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4.

2 Procedimentos Metodológicos
A presente pesquisa se faz por uma abordagem de natureza qualitativa, pois
busca ampliar, por meio de um estudo, a análise para a apresentação de uma gestão
costeira integrada e sustentável no município do Paulista (MINAYO, 1994).

A pesquisa ocorrerá com base em estudos bibliográficos e bibliométricos, se


caracterizando como uma pesquisa de abordagem dedutiva. A partir de materiais já
produzidos, analisaremos o nosso objeto de estudo. Elementos documentais também
estão presentes na pesquisa em questão, mais especificamente os Relatórios e Estudos
de Impacto Ambientais bem como Projetos destinados a manutenção do equilíbrio da
orla. Assim, a pesquisa também tem caráter documental, segundo Marconi e Lakatos
(2017).

Quanto aos objetivos, será uma investigação predominantemente descritiva, a


despeito da realização de estudo introdutório de cunho exploratório. Assim, o trabalho
terá início com a ampla pesquisa bibliográfica e revisão de literatura, seguido de coleta
de dados, análises e interpretações, e por fim os resultados e discussões.

Foi elaborada uma revisão de literatura do tipo narrativa (SNYDER, 2019),


contendo estudos prioritariamente qualitativos bem como um levantamento legislativo,
especialmente no tocante a evolução e aplicação da legislação costeira.

Propõe-se as seguintes etapas:

1 – Pesquisa preliminar teórica em artigos e referências acerca do tema. Essa


primeira ação metodológica servirá de base para o embasamento teórico da pesquisa,
usando como critério de inclusão e exclusão materiais produzidos nos últimos 5 anos, a
fim de reforçar o caráter científico do estudo. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa
preliminar exploratória em artigos e revistas especializadas, entre os meses janeiro a
abril de 2022. Foram consultados mecanismos de busca acadêmico, utilizando as
seguintes palavras-chaves: Políticas Públicas; Erosão marinha; Zona Costeira;
Vulnerabilidade.

2 - Os critérios e procedimentos a serem adotados para o atingimento das


propostas definidas nos objetivos da pesquisa, assim como os instrumentos a serem
utilizados para a evidenciação dos resultados, serão os seguintes:

1. Para realizar levantamento bibliográfico, cartográfico, social, econômico e


ambiental do município do Paulista serão coletados os dados em pesquisa documental
no PGI – Orla do município do Paulista e documentos correlatos, seguido de
comparativo com municípios costeiros do país e do mundo. Serão considerados ainda
dados históricos de períodos para demonstração do uso e ocupação do solo e
decorrentes efeitos ambientais.

2. Analisar o modelo de gestão utilizado no município do Paulista a partir dos


instrumentos propostos pelo Decálogo – a ferramenta do Decálogo (BARRAGÁN,
2004) permitirá a investigação da capacidade político administrativa do município do
Paulista na gestão costeira. Para um efetivo diagnóstico da área de estudo será
estabelecido um questionário com perguntas específicas a partir do modelo original
proposto pelo autor, observadas as condições local e população na pesquisa.

4. Propor, com fundamento na Legislação Costeira municipal, uma gestão


costeira integrada e sustentável por meio da observação da experiência, estabelecendo
deduções quando da análise dos dados obtidos. A partir da descrição da diversidade do
município analisado realizar o entendimento entre a legislação e prática da população.
5. Avaliar o atual modelo de política pública existente - A apresentação final dos
dados permitirá uma demonstração da viabilidade da utilização sustentável dos recursos
disponíveis, aliada a aplicação da legislação vigente a partir de análise crítica objeto
desta pesquisa. Neste sentido, proposições de ordem legal e de administração geral
serão apresentadas.

4.3 O Decálogo para gestão de áreas litorâneas no Município do Paulista, PE

Conforme já mencionado, para atingir o segundo objetivo específico desta


pesquisa foram adotados os indicadores estabelecidos por Barragán Munõz (2004) no
“Decálogo para a Gestão de Áreas Litorâneas”, doravante denominado nesta dissertação
simplesmente como “Decálogo”, visando à avaliação da (in)existência de uma política
pública específica, bem como das estruturas administrativa, normativa, financeira e de
governança relacionadas ao gerenciamento costeiro no município do Paulista.
Neste sentido, um dos primeiros passos para implantar a gestão costeira em um
município, região, estado ou país é diagnosticar e perceber sua maturidade para a gestão
costeira, ou quais elementos estratégicos estão presentes, possibilitando a governança
costeira (Barragán et al., 2008).
Os indicadores do Decálogo são os seguintes: (i) política pública; (ii) estrutura
normativa; (iii) competências; (iv) instituições públicas; (v) competências; (vi)
formação e capacitação; (vi) instrumentos; (vii) recursos financeiros; (viii)
conhecimento e informação; (ix) educação; e (ix) participação (BARRAGÁN, 2003).
Em síntese, os elementos que compõem o Decálogo buscam verificar a
(in)existência ou o estágio de desenvolvimento de uma política pública voltada para a
zona costeira em um determinado território. Como desdobramento, avalia-se também se
existe uma estrutura normativa que possibilita um planejamento sustentável e uma
gestão efetiva das áreas costeiras e se há um sistema que permite uma atuação eficiente
e racional das instituições públicas, que vise o cumprimento de objetivos e metas
prefixadas por planos, programas e projetos governamentais.
Dessa forma, os seus indicadores sedimentam uma base de princípios que devem
nortear um processo de governança integrada da zona costeira. Ou seja, a verificação
das condições dos referidos indicadores em um determinado território permite analisar o
nível de implementação, maturidade e eficácia das práticas de gerenciamento costeiro
adotadas.

1. Política Pública: o município possui política pública de PMGC porém não tem
conhecimento nem apoio político para a gestão costeira

2. estrutura normativa: Possui PGI Orla mas está inativo desde 2019. Paulista faz
parte do ZEEC do litoral norte porém nunca foi colocado em prática nem
passado, submetido a aprovação do conselho municipal de meio ambiente.
3. Competências: Até o ano de 2021 existia convênio de delegação para o
licencimaneto de obras costeira pela CPRH ao município do Paulista, o que não
foi renovado em 2022. não tem competência sobre a gestão das praias??
4. instituições públicas; Existe um técnico especializado na área de gestão costeira
na Secretaria de Infraestrutura mas não atua diretamente no licenciamento
costeiro.
5. formação e capacitação; não existem ações direcionadas a capacitação dos
gestores
6. instrumentos e estratégias
7. recursos financeiros; Os recursos existem, inclusive dispostos no ICMS
ecológico, no valor de R$ mas as estratégias dirigidas a zona costeira não são
bem definidas.
8. conhecimento e informação;
9. educação para a sustentabilidade; e
10. participação

Assevera ainda a Resolução 148/2012 que os efeitos decorrentes da ocupação da


costa estão refletidos nos aspectos econômicos, sociais e culturais, na fragilidade
dos ecossistemas e na complexidade da gestão da zona costeira, requerendo
instrumentos de ação coordenada da União, dos estados e dos municípios, e a
participação dos diversos segmentos sociais envolvidos na gestão integrada e na
readequação das políticas públicas incidentes.

A zona costeira se caracteriza por uma grande diversidade de ambientes, com


distintos usos da terra e conflitos socioambientais, é necessário um planejamento
apropriado e esforços para mitigar os imapctos provocados pela ocupação urbana.
(IBGE, 2011).
O Gerenciamento Costeiro Integrado vida compatibilizar os interesses na
ocupação da áreade modo a garantir um equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio
ambiente, a sua preservação.
Para a criação de um planejamento estratégico de gestão e aplicação de políticas
públicas é necessário, primeiramente, conhecer os elementos estruturais do subsistema
administrativo e jurídico da região que se pretende implantar a gestão costeira
(BARRANGÁN MUÑOZ, 2012); permitindo, assim, valorar e comparar a situação do
espaço geográfico costeiro com a finalidade de geri-lo de forma integrada.
Fomento e o desenvolvimento sustentável alicerçado na justiça social,
crescimento econômico e no equilíbrio ambiental – verificar o plano diretor municipal
se tem algo nesse sentido.
Quando se pensa em gestão costeira é necessária uma avaliação das mais
diversas variáveis que compõem o sistema costeiro e um sistema de mediação de
conflitos de interesse das partes envolvidas. O sistema público vigente ampara o
desenvolvimento dos instrumentos previstos para a gestão integrada. (Becker et al.
2021)
A dinâmica costeira influencia a adoção e/ou a implantação de ações de GCI –
arrumar uma citação nesse sentido.
A gestão costeira, por sua vez, é focada na conservação e usos sustentáveis dos
ecossistemas costeiros e seus componentes, envolvendo espaços terrestres e aquáticos.

A despeito de consistir um território em constante movimento, área complexa. O


ambiente costeiro, a despeito do seu aspecto dinâmico e em constante movimento, é
propício para o desenvolvimento turístico e empresarial.

Com o fito de atender ao disposto no Plano Diretor do Município, propõe-se a


criação de uma Agência Ambiental Municipal5 , entende-se que com adoção de tal
medida haverá inúmeros benefícios, pois além de facilitar a emissão de licenças
ambientais, também será responsável pela elaboração das ações de
preservação/conservação ambiental na circunscrição do município. Por outro lado, o
município precisa adequar sua política de investimento em infraestrutura urbana,
tornando a cidade atrativa para investimentos conforme mencionou o Secretário de
Desenvolvimento Econômico do município, opinião corroborada pelo Secretário
Executivo de Desenvolvimento Urbano ao reconhecer que a cidade não está preparada
para receber empreendimentos de grande monta, vez que os investimentos privados em
muito superam as verbas públicas destinadas a promover as melhorias e/ou adequações
de que a cidade carece.

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