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1.

A FAUNA DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA

1.1. Considerações iniciais

O Estado de Roraima constitui-se de uma das unidades federativas mais recentes,


estabelecido pela Constituição Federal de 1988 entre as coordenadas 5º16’N e 1º25’S. Suas
paisagens naturais abrangem três grandes tipos fitofisionômicos: as florestas (localmente
conhecida como selva); (2) campinas/campinaranas e (3) formações savânicas, (chamadas
regionalmente de Lavrados). Tais formações são denominadas “savanas” ou “cerrados” na
literatura científica, porém neste texto serão consideradas simplesmente como “Lavrados”, a fim
de se evitar confusões com demais domínios fitofisionômicos do país. O termo Lavrado surgiu
para a literatura no início do século XX, como uma denominação dos campos do rio Branco, e se
incorporou definitivamente no vocabulário regional (Barbosa et al. 2005). Os Lavrados fazem parte
do grande complexo paisagístico “Rio Branco-Rupununi”, que abrange o Brasil, Guianas e
Venezuela. O município de Boa Vista situa-se no centro deste fragmento de Lavrado de cerca de
40.000 Km2, que corresponde ao maior enclave de savanas da Amazônia segregado
geograficamente da área core do bioma Cerrado no Brasil Central.

No Estado de Roraima, a literatura referente à Zoologia restringe-se basicamente a


inventários pontuais de alguns grupos maisr estudados (p.ex.: aves, mamíferos, abelhas), e em
geral, concentra-se nas paisagens serranas dos limites com as Guianas e Venezuela, nos
ambientes presentes na Estação Ecológica de Maracá, e também nas savanas que circundam a
região do município de Boa Vista. São poucas as informações disponíveis a respeito da
reprodução, da alimentação,do comportamento e sobre dados bionômicos e ecológicos das
variadas espécies de fauna (Barbosa et al, 1997; Barbosa et al. 2005). Assim, este trabalho
objetivou avaliar os estudos relativos à fauna local, ressaltando a importância dos ambientes
regionais; e propor ações de conservação e de desenvolvimento sustentável, de forma a
fundamentar a gestão ambiental no município de Boa Vista.

Como metodologia para a realização do diagnóstico da fauna, foram realizadas algumas


excursões de campo, entre os dias 27 de novembro e 12 de dezembro de 2005, para a realização de
inventário preliminar de mastofauna (realizadas pelo Dr. Manrique Prada Villalobos) e ornitofauna
(realizadas pelo MSc. Tarcísio L. S. Abreu), verificação das fitofisionomias regionais, entrevista com
os profissionais das instituições de pesquisa locais e, de acordo com a agregação de todos os dados
obtidos, foi realizada a determinação de áreas prioritárias para conservação e desenvolvimento
sustentável., numa abordagem faunística. Os inventários de campo foram realizados
assistematicamente, identificando-se ambientes de interesse biológico, representativos das

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diferentes fisionomias, os quais possam abrigar espécies ameaçadas ou endêmicas, e, também,
áreas antropizadas, sujeitas à exploração econômica e sob pressão da ocupação circundante. O
levantamento efetuou-se por meio de registros oportunistas e assistemáticos oriundos de procuras
ativas diurnas, excursões ao longo dos rios com o auxílio de barco a motor e buscas noturnas com
o auxílio de farol de mão. Os registros basearam-se em: registro fotográfico, observação direta
(visualização), identificação de cantos e chamados (zoofonia) e identificação de sinais (fezes, pêlos
e, principalmente, rastros). Os sítios de amostragem incluíram trechos da BR-174, do rio Branco, do
rio Uraricoera e dos igarapés Murupu, Cauamé e Água Boa de Baixo, presentes no município de Boa
Vista. Os materiais de apoio utilizados no campo incluem câmera fotográfica (ZENIT 122), GPS
(Garmin e-map) e binóculos Nikon 8 x 32. Para a amostragem utilizaram-se preferencialmente os
horários de pico de atividade dos animais: as primeiras horas do dia, de 6:00hs às 11:00hs, ou no
crepúsculo, a partir das 16:00hs, algumas vezes prolongando-se até às 21:00 horas (Bibby et al.
1992).

Além dos dados primários, foram apreciadas as informações disponíveis (dados


secundários) referentes ao Estado de Roraima, dando ênfase aos tipos fitofisionômicos que
ocorrem no município de Boa Vista, além das espécies com distribuição potencial para a região,
aquelas cuja ocorrência abrange a área de estudo. Para se determinar as espécies ameaçadas,
utilizamos os estudos de Collar et al. (1992 e 1994) e a Lista de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (Instrução Normativa N° 3, de 27 de maio de 2003, Ministério do Meio
Ambiente). Outras referências foram consideradas fontes de informações secundárias relativas à
distribuição das espécies (endêmicas, restritas, centros de distribuição amazônicas, visitantes ou
migratórias); hábitos (espécies aquáticas, campestres ou florestais), dieta e importância
econômica (Forshaw & Cooper 1977; Grantsau 1988; Emmons 1990; Del Hoyo et al. 1994;
Ridgely & Tudor 1994 e 1998; Silva 1995a, 1995b, 1996 e 1997; Haffer 1992, Oren 1992, Aleixo et
al. 2000). Tendo em vista o potencial educacional e turístico das várias regiões circundantes a
Boa Vista, foram analisados todos os inventários zoológicos do Estado, dando ênfase às
peculiaridades da fauna dos arredores do município.

1.2. Ictiofauna

A bacia Amazônica tem a maior diversidade de peixes de água doce do mundo com, mais
de 2.400 espécies descritas (Lowe-Maconnell 1963 apud Ferreira 2005). Contudo, os estudos
básicos de caracterização e ecologia da ictiofauna de Roraima são escassos e de pouca
abrangência, sendo compostos especificamente da identificação das espécies dos ecossistemas
aquáticos presentes no Lavrado. Os rios do Estado de Roraima são bastante diversificados,
incluindo os três principais tipos da Amazônia: os rios de água preta: (Maú, Caburaí e Uailã); os
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rios de água clara (Arraia, Murupu e Au Au); e os rios de água branca que cortam os
ecossistemas de savanas (Branco, Mucajaí, Tacutu e Uraricoera). Tal classificação é relevante
visto que as características físicas e químicas das águas influenciam a diversidade de espécies de
peixes e demais formas de vida (Ferreira 2005).

O maior acervo de ictiologia da bacia do Rio Branco pertence à coleção do Museu


Integrado de Roraima (MIRR), ligado à Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e
Tecnologia (FEMACT), com 109 espécies, de 30 famílias de nove ordens (Anexo 1). Os trabalhos
ictiológicos realizados na região tiveram sua distribuição concentrada em poucas áreas de coleta
como o médio rio Mucajaí e os rios Tacutu, Uraricoera e Branco. Ressalta-se a necessidade de se
congregar as informações dispersas sobre ictiofauna regional e de se consolidar grupos de
trabalho e instituições locais, a fim de se fundamentar a gestão ambiental e se conhecer e
manejar os recursos pesqueiros do Estado, em particular das áreas de Lavrado (Ferreira 2005).

Um trabalho realizado no médio rio Mucajaí, região do Paredão (área de floresta),


determinou a ocorrência de 126 espécies de peixes, pertencentes a 28 famílias, sendo
Characidae a família com maior número de espécies (26), seguida por Loricariidae (19) e
Cichlidae (14). Entre as principais espécies encontradas estão o dentudo Boulengerella ocellata e
o pirandirá Hydrolycus scomberoides que representaram mais de 50% da biomassa de peixes
coletada e 11,3% do número total de indivíduos (Ferreira et al. 1998 apud Ferreira 2005). Outro
estudo dos peixes da ordem Gymnotiformes, popularmente conhecidos como peixes elétricos,
determinou 23 gêneros de seis famílias deste grupo para o Estado de Roraima (Alves-Gomes
1997). Um levantamento preliminar da ictiofauna da área de influência do plantio de Acácia
mangium Willd estimou boa parcela da ictiofauna dos cursos d’água dos Lavrados de Roraima,
determinando a ocorrência de 70 espécies, de seis ordens, em rios e igarapés que cortam quase
que exclusivamente os ecossistemas de savanas regionais (Nascimento 2002 apud Ferreira
2005). Outro estudo de composição de ictiofauna nos lavrados de Roraima foi executado nos rios
Cauamé e Murupu, onde se encontraram 65 espécies, de 19 famílias e cinco ordens. Tal
comunidade de peixe apresentou baixa similaridade com os demais estudos realizados; sugerindo
uma elevada diversidade regional segregada pelas diversas bacias hidrográficas (Briglia-Ferreira
2004 apud Ferreira 2005).

Em função das características hidrogeográficas locais, os peixes estão entre os recursos


naturais mais importantes da Amazônia, em termos de uso e abundância. Entretanto, na região de
Roraima apenas cerca de vinte espécies são exploradas comercialmente, entre as mais
importantes o matrinchã Brycon spp., o dourado Brachyplatystoma flavicans, o piraíba/filhote
Brachyplatystoma filamentosum, o surubim Pseudoplatystoma fasciatum, o jaraqui
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Semaprochilodus spp., o aracú que inclui espécies de Leporinus spp. e de Schizodon spp., e
também, espécies de pacús Myleus spp. e Mylossoma spp.. O tambaqui Colossoma macropomum
é a principal espécie cultivada pelos piscicultores locais. Todavia sugere-se que tal espécie não
ocorria naturalmente na bacia do rio Branco e foi disseminada pelo rompimento de açudes, sendo,
hoje em dia, encontrada principalmente no rio Mucajaí (Ferreira 2005).

Com base nos dados referentes ao município de Boa Vista, estima-se o consumo anual de
2.300 toneladas por ano. Destas, 1.120 toneladas provenientes das criações em cativeiro, 880
toneladas importada de outros estados e 300 toneladas capturadas em estoques naturais
(SEBRAE 2002 apud Ferreira 2005). De acordo com o censo populacional de 2000, tais
estimativas resultam no consumo per capita de 7,7 kg/ano para o município, muito inferior à média
de consumo na região Amazônica, estimada em 44 kg anuais. Estas estimativas desconsideram o
consumo das populações indígenas do Estado, com mais de 37.000 indivíduos, que utilizam, pelo
menos, 15 espécies de peixes, segundo informações empíricas (Reinaldo I. Barbosa, com.
pessoal).

Os rios e igarapés são sistemas lineares que servem para escoar a água que precipita
sobre as massas continentais, e participam de todos os processos ecológicos que ocorrem nas
bacias hidrográficas. Portanto, deve-se ter grande precaução no uso dos ambientes de Lavrado
para atividades agrosilvipastoris. As matas ciliares são fundamentais na dinâmica de
ecossistemas aquáticos, seja na formação de microhabitats e abrigos, no escoamento de material
orgânico, ou na regulação de vazão, de fluxo de corrente e da concentração de elementos
químicos nas águas. Assim a intensificação de atividades agrossilviculturais em grandes áreas de
savanas, como a rizicultura de várzea, a produção de grãos de soja e milho, a introdução de
espécies florestais exóticas, como Acacia mangium Willd. e Eucalyptusspp., deve-se ser orientada
de forma consciente e cautelosa em respeito à preservação ambiental. Alterações quantitativas e
qualitativas de recursos fundamentais como água, solo e nutrientes certamente influenciam na
diversidade e abundância de espécies de peixes, podendo resultar na diminuição ou eliminação
de recursos alimentares com sérias implicações socioeconômicas (Ferreira 2005).

A exploração de recursos pesqueiros deve ser pautada em conhecimentos concretos de


ecologia das espécies locais, levando-se em conta o contexto socioeconômico regional,
resultando na adoção de legislação efetiva e coerente com a sustentabilidade ambiental. Devem-
se minimizar os riscos inerentes às atividades extrativistas, analisando a potencialidade de uso de
espécies nativas menos consideradas, e considerando os perigos e conseqüências de inclusão de
espécies exóticas, da sobrepesca e da extinção comercial e absoluta dos peixes utilizados na
região (Ferreira 2005).
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1.3. Herpetofauna

A diversidade, a distribuição, e a dinâmica dos répteis e anfíbios das áreas de Lavrado do


norte-nordeste de Roraima são intimamente associados aos diferentes mosaicos de vegetação,
solo e relevo, os quais propiciam níveis de paisagens em conjunto com os gradientes de
temperatura e pluviosidade. Com base nos esparsos estudos realizados na região, sugere-se que
a herpetofauna de Roraima é basicamente amazônica, com algumas afinidades à fauna da
América Central e alguns casos duvidosos referentes à América do Norte, como no caso das
serpentes Drymarchon corais e Crotalus ruruima. Em comparação com os outros ambientes
florestais brasileiros, a herpetofauna das áreas de Lavrado é menos rica em diversidade de
espécies, assim como as demais fitofisionomias abertas do país. Isto seria em função da
herpetofauna de Roraima constituir-se de variados grupos altamente especializados aos fatores
climáticos ambientais e de “restrição” de recursos das formações abertas nos Lavrados
(Nascimento 2005).

Para a herpetofauna do Estado de Roraima totaliza-se o registro de 158 espécies que, em


termos zoogeográficos, segregam-se em elementos de ambientes florestais e elementos de áreas
abertas (Lavrados). Os elementos de Lavrado somam 76 espécies registradas (ver Anexo II),
destas 34 serpentes de cinco famílias (Leptotyphlopidae, Boidae, Colubridae, Viperidae e
Elapidae); dezessete espécies de lagartos situados em sete famílias (Gekkonidae, Teiidae,
Iguanidae, Tropiduridae, Polychrotidae, Scincidae, Gymnophthalmidae); duas espécies de cobra-
de-duas-cabeças (família Amphisbaenidae); três crocodilos (Alligatoridae); dois quelônios
(Testudinidae); e, por fim, vinte espécies de anfíbios, distribuídas em cinco famílias (Bufonidae,
Leptodactylidae, Hylidae, Microhylidae e Pseudidae). A maioria destes elementos de Lavrados
possui distribuição contínua pelas formações abertas da região, sendo que oito espécies são
restritas aos campos abertos; três espécies são encontradas nas bordas de mata e oito são
típicas dos ambientes aquáticos. No entanto, a maioria (55,2%; 42 espécies) corresponde a
animais generalistas, que habitam as diferentes fitofisionomias consideradas para a região
(Nascimento 2005).

Ressalta-se a ocorrência de espécies endêmicas, como o lagarto Gymnophthalmus


leucomistax, que vive exclusivamente sob ninhos de cupins (Nasutitermes minimus) nas áreas de
Lavrado do médio Uraricoera. Há também o caso da cascavel Crotalus ruruima, recentemente
confirmada ao nível de espécie, que apresenta dois “tipos” vicariantes, um restrito aos ambientes
abertos de Lavrado e outro que ocorre na borda e interior de florestas e capões. Sugere se tratar
de espécies boas, endêmicas para a região, cuja taxonomia ainda carece de confirmação
baseada em estudos ecológicos, bionômicos, citogenéticos e bioquímicos (Nascimento 2000;
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2005). Ainda ocorrem dúvidas filogenéticas com relação a alguns grupos, em especial, anuros dos
gêneros Bufo, Leptodactylus e Hyla, além dos lagartos teídeos Cnemidophorus spp., cujas
espécies são típicas dos ambientes não florestais, tanto da área core (central) do Cerrado, quanto
nos enclaves de savanas da Amazônia (Nascimento 2005).

No estado foram registradas três espécies de jacarés: o jacaré-tinga Caiman crocodilus


(FIGURA 1), o jacaré-açú Melanosuchus niger (FIGURA 2), e o diri-dirí Paleosuchus palpebrosus
(FIGURA 3). Os pontos de ocorrência das espécies segregam-se ou coincidem-se em função da
variedade de habitats e o porte do rio local. Duas espécies, M. niger, e P. palpebrosus, co-existem
apenas em rios de grande porte, enquanto que P. palpebrosus predomina nos riachos dos
lavrados. As transições lavrados/florestas apresentaram composição distinta para em diferentes
regiões amostradas, demonstrando que Roraima é um lugar privilegiado para avaliação das
interações entre a espécies e dos fatores de ambiente que determinam suas distribuições (Rebelo
et al. 1997).

Figura 1: Caiman Crocodilus Figura 2: Melanosuchus Niger

Figura 3: Paleosuchus Palpebrosus

Das cobras inventariadas, quatro gêneros presentes em Roraima são responsáveis por
casos de envenenamento por acidentes ofídicos: jararacas (gênero Bothrops)(FIGURA 4),
cascavéis (Crotalus) (FIGURA 5), surucucu (Lachesis) (FIGURA 6) e corais-verdadeiras (Micrurus)

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(FIGURA 7). Em geral, são registrados acidentes com trabalhadores rurais, em regiões próximas a
habitações humanas e áreas cultivadas. Num estudo com os casos ocorridos no Estado, foram
registrados acidentes ofídicos nos municípios de Alto Alegre, São Luiz do Anauá e São João da
Baliza, Boa Vista, Bonfim, Caracaraí e Mucajaí. Verificou-se que a brevidade do atendimento
médico influencia fortemente a ocorrência de óbitos, ausentes nas localidades com boa qualidade
de infra-estrutura de saúde e estradas de acesso. É importante desenvolver programas de
educação ambiental, prevenção de acidentes ofídicos e, também, ações de estabelecimento de
unidades de saúde pública e estradas de acesso; principalmente em regiões distantes dos
grandes centros e terras indígenas, onde o contato com os ambientes naturais e, por
conseqüência, com cobras peçonhentas, é mais intenso (Nascimento 2000).

Figura 4: Bothrops Figura 5: Crotalus

Figura 6: Lachesis Figura 7: Micrurus

Faltam ainda estudos aprofundados referentes à etnozoologia, considerando os usos


alimentares, medicinais e espirituais, além do potencial extrativista de variadas espécies pelas
comunidades tradicionais e populações indígenas. Registros antigos já descrevem os grandes
quelônios como abundantes e consumidos pelas populações locais e indígenas, desde períodos

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remotos (século XVIII). A Tartaruga da Amazônia Podocnemis expansa (FIGURA 8) é uma das
maiores tartarugas de água doce do mundo, vivendo em águas pretas, claras e principalmente,
em águas barrentas dos grandes rios e lagos associados ao Amazonas (Barbosa et al 2005).

Figura 8: Podocnemis Expansa

Mesmo com o avanço que a herpetologia ganhou nos últimos anos, ainda há uma lacuna a
respeito de estudos comparativos com os demais domínios geográficos do país. O
desenvolvimento científico e tecnológico de Roraima depende de incentivos ao estabelecimento
local de grupos de pesquisa e coleções científicas representativas para toda a região. Estes
incrementariam o conhecimento da biodiversidade regional, promoveriam a produção e divulgação
do conhecimento científico/ambiental, além de fundamentar as tomadas de decisão, política de
desenvolvimento e gestão ambiental do Estado de Roraima como um todo, em particular, do
município de Boa Vista (Nascimento 2005).

1.4. Entomofauna

Apesar de se constituírem num dos grupos mais diversos dentre todas as formas de vida e
tendo dominado todos os ambientes do planeta, os insetos são pouco considerados em casos de
gestão ambiental, avaliações de impacto ambiental e ações de conservação. De maneira geral, as
informações científicas disponíveis são restritas a poucos animais de maior interesse, e ainda são
escassos os estudos básicos, por exemplo.: a descrição científica para a grande maioria de suas
espécies, estimadas em 10 milhões (Wilson 1995). Presume-se que as formigas perfaçam cerca
de 10% de toda biomassa da Amazônia, e juntos, cupins e formigas correspondem a mais de 20%
da biomassa do Planeta. A humanidade em muito deve aos insetos, pela utilidade econômica,
(produção de mel, cera, seda e remédios, além do manejo de pragas e polinização das culturas
vegetais) e, também, por participarem amplamente da regulação dos ecossistemas e da própria
cadeia trófica humana (Silva 2005).
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A participação institucional tem sido fundamental para produção entomológica do Estado,
contando com o esforço de algumas frentes de estudos, presentes na EMBRAPA (pragas de
culturas), no Museu Integrado de Roraima/ FEMACT (fauna de abelhas) e no Núcleo Avançado de
Vetores (NAVE) da Universidade Federal de Roraima - mantido em convênio com a Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) do Rio de Janeiro - o qual aborda as pesquisas relacionadas com
insetos transmissores de doenças. A região melhor inventariada, em relação à entomofauna, é a
Estação Ecológica de Maracá, que abrange vários ecossistemas aquáticos (rios e lagos) e
ambientes terrestres, incluindo florestas (selva) e savanas. Assim a comunidade de insetos de
Maracá é parcialmente representativa para as áreas de Lavrado que circundam Boa Vista (Silva
2005).

Em relação à grande diversidade de insetos que ocorrem na região, os estudos


sistemáticos sobre a entomofauna de Roraima ainda são escassos, restritos ao inventário de
alguns grupos, como: libérulas e lavandeiras (Ordem Odonata; por Machado et al 1991); louva-a-
deus (Mantodea; Janstch, 1991); grilos, gafanhotos (Orthoptera) e baratas (Blattodea; Rafael &
Py-Daniel 1989), cupins (Isoptera; Bandeira 1991; Cancello & Bandeira 1992); tricópteros
(Trichoptera; Flint 1991), percevejos (Hemiptera; Moura 2001); cigarrinhas, cochonilhas e pulgões
(Homoptera; Cavichioli & Zanol 1991), besouros (Coleoptera; Bürhnheim & Aguiar 1991), moscas
e mutucas (Diptera; Rafael 1991; Rafael et al. 1997; Castellón et al. 1991; Carvalho & Couri 1991;
Rodrigues & Tadei, 1998); borboletas e mariposas (Lepidoptera; Mielke & Casagrande 1991); e
por fim, formigas, vespas e abelhas (Hymenoptera; Raw 1998; Silva et al. 2002). Tais estudos
mencionados ainda estão aquém da necessidade, visto que muitos grupos (por exwmplo.: as
Ordens Protura, Collembola e Diplura) estão ausentes, e várias espécies são anônimas para a
Ciência. Portanto, são ainda necessários novos trabalhos científicos que possam realmente
caracterizar as comunidades de insetos de Boa Vista, dos Lavrados e do Estado de Roraima
como um todo (Silva 2005).

Salientam-se os impactos causados sobre a fauna de insetos pelo florestamento de Acacia


mangium (FIGURA 9), iniciado oficialmente nas áreas de Lavrado em 1999. Efeitos adversos são
notáveis em todas as fases do empreendimento. Constata-se drástica redução da biodiversidade
de insetos ainda na preparação para o plantio, logo após a retirada da vegetação nativa e o
combate a formiga e cupins. Durante a fase de implantação do florestamento de A. mangium, os
impactos refletem-se na redução de locais de abrigo, nidificação e fontes de alimentos para
variadas espécies nativas de cupins e abelhas, os quais são intimamente associados às espécies
vegetais originais do Lavrado, como a caimbé Curatella americana e o mirixi Byrsonima spp. No
decorrer do estabelecimento dos plantios há um favorecimento periódico para certas espécies, o

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que promove alterações na composição e abundância nas comunidades de insetos originais dos
Lavrados. Ocorre uma sucessão de entomofauna em correlação com a idade das acácias. Nos
primeiros seis meses, há uma grande recolonização por parte de himenópteros, principalmente
espécies de formigas melitófilas, especializadas nos abundantes recursos ofertados pelos
nectários florais de A.mangium. A presença de formigas é tão intensa, que verifica-se uma notória
atração de tamanduás, em especial, o bandeira Myrmecophaga tridactyla. Após um ano, vespas
conhecidas popularmente como lambe-olhos (subfamília Vespinae) e “caba-tatu” (Polistes spp.)
são também atraídas pela oferta de néctar, chegando a estabelecer até três ninhos num único
indivíduo de A. mangium. Tanto as vespas, quanto as formigas acabam por controlar a presença
de insetos herbívoros oportunistas, determinando a estrutura da comunidade de insetos presentes
no plantio de acácias. Com o passar do tempo, verifica-se a presença acentuada de abelhas de
variadas espécies como irapuá Trigona amazonica, abelha cupira Partamona sp., abelha indígena
Ptilotrigona cf. lurida, e, principalmente, abelhas africanas Apis mellifera scutellata. Em plantios de
A.mangium com mais de três anos, há uma substituição parcial da comunidade, tornando-se
comuns formigas detritívoras/carnívoras (família Ponerinae), abelhas da família Apidae e,
também, baratas (Ordem Blattodea), presentes junto à serrapilheira produzida pela queda de
folhas (STCP 2002 apud Silva 2005).

Figura 9: Acacia Mangium

Especificamente em relação às abelhas africanas Apis mellifera (FIGURA 10), o


florestamento com Acacia.mangium propicia oferta de alimento açucarado inigualável na natureza,
visto que as abelhas se aproveitam prontamente do néctar que não está nas flores. A abundante
disponibilidade de recursos intensifica a produção de mel, o desenvolvimento das colônias e, por
conseqüência , novas enxameações (reprodução coletiva das abelhas). A produção de mel torna-
se vultosa com a produção de cerca de 30 kg de mel por colônia. Assim, ocorre uma explosão
poulacional de abelhas nas regiões de plantio de acácias, com a proliferação das colônias de A.
mellifera, a elevação das densidades de ninhos e o aumento do período de produção de mel, fatos
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marcadamente percebidos pelas comunidades indígenas e rurais adjacentes aos plantios de A.
mangium. Vários produtos são oferecidos pelas abelhas Apis melífera, como mel, pólen, cera,
geléia real, própolis, apitoxina, além da atividade polinizadora, situando a apicultura como
atividade de grande valia econômica. Entretanto, são necessários esforços que dêem suporte ao
mercado destes produtos, com o estímulo à coleta, estocagem, processamento e distribuição,
para enfim ter-se um aumento do valor agregado aos produtos, viabilizando o sucesso deste setor
no Estado de Roraima. Os impactos negativos da alta concentração de abelhas africanas também
devem ser considerados, visto que sua presença altera a composição das comunidades de
abelhas nativas e, também, aumenta os riscos de acidentes em função de seu comportamento
defensivo/agressivo. Entre os mais vulneráveis ao ataque destas abelhas estão os próprios
trabalhadores do empreendimento de acácias, em conjunto com moradores rurais e comunidades
indígenas adjacentes aos plantios, e também, catadores de palhas e frutos de buritis Mauritia
flexuosa (FIGURA 11), palmeira intensamente utilizada pelas abelhas para construção de ninhos
(STCP 2002 apud Silva 2005).

Figura 10: apis mellifera Figura 11: mauritia flexuosa

1.5. Avifauna

Em função de sua posição geográfica e da grande variedade de habitats, Roraima


apresenta notável e relevante diversidade de aves, sendo um dos poucos pontos do país que
abrigam espécies afins que se distribuem pelos Tepuís e Lhanos, das Guianas e Venezuela.
Apesar de constituir-se num dos grupos mais bem estudados no Estado, há apenas alguns
inventários ornitológicos pontuais disponíveis, realizados: no rio Branco (Pelzeln 1868; Naka &
Torres 2001), na serra do Parima (Novaes 1966), na fronteira Brasil-Venezuela (Phelps 1972), no
rio Mucajaí (Pinto 1966) e na Estação Ecológica de Maracá (Moskovits et al.1985; Silva & Oren
1990). Para o município de Boa Vista, apenas dois inventários abrangeram os Lavrados e

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florestas de galeria ao longo do rio Branco (Stotz 1997; Borges 1994).

No total foram registradas 492 espécies para o Estado de Roraima, sendo que destes 317
espécies foram registradas para Boa Vista (ver Anexo 5). O município apresenta visualmente
paisagens típicas do bioma Cerrado, conhecidas localmente como “Lavrados”, as quais
apresentam espécies características como: a jandaia Aratinga pertinax (FIGURA 12), o canário-
tipió Sicalis lutreola e o polícia-inglesa Leistes militaris (FIGURA 13) (dados primários). A Estação
Ecológica de Maracá é o local melhor amostrado da região abrigando 425 espécies de aves (Stotz
1997; Moskovits et al.1985). A ressaltada diversidade de aves de Maracá é devida à variedade de
ambientes florestais e não-florestais presente nesta grande ilha fluvial. Assim, os animais
presentes nesta unidade de conservação têm forte relação com a avifauna associada aos
Lavrados que englobam o município de Boa Vista, considerando que cerca de 40% das aves de
Maracá são de paisagens não-florestais.

Figura 12: Aratinga Pertinax Figura 13: Leistes Militaris

As amostragens realizadas nas margens do rio Branco apresentaram aves tipicamente


ripárias, isto é, espécies associadas aos ambientes ribeirinhos, como p.ex: o biguatinga Anhinga
anhinga (FIGURA 14), o bacurau acurana Hydropsalis climacocerca (FIGURA 15), o poiaeiro
Ornithion inerme e várias espécies migratórias de maçaricos (Família Scolopacidae). Várias
espécies utilizam-se dos bancos de areia ao longo do rio como áreas de alimentação, nidificação,
refúgio e dormitório. Dentre as aves das florestas que margeiam rio Branco e afluentes,
encontram-se duas espécies endêmicas de Roraima, o chororó Cercomacra carbonaria e o
furnarídeo Synallaxis kollari. Ambas só foram registradas ao longo da bacia do Rio Branco, e são
consideradas ameaçadas de extinção (MMA; BirdLife International 2000), visto se tratar de aves
endêmicas e que ainda carecem de estudos básicos referentes à distribuição e história natural.

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Figura 14: Anhinga Anhinga Figura 15: Hydropsalis Climacocerca

Estudos reconhecem a avifauna do baixo Rio Branco como de características comuns às


aves das ilhas fluviais do Rio Negro, demonstrando que muitas espécies podem ter sua
distribuição determinada pelo tipo de água que alaga suas florestas marginais e influencia as
diferenças de estrutura e composição vegetal (Naka & e Torres 2001). Sugere-se a importância de
se avaliar das comunidades presentes nas florestas de galeria de ambas as margens do rio
Branco, para ver se este age como barreira geográfica na distribuição de algumas espécies e
subespécies de aves (Stotz 1997; Naka & Torres 2001).

As áreas de Lavrado, presentes no município de Boa Vista, contudo, ainda carecem de


estudos ornitológicos consistentes, assim, como as regiões de campinarana presentes na região
sul do Estado.

1.6. Mastofauna

A fauna de mamíferos do município de Boa Vista é aparentemente rica e abundante


quando comparada com outras áreas abertas do Brasil (Manrique Prada obs.pessoal). Espécies
como o tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) (FIGURA 16) considerado ameaçado de
extinção é extremamente abundante, sendo registrado em todos os sítios amostrados com vários
avistamentos. As grandes áreas de campos abertos com provável abundância de recursos
alimentares, principalmente cupim, tornam a região adequada para o desenvolvimento das
populações desta espécie. O município representa uma das melhores áreas no Brasil para realizar
estudos relacionados com a ecologia e biologia desta espécie. Outra espécie vulnerável registrada
com freqüência na área de estudo é o veado campeiro (Odocoileus virginianus) (FIGURA 17),
espécie encontrada no Brasil somente nos enclaves de áreas abertas da região amazônica e
países adjacentes ao norte de Roraima.

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Figura 16: Myrmecophaga Tridactyla Figura 17: Odocoileus Virginianus

Algumas outras espécies, embora aparentemente pouco abundantes, são de grande


importância, como no caso do cachorro-vinagre Speothos venaticus (FIGURA 18) considerado
extremamente raro e ameaçado de extinção. Outro exemplo é o lobo guará (Chrysochyon
brachyurus) (FIGURA 19), também ameaçado de extinção, que surpreendentemente foi registrado
para o município de Boa Vista no presente estudo (rastro encontrado por Manrique Prada, dia
01/12/2005, às margens da BR-174, próximo ao igarapé Murupu). Por se tratar de um registro
inédito para o Estado de Roraima, torna-se um achado fundamental para o conhecimento da
distribuição desta espécie e, também, para a definição de teorias que expliquem a formação de
áreas abertas e florestais do bioma amazônicos em épocas remotas.

Figura 18: Speothos Venaticus Figura 19: Chrysochyon Brachyurus

Entre outros mamíferos ameaçados de extinção de ampla distribuição que ocorrem no


Estado de Roraima estão a lontra (Lutra longicauda), a ariranha (Pteronura brasiliensis) (FIGURA
20), o jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi) (FIGURA 21), a onça-pintada/preta (Panthera onca)
e a suçuarana (Puma concolor), este último sendo o único inventariado para Roraima no
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
levantamento preliminar (Anexo 3). Todas as espécies mencionadas são importantes em termos
de conservação no Brasil. Recomenda-se, portanto, programas especiais de monitoramento e
manejo que envolvam a captura com armadilhas e a realização de censos através da localização
de rastros, fezes e sinais. Os animais capturados seriam anestesiados para avaliações
morfométricas e veterinárias, onde seriam registrados: espécie, sexo, classe etária e condição
reprodutiva. Os ectoparasitas, bem como, amostras de sangue seriam recolhidos. Cada animal
seria marcado com rádio transmissor e, também, com tatuagem, que permitisse a visualização.
Deverão ser recolhidas e analisadas as fezes para o estudo de dietas. Posteriormente, através da
técnica de radiotelemetria, os indivíduos marcados poderiam ser alvo de visualização e
rastreamento, no intuito de se abordar questões referentes à área de vida, distribuição e ecologia
destas espécies.

Figura 20: Pteronura Brasiliensis Figura 21: Herpailurus Yagouaroundi

Quanto à composição de primatas, as informações disponíveis sugerem que Roraima não


apresenta uma fauna particular. As onze espécies de nove gêneros registradas (ver Anexo 4) são
compartilhadas com outros estados e países vizinhos. Destas apenas uma figura dentre as
espécies ameaçadas de extinção (Ateles belzebuth belzebuth; Collar et al. 1994) O rio Branco
aparece como um imponente corredor e barreira geográfica para algumas espécies (Callicebus
torquatus lugens, Ateles belzebuth belzebuth e Ateles paniscus paniscus, entre outras). Contudo
várias espécies ainda não apresentam limites de distribuição bem definidos, os quais ainda
necessitam de investigação. Espécies como Cebus albifrons (FIGURA 22) apresentam registros
para a região do rio Solimões e do rio Negro e, também, porções ao norte do Brasil, Venezuela e
Colômbia, contudo, ainda não possuem registro para o Estado de Roraima (Nunes & Bobadilla
1997).

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Figura 22: Cebus Albifrons

Em face à escassez de inventários faunísticos no Estado, é necessário avançar mais no


conhecimento da composição da mastofauna e sobre seus padrões de diversidade. A ausência de
conhecimento para várias regiões do Estado impede uma utilização adequada e moderna dos
recursos naturais amazônicos. Assim, é imprescindível uma ampliação quantitativa e qualitativa
dos estudos científicos que permitam análises regionais sobre gradientes de diversidade, origem,
relações filogenéticas e distribuição geográfica de praticamente todas as espécies. Deve-se
estimular e garantir planos adequados de manejo e conservação da fauna amazônica, frente à
rápida e intensa exploração e alteração dos ambientes originais, as quais podem resultar em
prejuízos irreversíveis (Nunes & Bobadilla 1997).

2. ESTRATÉGIAS PARA CONSERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO


MUNICÍPIO DE BOA VISTA

O modelo de civilização praticado em torno das grandes cidades brasileiras não foi o ideal
em termos de sustentabilidade social e ambiental. Nas últimas décadas, o crescimento
populacional desordenado de vários centros urbanos tem gerado problemas fundamentais, como
a poluição, a contaminação de recursos hídricos, a degradação ambiental progressiva, o aumento
das disparidades sociais e a redução da qualidade de vida. Tais problemas são resultantes da
ocupação aleatória de terras e da má utilização dos recursos naturais, distribuição injusta dos
benefícios, logo, da falta de sensibilidade administrativa perante as questões ambientais.

A Constituição da República Federativa do Brasil dispõe em seu artigo 225 que “todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo paras a presentes e futuras gerações”. Em seu parágrafo 1º complementa: “para
assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I – preservar e restaurar os

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II –
preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País (...)”; e “VI – controlar a
produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”. Toda a legislação ambiental brasileira,
incluindo normas, regulamentações e leis complementares, em geral, destaca-se por ser
minuciosa, adequada e eticamente justa, em termos de valorização os recursos naturais e busca
do equilibro entre o uso e a preservação destes. Entretanto, a lei é muito pouco eficiente devido à
carência de sua aplicação correta por parte das autoridades jurídicas e gerenciais.

O município de Boa Vista, assim como o Estado de Roraima, apresenta um processo de


ocupação e integração aos demais centros urbanos do Brasil relativamente lento e recente. Isto
propiciou a manutenção dos recursos hídricos e das paisagens naturais com notória qualidade de
conservação. Roraima apresenta-se com algumas condições singulares em relação aos outros
Estados da Amazônia, pela presença de extensos campos naturais (Campinaranas) e savanas
(Lavrado) (FIGURA 23) que contrastam com a ocorrência ao sul roraimense de Florestas tropicais
densas (Selva), as quais o Estado compartilha com demais unidades federativas. A constituição
étnico-cultural de Roraima também é singular, na medida em que mais de 50% do Estado é
constituído por terras destinadas às várias comunidades indígenas com diversos elementos
culturais. A questão indígena delineia boas perspectivas para o desenvolvimento social, podendo-
se usar a riqueza cultural em prol do bem-estar social e do desenvolvimento sustentável (MME
2002).

Figura 23: Lavrado De Boa Vista

Na última década, a consolidação de empreendimentos de infra-estrutura, como a


pavimentação da BR-174 e a construção de pontes e linha de energia, tem acelerado os
processos de desenvolvimento urbano, de expansão agropecuária e progressão das atividades
degradantes, como a mineração. Toda esta aceleração da ocupação humana e da exploração dos

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
recursos naturais resultou no aumento dos riscos ambientais na região. Com a melhoria das
condições de saúde e educação, bem como, da oferta de serviços e oportunidades, gera-se um
fluxo migratório de pessoas para o município de Boa Vista, advindos de demais regiões de
Roraima, de outros estados brasileiros e, por vezes, de outros países. Este acréscimo de recursos
humanos é positivo em termos de propiciar elementos com qualificação técnica apurada, melhor
oportunidade de estabelecimento de capacitação científica e tecnológica, além do aumento da
oferta de mão-de-obra qualificada ou não. No entanto, este incremento populacional tem que ser
calculado e ordenado, a fim de não acarretar acréscimo de pressões sobre o meio ambiente.

As poucas atividades estimuladas no Estado, como: a pecuária extensiva, as monoculturas


de soja, milho e arroz, e exploração de rochas ornamentais e pedras preciosas, são, em geral,
voltadas para demandas e mercado externos. Além disso, tais práticas conferem grandes
impactos ambientais, como: desmatamento, a perda e fragmentação de habitats naturais, redução
da diversidade de fauna e flora, e, ainda, contaminação de rios e lençóis freáticos. Estas
atividades podem ser imediatamente lucrativas para empreendedores, mas considerando as
perdas ambientais para as gerações futuras, suas relações custos/benefícios tornam-se
enormemente reduzidas, pelo fato de serem insustentáveis em longo prazo. A ausência de um
planejamento territorial sob abordagem de sustentabilidade repercutirá em custos extraordinários
para a futura reversão do quadro de intensa degradação ambiental (MME 2002).

O ordenamento inadequado do município de Boa Vista poderá acarretar sérios problemas


em termos de conservação da fauna. Fatores intrínsecos ao aumento da ocupação humana e de
atividades degradantes como a diminuição da qualidade da água, as perdas e fragmentação de
remanescentes naturais certamente acarretarão impactos diretos para a fauna regional como: 1)
redução na diversidade de ecossistemas e espécies, 2) a alteração na composição e estrutura das
comunidades faunísticas, 3) o isolamento das populaçoes animais, que acarreta 4) maior
suscetibilidade à perda de variabilidade genética; 5) redução e remoção de sítios reprodutivos; e,
ainda, prejuízos indiretos como: 1) o aumento da pressão de caça de animais silvestres, 2)
elevação da densidade de animais domésticos e exóticos, com a conseqüente 3) proliferação de
zoonoses, 4) a facilitação ao comércio ilegal de animais silvestres; e 5) aumento na ocorrência de
acidentes com animais peçonhentos.

O conceito de desenvolvimento sustentável tenta aliar a manutenção de crescimento


econômico e desenvolvimento tecnológico com a preservação dos recursos naturais, dos quais a
sociedade humana possui ampla interdependência. O desenvolvimento sustentável, em seu
princípio fundamental, objetiva preservar condições ambientais susceptíveis de suportar as
próximas gerações. Assim, o modelo econômico de capital/bens/serviços deve ter como premissa
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
que: a exploração de quaisquer recursos ambientais não pode comprometer o equilíbrio dos
componentes vitais dos sistemas antrópico e natural. Ainda, o desenvolvimento sustentável só
será efetivo se abordar o componente social, peça essencial do meio ambiente, no sentido de
reafirmar e apreciar valores éticos e culturais das populações locais.

Deve-se buscar para a região de Boa Vista, a implementação de um modelo efetivo de


desenvolvimento sustentável, o qual permita o crescimento econômico e tecnológico, de forma
integrada à conservação ambiental e ao desenvolvimento social, com a distribuição igualitária de
bens e serviços. Este modelo sustentável deve se basear: 1) no fortalecimento dos segmentos
intimamente relacionados aos recursos naturais, como p.ex.: o ecoturismo, os movimentos
extrativistas e indígenas; 2) na valorização e uso sustentável dos recursos regionais; 3) na defesa,
controle e manejo efetivo das unidades de conservação e áreas de preservação permanente; 4)
no apoio científico e tecnológico a profissionais e serviços correlacionados ao meio ambiente; 5)
na gestão responsável de investimentos produtivos e de infra-estrutura que visem,
primordialmente, as demandas locais e regionais; 6) no aumento da fiscalização e compensação
ambiental por parte de setores produtivos que degradam o meio ambiente e não incorporam
tecnologias sustentáveis; e, por fim 7) na melhoria da repartição dos benefícios de biodiversidade,
no sentido de se reduzir as desigualdades sociais e assegurar qualidade de vida à população
local.

Segundo as orientações para a Amazônia brasileira, por princípios básicos, devem ser
desenvolvidas políticas públicas de conservação da biodiversidade em níveis municipais,
estaduais e federais para toda a região (MMA 2001). Para o município de Boa Vista, têm se como
ações políticas primordiais a serem implantadas: 1) o incentivo ao desenvolvimento científico,
tecnológico e ambiental da região; 2) o estabelecimento de um sistema de unidades de
conservação integrado às terras indígenas e ao desenvolvimento do Estado; 3) fortalecimento
jurídico e administrativo de controle das atividades potencialmente degradantes e de estímulo a
atividades produtivas verdadeiramente sustentáveis; 4) ações públicas de combate aos incêndios
florestais, à proliferação de zoonoses, à caça e comércio ilegal de animais silvestres; à ocorrência
de acidentes com animais peçonhentos, ao atropelamento em estradas federais, estaduais e
municipais; e controle de espécies exóticas; e 5) a promoção de educação ambiental em todos os
níveis de ensino e de conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

2.1. Desenvolvimento científico e tecnológico

O desenvolvimento científico e tecnológico de Roraima depende de incentivos ao


estabelecimento local de grupos de pesquisa e coleções científicas representativas para toda a

165
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
região. Estes incrementariam o conhecimento da biodiversidade regional, promoveriam a
produção e divulgação do conhecimento científico/ambiental, além de fundamentar as tomadas de
decisão, as políticas de desenvolvimento e gestão ambiental do Estado de Roraima como um todo
e, em particular, do município de Boa Vista (Nascimento 2005). Portanto recomenda-se para o
município de Boa Vista: a consolidação e valorização de parcerias entre instituições locais de
educação e pesquisa, como o INPA, Embrapa/Roraima, UFRR e FEMACT; a recuperação,
ordenamento e modernização institucional do Museu Integrado de Roraima (MIRR); e o estímulo à
geração de empregos e formação profissional nas áreas de atuação correlacionadas às questões
ambientais (Antropologia; Medicina Veterinária, Zootecnia, Engenharias Ambiental, Florestal,
Agronômica, Ciências Geológicas, Agrárias, Biológicas e Sociais, entre outras).

O desconhecimento taxonômico e ecológico das espécies animais, para as várias regiões


do Estado, impossibilita a determinação da vulnerabilidade das comunidades faunísticas perante
as modificações ambientais e impede uma utilização adequada e moderna dos recursos naturais
amazônicos. Assim, é imprescindível uma ampliação quantitativa e qualitativa dos estudos
científicos que permitam análises regionais sobre gradientes de diversidade, origem, relações
filogenéticas e distribuição geográfica de praticamente todas as espécies. Deve-se estimular e
garantir planos adequados de manejo e conservação da fauna amazônica, frente à rápida e
intensa exploração e alteração dos ambientes originais, as quais podem resultar em prejuízos
irreversíveis (Nunes & Bobadilla 1997). Assim, recomenda-se a realização de inventários e
estudos científicos sobre todo o patrimônio ambiental da região de Boa Vista. Para tal se propõe o
desenvolvimento de um amplo programa de inventário e manejo de fauna de todo o município,
além das regiões no entorno com potencial turístico, científico e educacional.

2.2. Incêndios florestais

Fogos florestais (FIGURA 24) em ecossistemas amazônicos tiveram pouca atenção até os
últimos anos 90. No entanto, eventos de incêndios florestais de alta magnitude vêm se tornando
cada vez mais comuns nos últimos anos (ocorrências em 1998 e 2003). Em 1998, as queimadas
atingiram 7% de todos os sistemas naturais de Roraima, o equivalente a 13.900 Km2 de florestas
primárias, e abrangeram uma área três vezes superior de paisagens já alteradas. Dependendo de
sua escala, os incêndios provocam impactos negativos como a mortalidade de plantas, redução
de biomassa e alteração da estrutura original da vegetação (Barbosa 2003). Efeitos indiretos
sobre grandes vertebrados (répteis, aves e mamíferos) podem advir da redução na disponibilidade
de recursos alimentares, reprodutivos e refúgios contra predadores, acarretando a modificação da
composição e estrutura das comunidades faunísticas (Abreu 2000; Prada 2002).

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Figura 24: Incêndio Folrestal

O monitoramento de incêndios por imagens de satélites, realizado para Roraima, mostra


que os focos de calor coincidem com as áreas onde o componente humano estava francamente
estabelecido ou em fase de expansão fundiária. O sistema de reforma agrária implantado através
da distribuição da população agrícola em áreas de floresta, não vem atendendo, de forma justa,
nem o agricultor, que busca basicamente o sustento de sua família, nem o meio ambiente, em
termos de conservação dos recursos naturais. Os assentados, em geral, de baixa renda são
pouco capacitados tecnicamente e sem nenhuma orientação sobre sustentabilidade. Têm o uso
do fogo como única opção barata e rápida de preparar seu terreno para plantios. Somado a isso,
integrantes externos às comunidades de agricultura familiar se utilizam destes artifícios ilícitos
como instrumento de especulação de terras ainda não regularizadas (Barbosa 2003).

Diante de tais dificuldades, sugere-se como estratégias de controle de incêndios florestais:


1) a criação de um cadastro ambiental de terras, com o perfil dos grandes, médios e pequenos
proprietários, ferramenta que pode ser aliada também do licenciamento ambiental; 2) o
estabelecimento de programas de educação ambiental e divulgação de alternativas ao uso do
fogo na agricultura; 3) priorizar o desenvolvimento sócio-econômico regional através de modelos
sustentáveis; 4) manter e aprimorar a previsibilidade do sistema de monitoramento de incêndios
em Roraima, na busca de se 6) desenvolver um alerta mais eficiente e próximo da realidade local;
5) fomentar e estruturar unidades de combate a incêndios vinculadas aos órgãos públicos,
também em pontos estratégicos distante dos grandes centros, principalmente nas unidades de
conservação e terras indígenas; 6) formar e capacitar brigadas de incêndios temporárias nas
unidades de combate, durante os períodos mais críticos, através do uso e valorização de recursos
humanos oriundos das comunidades agrícolas locais. A utilização de brigadas temporárias vem
sido feita com relativa eficiência em diversos estados brasileiros pelo Programa de Prevenção a
Incêndios (PREVFOGO/IBAMA). Parte da eficácia destas ações deve-se à maciça inclusão de

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integrantes das comunidades regionais, os quais estão mais familiarizados com as minúcias
geográficas locais e os riscos esperados.

2.3. Ocupação humana

Face ao futuro incremento da ocupação humana, em função dos processos de


desenvolvimento urbano e de expansão agropecuária, estratégias de minimização dos impactos
diretos e indiretos sobre a fauna regional devem ser desenvolvidas (FIGURA 25). O tráfego de
veículos intensificado em decorrência da pavimentação de estradas potencializa a incidência de
atropelamentos de animais silvestres (FIGURA 26). Várias espécies são freqüentemente
atropeladas nas estradas: em especial, cobras, tamanduás, cachorros-do-mato, onças, inúmeros
passarinhos, anús, urubus e vários gaviões, principalmente os carcarás Polyborus plancus. Do
mesmo modo, a expansão urbana e rural (p.ex.: BR-174) trará impactos indiretos, à longo prazo,
porém, não menos incisivos e abrangentes. A colonização de regiões preservadas traz como
conseqüência o aumento da atividade cinegética (caça), da presença de espécies exóticas, da
proliferação de zoonoses e dos casos de acidentes com animais peçonhentos. A conspicuidade e
abundância de animais silvestres bem como a conservação de paisagens são altamente
influenciadas pela presença de animais domésticos, sejam eles de criação (gado, cavalos,
galinhas, etc...), ou de estimação (gatos e cachorros). Animais domésticos provocam distúrbios,
como a disseminação de doenças, a competição por recursos alimentares, a modificação das
fitofisionomias com a abertura de trilhas e clareiras, e ainda, a caça direta de animais silvestres
por cães e gatos. Atividades de caça de várias espécies silvestres como fonte de alimento ou
como medida de proteção a moradores e criações (no caso de se matar cobras e onças), e ainda,
a captura de animais para comércio ilegal e criação em cativeiro, são intensificadas pela ocupação
de áreas rurais. A proximidade com os limites do território nacional, bem como, a presença de
relevante diversidade biológica tornam Boa Vista e todo o Estado de Roraima pontos críticos de
combate ao tráfico de animais silvestre.

Figura 25: Lagoa X Ocupação Humana Figura 26: Tamaduá Tetradactyla Atropelado.

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Devem ser tomadas iniciativas pelos poderes públicos referentes a 1) fortalecimento do
controle, fiscalização, pavimentação e sinalização das estradas, visando a redução da velocidade,
consorciado com a 2) tomada de medidas que objetivem redução do número de atropelamento de
animais silvestres, p.ex.: instalação de ¨quebra-molas¨ em pontos críticos, canais de passagem
em florestas e rios, principalmente em torno das unidades de conservação e reservas indígenas;
3) promover esforços de controle e fiscalização da caça e captura de animais silvestres por parte
dos órgãos ambientais; 4) programas de prevenção de acidentes ofídicos, junto com 5) ações de
instalação de unidades de saúde pública; principalmente em regiões onde o contato com os
ambientes naturais são mais intensos (p.ex.: terras indígenas); e por fim 6) projetos de educação
ambiental com ênfase em conservação de animais para as comunidades rurais e indígenas, bem
como, para os motoristas da região.

2.4. Turismo ecológico

Vários fatores fazem de Boa Vista um excelente pólo de atração turística. O município
situa-se de forma intermediária em relação a vários ambientes relevantes no Estado, como: as
florestas tropicais (parte Sul), as campinaranas (região de Niquiá), as paisagens serranas (os
chamados Tepuis, no extremo norte) (FIGURA 27), as ilhas fluviais (Estação Ecológica de
Maracá), os ambientes ripários do Rio Branco e seus afluentes e, também, os próprios Lavrados,
que circundam Boa Vista. A região da Amazônia Norte possui inestimável riqueza biológica ainda
pouco explorada na forma de turismo. A maioria das excursões turísticas que chegam ao Brasil
tem preferência pela visitação da região de Manaus e dos afluentes ao sul do rio Amazonas, como
rio Xingu, rio Madeira e rio Tocantins/Araguaia. Portanto, as singularidades da Amazônia
setentrional ainda estão fora dos circuitos turísticos promovidos no país. Boa Vista seria a cidade
mais indicada para preencher esta lacuna, em função da proximidade com Manaus e vários
países adjacentes (Venezuela e Guianas) e da América Central.

Figura 27: Tepuis Do Monte Roraima.


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Muitas vezes o turismo na natureza é promovido de forma equivocada, gerando impactos
essenciais sobre os recursos naturais, em especial, sobre a fauna. Atividades inconseqüentes de
rafting, enduros e pesca predatória, realizadas de forma intrusiva, acarretam em poluição,
degradação ambiental e perda de diversidade biológica. Contudo, o turismo, se realizado de forma
ordenada, coerente e responsável, é totalmente compatível com a proposta de conservação de
remanescentes naturais.

A observação de aves (bird watching), safáris fotográficos, além, caminhadas (tracking)


são exemplos de atividades com elevado potencial turístico a serem aproveitadas na região. A
observação de aves é uma das modalidades de turismo com mais adeptos em todo o mundo, com
grandes grupos bem organizados na América do Norte, Europa e Japão. A observação de aves é
basicamente restrita ao mercado internacional, onde o praticante costuma ter nível de formação
mais elevado e ser mais exigente quanto à qualidade e conforto pessoal. Contudo, este constitui
um dos grupos de turismo com os gastos mais excessivos e por conseqüência, proporcionando os
maiores retornos financeiros. Em conjunto com a observação de aves, a procura e visualização de
grandes e médios mamíferos (antas, tamanduás, canídeos e felinos) e répteis (cobras, jacarés,
iguanas e teiús), através de rastreamento e buscas noturnas, seria uma opção simples, inovadora
e factível para o turismo local. A união de boa infra-estrutura com uma capacitação técnica
eficiente seria fundamental para a oferta de um serviço de lazer e entretenimento de qualidade, o
que atrairia variados grupos turísticos.

A prática regional de ecoturismo terá de ser respaldada com um monitoramento técnico da


fauna regional, proposto neste parecer (ver acima). Este monitoramento teria como objetivos: 1)
complementar o inventário da fauna regional; 2) mapear sítios de descanso, sítios reprodutivos,
locais de alimentação, e os melhores remanescentes das variadas fitofisionomias, para fundamentar
3) a escolha dos pontos de observação; 4) identificar fluxos migratórios, a fim de 5) determinar as
melhores épocas para a observação de animais; e assim, 6) desenvolver políticas públicas de
estímulo ao turismo, visando 7) a estruturação logística nos pontos mais relevantes; 8) estabelecer
um plano de capacitação dos integrantes das comunidades nativas, e 9) elaborar estratégias
comerciais para divulgação e promoção do ecoturismo, em escala local, regional e internacional.
Deve se buscar o crescimento das atividades de turismo em comunhão com o desenvolvimento
social, integrando e capacitando elementos das populações tradicionais e indígenas do Estado,
garantindo a participação destes no desenvolvimento e consolidação do ecoturismo regional, bem
como, no usufruto dos benefícios adquiridos.

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2.5. Pesca esportiva e piscicultura

A pesca esportiva também é uma modalidade de turismo com grande aceitação e potencial
regional. As grandes bacias dos rios Branco, Mucajaí e Uraricoera são convidativas à prática da
pesca esportiva, com notável diversidade de peixes, destacando-se a piraíba, traíra, peixe-
cachorro (Rhaphiodon vulpinus), surubim e piranha (Pygocentrus nattereri) (FIGURA 28). Assim
sugere-se a elaboração de um Plano de Gestão da Pesca para o município de Boa Vista e
arredores, com a finalidade de se manter um efetivo controle e manejo dos recursos de pesca,
compatíveis com a sustentabilidade desta prática turística na região. Este plano visaria: a
avaliação das práticas informais da pesca esportiva, 2) inventário e análise dos pontos de pesca e
das espécies de peixes exploradas, 3) a identificação dos atores socioeconômicos atuantes e,
também, 4) estabelecimento de ações de orientação e fiscalização da pesca por parte de órgãos
ambientais.

Figura 28: Pygocentrus Nattereri

A piscicultura é uma atividade de elevado potencial econômico visto que os peixes estão
entre os recursos naturais mais importantes da Amazônia, pela sua abundância e grande
consumo. A região possui inúmeras espécies nativas que podem ser exploradas comercialmente.
Contudo, devem ser tomadas medidas de restrição à criação de espécies exóticas como
tambaquis e carpas. São praticamente inevitáveis acidentes de rompimento e vazamento de
açudes, com a disseminação de peixes exóticos nos rios locais. Tais peixes invasores competem
por alimento, abrigos e recursos naturais com as espécies nativas. O incremento de espécies
invasoras nos ambientes aquáticos pode acarretar na alteração e reestruturação das
comunidades de peixes, com conseqüências negativas para outras comunidades associadas
(insetos, vertebrados e plantas) e para biodiversidade regional, com um todo. Devem-se minimizar
os riscos inerentes às atividades extrativistas, analisando a potencialidade de uso de espécies
nativas menos consideradas e considerando os perigos e conseqüências de inclusão de espécies
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exóticas, da sobrepesca e da extinção comercial e absoluta dos peixes utilizados na região
(Ferreira 2005).

2.6. Práticas agrícolas

A agricultura irrigada é a atividade humana que demanda maior quantidade total de água.
Em termos mundiais, estima-se que esse uso responda por cerca de 80% das derivações de
água; no Brasil, esse valor supera os 60%. A irrigação é exigente em termos de qualidade da
água e, nos casos de grandes projetos, implica obras de regularização de vazões, ou seja,
barragens, que interferem no regime fluvial dos cursos d’água e sobre o meio ambiente. A
avaliação dos impactos negativos sobre as reservas hídricas identifica problemas correlacionados
à erosão dos solos e assoreamento dos corpos de água e à falta de controle no uso de
fertilizantes, corretivos e biocidas. Em geral, a irrigação promove a lixiviação de nutrientes e
defensivos químicos para os sistemas hidrográficos locais, resultando em impactos ambientais
prejudiciais ao desenvolvimento sustentável: degradação ambiental e perda de diversidade
biológica. A situação agrava-se pela insuficiente proteção das fontes e dos mananciais, que
muitas vezes inviabiliza o aproveitamento dessa água para outros usos, ou eleva seu custo devido
à necessidade de tratamento que, em última instância, será novamente onerado à comunidade
(MME 2002).

As monoculturas em grandes áreas de savanas devem-se ser reorientadas com referência


à preservação ambiental para a região de Boa Vista. Atividades como a rizicultura de várzea, a
produção de grãos de soja e milho e a introdução de espécies florestais exóticas, como Acacia
mangium Willd. e Eucalyptus spp geram alterações quantitativas e qualitativas de recursos
fundamentais como água, solo e nutrientes. Tais modificações interferem na diversidade e
abundância de espécies de plantas e animais, com conseqüência na diminuição ou eliminação de
recursos naturais, trazendo problemas de saúde pública e sérias implicações socioeconômicas
(Ferreira 2005).

Frente aos riscos de degradação ambiental, torna-se urgente e essencial a concretização


de políticas de conservação, por parte de todas as esferas de poder, através do enrijecimento dos
processos de licenciamento ambiental perante atividades potencialmente degradantes; elevação
dos custos e maior eficiência de compensação e mitigação ambientais de empreendimentos
essenciais; incentivo às atividades de produção coligadas à sustentabilidade; o estímulo às
pesquisas silviculturais com espécies nativas (já existem trabalhos iniciais coordenados pela
Embrapa/Roraima); e manutenção das áreas definidas como de preservação permanente (Código
Florestal Brasileiro; Lei 4.771/1965). Para o uso econômico e produtivo das áreas destinadas à

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
expansão rural, devem ser priorizadas atividades relacionadas a sistemas agroflorestais,
agricultura familiar, agropecuária intensiva, ecoturismo responsável, aqüicultura de espécies
nativas, manejo florestal, reflorestamentos, extrativismo sustentável, produção artesanal,
agroindústrias de baixo impacto e reciclagem de materiais e produtos; com base na gestão e
oferta do apoio e capacitação técnica e logística, através do fortalecimento do cooperativismo,
associativismo e permacultura (MMA 2001).

A racionalidade de uso dos recursos é a forma de garantir que todo potencial biológico de
Roraima, e de toda Amazônia, seja realmente revertida em benefícios para as comunidades
regionais. Frentes de trabalho inovadoras têm mostrado alternativas lucrativas no sentido de
associar desenvolvimento econômico e conservação, através da valorização e utilização dos
produtos florestais: como frutos, peixes, animais, óleos, borracha e medicamentos (p.ex. Reserva
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas). Em longo prazo, atividades que
absorvem as tecnologias sustentáveis produzem lucros três vezes superiores a de extração
comercial de madeiras e abertura de clareira para a criação de pastos (MME 2002).

2.7. Unidades de Conservação

De acordo com orientações prioritárias para conservação, recomenda-se o aumento da


extensão da superfície protegida da Amazônia Legal Brasileira de forma a garantir, pelo menos,
10% em área protegidas de uso indireto. A concepção dos sistemas de conservação deve
considerar as terras indígenas, unidades de conservação federal, estaduais e municipais, de uso
direto e indireto, e estratégias de uso sustentável de recursos naturais. Com relação às unidades
de conservação amazônicas, são demandas cruciais: implantações efetivas e regularizações
fundiárias para certas unidades, incremento de recursos humanos para gestão, o fomento a
pesquisas de inventário e monitoramento de toda biodiversidade presente e, por fim, o
zoneamento, manejo e gestão das unidades criadas. Os principais desafios são: a resolução de
conflitos de terras indígenas e de populações tradicionais, o controle dos impactos gerados por
invasões e interferências externas às unidades e, ainda, assegurar a viabilidade ecológica das
unidades de conservação, através do estabelecimento de novas unidades, zonas-tampão, áreas
de preservação e corredores ecológicos. Para tal deve-se considerar o tamanho mínimo viável
para as populações de espécies críticas e a conectividade às áreas naturais de todo sistema de
conservação (MMA 2001).

Os dados sobre a distribuição geográfica de aves endêmicas e ameaçadas foram


utilizados para figurar os campos do Estado de Roraima entre as áreas prioritárias para
conservação da natureza na Amazônia brasileira, bem como, o extremo norte do Estado de

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Roraima, na faixa serrana de fronteira com a Venezuela (Oren 1992). Assim, Estado de Roraima
abrange seis unidades de conservação. Porém estas áreas de proteção não recebem devida
atenção por parte dos administradores locais. Houve uma inversão de valores de desenvolvimento
e conservação, resultando em que áreas previamente limitadas para proteção foram destinadas a
atividades garimpeiras e criação de gado (Barbosa 1995).

A Reserva Florestal do Parima e a Floresta Nacional de Roraima apresentam-se ineficazes


na função de conservação, devido à grande sobreposição com áreas indígenas e à prática de
atividades garimpeiras e agropecuárias dentro de seus limites. A Floresta Nacional de Roraima e
o Parque Nacional do Monte Roraima possuem variados problemas que vão desde pressões
fundiárias a questões de segurança nacional. Outras unidades também vêm sofrendo pressões
antrópicas, como as disputas de terras e os impactos urbanos sobre a Estação Ecológica de
Caracaraí, adjunta à cidade de Caracaraí e à rodovia federal BR-210. A Estação Ecológica de
Niquiá protege parte do ecossistema de campinaranas, mas em função do acesso pelo rio Branco,
barcos pesqueiros provenientes do rio Negro e de Manaus entram clandestinamente para capturar
peixes ornamentais e de consumo. Todas as unidades precisam de uma renovação de estrutura e
gestão, que desencadeiem em melhor eficácia de fiscalização (Barbosa 1995).

A Estação Ecológica de Maracá é a única unidade que se destina realmente a suas


funções primordiais: a pesquisa científica e conservação efetiva dos recursos naturais. Seria
elogiável a implementação de um plano de monitoramento ambiental para a estação, com base
nas informações científicas disponíveis (Barbosa 1995; Nunes & Bobadilla 1997).

A teoria das Metapopulações é de extrema importância no planejamento de um sistema de


unidades de conservação. A fragmentação de habitats é hoje uma das maiores ameaças à
diversidade biológica tanto pela redução dos ambientes naturais como pelo isolamento dos
habitats remanescentes. A fragmentação rompe o movimento natural de indivíduos, sementes,
esporos e pólen de plantas, bem como o fluxo de nutrientes e de energia dentro de diferentes
partes da paisagem e entre elas (Soulé & Terborgh, 1999). Em paisagens fragmentadas, as
espécies podem estar distribuídas como “metapopulações”, sistemas de populações ligadas pelo
fluxo gênico. A sobrevivência dessas metapopulações está relacionada à eficiência de
movimentação entre as manchas de habitat, que pode se tornar inviável devido à distância, à falta
de corredores, ou de outros habitats em que as espécies possam atravessar (Noss e Csuti 1994).

Estudos demonstram a eficiência dos corredores para a conservação, sugerindo que


atuam na manutenção da viabilidade genética de populações nativas, ao permitir um fluxo de
indivíduos entre populações anteriormente conectadas. A magnitude e distribuição da

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
variabilidade genética dentro e entre as populações estão relacionadas com o alcance do fluxo
gênico (Pickett e Thompson 1978). Assim, a preservação da biodiversidade faunística regional,
tanto ao nível de espécies, variabilidade genética como de funções ecológicas, depende de um
ordenamento municipal que estabeleça corredores ecológicos e regiões de contato entre as áreas
destinadas à conservação, dentro e fora do município.
3. PROPOSTAS

3.1. A organização de um Sistema Municipal de Unidades de Conservação

As características bióticas de Boa Vista justificam o planejamento de um sistema de


unidades de conservação, integrando as unidades de proteção integral e de uso direto, com as
terras indígenas e, também, as áreas destinadas à expansão urbana e de atividades rurais. Um
projeto estratégico do sistema de unidades deverá ser elaborado previamente, através da
participação de representantes dos órgãos públicos, das comunidades envolvidas, de instituições
de pesquisas locais e de diversos profissionais atuantes em áreas de conhecimento relacionadas
com o meio ambiente. Este sistema deverá se referenciar principalmente pelas bacias
hidrográficas, buscando a conectividade das áreas verdes de dentro do município e daquelas
presentes em seu entorno. As áreas de proteção do sistema deverão englobar habitats
representativos de todos os ambientes presentes na região. A escolha das áreas deve considerar
o estado de conservação regional do solo, informações temáticas como sistema hidrográfico,
cobertura vegetal, uso atual do solo, importância biótica (fauna e flora), potencial biológico e
interesses cênicos e paisagísticos. A definição de estratégias também deverá considerar as
regiões destinadas à expansão urbana e de atividades rurais, bem como rodovias e estradas de
acesso, uma vez que estas progressões, em geral, são associadas a atividades de grande
impacto ambiental.

O objetivo principal será proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de
unidades de conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas respectivas
zonas de amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades de
preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos
ecossistemas. Numa primeira etapa devem ser efetivadas e regularizadas a unidades de
conservação já consolidadas e em vias de criação. Deverão ser implementados o zoneamento
ecológico, o manejo e a gestão destas unidades, no sentido de fomentar a pesquisas de inventário
e monitoramento de biodiversidade local. Em seguida, o planejamento prévio deverá identificar e
determinar áreas destinadas à criação de novas unidades de conservação municipais, tanto de
uso sustentável, quanto de proteção integral, visando se obter adjacências e conexões entre

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
áreas naturais de dentro e fora do município. Neste caso serão definidas as denominações, as
categorias de manejo, os objetivos, os limites das novas unidades a serem criadas. Deverão ser
determinadas as populações tradicionais beneficiárias e as atividades econômicas envolvidas, no
caso das unidades de uso direto. As denominações deverão estar fundamentadas nas
características naturais mais significativas, ou na sua denominação mais antiga, com a prioridade
das designações indígenas ancestrais. Por fim competirá ao órgão executor proponente da nova
unidade elaborar os estudos técnicos preliminares, realizar a consulta pública e demais
procedimentos administrativos necessários à criação da unidade (MMA 2000).

O processo de criação e gestão do conjunto de unidades deverá ser feito de forma


integrada e participativa; compatibilizando a presença da biodiversidade, a valorização da
sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional. Deve ser assegurada a
permanência dos recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e
economicamente. O órgão executor competente deverá indicar, de modo claro e em linguagem
acessível, as implicações para a população residente no interior e no entorno da unidade
proposta, no processo de consulta pública (MMA 2000).

O município de Boa Vista não possui unidades de conservação estabelecidas dentro de


seus limites, mas contém três terras indígenas: T.I.Truaru, T. I. Serra da Moça e T. I. São Marcos.
As bacias hidrográficas dos rios que delimitam o município são conexões naturais a numerosas
terras indígenas e algumas unidades de conservação presentes nos municípios vizinhos. Basta o
aproveitamento do desenho geográfico regional para se determinar valiosos corredores ecológicos
entre as grandes reservas naturais do Estado, através do município de Boa Vista. Ao norte, os rios
Tacutu e Uraricoera constituem-se no perímetro sul da T.I. São Marcos, que faz ligação com
muitas outras terras indígenas do norte e nordeste de Roraima, distribuídas até os limites de
fronteira nacional. As paisagens de lagoas naturais e Lavrados do norte-noroeste de Boa Vista,
são interligadas pelo rio Uraricoera à Estação Ecológica de Maracá e à Terra Indígena Ianomâmi,
as quais englobam as nascentes do mesmo rio. Os rios Mucajaí e Cauamé também são
importantes junções ecológicas com a Floresta Nacional de Roraima e T. I. Ianomâmi, ao oeste de
Boa Vista. Por fim, as margens florestadas do rio Branco perfazem a única conexão com reservas
naturais presentes na porção sul do Estado: Estação Ecológica de Caracaraí, Parque Nacional do
Viruá e Estação Ecológica do Niquiá. A interligação entre o sistema de unidades de conservação
do Estado possibilitaria a real preservação de diversidade regional.

Mesmo o planejamento do sistema de unidades deverá reservar áreas de expansão


urbana e rural. Ao norte da cidade de Boa Vista, as áreas mais propícias para expansão estão
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
localizadas ao longo da rodovia Br-174, na região dos igarapés Chidaua, Jacitara, Cajual,
Passarão e nascentes do igarapé Saúba. Esta região constitui-se de Lavrados graminosos, que se
distribuem sobre diversas unidades pedogenéticas (argissolo amarelo e latossolo amarelo e
vermelho-amarelo), com potencialidade agrícola regular. Nesse aspecto, menciona-se o Projeto
Passarão, implementado pelo Governo do Estado (MME 2002). Ao sul, a expansão agrícola
deverá se dirigir também ao longo da rodovia Br-174, incluindo as regiões em torno das antigas
fazendas Santa Adelaide Tapaiúnas, Bonsucesso, Capitão Dorneles, Serrinha, Capitão Ênio e
sítio Cumatã. Todas estas áreas destinadas à expansão rural e urbana têm como uso atual: a
pecuária extensiva, lavouras de subsistência e semi-comerciais, reflorestamento com Acácia
mangium e lavouras de grãos de soja, milho e sorgo.

3.2. A consolidação de Unidades de Conservação em vias de criação

Apesar do município de Boa Vista não possuir unidades de conservação estabelecidas,


estão em processo de criação duas reservas municipais, ambas com categorias de manejo já
definidas, porém com nomes provisórios:

Área de Proteção Ambiental do Cauamé

As Áreas de Proteção Ambiental (APA’s) podem ser constituídas por terras públicas ou
privadas que, em geral, têm como objetivos proteger a diversidade biológica, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (MMA 2000).
A APA do Cauamé foi delimitada de forma a conter a expansão urbana da cidade de Boa Vista
sobre terras vulneráveis à erosão e à degradação ambiental e, também, abrigar áreas de proteção
permanente de nascentes, lagos e margens do próprio rio Cauamé. Tal unidade de conservação
destina-se a preservar os ambientes que margeiam o rio Cauamé, de forma a mantê-lo como o
corredor ecológico entre as paisagens do rio Branco com a Floresta Nacional de Roraima e T. I.
Ianomâmi, no oeste do município de Boa Vista. Seus limites deverão conter toda a região em
torno dos igarapés afluentes: Curupira e Carrapato, além das nascentes e lagoas da margem
esquerda do rio Cauamé, estendendo-se desde a margem esquerda da foz do igarapé Murupu,
até a margem direita do rio Branco. Parte desta APA será designada para utilização de atividades
agrícolas de uso sustentável, enquanto as parcelas que abrigam áreas de preservação
permanente constituir-se-ão de zona intangível. A gestão desta unidade deverá ser realizada por
Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por
representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente
(FIGURA 29).

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Figura 29: Corredor Ecológico, Parque Municipal E Apa Do Cauamé.

Parque Municipal dos Lagos

O Parque Municipal dos Lagos foi proposto com o intuito de se resguardar inúmeras lagoas
e nascentes das bacias hídricas que abastecem a cidade de Boa Vista, contendo a franca
expansão urbana meridional sobre região de alta vulnerabilidade ambiental. Este Parque destinar-
se-á: à preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, à
realização de pesquisas científicas, ao desenvolvimento de atividades de educação e
interpretação ambiental e, por fim, ao turismo e recreação ecológica. Tal parque englobará, em
grande parte, áreas de preservação permanente, já protegidas por lei (Código Florestal Brasileiro;
Lei 4.771/1965), incluindo as nascentes e lagoas em torno dos igarapés Wai Grande, Waizinho e
Igarapé da Paca, ao longo da margem esquerda do Igarapé Água Boa de Baixo.

Ambas as unidades de conservação ainda dependem de conclusões jurídico-


administrativos para serem criadas, mas já representam importantes iniciativas de salvaguarda
ambiental. O crescimento da cidade de Boa Vista vinha sendo direcionado para terrenos
inadequados, os quais abrigam lençóis freáticos, nascentes e igarapés dos principais rios locais.
Futuramente este avanço resultaria em problemas de ordem estrutural, urbana e ambiental, sob
risco de contaminação do lençol freático e desequilíbrio do ecossistema local. Outras áreas mais

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
propícias para expansão urbana e rural serão destinadas ao longo da rodovia Br-174, na região
dos igarapés Chidaua, Jacitara, Cajual, Passarão e nascentes do igarapé Saúba. Mesmo assim, a
consolidação de ambas as unidades ainda estará sujeita a aprovação, planejamento e
regularização fundiária por parte das autoridades locais.

3.3. Criação de unidade de conservação de uso sustentável

A conservação da fauna regional depende da criação de um sistema de unidades de


conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas, na qual se integrem as diferentes
atividades de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e a restauração e a
recuperação dos ecossistemas. Para atingir este objetivo, com base numa abordagem zoológica,
propõe-se a criação de uma unidade de conservação de uso sustentável, próximo à região de
confluência entre o rio Mucajaí e rio Branco (FIGURA 30), além de outras duas unidades de
conservação de proteção integral, ao longo do rio Uraricoera e do igarapé Murupu. Foram
sugeridas denominações e categorias de manejo provisórias, as quais serão definidas mediante
planejamento e consenso dos poderes públicos locais.

Considera-se como o uso sustentável: a exploração racional dos recursos ambientais


renováveis e dos processos ecológicos, através da garantia sua perenidade, mantendo-se toda
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente
viável (MMA 2000). O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Assim a
criação uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável seria uma proposta ideal, no sentido de
guiar a ocupação de terras da porção sul do município, com base em atividades sustentáveis.

Figura 30: Rio Branco

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Reserva de Desenvolvimento Sustentável das Nascentes do rio Água Boa

Propõe-se a criação de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável ao longo do Rio


Água Boa de Baixo, numa região repleta de áreas de preservação permanente devido à
ocorrência maciça de nascentes e igarapés. Esta reserva delimitar-se-ia pelo perímetro oeste do
município, desde a margem direita do rio Cauamé até o encontro do rio Mucajaí com o rio Branco,
no limite sul de Boa Vista. Estariam incluídas nesta unidade de conservação, preferencialmente,
áreas verdes com baixa alteração ambiental em torno das nascentes do Rio Água Boa de Baixo e
dos igarapés Caipira, Santa Rita e Tucumã (bacia do Cauamé), igarapés Bacabal, Maravilha, do
Preto e Arara (bacia do Mucajaí) e igarapés Tauarí, Carrapato e Tapaiúna da bacia do médio Rio
Branco. A Reserva proposta abrigaria ambientes de savana graminosa, savana-parque e de
contato savana/floresta com potencialidade agrícola regular. Seus limites abrangeriam terrenos
em relevos planos e levemente ondulados, com solos pouco propícios à instalação dos processos
erosivos naturais. Atualmente, esses solos são utilizados para pastagem extensiva, todavia,
apresentam boas possibilidades em sistemas de manejos avançados de lavouras.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável das Nascentes do Rio Água Boa objetivará a


preservação a natureza e, ao mesmo tempo, assegurará condições e meios necessários para a
reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais
das populações tradicionais. Tal proposta só será feita através da valorização e aperfeiçoamento
de informações e técnicas sustentáveis de manejo do ambiente (MMA 2000). Tal unidade de
conservação deverá ter as zonas de proteção integral, de uso sustentáve, de amortecimento e
corredores ecológicos definidas por Plano de Manejo. A exploração de componentes dos
ecossistemas naturais será admitida em regime de manejo sustentável e a substituição da
cobertura vegetal por espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações
legais e ao Plano de Manejo da área.

Nesta reserva deverão ser incentivadas atividades referentes a sistemas agroflorestais,


agricultura familiar, ecoturismo, aqüicultura de espécies nativas, manejo florestal,
reflorestamentos, extrativismo sustentado e produção artesanal. O extrativismo de recursos não-
renováveis como a exploração de rochas ornamentais, pedra de cantaria, argila e brita, expostas
em morros e serras da margem direita do rio Mucajaí, deve ser considerado com ressalvas (MME
2002). Tais atividades não são sustentáveis a longo prazo, além de acarretarem notáveis
impactos ao meio ambiente. Devem ser observadas as condições de preservação ambiental,
principalmente em encostas de serras e áreas próximas à rede de drenagem (rios Branco e
Mucajaí). A consolidação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável deverá impingir maior
controle ambiental a tais atividades de exploração mineral.
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3.4. Criação de unidades de proteção integral

As Unidades de Proteção Integral são reservas que visam a preservação a natureza,


sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Para o município de Boa Vista,
propõe-se a criação de duas unidades de conservação de proteção integral, situadas ao longo do
rio Uraricoera e do igarapé Murupu:

A Reserva Biológica Municipal Uraricoera

As áreas de Lavrados localizadas ao norte do município caracterizam-se pela presença de


inúmeras lagoas e nascentes. Ocasionalmente, nos períodos chuvosos, há a inundação
temporária de vários pontos, os quais correspondem em sua maioria a áreas de preservação
permanente, legalmente protegidas (Código Florestal Brasileiro; Lei 4.771/1965). A região está
situada, em termos geomorfológicos, sobre a Depressão de Boa Vista, caracterizada pela
formação de inúmeros lagos concêntricos, instalados sobre as rochas sedimentares da Formação
Boa Vista, altamente vulneráveis à erosão. Fatores restritivos à ocupação foram identificados nos
trechos de vertentes íngremes ao longo dos alinhamentos serranos, escarpas e morros da região,
bem como, nas áreas inundáveis, cujos subsolos são facilmente susceptíveis à poluição por
defensivos agrícolas ou por resíduos urbanos. Tal região ainda resguarda variadas fitofisionomias
campestres, savânicas e florestais dos Lavrados roraimenses, e por isso, foi destinada à
conservação e aos estudos biológicos, pelo Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado (MME
2002).

Assim, sugere-se a criação de uma Reserva Biológica ao longo de toda margem direita do
rio Uraricoera (FIGURA 31), a qual preservaria um amplo número de fisionomias naturais
contíguas, com corredores de dispersão para as demais unidades de conservação do município e
adjacências. A Reserva Biológica Uraricoera limitar-se-ia a leste com a Terra Indígena São
Marcos, desde sua confluência ao rio Parimé, englobaria toda a porção setentrional do município,
entre o extenso igarapé Truaru e o rio Uraricoera, e se estenderia para a direção sudoeste,
incluindo nascentes e margens do igarapé Samaúma, até sua foz no rio Cauamé. Desta forma,
esta nova Reserva faria tangência às três terras indígenas do município (São Marcos, Serra da
Moça e Truaru), e também, à Reserva de Desenvolvimento Sustentável, proposta neste parecer
para a porção sul-sudoeste de Boa Vista. A Reserva Biológica Uraricoera teria como função
primordial a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites,
sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais (MMA

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2000).

Figura 31: Rio Uraricoera

Refúgio de Vida Silvestre Murupu

Propõe-se a criação de um Refúgio de Vida Silvestre ao longo da margem direita do


igarapé Murupu, incluindo as nascentes do rio Água Boa de Cima e limitando-se ao sul com a
Área de Proteção Aambiental do Cauamé, unidade em vias de criação. Quase toda essa porção é
marcada pela presença de inúmeras lagoas concêntricas e nascentes (áreas de preservação
permanente), ocasionalmente sujeitas ao extravasamento nos períodos de chuva, conferindo um
aspecto bastante peculiar à paisagem da região. Esta área foi considerada restrita para lavouras,
sendo orientada para preservação de ecossistemas e da fauna silvestre (MME 2002). O Refúgio
de Vida Silvestre Murupu teria como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram
condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna
residente ou migratória. Esta unidade poderá ser constituída por áreas particulares (por exemplo.:
RPPN’s), desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra
e dos recursos naturais do local pelos proprietários (MMA 2000).

3.5. Preservação do Corredor Ecológico ao longo do rio Branco

Boa parte dos animais da bacia amazônica (cerca de 15%) são restritos a estreitas faixas
ao longo dos rios e de seus habitats fluviais (praias, bancos de areias, vegetação arbustiva
associada aos bancos de areias, borda da florestas sobre os rios, lagoas de inundação, áreas
brejosas, matas de galeria), naturalmente expostos durante a estação de estiagem. Estes
ambientes contêm sítios específicos de reprodução (p.ex. barrancos como tocas para lontras, e
bancos de areia para desova de quelônios e nidificação de varias aves aquáticas), alimentação,
abrigo e descanso (Haffer 1992). Entre os vários animais que são intimamente associados a
ambientes ripários estão a lontra Lutra longicaudis, a ariranha Pteronura brasiliensis, a tartaruga da
Amazônia Podocnemis expansa, a iguana (Iguana iguana), o maguari Ardea cocoi, a cigana
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Opisthocomus hoazin, o trinta-réis Actitis macularia e Hoploxypterus cayanus (FIGURA 32), os
martim-pescadores Ceryle torquata (FIGURA 33) e Chloroceryle amazona, as gaivotas Phaetusa
simplex e Sterna superciliaris, o corta-água Rynchops niger, a pica-parra Heliornis fulica, o
urubuzinho Chelidoptera tenebrosa, andorinhas Atticora melanoleuca e Tachycineta albiventer e,
em especial, o poiaeiro Ornithion inerme e o tico-tico-cigarra Ammodramus aurifrons, espécies
que se restringem aos campos das margens e ilhas dos grandes rios amazônicos (Bagno & Abreu
2001). Por serem bastante vulneráveis à degradação ambiental, tendo sido praticamente
eliminados de outros rios amazônicos (por exemplo.: o rio Tocantins), tais ambientes ripários são
de extrema importância biológica e de conservação.

Figura 32: Ceryle Torquata Figura 33: Hoploxypterus Cayanus

Os grandes rios são altamente relevantes zoogeograficamente, visto que estudos


indicaram que alguns rios foram efetivos no isolamento de espécies. O “efeito barreira” que alguns
rios da Amazônia exercem é altamente específico, variando amplamente nas espécies com
diferentes habitats e diferentes preferências. A importância de um rio como barreira aumenta em
proporção a sua largura e em relação inversa com a capacidade de dispersão dos animais. Este
“efeito barreira” é imperceptível em muitas espécies de vôo poderoso, que vivem no dossel da
floresta ou nas bordas de mata. Contudo, tal efeito é notável em espécies que habitam o interior
da floresta, mesmo aves e insetos, que em geral apresentam grande potencial de dispersão. Em
alguns pássaros típicos de sub-bosque das florestas, os formicarídeos (por exemplo.: subespécies
de Phlegopsis nigromaculata), as populações são efetivamente separadas mesmo em faixas
relativamente estreitas dos rios (Haffer 1992).

A área sob influência do rio Branco, entre a foz dos rios Mucajaí e Uraricoera, o terreno é
caracterizado por extensas e contínuas áreas de planícies e/ou terraços fluviais depositadas pelos
rios e inundáveis nos períodos das chuvas, correspondendo às áreas das várzeas atuais, com
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eventual formação de meandros abandonados. Durante o período das cheias o rio ocupa além da
planície fluvial, parte dos terraços, se estendendo, em alguns casos, para as áreas do pediplano.
Estas planícies foram consideradas restritas para sistema de manejo convencional e lavouras
temporárias (MME 2002). Assim a utilização destas terras deve ser orientada para o uso
sustentável, buscando a conservação destes ambientes altamente vulneráveis.

Segundo as orientações estratégicas prioritárias para conservação, as unidades da região


amazônica devem ser conectadas por meio de corredores ecológicos, incluindo os vários tipos de
UC e áreas protegidas. Estes corredores, orientados pelos vales dos grandes afluentes do rio
Amazonas, são as principais fronteiras das ecorregiões situadas nos interflúvios. Isto maximizaria
a possibilidade de fluxo genético entre populações de ecorregiões diferentes (MMA 2002). Neste
intuito, propõe-se a preservação do Corredor Ecológico do Rio Branco, que resguardaria as
margens à esquerda dos rios Uraricoera e Branco, numa faixa de aproximadamente 5 km. Tal
área seria considerada como uma unidade de proteção de uso direto, restringindo o
estabelecimento de atividades não sustentáveis, com exceção da zona urbana de Boa Vista em
contato com o rio. Este Corredor Ecológico abrangeria desde a porção localizada entre a Terra
Indígena Serra da Moça e o rio Uraricoera, passando ao longo de toda sua margem esquerda,
continuaria na região entremeada no rio Água Boa de Cima e o rio Branco, e seguiria ao longo de
toda marginal oeste da bacia do rio Branco, até sua confluência com o rio Mucajaí.

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
4. BIBLIOGRAFIA

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5. ANEXOS

Anexo 1: Relação filogenética das espécies de peixes do Estado de Roraima, depositados na


coleção ictiológica do Museu Integrado de Roraima, Boa Vista, RR.

Nome científico Nome Popular


ORDEM CHARACIFORMES
Família Anostomidae
Leporinus friderici Aracú
Anostomus anostomus -
Leporinus agassizzi Aracú-da-cabeça-gorda
Leporinus fasciatus Aracú-flamengo
Leporinus sp. Aracú
Schizodon fasciatum Aracú
Schizodon sp. Aracú
Anostomus anosto-mus Aracú
Família Characidae
Astyanax sp. Piaba
Acestrorhynchus falcirostris Dentudo, ueua
Acestrorhynchus falcatus Ueua, cachorrinho
Iguanodectes sp.
Roeboides sp. Zé do ó
Triportheus flavus Sardinha
Triportheus elongatus Sardinha-comprida
Briconops caudomaculata Piaba
Briconops sp. Piaba
Brycon brevicauda Matrinchã
Brycon cephalus Matrinchã
Brycon falcatus
Chalceus sp. Sardinha-do-rabo-vermelho
Charax gibbosus
Moenkhausia collettii Piaba
Moenkhausia sp1. Piaba
Moenkhausia sp2. Piaba
Família Curimatidae
Psectrogaster amazonica Branquinha
Curimata sp. Branquinha, curimatã
Família Chilodontidae
Caenotrops labyrinthicus
Família Ctenoluciidae
Boulengerella lucia Peixe-agulha
Boulengerella maculata Peixe-agulha
Família Cynodontidae
Hydrolycus tatauaia Pirandirá
Hydrolycus armatus Pirandirá
Hydrolycus sp. Pirandirá
Raphiodon vulpinus Peixe-cachorro, ripa
Família Erythrinidae
Hoplias malabaricus Traíra

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Hoplias macrophtalmus Traírão
Hoplerythrinus unitaeniatus Jeju
Família Gasteropelecidae
Thoracocharax stellatus Voador
Thoracocharax sp. Voador
Família Hemiodontidae
Hemiodus unimaculatus Cubiu, charuto
Hemiodus sp. Cubiu
Argonectes scapularis Jatuarana
Família Lesbiasinidae
Nannostoumus bifasciatus Peixe-lápis
Nannobrycon sp.
Família Serrasalmidae
Metynnis sp.
Metynnis hypsaunchen Pacu
Myleus schomburgki Pacu-jumento
Pygocentrus nattereri Piranha-caju
Pygocentrus notatus Pacu
Pygopristis denticulata Piranha
Serrasalmus elongatus Piranha-mucura
Serrasalmus rhombeus Piranha-preta
Serrasalmus hollandi Piranha
Serrasalmus spilopleura Piranha
Serrasalmus sp.
Ordem SILURIFORMES
Família Ageneiosidae
Ageneiosus brevilis Mandubé
Ageneiosus dentatus Mandubé
Família Auchenipteridae
Auchenipterus sp. Mandi/Cangati
Parauchenipterus galeatus Cangati
Parauchenipterus sp.
Tatia sp.
Família Callichthydae
Hoplosternum litoralle Tamoatá
Família Cetopsidae
Cetopsis sp. Cadirú-açú
Família Doradidae
Platydoras costatus Bacu
Pterodoras granulosus Bacu
Pterodoras lentiginosus Bacu
Leptodoras linnelli
Oxydoras niger Cuiu-cuiú
Família Loricariidae
Hypostomus sp. Acari-Bodó
Loricariichthys sp. Bodó
Loricariichthys nudirostris Jotoxi
Loricaria sp. Cascudo
Peckoltia sp.

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Pseudacanthicus hystrix Cascudo
Rineloricaria hasemani Cascudo
Pseudoloricaria sp.
Família Heptapteridae
Pimelodella sp.
Família Pimelodidae
Hemisorubin platyrhynchus Braço-de-moça, Bico-de-pato
Pinirampus pirinampu Piranambu, Barba-chata
Platynematichthys notatus Cara-de-gato
Pseudoplatystoma fasciatum Surubim, Pintado
Sorubim lima Bico-de-pato, Braço-de-moça
Ordem PERCIFORMES
Família Cichlidae
Aequidens sp. Tucunaré
Cichla monoculus Tucunaré
Cichla temensis. Tucunaré-paca
Cichla sp. Tucunaré
Cichlasoma sp. Tucunaré
Chaetobranchus flavescens. Cará
Crenicichla aff. Ornata Jacundá
Crenicichla sp. Jacundá
Geophagus proximus Cará
Geophagus surinamensis Cará-tinga
Mesonauta festiva Cará
Mesonauta sp. Cará
Pterophyllum scalare Cará-bandeira
Satanoperca jurupari Cará-bicudo
Satanoperca lilith Cará
Família Scianidae
Pachyurus schomburgkii Corvina
Pachyurus sp.1 Corvina
Pachyurus sp.2 Corvina
Plasgioscion squamosissimus Pescada-branca
Ordem GYMNOTIFORMES
Família Electrophoridae
Electrophorus electricus Poraquê, peixe-elétrico
Família Ramphichthyidae
Ramphicthys (cf.) sp. Ituí
Ordem PLEURONECTIFORMES
Família Soleidae
Achirus sp. Soia, Solha
Ordem CLUPEIFORMES
Família Clupeidae
Pellona castelnaeana Apapá
Ordem RAJIFORMES
Família Potamotrygonidae
Potamotrygon sp. Arraia
Ordem BELONOFORMES
Família Belonidae

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Potamorrhaphis sp. Peixe-agulha
Ordem OSTEOGLOSSIFORMES
Família Osteoglossidae
Osteoglossum bicirrhosum Aruanã, Sulamba
Fonte: Ferreira 2005.

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Anexo 2: Listagem da Herpetofauna do Lavrado de Roraima. Habitat: Campo aberto (CA); Mata
de Galeria (MG); Ilha de Mata (IM); Borda de Mata (BM) & Meio Aquático (MA).

Nome científico Nome comum Habitat


Ordem LACERTILIA
Família Gekkonidae
Coleodactylus septentrionalis Lagartinho IM/MG
Gonatodes humeralis Lagarto IM/BM/IM
Hemidactylus palahichthus Lagarto BM/MG/CA
Hemidactylus mabuia Lagarto BM/MG/CA
Família Teiidae
Ameiva ameiva Lagartixa IM/MG/BM
Cnemidophorus lemniscatus Lagartixa BM/MG/CA
Kentropyx striatus Lagartixa IM/MG/BM
Tupinambis teguixin Jacuarú ou teú IM/MG
Família Gymnophthalmidae
Gymnophthalmus vanzoi Lagartinho BM
Gymnophthalmus underwoodi Lagartinho IM/MG
Gymnophthalmus leucomistax Lagartinho CA
Família Iguanidae
Guana iguana Camaleão MG/BM/IM
Família Polycridae
Anolis auratus Lagarto CA
Família Tropiduridae
Tropidurus hispidus Lagarto CA/BM/IM
Família Scincidae
Mabuya bistriata Lagarto MG/IM
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Cobra-de-duas-cabeças MG/IM/CA
Amphisbaena fuliginosa Cobra-de-duas-cabeças MG/IM/CA
Ordem OFIDIA
Família Leptotyphlopidae
Leptotyphlops macrolepis Cobra-fura-chão MG/IM/MA
Família Boidae
Boa constrictor Jibóia MG/IM/CA
Epicrates cenchria Jibóia-arco-íris MG/IM/BM
Eunectes murinus Sucuri MA
Família Colubridae
Atractus trilineatus Coral-falsa MG/BM/MA
Chironius carinatus Cobra-cipó IM/MG
Chironius fuscus Cobra-cipó IM/MG
Chironius exoletus Cobra-cipó IM/MG
Clelia clelia Cobra-preta, muçurana MG/IM/BM
Drymarchon corais Papa-pinto MG/IM/CA
Erythrolamprus aesculapii Coral-falsa MG/IM/BM
Hidrodynastes bicinctus Cobra-d’água MA
Helicops angulatus Cobra-d’água MG/IM/CA
Leptodeira annulata Jararaca-falsa BM/CA
Leptophis ahaetulla Cobra-cipó MG/IM/CA

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Liophis poecilogyrus Papa-ovo BM/CA
Liophis linneatus Corre-campo CA
Mastigodryas bifosatus Cobra-cipó MG/IM/BM
Mastigodryas pleei Cobra-cipó MG/IM/BM
Oxybelis aeneus Cobra-cipó CA
Oxybelis fulgidus Cobra-cipó BM
Philodryas viridissimus Cobra-verde BM
Phimophisguianensis Cobra-d’água MA/MG/BM
Pseudoboa neuwiedii Coral-falsa MG/IM/MA
Pseustes poecilonotus Papa-ovo MG/IM/BM
Pseudoeryx plicatilis Papa-pinto MA
Spilotes pullatus Caninana MG/IM/CA
Thamnodynastes cf. pallidus Cobra-do-mato MG/IM/BM
Xenodon rabdocephalus Pepéua MG/MA/BM
Xenodon severus Pepéua MG/MA/BM
Família Viperidae
Bothrops atrox Jararaca IM/MG
Crotalus ruruima Cascavel CA
Família Elapidae
Micrurus lemniscatus Coral verdadeira MG/IM/MA
Micrurus surinamensis Coral d’água MG/IM/MA
Ordem QUELONIA
Família Testudinidae
Geochelone carbonaria Jaboti-vermelho MG/IM/CA
Geochelone denticulata Jaboti-pequeno MG/IM
Ordem CROCODILIA
Família Alligatoridae
Caiman crocodilus Jacaré-tinga MA
Melanosuchus niger Jacaré-açú MA
Paleosuchus palpebrosus Jacaré-pedra MA
Ordem ANURA
Família Leptodactylidae
Leptodactylus bolivianus Rã MG/IM/CA
Leptodactylus fuscus Rã MG/IM/CA
Leptodactylus ocellatus Rã MG/IM/CA
Leptodactylus macrosternum Rã MG/IM/MA
Pleurodema brachyops Sapo CA
Pseudopaludicola boliviana Sapinho MG/IM
Physalaemus ephippifer Sapo MG/MA/CA
Família Hylidae
Hyla boans Perereca MG/IM
Hyla creptans Perereca MG/IM
Hyla geographica Perereca MG/IM
Hyla rubra Perereca MG/IM
Ololygon rubra Rã MG/MA/CA
Phrynohyas venulosa Rã MG/MA/BM
Phyllomedusa hypocondrialis Rã MG/IM/BM
Família Bufonidae
Bufo grannulosus Sapo CA

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Bufo marinus Sapo-cururu MG/IM/CA
Bufo guttatus Sapo IM/MG
Família Pseudidae
Lysapsus limellus Sapinho MA
Pseudis paradoxa Rã MA
Família Microhylidae
Elachistocleis ovalis Sapinho CA
Fonte: Nascimento 2005.

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Anexo 3: Mamíferos registrados no município de Boa Vista, Roraima, em dezembro de 2005. AE=
Ameaçado de extinção, VU= Vulnerável, CO=comum.

Táxon Nível
Nome comum Status Registro
Trófico
CANIDAE
Speothos venaticus Cachorro vinagre AE Carnívoro Pegada
Chrysocyon brachyurus Lobo guará AE Carnívoro Pegada
Cerdocyon thous Cachorro do mato CO Carnívoro Pegada
CERVIDAE
Odocoileus virginianus Veado do campo VU Herbívoro Pegada
PROCYONIDAE
Procyon cancrivorous Mão pelada CO Onívoro Pegada
DIDELPHIDAE
Didelphis sp Gambá CO Onívoro Pegada
FELIDAE
Puma concolor Suçuarana AE Carnívora Pegada
DASYPODIDAE
Dasypus novemcinctus Tatu galinha CO Insetívora Pegada
HYDROCHAREIDAE
Hydrochaeris hydrochaeris Capivara CO Herbívora Pegada, fezes
AGOUTIDAE
Agouti paca Paca CO Frugívora Pegada
DASYPROCTIDAE
Dasyprocta sp Cutia CO Frugívora Pegada
MYRMECOPHAGIDAE
Myrmecophaga tridactyla Tamanduá bandeira AE Insetívora Avistamento,
pegada
Tamanduá tetradactyla Tamanduá mirim CO Insetívora Carcaça
Censo: Manrique Prada (2005)

198
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Anexo 4: Composição e distribuição da fauna de primatas de Roraima (espécies que
potencialmente ocorrem no Estado também são incluídas

Espécies Margem oeste do Margem leste do


Rio Branco Rio Branco
Cebus apella apella presente presente
Cebus olivaceus presente presente
Callicebus torquatus lugens presente ausente
Chiropotes satanas chiropotes presente presente
Alouatta seniculus presente presente
Ateles belzebuth belzebuth presente ausente
Ateles paniscus paniscus ausente presente
Saimiri sciureus sciureus ausente presente
Saimiri sciureus cassiquiarensis presente ausente
Pithecia pithecia presente presente
Saguinus midas presente presente
Aotus trivirgatus presente presente
Fonte: Nunes & Bobadilla, 1997

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Anexo 5: Lista filogenética das espécies de aves registradas para o Estado de Roraima e para o
Município de Boa Vista.

Nome do Táxon Nome em Roraima Boa


Português Vista
Tinamiformes Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
Tinamus major (Gmelin, 1789) inhambu-de- X X
cabeça-vermelha
Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 inhambu-galinha X
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) inhambu-preto X
Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim X X
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó X
Crypturellus erythropus (Pelzeln, 1863) inhambu-de- X
perna-vermelha
Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789) inhambu-anhangá X X
Anseriformes Linnaeus, 1758
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê X X
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca X X
Anatinae Leach, 1820
Neochen jubata (Spix, 1825) pato-corredor X X
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato X
Galliformes Linnaeus, 1758
Cracidae Rafinesque, 1815
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno X
Penelope marail (Statius Muller, 1776) jacumirim X
Pipile cumanensis (Jacquin, 1784) jacutinga-de- X
garganta-azul
Odontophoridae Gould, 1844
Colinus cristatus (Linnaeus, 1766) uru-do-campo X X
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado X
Pelecaniformes Sharpe, 1891
Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá X
Anhingidae Reichenbach, 1849
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga X
Ciconiiformes Bonaparte, 1854
Ardeidae Leach, 1820
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi X X
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá X X
Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789) socoí-zigue-zague X X
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho X X
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira X X
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura X X
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca- X X
grande
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real X X
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca- X X
pequena

200
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Egretta caerulea (Linnaeus, 1758) garça-azul X X
Threskiornithidae Poche, 1904
Cercibis oxycerca (Spix, 1825) trombeteiro X X
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró X X
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca X X
Ciconiidae Sundevall, 1836
Ciconia maguari (Gmelin, 1789) maguari X X
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú X X
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça- X X
vermelha
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça- X X
amarela
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 urubu-da-mata X
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça- X X
preta
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei X
Falconiformes Bonaparte, 1831
Pandionidae Bonaparte, 1854
Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora X X
Accipitridae Vigors, 1824
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho X X
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião- X X
caramujeiro
Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina X
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi X
Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) gavião-miudinho X X
Leucopternis albicollis (Latham, 1790) gavião-branco X X
Buteogallus urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto X X
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo X X
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo X
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó X X
Buteo albicaudatus Vieillot, 1816 gavião-de-rabo- X X
branco
Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês X
Buteo swainsoni Bonaparte, 1838 gavião-papa- X X
gafanhoto
Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-de-rabo- X X
barrado
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de- X
penacho
Falconidae Leach, 1820
Daptrius ater Vieillot, 1816 gavião-de-anta X
Ibycter americanus (Boddaert, 1783) gralhão X
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará X X
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro X X
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã X
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé X
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio X X

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Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri X X
Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré X X
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira X X
Gruiformes Bonaparte, 1854
Aramidae Bonaparte, 1852
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão X X
Psophiidae Bonaparte, 1831
Psophia crepitans Linnaeus, 1758 jacamim-de- X
costas-cinzentas
Rallidae Rafinesque, 1815
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três- X
potes
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha X
Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó X X
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul X
Heliornithidae Gray, 1840
Heliornis fulica (Boddaert, 1783) picaparra X X
Eurypygidae Selby, 1840
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do- X X
pará
Charadriiformes Huxley, 1867
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã X X
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de- X X
esporão
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero X X
Pluvialis dominica (Statius Muller, 1776) batuiruçu X X
Charadrius collaris Vieillot, 1818 batuíra-de-coleira X X
Scolopacidae Rafinesque, 1815
Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja X
Limosa haemastica (Linnaeus, 1758) maçarico-de-bico- X X
virado
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande- X X
de-perna-amarela
Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário X X
Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado X X
Calidris minutilla (Vieillot, 1819) maçariquinho X X
Calidris fuscicollis (Vieillot, 1819) maçarico-de- X X
sobre-branco
Tryngites subruficollis (Vieillot, 1819) maçarico- X X
acanelado
Sternidae Vigors, 1825
Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) trinta-réis-anão X X
Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande X X
Rynchopidae Bonaparte, 1838
Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar X X
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Columbina passerina (Linnaeus, 1758) rolinha-cinzenta X

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa- X X
canela
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa X X
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul X X
Columba livia Gmelin, 1789 pombo-doméstico X X
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) pomba-trocal X X
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega X X
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa X
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo X X
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando X X
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu X X
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira X
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri X X
Psittaciformes Wagler, 1830
Psittacidae Rafinesque, 1815
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé X X
Ara macao (Linnaeus, 1758) araracanga X
Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha- X
grande
Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu X X
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-de- X X
cara-amarela
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã- X X
pequena
Aratinga pertinax (Linnaeus, 1758) periquito-de- X X
bochecha-parda
Pyrrhura picta (Statius Muller, 1776) tiriba-de-testa-azul X
Pyrrhura egregia (Sclater, 1881) tiriba-de-cauda- X X
roxa
Forpus passerinus (Linnaeus, 1758) tuim-santo X X
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa- X
dourada
Nannopsittaca panychlora (Salvin & periquito-dos- X X
Godman, 1883) tepuis
Pionites melanocephalus (Linnaeus, 1758) marianinha-de- X X
cabeça-preta
Pionopsitta barrabandi (Kuhl, 1820) curica-de- X
bochecha-laranja
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de- X X
cabeça-azul
Pionus fuscus (Statius Muller, 1776) maitaca-roxa X
Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio- X X
campeiro
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica X X
Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro X
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) anacã X
Opisthocomiformes Sclater, 1880
Opisthocomidae Swainson, 1837
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana X
Cuculiformes Wagler, 1830

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Cuculidae Leach, 1820
Coccyzus euleri Cabanis, 1873 papa-lagarta-de- X
euler
Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta- X X
acanelado
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato X X
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) chincoã-de-bico- X
vermelho
Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno X
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca X X
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto X X
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci X X
Strigiformes Wagler, 1830
Strigidae Leach, 1820
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato X X
Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista X
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu X
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé X
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira X X
Caprimulgiformes Ridgway, 1881
Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789) mãe-da-lua- X
gigante
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua X
Caprimulgidae Vigors, 1825
Chordeiles pusillus Gould, 1861 bacurauzinho X X
Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) bacurau-de-asa- X X
fina
Nyctiprogne leucopyga (Spix, 1825) bacurau-de- X X
cauda-barrada
Podager nacunda (Vieillot, 1817) corucão X X
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau X X
Caprimulgus cayennensis Gmelin, 1789 bacurau-de- X X
cauda-branca
Caprimulgus nigrescens Cabanis, 1848 bacurau-de- X
lajeado
Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) acurana X
Apodiformes Peters, 1940
Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Streptoprocne phelpsi (Collins, 1972) taperuçu-dos- X
tepuis
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de- X
coleira-branca
Chaetura spinicaudus (Temminck, 1839) andorinhão-de- X X
sobre-branco
Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de- X X
rabo-curto
Tachornis squamata (Cassin, 1853) tesourinha X X
Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789) andorinhão- X
estofador

204
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Trochilidae Vigors, 1825
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de- X
bico-torto
Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) balança-rabo-de- X
garganta-preta
Phaethornis rupurumii Boucard, 1892 rabo-branco-do- X X
rupununi
Phaethornis griseogularis Gould, 1851 rabo-branco-de- X X
garganta-cinza
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro X
Phaethornis hispidus (Gould, 1846) rabo-branco-cinza X
Phaethornis bourcieri (Lesson, 1832) rabo-branco-de- X
bico-reto
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de- X X
bigodes
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre- X X
cinza
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758) beija-flor-azul-de- X
rabo-branco
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste- X
preta
Topaza pella (Linnaeus, 1758) beija-flor-brilho- X
de-fogo
Lophornis ornatus (Boddaert, 1783) beija-flor-de- X X
leque-canela
Chlorestes notata (Reich, 1793) beija-flor-de- X X
garganta-azul
Chlorostilbon mellisugus (Linnaeus, 1758) esmeralda-de- X X
cauda-azul
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura- X X
verde
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) beija-flor-safira X
Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) beija-flor-roxo X X
Polytmus guainumbi (Pallas, 1764) beija-flor-de-bico- X
curvo
Amazilia chionogaster (Tschudi, 1845) beija-flor-verde-e- X X
branco
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de- X X
banda-branca
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de- X X
garganta-verde
Amazilia viridigaster (Bourcier, 1843) beija-flor-de- X X
barriga-verde
Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) beija-flor-de- X X
bochecha-azul
Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, bico-reto-cinzento X X
1801)
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha- X X
ametista
Trogoniformes A. O. U., 1886

205
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Trogonidae Lesson, 1828
Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande- X X
de-barriga-
amarela
Trogon violaceus Gmelin, 1788 surucuá-pequeno X X
Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de- X X
cauda-preta
Coraciiformes Forbes, 1844
Alcedinidae Rafinesque, 1815
Ceryle torquatus (Linnaeus, 1766) martim-pescador- X X
grande
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador- X X
verde
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador- X X
pequeno
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador- X X
da-mata
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) martinho X X
Momotidae Gray, 1840
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul X X
Galbuliformes Fürbringer, 1888
Galbulidae Vigors, 1825
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta X
Galbula albirostris Latham, 1790 ariramba-de-bico- X
amarelo
Galbula galbula (Linnaeus, 1766) ariramba-de- X X
cauda-verde
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu X
Bucconidae Horsfield, 1821
Notharchus macrorhynchos (Gmelin, 1788) macuru-de-testa- X
branca
Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado X
Bucco macrodactylus (Spix, 1824) rapazinho-de- X
boné-vermelho
Nonnula rubecula (Spix, 1824) macuru, freirinha- X
parda
Monasa atra (Boddaert, 1783) chora-chuva-de- X
asa-branca
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho X X
Piciformes Meyer & Wolf, 1810
Capitonidae Bonaparte, 1838
Capito niger (Statius Muller, 1776) capitão-de-bigode- X X
carijó
Ramphastidae Vigors, 1825
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu X X
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-grande-de- X X
papo-branco
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico- X X
preto
Pteroglossus viridis (Linnaeus, 1766) araçari-miudinho X

206
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Pteroglossus azara (Vieillot, 1819) araçari-de-bico- X
de-marfim
Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico- X
branco
Pteroglossus pluricinctus Gould, 1835 araçari-de-cinta- X
dupla
Picidae Leach, 1820
Picumnus exilis (Lichtenstein, 1823) pica-pau-anão-de- X X
pintas-amarelas
Picumnus spilogaster Sundevall, 1866 pica-pau-anão-de- X X
pescoço-branco
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa- X
vermelha
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho- X X
anão
Veniliornis cassini (Malherbe, 1862) pica-pau-de-colar- X
dourado
Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador X
Piculus rubiginosus (Swainson, 1820) pica-pau-oliváceo X X
Colaptes punctigula (Boddaert, 1783) pica-pau-de-peito- X X
pontilhado
Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, picapauzinho- X X
1845) chocolate
Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau- X
chocolate
Celeus flavus (Statius Muller, 1776) pica-pau-amarelo X
Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de- X
coleira
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de- X X
banda-branca
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) pica-pau-de- X X
barriga-vermelha
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) pica-pau-de- X X
topete-vermelho
Passeriformes Linné, 1758
Thamnophilidae Swainson, 1824
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga- X
barrado
Taraba major (Vieillot, 1816) chorá-boi X X
Sakesphorus canadensis (Linnaeus, 1766) choca-de-crista- X X
preta
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada X X
Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa X
Thamnophilus murinus Sclater & Salvin, choca-murina X X
1868
Thamnophilus punctatus (Shaw, 1809) choca-bate-cabo X X
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa X X
Thamnomanes ardesiacus (Sclater & Salvin, uirapuru-de- X X
1867) garganta-preta
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá X

207
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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora X
Myrmotherula haematonota (Sclater, 1857) choquinha-de- X X
garganta-carijó
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) choquinha-miúda X X
Myrmotherula ambigua Zimmer, 1932 choquinha-de- X
coroa-listrada
Myrmotherula guttata (Vieillot, 1825) choquinha-de- X
barriga-ruiva
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de- X X
flanco-branco
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 choquinha-de-asa- X X
comprida
Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837) choquinha-de- X X
garganta-cinza
Herpsilochmus dorsimaculatus Pelzeln, 1868 chorozinho-de- X
costas-
manchadas
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, chorozinho-de- X X
1822) asa-vermelha
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga- X X
pardo
Terenura spodioptila Sclater & Salvin, 1881 zidedê-de-asa- X X
cinza
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) chororó-pocuá X
Cercomacra tyrannina (Sclater, 1855) chororó-escuro X
Cercomacra carbonaria Sclater & Salvin, chororó-do-rio- X X
1873 branco
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) papa-formiga-de- X
sobrancelha
Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de- X
cara-preta
Hypocnemis cantator (Boddaert, 1783) papa-formiga- X X
cantador
Hypocnemoides melanopogon (Sclater, solta-asa-do-norte X X
1857)
Myrmeciza longipes (Swainson, 1825) formigueiro-de- X X
barriga-branca
Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) formigueiro-de- X X
peito-preto
Pithys albifrons (Linnaeus, 1766) papa-formiga-de- X
topete
Gymnopithys rufigula (Boddaert, 1783) mãe-de-taoca-de- X
garganta-
vermelha
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) guarda-floresta X X
Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) guarda-várzea X
Hylophylax poecilinotus (Cabanis, 1847) rendadinho X X
Formicariidae Gray, 1840
Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato X
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, tovaca-campainha X

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
1823)
Scleruridae Swainson, 1827
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 vira-folha-de-bico- X X
curto
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo X X
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) arapaçu-da-taoca X
Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo X
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde X X
Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-de-bico- X X
de-cunha
Hylexetastes perrotii (Lafresnaye, 1844) arapaçu-de-bico- X
vermelho
Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783) arapaçu-barrado X X
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 arapaçu-meio- X
barrado
Xiphorhynchus picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico- X
branco
Xiphorhynchus pardalotus (Vieillot, 1818) arapaçu- X X
assobiador
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, arapaçu-riscado X
1820)
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-de- X
garganta-amarela
Lepidocolaptes souleyetii (Des Murs, 1849) arapaçu-listrado X X
Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye, arapaçu-de-listras- X
1845) brancas
Campylorhamphus procurvoides arapaçu-de-bico- X
(Lafresnaye, 1850) curvo
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius leucopus Swainson, 1838 casaca-de-couro- X X
amarelo
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi X X
Synallaxis rutilans Temminck, 1823 joao-teneném- X
castanho
Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) joão-teneném- X
becuá
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié X
Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848) limpa-folha- X
vermelho
Automolus infuscatus (Sclater, 1856) barranqueiro- X X
pardo
Automolus rubiginosus (Sclater, 1857) barranqueiro- X X
ferrugem
Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859) barranqueiro-de- X
coroa-castanha
Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo X X
Tyrannidae Vigors, 1825
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa X X
Mionectes macconnelli (Chubb, 1919) abre-asa-da-mata X

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo X X
Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) estalador-do-norte X
Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783) caga-sebinho-de- X X
penacho
Poecilotriccus sylvia (Desmarest, 1806) ferreirinho-da- X X
capoeira
Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) ferreirinho- X X
estriado
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio X X
Todirostrum pictum Salvin, 1897 ferreirinho-de- X
sobrancelha
Phyllomyias griseiceps (Sclater & Salvin, piolhinho-de- X X
1871) cabeça-cinza
Tyrannulus elatus (Latham, 1790) maria-te-viu X X
Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839) maria-pechim X X
Myiopagis flavivertex (Sclater, 1887) guaracava-de- X
penacho-amarelo
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de- X X
crista-alaranjada
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de- X X
barriga-amarela
Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de- X X
bico-curto
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum X X
Ornithion inerme Hartlaub, 1853 poiaeiro-de- X X
sobrancelha
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha X X
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro X X
Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha- X X
amarela
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) poiaeiro-de-pata- X X
fina
Sublegatus obscurior Todd, 1920 sertanejo-escuro X X
Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873) amarelinho X X
Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye, caçula X
1837)
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de- X X
orelha-preta
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da- X X
copa
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, bico-chato-de- X
1884) cabeça-cinza
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato- X X
amarelo
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, patinho-escuro X
1882
Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 patinho-de-coroa- X
dourada
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) patinho-de-coroa- X X
branca

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, maria-leque X
1776)
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe X
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho X X
Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847) papa-moscas- X
uirapuru
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado X
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu X X
Contopus cooperi (Nuttall, 1831) piui-boreal X
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe X X
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha X
Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha X X
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata X
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de- X X
asa-ferrugínea
Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de- X
penacho-vermelho
Myiozetetes granadensis Lawrence, 1862 bem-te-vi-de- X
cabeça-cinza
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858) bem-te-vi- X
barulhento
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi X X
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do- X
brejo
Conopias parvus (Pelzeln, 1868) bem-te-vi-da-copa X
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, bem-te-vi-rajado X X
1776)
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei X X
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica X X
Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de- X X
garganta-branca
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri X X
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha X X
Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá X X
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador X
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & maria-cavaleira- X X
Lafresnaye, 1837) pequena
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira X X
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira- X X
de-rabo-
enferrujado
Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825) bico-chato-de- X
rabo-vermelho
Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789) tinguaçu-ferrugem X X
Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra- X X
amarelo
Cotingidae Bonaparte, 1849
Rupicola rupicola (Linnaeus, 1766) galo-da-serra X
Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) anambé-azul X
Procnias averano (Hermann, 1783) araponga-do- X X

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
nordeste
Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió X X
Xipholena punicea (Pallas, 1764) anambé- X X
pompadora
Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-uma X
Perissocephalus tricolor (Statius Muller, maú X X
1776)
Pipridae Rafinesque, 1815
Neopelma chrysocephalum (Pelzeln, 1868) fruxu-do-carrasco X
Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) uirapuruzinho X
Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo X X
Corapipo gutturalis (Linnaeus, 1766) dançarino-de- X X
garganta-branca
Machaeropterus regulus (Hahn, 1819) tangará-rajado X X
Lepidothrix coronata (Spix, 1825) uirapuru-de- X X
chapéu-azul
Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira X X
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso X X
Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cabeça-branca X
Pipra filicauda Spix, 1825 rabo-de-arame X
Pipra erythrocephala (Linnaeus, 1758) cabeça-de-ouro X X
Tityridae Gray, 1840
Schiffornis turdina (Wied, 1831) flautim-marrom X
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza X
Iodopleura fusca (Vieillot, 1817) anambé-fusco X
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco- X
de-bochecha-
parda
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco- X X
de-rabo-preto
Pachyramphus rufus (Boddaert, 1783) caneleiro-cinzento X
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto X X
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, caneleiro-bordado X
1823)
Pachyramphus minor (Lesson, 1830) caneleiro-pequeno X X
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari X X
Vireolanius leucotis (Swainson, 1838) assobiador-do- X
castanhal
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara X X
Hylophilus pectoralis Sclater, 1866 vite-vite-de- X X
cabeça-cinza
Hylophilus brunneiceps Sclater, 1866 vite-vite-de- X
cabeça-marrom
Hylophilus muscicapinus Sclater & Salvin, vite-vite-camurça X X
1873
Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1859 vite-vite-uirapuru X X
Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax violaceus Du Bus, 1847 gralha-violácea X
Hirundinidae Rafinesque, 1815

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio X X
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do- X X
campo
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha- X X
doméstica-grande
Atticora fasciata (Gmelin, 1789) peitoril X
Alopochelidon fucata (Temminck, 1822) andorinha-morena X X
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha- X X
serradora
Riparia riparia (Linnaeus, 1758) andorinha-do- X X
barranco
Hirundo rustica Linnaeus, 1758 andorinha-de- X X
bando
Troglodytidae Swainson, 1831
Campylorhynchus griseus (Swainson, 1838) garrincha-dos- X X
lhanos
Thryothorus coraya (Gmelin, 1789) garrinchão-coraia X X
Thryothorus leucotis Lafresnaye, 1845 garrinchão-de- X X
barriga-vermelha
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra X X
Henicorhina leucosticta (Cabanis, 1847) uirapuru-de-peito- X X
branco
Microcerculus bambla (Boddaert, 1783) uirapuru-de-asa- X X
branca
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim X
Polioptilidae Baird, 1858
Microbates collaris (Pelzeln, 1868) bico-assovelado- X X
de-coleira
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado X
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balança-rabo-de- X X
chapéu-preto
Polioptila guianensis Todd, 1920 balança-rabo-da- X
copa
Turdidae Rafinesque, 1815
Catharus fuscescens (Stephens, 1817) sabiá-norte- X
americano
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco X X
Turdus ignobilis Sclater, 1858 caraxué-de-bico- X X
preto
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata X
Turdus nudigenis Lafresnaye, 1848 caraxué X X
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira X X
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus gilvus (Vieillot, 1807) sabiá-da-praia X X
Motacillidae Horsfield, 1821
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro- X X
zumbidor
Coerebidae d'Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica X X
Thraupidae Cabanis, 1847

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de- X X
coleira
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga X
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu- X X
preto
Eucometis penicillata (Spix, 1825) pipira-da-taoca X
Tachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo X X
Tachyphonus surinamus (Linnaeus, 1766) tem-tem-de- X X
topete-ferrugíneo
Tachyphonus luctuosus d'Orbigny & tem-tem-de- X X
Lafresnaye, 1837 dragona-branca
Tachyphonus phoenicius Swainson, 1838 tem-tem-de- X X
dragona-vermelha
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha X X
Thraupis episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaçu-da- X X
amazônia
Thraupis palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do- X X
coqueiro
Cyanicterus cyanicterus (Vieillot, 1819) pipira-azul X
Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) saíra-de-bando X
Tangara chilensis (Vigors, 1832) sete-cores-da- X X
amazônia
Tangara schrankii (Spix, 1825) saíra-ouro X
Tangara xanthogastra (Sclater, 1851) saíra-de-barriga- X X
amarela
Tangara punctata (Linnaeus, 1766) saíra-negaça X X
Tangara guttata (Cabanis, 1850) saíra-pintada X X
Tangara gyrola (Linnaeus, 1758) saíra-de-cabeça- X X
castanha
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela X X
Tangara nigrocincta (Bonaparte, 1838) saíra-mascarada X X
Tangara velia (Linnaeus, 1758) saíra-diamante X X
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha X X
Dacnis lineata (Gmelin, 1789) saí-de-máscara- X X
preta
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul X X
Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847) saí-de-bico-curto X
Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna- X X
amarela
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor X X
Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) saí-verde X X
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo- X X
preto
Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818) saíra-galega X X
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo- X X
castanho
Emberizidae Vigors, 1825
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico X X
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo X X
Ammodramus aurifrons (Spix, 1825) cigarrinha-do- X X

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
campo
Sicalis citrina Pelzeln, 1870 canário-rasteiro X X
Sicalis luteola (Sparrman, 1789) tipio X X
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo X X
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu X X
Sporophila schistacea (Lawrence, 1862) cigarrinha-do- X
norte
Sporophila intermedia Cabanis, 1851 papa-capim-cinza X
Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa X X
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho X X
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano X X
Sporophila minuta (Linnaeus, 1758) caboclinho-lindo X X
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió X X
Sporophila crassirostris (Gmelin, 1789) bicudinho X
Arremonops conirostris (Bonaparte, 1850) tico-tico-cantor X X
Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico- X X
preto
Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da- X X
amazônia
Cardinalidae Ridgway, 1901
Caryothraustes canadensis (Linnaeus, 1766) furriel X
Saltator grossus (Linnaeus, 1766) bico-encarnado X
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola X X
Saltator coerulescens Vieillot, 1817 sabiá-gongá X X
Cyanocompsa cyanoides (Lafresnaye, 1847) azulão-da- X X
amazônia
Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller,
Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947
Dendroica petechia (Linnaeus, 1766) mariquita-amarela X X
Dendroica striata (Forster, 1772) mariquita-de- X
perna-clara
Setophaga ruticilla (Linnaeus, 1758) mariquita-de-rabo- X X
vermelho
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra X
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula X X
Phaeothlypis rivularis (Wied, 1821) pula-pula- X X
ribeirinho
Granatellus pelzelni Sclater, 1865 polícia-do-mato X
Icteridae Vigors, 1825
Psarocolius viridis (Statius Muller, 1776) japu-verde X
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu X X
Psarocolius bifasciatus (Spix, 1824) japuaçu X
Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu X X
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe X
Icterus chrysocephalus (Linnaeus, 1766) rouxinol-do-rio- X X
negro
Icterus nigrogularis (Hahn, 1819) joão-pinto-amarelo X X
Macroagelaius imthurni (Sclater, 1881) iraúna-da-guiana X X
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande X X
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta X X

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PRODUTO 7 – Diagnóstico Municipal Integrado
Sturnella militaris (Linnaeus, 1758) polícia-inglesa-do- X X
norte
Sturnella magna (Linnaeus, 1758) pedro-ceroulo X X
Fringillidae Leach, 1820
Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo X X
Euphonia plumbea Du Bus, 1855 gaturamo-anão X X
Euphonia finschi Sclater & Salvin, 1877 gaturamo-capim X
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo- X X
verdadeiro
Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869 gaturamo-verde X
Euphonia minuta Cabanis, 1849 gaturamo-de- X X
barriga-branca
Euphonia cayennensis (Gmelin, 1789) gaturamo-preto X
Fonte: Stotz 1997

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