizar os efeitos danosos
daquelas, salvaguardando-se assim a sanidade do ambiente.

Contudo, importa sublinhar que, perante a verificação de uma violação à legislação


ambiental, deve o MICOA apresentar-se também como um órgão de acção, lançando
mão de todos os instrumentos legais de natureza procedimental e contenciosa para repor
a situação da legalidade, em prol do primado da protecção do ambiente. Um exemplo
paradigmático de tal papel. Consubstanciado, em nosso entender, num autêntico "poder-
dever, prende-se com a constatação do início da construção de um empreendimento
turístico, após a emissão de uma mera licença sectorial, numa zona de cenário único.

Junto à orla marítima, em solo municipal, como, tal obrigatoriamente sujeitos a EIA,
sem que tenha sido dada entrada de qualquer documentação do MICOA. Ora, uma vez
esgotados quaisquer hipóteses de, junto. do conselho municipal, responsável, repor a
situação do estado anterior a ilegalidade, pode (e deve) o MICOA recorrer ao
mecanismo do embargo) administrativo, previsto no artigo 22.° da Lei do Ambiente.

Discordamos, assim, com algumas vozes que consideram que o papel órgão deve, tão
só, esgotar-se na mera função da coordenação da e ambiental. A defesa e conservação
do meio ambiente pressupõe a construção de um MICOA verdadeiramente empenhado
na causa ambiental, por um lado firme no modo de actuar, não receando, de modo
algum, o confronto outros órgãos da Administração Pública que venham a violar
princípios e normas ambientais. O conflito entre diferentes órgãos administrativos é
perfeitamente normal ao funcionamento de um Estado de Direito.
2.2.2.2. Competência dos demais ministérios

Importa reter que, ao nível do Governo, quase todos os ministérios possuem um papel
relevante na prossecução das políticas de protecção do meio ambiente, caracterizado
não apenas pela atribuição de competências directas no domínio ambiental, tendo em
conta a responsabilidade na gestão dos recursos naturais. mas também pelas respectivas
incumbências na realização de actividades susceptíveis de causar maior ou menor
impacto ambiental. Pelo que faremos uma abordagem generalista e algo resumida das
competências ambientais de alguns dos ministérios que constituem o Governo de
Moçambique:

Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural - constitui a entidade


governamental directamente responsável por alguns dos componentes ambientais
naturais, designadamente a terra, as florestas e a fauna bravia. Daí que seja praticamente
indiscutível a sua competência no domínio do ambiente;

Ministério dos Transportes e Comunicações no domínio dos transportes deve assumir


seriamente a causa ambiental tendo presente o impacto do sector em termos de poluição
principalmente atmosférica, e no efeito provocado por alguns dos gases libertados pelos
diversos motores no ambiente, em geral, e na saúde das pessoas, em particular.

Ministério das Pescas - tutela o sector dos recursos pesqueiros, que assume uma
importância vital para a economia nacional a ser, nos últimos anos, objecto de uma
exploração insustentável no geral, não constituindo Moçambique uma exceção, levando
a extinção algumas espécies ou sua redução para números ínfimos Recordarmos ainda
algumas espécies que a actividade pesqueira propriamente dita, quando conduzida com
pouco cuidados e racionais, exerce um impacto ambiental nefasto, pensemos a título de
exemplo, na implicação do uso de explosivos, técnica proibida pelo Legislador nos
habitats e ecossistemas marinhos;

Ministério do Turismo - este ministério foi recentemente criado tendo presente a


emergência do sector no panorama económico nacional parte significativa das áreas
com valor e interesse paisagístico têm vindo a e ser alvo das mais diversas actividades
turísticas, levando a necessidade de cultivar uma política de eco-turismo. é também a
entidade responsável pela tutela e gestão dos parques e reservas nacionais. o Ministério
da Educação realce-se o papel que este órgão pode desempenhar no domínio da
educação
ambiental, a qual deve começar a ser incluída nos programas escolares dos primeiros
anos da escolaridade obrigatória.

Ministério do Ensino Superior, da Ciência e Tecnologia- referimos esse ministério


pelo mesmo motivo do que a anterior. além do demais, veja-se a importância da
investigação científica em prol da proteção e valorização do ambiente.

Ministério da Cultura- este ministério, pode eventualmente passar despercebido no


domínio das competências ambientais, contudo, não nos podemos esquecer da relação
estrita existente entre o conceito de cultura e ambiente.

Além dos demais acima mencionados, encontra-se prevista na legislação nacional


internacional a possibilidade de se classificarem determinados bens naturais como
culturais; Mistério da Saúde - pensemos, desde logo, no valor da saúde pública,

Estritamente associado as questões ambientais. Repare-se que o combata a determinada


doença passa necessariamente pela realização de campanhas de educação e
sensibilização ambientais. Este órgão assume importantes competências no domínio da
qualidade da água, gestão de resíduos hospitalares e higiene alimentar.

2.2.3. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável

"Para fazer frente aos desafios do ambiente e do desenvolvimento, os Estados decidiram


estabelecer uma nova parceria global. Esta parceria compromete a todos os Estados a
envolverem-se num diálogo contínuo e construtivo, inspirado, pela necessidade de
alcançar uma economia mundial mais eficiente e equitativa tendo em mente a
interdependência crescente da comunidade de nações e que o desenvolvimento
sustentável se deve tornar assunto prioritário na ordem de trabalhos da comunidade
internacional. Reconhece-se que, para que esta nova parceria seja bem-sucedida, é
importante ultrapassar os contornos e encorajar um clima de genuína cooperação e
solidariedade. E igualmente importante reforçar as políticas nacionais e internacionais e
a cooperação multinacional para as adaptar às novas realidades”. Como forma de
garantir o comprometimento do nosso país com a Agenda 21, documento que pretende
introduzir uma nova ordem de desenvolvimento económico social no mundo, a Lei do
Ambiente criou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável (CONDES),
tendo como objectivo garantir uma efectiva e correcta coordenação e integração dos
princípios e das
actividades de gestão ambiental no processo de desenvolvimento do país, funcionando
como órgão consultivo do Conselho de Ministros e de fórum de auscultação da opinião
pública sobre as questões ambientais.

Isto é, cabe ao CONDES aconselhar o Governo sobre as questões ligadas ao ambiente.


Por outro lado, este organismo funcionará como interlocutor privilegiado da sociedade
civil, sendo que sobre o mesmo serão depositadas as preocupações ambientais com vista
à sua consideração pelo Governo.

O artigo 6/3, da Lei do Ambiente e recursos naturais, estabelece que o Conselho


Nacional de Desenvolvimento Sustentável tem as seguintes competências:

a) Pronunciar-se sobre as políticas sectoriais relacionadas com a gestão de recursos


naturais;
b) Emitir parecer sobre propostas de legislação complementar à Lei do Ambiente,
incluindo as propostas criadoras ou de revisão de legislação sectorial relacionada
com a gestão de recursos naturais do país;
c) Pronunciar-se sobre as Propostas de ratificação de convenções internacionais
relativas ao ambiente,
d) Elaborar propostas de criação de incentivos financeiros ou de outra natureza

e) Estimular os agentes económicos para a adoção frontalmente são na utilização


quotidiana dos recursos naturais do país, propor mecanismos de simplificação e
agilização do processo de procedimentos licenciamento de actividades
relacionadas com o uso de recursos naturais,
f) Formular recomendações aos ministros das diversas áreas de gestão de recursos
naturais sobre aspectos relevantes das respectivas áreas;
g) Servir como foro de resolução de diferendos institucionais relacionados com a
utilização e gestão de recursos naturais;
h) Exercer as demais funções que lhe forem cometidas pela presente Lei e pela
demais legislação ambiental.
2.2.4. Órgãos locais

A Constituição da República de Moçambique, com as alterações introduzidas pela Lei


n. 9/96, de 22 de Novembo, estabeleceu que "os órgãos locais de Estado têm como
função a representacão do Estado ao nível local para a administração e desenvolvimento
do respectivo território e contribuem para a integração e unidades nacionais.

Assim, estes órgãos "garantem, no respectivo território, sem prejuízo da autonomia das
autarquias locais, a realizacão de tarefas e programas económicos, culturais e sociais de
interesse local e nacional, observando o estabelecido na Constituição, as deliberações da
Assembleia da República, do Conselho de Ministros e dos órgãos do Estado do escalão
superior.

O artigo 7. °, da Lei do Ambiente estabelece que serão criados, a nível local, serviços
que irão garantir a implementação da legislação ambiental, visando o aproveitamento
adequado das iniciativas e conhecimentos locais sobre gestão ambiental. E de realçar
que, no momento em que se aprovou a Lei do Ambiente o país se encontrava a braços
com o processo de reforma dos órgãos locais do Estado, que culminou com a adoção da
lei- quadro para a implantação das autarquias locais e consequente criação de
municípios em algumas cidades e vilas do país.

Como órgãos locais, veremos as competências das autarquias locais, por um lado, e dos
órgãos de Administração Pública de província e distrito, por outro.

2.2.5. Autarquias locais

A CRM, com as alterações introduzidas pela Lei n. °9/96, de 22 de Novembro,


determinou que o "poder local tem como objectivos organizar a participação dos
cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade, promover o
desenvolvimento local, o aprofundamento e a consolidação da democracia, no quadro
da unidade do Estado moçambicano .Ora, segundo o Legislador constitucional, este
poder compreende as autarquias locais, que "são pessoas colectivas públicas, dotadas de
órgãos representativos próprios, que visam prossecução dos interesses das populações
Respectivas, Sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do estado.
São as Autarquias Locais, ainda segundo CRM, os municípios ( que corresponde a
circunscrição territorial das cidades e vilas) e as povoações ( correspondente a
circunscrição territorial da sede do posto administrativo).

2.2.6. Órgãos da Administração Pública de província e distrito

foi aprovada recentemente a Lei n" 8/2003, de 19 de Maio, que estabeleceu Os


princípios, competências e funcionamento dos 6rgaos locais do Estado de escalões de
província, distrito, posto administrativo e de localidade. Este instrumento revogou a Lei
n. 5178 ea Lei n.°7178, ambas de 22 de Abril, que, nos respectivos tipo de preocupação
de teor ambiental. Será adiante designada pelos iniciais textos, se encontravam
completamente desprovidas de qualquer LOLE (Lei dos Orgãos Locais de Estado).

A LOLE não foi clara quanto às competências dos órgãos da administração pública de
província, designadamente Governador Provincial e o Governo Provincial. Em relação
ao primeiro, compete "dirigir a preparação, execução e controlo do Programa do
Governo, do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado na província", sendo
a protecção e conservação do ambiente um dos domínios obrigatoriamente
contemplados. Quanto ao Governo Provincial, importa apenas frisar que deste fazem
parte os directores provinciais, a quem compcte dirigir as diversas direcções provinciais,
pelo que fazemos uma remissão genérica para a abordagem das competências do
MICOA e dos demais ministérios em matéria ambiental.

Relativamente aos órgãos da administração pública do distrito, que são Administrador


Distrital e o Governo Distrital, importa referir que desempenham um papel fundamental
no domínio ambiental, mais a mais tendo presente que a gestão municipal abrange uma
percentagem reduzida do país.

Fora da área de jurisdição municipal, entramos no domínio das competências dos órgãos
locais de distrito. O seu papel tem vindoa ser reforçado no decurso do processo de
descentralização de poderes que se está a efectuar ao nível do Administração Pública.
Sobre as competências em matéria ambiental do Administrador Distrital, note-se que
este representa a administração central do Estado no respectivo.
2.2.7. O papel das autoridades comunitárias em matéria ambiental

Antes do início do processo de descentralização, já existia, em Moçambique, a figura da


autoridade tradicional, que vinha a desempenhar um papel informal importante, em
várias zonas do país, nos mais diversos domínios: cultural, religioso, económico, social,
jurídico e político.

Com a implementação do processo de descentralização, constatou-se a necessidade de


se estabelecerem mecanismos de comunicação e colaboração entre os órgãos locais do
Estado e as autoridades comunitárias que, até aí, vinham colmatando, na gestão dos
interesses coletivos, a ausência do Estado em vastas áreas do país. E, neste âmbito, que
foi aprovado o Decreto n. 15/ 2000, de 20 de Junho, que estabeleceu as formas de
articulação entre os órgãos locais do Estado e as autoridades comunitárias.
3. Conclusão

4. Referências bibliográficas

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