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Répteis

Chapter · January 2003

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3 authors, including:

Marcio Borges-Martins Roberto Baptista de Oliveira


Universidade Federal do Rio Grande do Sul Divisão de Pesquisa e Manutenção de Coleções Científicas
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Ecology, Genetics and Conservation of the Critically Endangered Admirable Red-Belly Toad (Melanophryniscus admirabilis) View project

Diversity, Ecology and Conservation of Marine Tetrapods in the western South Atlantic Ocean View project

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Répteis
Marcos Di-Bernardo
Márcio Borges-Martins
Roberto Baptista de Oliveira

De modo geral, répteis despertam pouco interesse popular A aplicação dos critérios empregados na elabora-
no que concerne à conservação das espécies. Este descaso ção da lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção
se deve, em parte, à falta de informação, ao medo, ou à no Rio Grande do Sul (Marques et al. 2002) resultou no
antipatia que a maioria das pessoas tem em relação a al- enquadramento de 15% das espécies de répteis do Estado
guns desses animais, como lagartos, serpentes e cobras-de- em alguma categoria de ameaça. Quatro espécies de ser-
duas-cabeças (ou anfisbenas). Recentemente, porém, alguns pentes e uma de lagarto foram consideradas Em Perigo e
répteis vêm recebendo crescente atenção através de cam- nove espécies de serpentes e três de lagartos foram consi-
panhas destinadas especificamente à sua proteção, como é deradas Vulneráveis (Borges-Martins et al. 2002).

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


o caso das tartarugas marinhas e alguns crocodilianos (ja- O conhecimento atual sobre a diversidade de rép-
carés e crocodilos). Mesmo assim, ainda hoje muitos répteis teis do Rio Grande do Sul pode ser considerado satisfatório,
continuam sendo propositadamente exterminados, a des- em grande parte devido ao trabalho realizado por T. de
peito do apelo pela conservação da biodiversidade em ní- Lema e colaboradores (ver Lema & Fabián-Beurmann 1977;
vel global. Embora o extermínio de indivíduos contribua Lema et al. 1980, 1984; Lema 1987, Lema & Ferreira 1990
para o declínio populacional de algumas espécies, é a e Lema 1994 para listas regionais de espécies). Mais re-
descaracterização e a destruição dos hábitats que constitu- centemente, estudos de cunho ecológico, notadamente
em a ameaça mais generalizada e severa. sobre reprodução, dieta, comportamento alimentar e perí-
Répteis ocorrem no mundo inteiro, exceto nos pólos, odo de atividade, proveram informações sobre a história
ocupando os mais diversificados hábitats. Atualmente são natural de espécies e comunidades (Verrastro & Krause
reconhecidas 8.051 espécies, sendo 4.636 de lagartos, 2.930 1994, 1999; Di-Bernardo 1998; Verrastro & Bujes, 1998;
de serpentes, 300 de quelônios (tartarugas, cágados e jabutis), Almeida 1999; Cechin 1999; Oliveira 2001; Oliveira & Di-
160 de anfisbenas, 23 de crocodilianos e duas de tuataras Bernardo 2001; Oliveira et al. 2001; Maciel 2001; Aguiar
(Uetz 2002). Dessas, 617 espécies ocorrem no Brasil (312 ser- 2002). Mesmo assim, apesar do conhecimento acumulado
pentes, 214 lagartos, 51 anfisbenas, 35 quelônios e 5 jacarés; ao longo dos anos, algumas espécies foram raramente
Pinto 2002) e 111 no Rio Grande do Sul (73 serpentes, 21 observadas no Estado. Para essas espécies, a escassez de
lagartos, 11 quelônios, 5 anfisbenas e 1 jacaré). informações sobre ecologia e distribuição geográfica

1
impossibilitaram um julgamento adequado de seu estado muitos exemplares coletados em diferentes regiões te-
de conservação atual. A lagartixa-listada (Cercosaura nham sido registrados como procedentes de um mesmo
ocellata petersi), por exemplo, foi registrada para o Rio local. A serpente Ditaxodon taeniatus, por exemplo, foi
Grande do Sul com base em dois exemplares coletados há registrada para o Rio Grande do Sul com base em dois
várias décadas no município de Santa Maria (Ruibal 1952). exemplares. Um é o holótipo da espécie e consta ter sido
Casos similares são os da lagartixa-azul (Stenocercus coletado em Porto Alegre no século XIX (Hensel 1868);
azureus), conhecida apenas de Quaraí e Tupanciretã (Lema o outro exemplar não tem localidade específica (Morato
& Fabián-Beurmann 1977, Lema 1994), de uma espécie 1995). Atualmente, porém, essa espécie tem sido encon-
de cobra-coral (Micrurus decoratus), citada para São trada apenas na região dos campos do segundo planalto
Leopoldo e para uma localidade não especificada do Esta- paranaense, onde é rara (Morato et al. 1995a). Da mes-
do (dois indivíduos; Lema & Azevedo 1969, Hoge & Ro- ma forma, há dois registros no Estado para a cabeça-
mano-Hoge 1979), de outra cobra-coral, Micrurus preta-de-cinco-listras (Elapomorphus quinquelineatus),
lemniscatus, registrada somente para Eugênio de Castro um sem localidade específica e outro para Canguçu, na
(um indivíduo; Di-Bernardo et al. 2001), da serpente região sul (Lema 1992, 1994). No entanto, essa espécie é
Apostolepis quirogai, registrada para Santo Ângelo (um própria da Mata Atlântica, ecossistema muito diferente
indivíduo; Lema & Cappellari 2001), de uma espécie de do existente na região em que foi supostamente regis-
muçurana (Clelia bicolor), indicada para Pelotas (um indi- trada no Estado. A cobra-coral-de-cintas-simples
víduo; Zaher 1996) e, por fim, do cágado-de-barbelas- (Micrurus corallinus) foi registrada para várias localida-
pintado (Phrynops geoffroanus), registrado para Severiano des do Rio Grande do Sul, mas sua ocorrência provavel-
de Almeida (um indivíduo; Lema & Ferreira 1990). mente está restrita às regiões de floresta atlântica. Acre-
Outras duas espécies, uma cobra-de-vidro (que, dita-se que os registros para o RS tenham sido feitos a
apesar do nome, é um lagarto) e uma cobra-de-duas- partir de exemplares obtidos junto a museus escolares,
cabeças (uma anfisbena), foram citadas para o Rio Grande cuja proveniência nem sempre é confiável. Essa espécie
do Sul sem indicação precisa das localidades onde os é muito comum no litoral catarinense, região que recebe
registros ocorreram. Isto impediu qualquer avaliação do grande número de veranistas gaúchos. Portanto, é possí-
estado de conservação dos hábitats que essas espécies vel que os exemplares depositados em escolas do Rio
ocupam e, em conseqüência, a inferência de possíveis Grande do Sul (e mesmo em coleções científicas) tenham
ameaças que as afetam, comprometendo a aplicação de sido coletados em Santa Catarina. Caso similar é o da
alguns dos critérios propostos. Nesta situação enquadra- serpente Chironius laevicollis, que foi registrada para o
ram-se a cobra-de-vidro-pequena (Ophiodes vertebralis), RS por Lema et al. (1984), com base em um exemplar
cuja série-tipo é composta por exemplares procedentes encontrado na coleção didática da Escola Estadual Olinda
do “sul do Brasil e Uruguai” (Borges-Martins 1998), e a Flores da Silva, de São Leopoldo. Esta espécie ocorre
cobra-de-duas-cabeças Leposternon microcephalum, da principalmente ao longo da floresta atlântica da costa
qual somente um exemplar é conhecido para o Estado sudeste do Brasil, desde Espírito Santo e Minas Gerais
(Gans 1971). até Santa Catarina (Dixon et al., 1993). A eventual con-
Há ainda o caso de outras quatro espécies de ser- firmação da ocorrência dessas quatro espécies no Estado
pentes registradas para o Rio Grande do Sul através de poderia ser suficiente para o seu enquadramento em al-
exemplares depositados em coleções científicas, mas cujos guma das categorias de ameaça.
dados de procedência são questionáveis. Para a maioria A fim de utilizar critérios objetivos e consisten-
delas, os registros são antigos, baseados em poucos exem- tes, seguiu-se aqui a proposta a ser adotada por Di-
plares, e as localidades citadas como sendo as de coleta Bernardo et al. (em preparação), de desconsiderar as es-
são distantes e possuem ecossistemas muito diferentes pécies cuja ocorrência no Rio Grande do Sul tenha sido
das regiões para as quais existem registros atuais confir- registrada com base apenas em informações de terceiros,
mados. Equívocos na indicação da procedência de exem- sem que os espécimes correspondentes tenham sido
plares eram muito freqüentes no passado, principalmen- coletados e depositados em coleções científicas. Nesta
te quando pesquisadores estrangeiros realizavam expe- situação encontram-se a sucuri-amarela (Eunectes
dições científicas por diferentes regiões da América do notaeus) e outras oito espécies de serpentes (Chironius
Sul, ou mesmo se estabeleciam nelas, coletando muitos flavolineatus, Liophis meridionalis, Liophis reginae,
Répteis

animais que eram posteriormente enviados aos museus Liophis typhlus, Lystrophis semicinctus, Rachidelus
de seus países de origem. Dessa maneira, é possível que brazili, Sibynomorphus mikanii e Siphlophis pulcher).

2
Cinco espécies de tartarugas marinhas ocorrem no no litoral sul, há uma população bem conservada (Lema
litoral do Rio Grande do Sul (Lema & Ferreira 1990, Lema 1994). No passado, essa espécie sofreu uma pressão de
1994). Como nos demais estados da Região Sul do Bra- caça relativamente intensa, que visava principalmente a
sil, o litoral do RS não apresenta áreas próprias para a utilização do seu couro, considerado de melhor qualida-
desova de tartarugas marinhas, mas é utilizado regular- de que o das demais espécies do gênero (Scott et al. 1990,
mente por algumas espécies como área de alimentação, Ross 1998). Atualmente, a caça diminuiu consideravel-
pelo menos em alguma etapa do seu desenvolvimento. mente em razão de vários fatores, como a diminuição da
Por esta razão, o litoral sul do Brasil foi recentemente densidade da espécie na natureza, o aumento da fiscali-
considerado uma área de extrema importância biológica zação, o aumento dos custos da caça ilegal e a preferên-
para a conservação das tartarugas marinhas (Fundação cia dos comerciantes por couros oriundos de abatedouros
BIO-RIO et al. 2002). A tartaruga-de-couro (Dermochelys legalizados (Ross 1998). Por outro lado, a destruição do
coriacea), a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e a tar- hábitat aumentou sensivelmente nos últimos anos, sendo
taruga-verde (Chelonia mydas) são espécies registradas considerada atualmente a principal ameaça à espécie.
com freqüência no Rio Grande do Sul, enquanto a tarta- Contudo, o jacaré-do-papo-amarelo é tolerante em re-
ruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e a tartaruga- lação à qualidade do hábitat e sobrevive em ambientes
oliva (Lepidochelys olivacea) ocorrem apenas ocasional- moderadamente alterados, podendo ser observado em
mente (Nakashima et al. 2001). Pressões antrópicas so- áreas utilizadas para agricultura (MBM, obs. pes.) ou
bre as tartarugas marinhas têm sido detectadas na re- para a criação extensiva de gado (Scott et al. 1990,
gião, como por exemplo a captura acidental em redes de Verdade & Lavorenti 1990). Atualmente, está incluído
pesca costeira (Areco 1997, Ott et al. 1999) e em espinhéis na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção,
oceânicos (Barata et al. 1998), além da ingestão de plás- que se encontra em revisão, e já foi considerado amea-
ticos e outros detritos (Bugoni et al. 2001). Contudo, de- çado pela IUCN (Groombridge 1982, Thorbjarnarson
vido ao comportamento altamente migratório das tarta- 1992). Entretanto, a IUCN não relaciona o jacaré-do-
rugas marinhas, é difícil avaliar criteriosamente a mag- papo-amarelo como espécie ameaçada desde 1996 (IUCN
nitude dessas ameaças à sobrevivência das espécies em 1996, Hilton-Taylor 2000).
escala regional. Somem-se a isto a carência de informa- Em vista de sua área de ocupação atual no Esta-
ções históricas e recentes sobre as tendências do, da redução significativa da caça e de sua aparente
populacionais dessas espécies e a falta de estimativas de capacidade para resistir às principais alterações de
mortalidade associadas às diferentes artes de pesca. Ainda, hábitat, o jacaré-do-papo-amarelo não foi enquadrado
pouco se conhece sobre a composição populacional das como espécie regionalmente ameaçada. Sugere-se, con-
diferentes espécies no Atlântico sul, especialmente nas tudo, que sejam seguidas as ações prioritárias indicadas
áreas de alimentação do sul do Brasil. Considerou-se, pela IUCN para a espécie no Brasil (Ross 1998), que
assim, que avaliações em nível global são mais apropri- incluem a execução de monitoramentos para avaliação
adas para as tartarugas marinhas, motivo pelo qual elas detalhada do estado de conservação da espécie e a de-

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


não foram incluídas no presente capítulo. marcação de sua distribuição atual. A utilização de Sis-
Todas as espécies de tartarugas marinhas que ocor- temas de Informação Geográfica e de imagens de saté-
rem no Brasil estão protegidas por leis federais e por acor- lite foi recomendada (Ross 1998) para que se obtenha
dos internacionais dos quais o Brasil é signatário. As cinco um panorama preciso das áreas ainda disponíveis e
espécies que ocorrem no Rio Grande do Sul estão incluídas ocupadas pela espécie.
na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção. A Uma análise sobre os hábitats ocupados pelos rép-
tartaruga-de-couro e a tartaruga-de-pente estão incluídas teis ameaçados de extinção no Rio Grande do Sul aponta
na lista da IUCN como criticamente ameaçadas e as demais os ambientes florestais como aqueles que concentram a
como ameaçadas (Hilton-Taylor 2000). Todas estão incluí- maior parte das espécies nessa situação. Pelo menos 11
das no Apêndice I da CITES. Recentemente, o Brasil tor- das 17 espécies enquadradas em alguma categoria de
nou-se signatário da Convenção Interamericana para a Pro- ameaça ocupam esses ambientes. Sete dessas espécies ocor-
teção e a Conservação das Tartarugas Marinhas. rem, de forma exclusiva ou não, na floresta atlântica, e
O jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) é quatro em outros ecossistemas de floresta (floresta com
o único crocodiliano registrado no Rio Grande do Sul. A araucária e floresta estacional). Três espécies são de am-
espécie ocorre em todas as áreas baixas do Estado, desde bientes abertos, sendo duas de áreas de campo e uma da
as lagoas costeiras até a fronteira oeste. Na E. E. do Taim, região das dunas costeiras.

3
VU
Calamodontophis paucidens (Amaral, 1935)

Nome vulgar: Não possui


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Vulnerável
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A3 B+ C1 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica (2001) descreveram o comportamento defensivo da es-


É encontrada no extremo sul do Brasil (Depressão Central pécie: durante a captura e em seus primeiros dias em
do Rio Grande do Sul) e no Uruguai (Franco et al. 2001). No cativeiro, alguns indivíduos achataram o corpo dorso-
Estado, a espécie foi registrada apenas em três municípios ventralmente, se enrodilharam à semelhança de uma
(Cacequi, Cachoeira do Sul e Rio Pardo). Sua ocorrência no mola, esconderam a cabeça entre os anéis do corpo e
Uruguai está baseada no registro de um exemplar, encon- desferiram falsos botes.
trado no Departamento de Treinta y Tres (Franco et al. 2001).
Situação Populacional
Não existem informações disponíveis sobre a situação
populacional de C. paucidens. No entanto, a espécie é
[

[
considerada rara, existindo apenas 12 exemplares deposi-
tados em coleções. Entre eles, nove procedem de um mes-
[
mo município do Rio Grande do Sul, Cachoeira do Sul
(Franco et al. 2001). O achado de indivíduos em áreas
[
[
#
# # [ acentuadamente alteradas pela ação antrópica e a captura
#
##
recente (posterior a 1990) de oito dos 12 exemplares co-
nhecidos dificultam ainda mais as interpretações sobre a
[ situação populacional da espécie.
[

Ameaças
Embora não tenham sido identificadas ameaças especí-
ficas, a espécie é considerada Vulnerável devido à restri-
ção de sua distribuição geográfica e sua raridade natu-
ral. Como C. paucidens parece tolerar alterações
antrópicas no hábitat, vivendo mesmo em jardins
Biologia
residenciais e no interior de monoculturas arbóreas, a
Todos os exemplares procedentes do Rio Grande do Sul
interação com humanos pode ser freqüente e resultar no
foram coletados em localidades situadas na Depressão
abate de exemplares.
Central, entre o Planalto Sul-Rio-Grandense (ou Serra
do Sudeste) e a borda sul do Planalto Meridional do Bra- Ações Recomendadas
sil (Franco et al. 2001). Essa região foi originalmente Desenvolver um programa de educação ambiental jun-
coberta por savanas e por florestas decíduas e to à comunidade rural e urbana de Cachoeira do Sul –
semidecíduas (IBGE 1986). Como cinco indivíduos fo- município de onde provieram nove dos 12 exemplares
ram encontrados em jardins de casas ou em plantações conhecidos de C. paucidens – para auxiliar no reco-
de nogueiras (Carya illinoensis), Franco et al. (2001) con- nhecimento da espécie e na compreensão da necessida-
sideraram os 12 registros existentes insuficientes para de de sua conservação.
caracterizar o hábitat da espécie. Por outro lado, o en-
Localizar populações adicionais da espécie.
contro desses exemplares parece indicar a capacidade
Investigar a biologia da espécie.
que a espécie tem de sobreviver em hábitats alterados.
Répteis

Devido principalmente à sua raridade, quase nada se Colaborador


conhece sobre a biologia de C. paucidens. Franco et al. Edson L. Salomão

4
VU
Clelia plumbea (Wied-Neuwied, 1820)
Nome vulgar: Muçurana-de-barriga-branca
Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A3 B3 C+ D3 E+) Figura ????

Distribuição Geográfica Situação Populacional


Ocorre em todas regiões do Brasil situadas ao sul da bacia Há um único registro de C. plumbea para o Rio Grande
amazônica, e no Paraguai (Zaher 1996). No Rio Grande do Sul, em área de floresta atlântica, o que dificulta in-
do Sul, foi registrada apenas no extremo nordeste, no mu- terpretações sobre a situação populacional do táxon no
nicípio de Dom Pedro de Alcântara. Estado. Provavelmente, essa espécie sofreu acentuado
declínio populacional ao longo de sua distribuição geo-
gráfica, em virtude da intensa destruição e
[
descaracterização do hábitat que ocupa. A espécie está
[ incluída na Lista Vermelha dos Animais Ameaçados de
Extinção no Estado do Paraná, onde aparentemente suas
populações vêm declinando (Morato et al. 1995a).
[
#

[
Ameaças
[
[ A principal ameaça à muçurana-de-barriga-branca no Rio
Grande do Sul é a destruição e descaracterização dos re-
manescentes da floresta atlântica de planície. Pouco resta
desse ecossistema no Rio Grande do Sul e as áreas atual-
[
mente protegidas são pequenas.
[

Ações Recomendadas
Proteger de forma efetiva os remanescentes de flores-
ta atlântica do Estado, em particular aqueles ainda
existentes no litoral norte do Rio Grande do Sul.
Garantir a preservação da mata do Faxinal (ou de
Itapeva), em Torres, através da implementação do P. E.
Biologia de Itapeva (em processo de criação pela SEMA), e dos
É uma serpente de grande porte. O maior exemplar conheci- remanescentes florestais da região da Lagoa do Morro
do é uma fêmea com mais de 250 cm de comprimento total do Forno, em Morrinhos do Sul/Dom Pedro de
(Zaher 1996). Possui dentes injetores de peçonha localizados Alcântara, através da criação de uma unidade de con-

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


na região posterior das maxilas (serpente opistóglifa), mas os servação.
indivíduos são usualmente dóceis e não costumam morder Implementar uma campanha de conscientização junto
quando manuseados (Morato et al. 1995a). Contudo, Pinto a proprietários rurais, alertando sobre a importância
et al. (1991) relataram um caso de envenenamento humano da preservação e ampliação das áreas florestadas para
por essa espécie, que provocou edema e hemorragia no local
a sobrevivência dessa e de outras espécies ameaçadas
da picada. Tem hábito terrícola e atividade predominante-
do nordeste do Estado.
mente noturna, alimentando-se de outras serpentes, lagar-
tos, marsupiais e roedores (Cunha & Nascimento 1978, Observações
Vanzolini et al. 1980, Zimmerman & Rodrigues 1990, Cos-
Lema (1994) afirmou ter referências sobre a ocorrência de
ta-Pinto 1994, Marques 1998, Marques et al. 2001). É ovípa-
ra, depositando de 8 a 14 ovos (Morato et al. 1995a, Mar- C. plumbea na Encosta Inferior do Nordeste e no Planalto
ques 1998, Marques et al. 2001). Há variação ontogenética Central do Rio Grande do Sul. Contudo, o único espéci-
na coloração: os juvenis apresentam cabeça negra com uma me-testemunho conhecido para o Rio Grande do Sul (MCP
faixa amarela transversal, dorso vermelho e ventre amarela- 5736) procede de Dom Pedro de Alcântara (anteriormente
do, enquanto os adultos apresentam toda a região dorsal parte do município de Torres, como citado por Lema 1994).
cinza-escuro e ventre esbranquiçado (Cunha & Nascimento A situação taxonômica da espécie foi revisada por Zaher
1978, Zaher 1996). Segundo Marques et al. (2001), a (1996); trabalhos anteriores referem essa serpente sob os
muçurana-de-barriga-branca é uma espécie raramente en- nomes Clelia clelia plumbea (e.g., Cunha & Nascimento
contrada e difícil de ser avistada. 1978) e Clelia clelia (e.g., Morato et al. 1995a).

5
VU
Dipsas incerta (Jan, 1863)

Nome vulgar: Dormideira-das-árvores


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A0 B2 C3 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica (1998) registrou, na floresta atlântica de São Paulo,


Ocorre no Brasil oriental, desde Alagoas ao Rio Grande do restos de um molusco gastrópodo no estômago de um
Sul (Porto & Carcerelli 1992, Morato 1995). Há três registros indivíduo; esse tipo de presa parece constituir o ali-
para o Rio Grande do Sul, nos municípios de Torres, Itati e mento exclusivo de todas as espécies do gênero (Sazima
Caxias do Sul. O registro para Itati é recente (2001) e está 1989, Marques 1998). As espécies de Dipsas são oví-
baseado em um exemplar coletado na R. B. E. Mata Paludosa. paras e depositam de um a cinco ovos (ver Marques
1998 e referências inclusas).

Situação Populacional
[
Não há informações sobre a situação populacional da
[ dormideira-das-árvores no Rio Grande do Sul. Contudo,
em decorrência da acentuada destruição e
#
[
descaracterização da Mata Atlântica no Estado, pode-se
#
# inferir que a espécie tenha sofrido um significativo declínio
[
[
[ populacional.

Ameaças
A principal ameaça para D. incerta é a destruição e
[
descaracterização do hábitat.
[

Ações Recomendadas
Proteger de forma efetiva os remanescentes dos
ecossistemas floresta com araucária, floresta atlânti-
ca e floresta estacional na área de ocorrência conhe-
cida e potencial da espécie.
Biologia Garantir a preservação da mata do Faxinal (ou de
Muitos aspectos da biologia e ecologia da dormideira- Itapeva), em Torres, através da implementação do P.
das-árvores são completamente ignorados, provavel- E. de Itapeva (em processo de criação pela SEMA), e
mente pela dificuldade que se têm de observar indiví- dos remanescentes florestais da região da Lagoa do
duos na natureza e, conseqüentemente, de se capturar Morro do Forno, em Morrinhos do Sul/Dom Pedro de
e depositar exemplares em coleções. Ao longo de sua Alcântara, através da criação de uma unidade de con-
área de ocorrência, ocupa os ecossistemas floresta servação.
atlântica, floresta com araucária e floresta estacional Conduzir campanhas informativas junto a proprietá-
(Porto & Carcerelli 1992, Morato 1995). No Rio Gran- rios rurais, conscientizando-os da importância das
de do Sul, há dados sobre um exemplar, que estava em regiões florestadas para a sobrevivência da espécie,
atividade durante a noite, no mês de novembro, des- o que pode contribuir também para a ampliação de
locando-se sobre a vegetação em floresta atlântica de sua hoje restrita área de ocorrência no Rio Grande do
planície (G. Vinciprova, verb.). Na ausência de dados Sul.
específicos, algumas inferências sobre a história na-
tural de D. incerta podem ser feitas a partir de dados Colaboradores
Répteis

conhecidos para outras espécies do gênero, que habi- Ronaldo Fernandes, Francisco L. Franco e Giovanni
tam os mesmos ecossistemas. Para D. petersi, Marques Vinciprova.

6
VU
Helicops carinicaudus (Wied-Neuwied, 1825)

Nome vulgar: Cobra-d’água-do-litoral


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A3 B1 C1 D2 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica ovidutos. No Rio Grande do Sul, H. carinicaudus foi re-


Ocorre exclusivamente no Brasil, nos estados da Região gistrada tanto em ambientes lênticos (Lagoa do Violão e
Sul e também no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Lagoa do Jacaré, em Torres) quanto lóticos (rio
Paulo (Yuki 1993). No Rio Grande do Sul, foi registrada Mampituba) (Deiques & Cechin 1991).
apenas no extremo norte da Planície Costeira, nos muni-
Situação Populacional
cípios de Torres e Dom Pedro de Alcântara (Deiques &
As informações sobre a situação populacional da cobra-
Cechin 1991; coleção MCP).
d’água-do-litoral no Rio Grande do Sul são fragmentá-
rias. O extremo norte da Planície Costeira é a única re-
gião em que a espécie ocorre, mas aí parece não ser rara.
[

[
Na coleção MCP estão depositados 21 indivíduos, que
foram coletados entre 1985 e 1997 na localidade Canto
[
dos Leffa (município de Dom Pedro de Alcântara). No
##
entanto, para o mesmo período e localidade, o número
[
[
[
de indivíduos coletados de uma espécie congênere e com
modo de vida similar, H. infrataeniatus, foi cerca de cinco
vezes maior.
[

Ameaças
[

Embora não tenham sido identificadas ameaças específi-


cas, a espécie é considerada Vulnerável devido à sua dis-
tribuição geográfica extremamente restrita e sua densida-
de populacional aparentemente baixa no Rio Grande do
Sul. As unidades de conservação existentes na área de
ocorrência da espécie são pequenas e a descaracterização

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


Biologia
dos ecossistemas naturais nessa região tem sido generali-
É uma espécie aquática. Apresenta características
zada.
morfológicas e fisiológicas comuns a espécies altamente
adaptadas a este modo de vida, como olhos e narinas Ações Recomendadas
voltados para a região superior da cabeça, escamas Implementar medidas que protejam os corpos d’água
quilhadas e viviparidade. Mede cerca de 90 cm de com- localizados no extremo norte da Planície Costeira do
primento total (Deiques & Cechin 1991) mas, a julgar Rio Grande do Sul, de modo a garantir a manutenção
por um exemplar mencionado por Marques (1998), com da população local da espécie.
91 cm de comprimento rostro-cloacal, a espécie pode, Garantir a preservação da mata do Faxinal (ou de
excepcionalmente, ultrapassar um metro. Quando Itapeva), em Torres, através da implementação do P. E.
ameaçada, defende-se desferindo botes e mordendo. Ali- de Itapeva (em processo de criação pela SEMA), e dos
menta-se predominantemente de peixes e ocasionalmente remanescentes florestais da região da Lagoa do Morro
de anfíbios (Nogueira & Marques 1998). A espécie é do Forno, em Morrinhos do Sul/Dom Pedro de
vivípara e bastante prolífera; Nogueira & Marques (1998) Alcântara, através da criação de uma unidade de con-
encontraram fêmeas contendo de 7 a 26 embriões nos servação.

7
VU
Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)

Nome vulgar: Boipevaçu


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A3 B1 C1 D2 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica Situação Populacional


Ocorre no Peru, Bolívia, Paraguai, nordeste da Argentina e Há poucas informações sobre a situação populacional da
norte, centro-oeste, sudeste e sul do Brasil (Strüssmann & boipevaçu no Rio Grande do Sul. Aparentemente é pouco
Sazima 1990, Cunha & Nascimento 1993, Lema 1994, abundante, suposição sustentada pelo fato de habitar áre-
Williams & Scrocchi 1994). No Rio Grande do Sul, foi en- as abertas, apresentar grande porte e, mesmo assim, con-
contrada apenas no extremo oeste, nos municípios de Itaqui, tar com poucos registros e/ou exemplares colecionados. É
Maçambará e Uruguaiana. Foi registrada na R. B. de São muito comum, porém, em outras regiões dentro de sua
Donato. área de ocorrência, sendo uma das serpentes mais
freqüentemente encontradas no Pantanal matogrossense
(Strüssmann & Sazima 1990).

[ Ameaças
[ Embora não tenham sido identificadas ameaças específi-
cas, a espécie é considerada Vulnerável devido à sua distri-
# #
[
buição geográfica extremamente restrita e sua densidade
populacional aparentemente baixa no Rio Grande do Sul.
#
Por ser uma serpente grande, provavelmente é abatida com
[
[
# [

freqüência por humanos quando encontrada no campo.

Ações Recomendadas
[ Avaliar a situação populacional da espécie na R. B. de
[ São Donato, unidade de conservação potencialmente
importante para a sua conservação no Estado.
Localizar e proteger outras áreas úmidas com ocorrên-
cia da boipevaçu, de modo a garantir a manutenção da
população local da espécie.
Conduzir campanhas informativas na área de ocorrên-
cia da boipevaçu, voltadas ao reconhecimento da espé-
Biologia cie e à divulgação da importância da conservação dos
É uma serpente de grande porte, que atinge até 250 cm de corpos d’água onde ela ocorre.
comprimento total (Strüssmann & Sazima 1990). Quando
Observações
ameaçada, pode achatar dorso-ventralmente a região do
Orejas-Miranda & García (1971) registraram a ocorrência
pescoço (Strüssmann 1992), intimidando predadores por
da boipevaçu no Uruguai com base em um espécime cole-
parecer maior ou por assumir repentinamente uma forma
tado em 1959, no Departamento de Florida; esse espécime
diferente (Greene 1988). A boipevaçu possui hábito semi-
teria sido depositado na Colección Herpetológica del Museo
aquático e se alimenta de anfíbios, peixes, outras serpen-
Nacional de Historia Natural de Montevideo, sob o núme-
tes, aves e roedores (Amaral 1978, Bels 1987, Strüssmann
ro 1457. Achaval-Elena (2001), entretanto, não citou H.
1992, Yanosky et al. 1996). Hábitos necrófagos também
gigas na “Actualización sistemática y mapas de distribución
foram observados (Sazima & Strüssmann 1990). Sazima
de los reptiles del Uruguai”, trabalho elaborado a partir
& Strüssmann (1990) registraram um interessante com-
da revisão das espécies atualmente depositadas nas prin-
portamento de caça, no qual a serpente esquadrinha o
cipais coleções científicas daquele país.
substrato com a cauda para provocar o salto de anfíbios
anuros, que são então visualmente percebidos e captura- Colaboradores
Répteis

dos. É diurna e ovípara (Yanosky et al. 1996). Cordeiro & Airton Batista Santos, Jan Karel Felix Mähler Jr., Marcos
Rubinstein (1986) registraram desovas de 14 e 18 ovos. Vinícius Querol e Moema Leitão de Araujo.

8
VU
Lystrophis histricus (Jan, 1863)

Nome vulgar: Nariguda-rajada


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A0 B+ C3 D3 E2) Figura ???

Distribuição Geográfica Situação Populacional


Ocorre no centro-sul do Brasil, desde Mato Grosso do Há mais de 70 anos, Devincenzi (1925) já considerava
Sul ao Rio Grande do Sul, no nordeste da Argentina, a nariguda-rajada uma espécie rara. Embora existam
Paraguai e sudeste do Uruguai (Hoge et al. 1975, diversos exemplares depositados em coleções científi-
Achaval-Elena 2001). No Rio Grande do Sul, foi regis- cas do Brasil, Argentina e Uruguai, os registros indi-
trada em várias localidades dos biomas Mata Atlântica cam que a maioria dos indivíduos foram coletados
antes de 1950 (Orejas-Miranda 1966, Viñas & Olmedo
e Campos Sulinos (Lema 1994).
1988; F. Franco, in litt.). Na Argentina e Uruguai, os
exemplares mais recentes foram coletados em 1937 e
1962, respectivamente (Achaval & Olmos 1997,
[
Giraudo 2001), e no Brasil, em 1973 (em Ponta Gros-
#
[
sa, Paraná). No Rio Grande do Sul, o espécime mais
#
recente, com data de coleta registrada, foi coletado
# [#
em 1958 (mas há um indivíduo depositado na coleção
[
[ # # do MCN, sem data anotada, que pode ter sido coletado
#
na década de 1970, a julgar por seu número de tom-
[

#
bamento). Estes dados históricos indicam que a nari-
guda-rajada, embora aparentemente sempre tenha sido
rara, teve suas populações reduzidas em toda a sua
[

área de ocorrência.
[

Ameaças
Provavelmente, a descaracterização do hábitat.

Ações Recomendadas
Localizar populações remanescentes nas áreas de ocor-

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


Biologia rência provável da espécie, especialmente nos arredo-
Não há dados sobre a história natural e ecologia dessa res das localidades de registros históricos.
espécie. A maior fêmea conhecida mede 44,1 cm de Investigar a biologia da espécie, em especial os seus
comprimento total, e o maior macho, 27,9 cm (Hoge requerimentos de hábitat.
et al. 1975). O hábitat ocupado, dentro dos biomas
Mata Atlântica e Campos Sulinos, ainda é desconhe- Observações
cido. Provavelmente a ocorrência da nariguda-rajada O exemplar de L. histricus citado para a E. E. do Taim
(Gomes & Krause 1982, Lema 1994), depositado na cole-
esteja circunscrita a ambientes bem preservados, vis-
ção herpetológica do Departamento de Zoologia da UFRGS,
to que indivíduos não são encontrados há vários anos.
foi examinado pelos autores e trata-se de outra espécie
Esta suposição é reforçada pelo fato de haver indiví-
(Lystrophis dorbignyi).
duos depositados em coleções científicas procedentes
de Caxias do Sul, Passo Fundo, Montenegro e São Colaboradores
Leopoldo – municípios nos quais têm sido feitas cole- David Gower, Francisco L. Franco, Júlio César de Moura
tas sistematizadas nos últimos 10 anos, sem que essa Leite, Renato Bérnils, Ronaldo Fernandes e Sérgio Augusto
espécie tenha sido encontrada. Abrahão Morato.

9
VU
Philodryas arnaldoi (Amaral, 1932)

Nome vulgar: Parelheira-do-mato


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A0 B1 C3 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica 1995, Morato et al. 1995a). Embora não existam informa-
Ocorre na região oriental da floresta com araucária e na ções precisas, suas populações devem ter declinado ulti-
floresta atlântica do sul do Brasil, desde o sudeste do Paraná mamente, em virtude da intensa destruição das áreas
até o nordeste do Rio Grande do Sul (Morato 1995, mas
florestadas que habita. A espécie está incluída na Lista
veja item observações). No Estado, foi registrada em áreas
Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção no Estado
densamente florestadas do leste do Planalto das Araucárias
do Paraná, devido à sua raridade natural e à destruição e
(Bento Gonçalves e São Francisco de Paula) e da encosta
atlântica (Itati). descaracterização das florestas com araucária naquele es-
tado (Morato et al. 1995a).

Ameaças
A principal ameaça para a espécie é a destruição e
descaracterização da floresta com araucária e da floresta
atlântica.

Ações Recomendadas
Proteger efetivamente os remanescentes dos
ecossistemas floresta com araucária e floresta atlân-
tica.
Implementar uma campanha de conscientização junto
a proprietários rurais, alertando sobre a importância
das regiões florestadas para a sobrevivência dessa e de
outras espécies ameaçadas.

Observações
Na coleção herpetológica do Instituto Butantan, São Pau-
Biologia lo, há um exemplar procedente do município de Franca
É um colubrídeo de porte médio. Os filhotes nascem com
(SP). R. A. Thomas (in litt.), pesquisador engajado na re-
pouco mais de 30 cm de comprimento total e atingem
visão do gênero Philodryas, sugere que este seja um re-
cerca de 133 cm quando adultos. Informações sobre his-
tória natural e ecologia são escassas, em parte devido à gistro errôneo, já que Franca está situada em região com
raridade da espécie. Morato et al. (1995a) sugeriram que, ecossistema diferente daquele normalmente ocupado pela
à semelhança das demais espécies do gênero, a parelheira- espécie. Neste caso, não haveria registro da ocorrência de
do-mato tem hábito semi-arborícola e se alimenta de pe- P. arnaldoi no Estado de São Paulo. Não obstante, a
quenos mamíferos, anfíbios e lagartos. Di-Bernardo (1998) parelheira-do-mato é citada como provavelmente
registrou uma fêmea procedente de São Francisco de Paula ameaçada na lista de espécies ameaçadas de extinção da-
que pôs 14 ovos no final de dezembro; os ovos foram
quele estado (São Paulo 1998).
incubados em laboratório e onze filhotes nasceram em
meados de março. Colaborador
Situação Populacional Francisco L. Franco, Glaucia M.F. Pontes, Júlio César de
Répteis

A parelheira-do-mato é uma espécie naturalmente rara Moura Leite, Renato Bérnils, Robert A. Thomas e Sérgio
em toda a sua área de ocorrência (Lema 1994, Morato Augusto Abrahão Morato.

10
VU
Pseudoboa haasi (Boettger, 1905)

Nome vulgar: Falsa-muçurana


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A2 B1 C2 D2 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica da araucária; ressalvou, entretanto, que dois desses espéci-


Ocorre desde o sudeste de São Paulo até o nordeste do Rio mes foram coletados em áreas baixas, caracterizadas por
Grande do Sul, no Brasil, e em Misiones, na Argentina florestas de “palo rosa” e palmito.
(Bailey 1970, Giraudo 1992, Lema 1994, Morato et al.
1995b). No Rio Grande do Sul, foi registrada no nordeste Situação Populacional
(Lema & Ely 1979, Lema 1994), na região da floresta atlân- Embora não haja estudos específicos, a exígua
tica, em Osório, Três Forquilhas e Dom Pedro de Alcântara. representatividade dessa espécie de porte relativamente gran-
de em coleções indica que a falsa-muçurana apresenta bai-
xa densidade populacional no Rio Grande do Sul. É prová-
[
vel que suas populações tenham sofrido acentuado declínio
[
nos últimos anos, em virtude da destruição de seu hábitat.

Ameaças
A principal ameaça no Rio Grande do Sul é a destruição e
[

# #

[
[ descaracterização dos remanescentes de floresta atlântica. A
[
floresta atlântica de planície do litoral norte do Estado en-
contra-se quase completamente destruída e descaracterizada,
e as áreas oficialmente protegidas são pequenas.
[

[ Ações Recomendadas
Proteger de forma efetiva os remanescentes da flo-
resta atlântica na região de ocorrência da espécie.
Implementar o P. E. de Itapeva, em Torres (atualmente
em processo de criação pela SEMA), e garantir a preser-
vação dos remanescentes florestais da região da Lagoa
Biologia do Morro do Forno, em Morrinhos do Sul/Dom Pedro
de Alcântara, através da criação de uma unidade de

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


É uma espécie terrícola de porte médio, que atinge cerca de
120 cm de comprimento total (Giraudo 2001, Marques et conservação.
al. 2001). Possui atividade noturna, alimenta-se de lagartos Implementar uma campanha de conscientização jun-
e roedores e é ovípara (Amaral 1978, Marques et al. 2001). to a proprietários rurais, alertando sobre a impor-
Há variação ontogenética na coloração: juvenis apresen- tância da preservação e ampliação das áreas
tam conspícuo colar nucal claro, faixa negra longitudinal florestadas para a sobrevivência dessa e de outras
na região vertebral e lados do corpo de cor rosada; os adul- espécies ameaçadas.
tos possuem coloração dorsal negra, desde a cabeça até a Observações
cauda. Embora tenha sido citada como endêmica da flores- Um exemplar depositado na coleção do Instituto Butantan,
ta com araucária (Morato et al. 1995 a), no Rio Grande do São Paulo, tem como procedência “Santa Cruz”, Rio Grande
Sul foi registrada apenas em áreas baixas de floresta atlân- do Sul. Este registro, provavelmente, se refere ao municí-
tica. Provavelmente, ocorre em altitudes menores nas regi- pio de Santa Cruz do Sul. Neste caso, o registro parece ser
ões de latitudes mais altas, em razão de restrições climáti- um erro de procedência, visto que esse município está
cas (em especial, a temperatura). Giraudo (2001) registrou situado em região geograficamente distante e
três exemplares em Misiones, na Argentina, provenientes fisionomicamente diferente da conhecida para a falsa-
de localidades compreendidas dentro da área de domínio muçurana no Rio Grande do Sul.

11
EN
Siphlophis longicaudatus (Andersson, 1907)

Nome vulgar: Dormideira-cipó


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Em Perigo (A3 B3 C3 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica corrência da acentuada destruição da floresta atlântica.


Ocorre no sudeste e sul do Brasil, desde o Espírito Santo Lema (1994) já havia afirmado que a espécie está em
ao Rio Grande do Sul (Prudente 1998). Para o Rio Grande extinção no Estado.
do Sul existe o registro de ocorrência de apenas um exem-
Ameaças
plar, coletado no município de Dom Pedro de Alcântara,
A principal ameaça no Rio Grande do Sul é a destruição e
região nordeste do Estado (Lema 1964, 1994, mas veja
descaracterização dos remanescentes de floresta atlânti-
item observações).
ca. A floresta atlântica de planície, em particular, encon-
tra-se já quase completamente destruída no Estado e as
áreas atualmente protegidas por unidades de conservação
[ são pequenas.
[

Ações Recomendadas
[
Proteger efetivamente os remanescentes de floresta
# atlântica do litoral norte do Estado.
[
[
Implementar o P. E. de Itapeva, em Torres (atualmente
[

em processo de criação pela SEMA), e garantir a preser-


vação dos remanescentes florestais da região da Lagoa
do Morro do Forno, em Morrinhos do Sul/Dom Pedro
[
de Alcântara, através da criação de uma unidade de
[
conservação.
Implementar uma campanha de conscientização jun-
to a proprietários rurais, alertando sobre a impor-
tância da preservação e ampliação das áreas
florestadas para a sobrevivência dessa e de outras
espécies ameaçadas.
Biologia Observações
É uma espécie semi-arborícola que habita exclusiva- Na coleção do Instituto Butantan, São Paulo, há um exem-
mente o ecossistema floresta atlântica (Prudente 1998, plar de S. longicaudatus registrado como procedente do
Marques et al. 2001). Possui atividade noturna e se ali- município de Dom Pedrito, Rio Grande do Sul. Este regis-
menta de pequenos lagartos e serpentes (Prudente et al. tro foi considerado como provavelmente errôneo por Pru-
1998, Marques et al. 2001). O único registro sobre a dente (1998). De fato, Dom Pedrito está situado no extre-
reprodução da espécie consiste no encontro de uma fê- mo sudoeste do Estado, na fronteira com o Uruguai, em
mea que continha cinco ovos nos ovidutos, em estágio bioma e hábitats diferentes daqueles ocupados pela espé-
avançado de desenvolvimento (Prudente 1998). O exem- cie em toda a sua área de ocorrência. O único exemplar de
plar procedente do RS foi coletado dentro de uma S. longicaudatus registrado para o Rio Grande do Sul foi
bromélia, a cerca de 2 m de altura do solo (Lema 1964, utilizado por Lema (1964) como espécime-tipo de
1994). Siphlophis cinereus; posteriormente, Hoge & Romano
(1969) consideraram S. cinereus sinônimo de S.
Situação Populacional longicaudatus.
A dormideira-cipó é considerada rara (Lema 1994, Mar-
Répteis

ques et al. 2001). Provavelmente as populações da espécie Colaboradores


declinaram drasticamente no Rio Grande do Sul em de- Ana Lúcia da Costa Prudente e Thales de Lema.

12
EN
Tropidodryas striaticeps (Cope, 1870)

Nome vulgar: Jiboinha


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Em Perigo (A3 B3 C2 D2 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica et al. 2001). A espécie é ovípara (Amaral 1978, Mar-


Ocorre no sudeste e sul do Brasil, desde o Espírito Santo ques et al. 2001); não se conhece outros dados sobre
ao Rio Grande do Sul, associada ao ecossistema floresta sua reprodução.
atlântica (Thomas & Dixon 1977, Lema 1994). No Estado,
foi registrada para três municípios: Dom Pedro de Situação Populacional
Alcântara, Três Forquilhas e Viamão. É pouco freqüente ao longo de sua área de ocorrência
(Oliveira & Di-Bernardo 1996, Marques et al. 2001).
No Rio Grande do Sul, tem sido registrada apenas em
[ áreas de floresta atlântica de planície, no nordeste (vá-
[
rios registros) e centro-leste do Estado (um registro).
É provável que as populações da jiboinha tenham so-
frido acentuado declínio populacional no Rio Grande
[
#
#

[
[
do Sul, em virtude da extensiva destruição de seu
[
#
hábitat.

Ameaças
[

A principal ameaça à espécie no Rio Grande do Sul é a


[

destruição e descaracterização dos remanescentes de flo-


resta atlântica, único ecossistema que habita. As flo-
restas atlânticas de baixada do Estado, em particular,
já se encontram quase completamente descaracterizadas
e as unidades de conservação que as protegem são pe-
Biologia quenas.

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


Serpente de porte médio que atinge cerca de 130 cm
Ações Recomendadas
de comprimento total (Sazima & Puorto 1991). A des-
Proteger efetivamente os remanescentes de floresta
peito de seu nome vulgar, não apresenta parentesco
atlântica do litoral norte do Estado.
próximo com as verdadeiras jibóias, serpentes
Implementar o P. E. de Itapeva, em Torres (atualmente
constritoras de grande porte que pertencem a outra
em processo de criação pela SEMA), e garantir a preser-
família (Boidae). Possui hábito semi-arborícola e ati-
vação dos remanescentes florestais da região da Lagoa
vidade diurna (Sazima & Puorto 1991, Marques et al.
do Morro do Forno, em Morrinhos do Sul/Dom Pedro
2001). Indivíduos juvenis apresentam a porção termi-
de Alcântara, através da criação de uma unidade de
nal da cauda com escamas eriçadas e coloração ama-
conservação.
rela-clara, utilizando-a como isca para atrair presas –
Implementar uma campanha de conscientização jun-
um comportamento denominado “engodo caudal” (veja
to a proprietários rurais, alertando sobre a impor-
Sazima & Puorto 1991). Juvenis se alimentam de an- tância da preservação e ampliação das áreas
fíbios anuros e pequenos lagartos, e adultos de lagar- florestadas para a sobrevivência dessa e de outras
tos e roedores (Sazima & Puorto 1991, 1993, Marques espécies ameaçadas.

13
EN
Uromacerina ricardinii (Peracca, 1897)

Nome vulgar: Cobra-cipó-metálica


Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Em Perigo (A3 B3 C3 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica Situação Populacional


Ocorre apenas no Brasil e apresenta distribuição geo- É uma espécie rara (Lema 1973, Amaral 1978). Foi
gráfica aparentemente disjunta. É encontrada ao longo considerada provavelmente ameaçada na lista da fauna
da costa atlântica, nas regiões florestadas da Bahia ao em extinção do Estado de São Paulo (São Paulo 1998)
Rio Grande do Sul, e há registros isolados para o Esta- e ameaçada no Paraná, dado seu caráter estenóico
do do Pará (Cunha & Nascimento 1982, Zamprogno (grande dependência de um hábitat particular) (Morato
1997, Argôlo 2001). Sua ocorrência no Rio Grande do et al. 1995a). Embora não existam informações sobre
Sul está baseada em um exemplar coletado no municí- o status da espécie no Rio Grande do Sul, acredita-se
pio de Osório, nas proximidades da Lagoa dos Quadros que a intensa destruição das áreas florestadas que ha-
(Lema 1973). bita tenha causado um declínio populacional consi-
derável.

[ Ameaças
A principal ameaça é a destruição e descaracterização
[

dos remanescentes da floresta atlântica, ecossistema do


[

qual é exclusiva no Rio Grande do Sul. As florestas


[ #
[
[ atlânticas de planície do Estado, em particular, já se
encontram quase completamente descaracterizadas e as
unidades de conservação que as protegem são peque-
nas.
[

Ações Recomendadas
Proteger efetivamente os remanescentes de floresta
atlântica do litoral norte do Estado.
Implementar o P. E. de Itapeva, em Torres (atualmen-
te em processo de criação pela SEMA), e garantir a
Biologia
preservação dos remanescentes florestais da região
Possui características morfológicas próprias das serpen-
tes de hábito arborícola, como o corpo extremamente da Lagoa do Morro do Forno, em Morrinhos do Sul/

delgado e a cauda proporcionalmente longa. Segundo Dom Pedro de Alcântara, através da criação de uma
Amaral (1978), atinge cerca de 120 cm de comprimen- unidade de conservação.
to total. Apresenta atividade diurna e se alimenta de Implementar uma campanha de conscientização junto
anfíbios anuros (Marques 1998, 2000) e lagartos (Amaral a proprietários rurais, alertando sobre a importância
1978). É ovípara. Morato & Bérnils (1989) registraram da preservação e ampliação das áreas florestadas para
Répteis

uma desova constituída por três ovos, e Marques (1998), a sobrevivência dessa e de outras espécies ameaçadas
uma fêmea contendo seis ovos nos ovidutos. do nordeste do Estado.

14
VU
Bothrops cotiara (Gomes, 1913)

Nome vulgar: Cotiara


Ordem: Squamata
Família: Viperidae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A1 B2 C3 D2 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica ecossistema, na Argentina. Poucos aspectos de sua histó-


Ocorre no sudeste e sul do Brasil, mais especificamente no ria natural são conhecidos e as informações existentes
sudoeste de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande resultam de observações ocasionais. Segundo Amaral
do Sul, e em Misiones, na Argentina (Campbell & Lamar (1978) e Morato et al. (1995a), alimenta-se de pequenos
1989, Giraudo 2001). No Rio Grande do Sul, está restrita roedores e marsupiais. É vivípara, com ninhadas variando
ao Planalto das Araucárias. Em unidades de conservação, entre 4 e 12 filhotes.
são conhecidos registros para o P. E. de Espigão Alto, P. N.
Situação Populacional
de Aparados da Serra e FLONA de Passo Fundo.
Aparentemente, apresenta densidade populacional natu-
ralmente baixa. Essa espécie sofreu uma brusca redução
#
# populacional no passado, visto que a área da floresta com
#
[ # araucária, único ecossistema que habita, encontra-se hoje
#
[
reduzida a pequena percentagem de sua cobertura origi-
#
#
#
#
nal, tendo sofrido redução de mais de 80% no último sé-
#
#
[ # culo (Hilton-Taylor 2000). No Rio Grande do Sul, a flores-
#
[ ta com araucária cobre hoje menos de 4% da área origi-
[
[
nalmente ocupada (Capobianco 2001). No Paraná, as po-
pulações da cotiara estão em declínio devido às alterações
que as florestas com araucária vêm sofrendo. Esta
[
constatação resultou na inclusão da espécie na Lista Ver-
[
melha de Animais Ameaçados de Extinção no Estado do
Paraná (Morato et al. 1995a). A espécie também foi inclu-
ída na lista da fauna ameaçada de extinção do Estado de
São Paulo (São Paulo 1998), na categoria Em Perigo.
Giraudo (2001) considerou a cotiara uma das serpentes

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


mais ameaçadas da Argentina.
Biologia
Ameaças
É uma serpente terrícola, peçonhenta, cujo comportamento
A principal ameaça para a espécie, em toda a sua área de
defensivo inclui botes e injeção de peçonha. Assim como
ocorrência, é a destruição e descaracterização das flores-
as demais espécies do gênero Bothrops, apresenta veneno
tas com araucária.
de ação proteolítica, coagulante e hemorrágica, podendo
causar acidentes fatais ou mutiladores quando não corre- Ações Recomendadas
tamente tratados. Para acidentes botrópicos, o prognósti- Proteger de forma efetiva os remanescentes de floresta
co geralmente é bom e a letalidade nos casos tratados é com araucária do Estado.
baixa (0,3%) (Fundação Nacional de Saúde 1999). Os in- Divulgar informações sobre a cotiara e seu hábitat em
divíduos dessa espécie medem usualmente entre 70 e 80 programas de conscientização e educação ambiental
cm, podendo atingir cerca de um metro de comprimento direcionados a proprietários rurais, proporcionando-lhes
total (Campbell & Lamar 1989). Habita as florestas com o correto reconhecimento da espécie e o entendimento
araucária (Campbell & Lamar 1989, Morato et al. 1995a) de sua precária situação populacional no Rio Grande
e, segundo Giraudo (2001), também áreas limítrofes desse do Sul.

15
Observações registro de Lema (1994) para a Serra do Sudeste também
Lema (1994) afirmou que a cotiara ainda parece ser bastante carece de documentação: o autor fez referência a um exem-
freqüente no noroeste do Rio Grande do Sul, referindo-se plar visto no serpentário do Instituto Butantan, de São Pau-
especificamente ao P. E. do Turvo (T. Lema, verb.; ver tam- lo, que seria proveniente daquela região.
bém Lema 1994). Não há exemplares daquela região deposi-
tados em coleções e a espécie não foi detectada em inventá- Colaboradores
rios recentes da fauna de répteis daquele parque (MBM). O Markus Monzel, Noeli Zanella e Thales de Lema.

EN
Bothrops jararacussu (Lacerda, 1884)

Nome vulgar: Jararacuçu


Ordem: Squamata
Família: Viperidae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Em Perigo (A3 B3 C3 D1 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica senta veneno de ação proteolítica, coagulante e


Ocorre no centro-sul do Brasil, leste do Paraguai, sudeste hemorrágica, podendo causar acidentes fatais ou
da Bolívia e nordeste da Argentina. No Brasil, ocorre do mutiladores quando não corretamente tratados. Para aci-
extremo sul da Bahia, Mato Grosso do Sul, sul de Minas dentes botrópicos, o prognóstico geralmente é bom e a
Gerais e Espírito Santo para o sul, até o noroeste do Rio letalidade nos casos tratados é baixa (0,3%) (Fundação
Grande do Sul (Campbell & Lamar 1989). No Estado, a es- Nacional de Saúde 1999). Entretanto, a jararacuçu tem
pécie foi registrada no P. E. do Turvo, localizado no muni- uma quantidade excepcionalmente grande de veneno
cípio de Derrubadas (Lema & Araujo 1980, Lema 1994). (Campbell & Lamar, 1989), o que pode resultar em aci-
dentes graves. Habita exclusivamente os ecossistemas flo-
#
resta atlântica, floresta estacional e floresta com araucária,
[
geralmente próximo a corpos d’água (Amaral 1978,
[ Campbell & Lamar 1989). Na Argentina, o limite de dis-
tribuição da espécie coincide com o limite das selvas con-
[
tínuas, embora espécimes sejam ocasionalmente encon-
trados em áreas de capoeiras, próximas daquelas (Giraudo
[
[
[
2001). No Rio Grande do Sul, as informações sobre a bio-
logia da jararacuçu são escassas e resultam de observa-
ções ocasionais. Na floresta atlântica de São Paulo, Mar-
ques (1998) registrou uso exclusivo do solo da mata como
[

[
substrato de atividade, modo reprodutivo vivíparo, com
número de embriões variando de 13 a 37, e dieta compos-
ta por anfíbios, lagartos e mamíferos (marsupiais e roedo-
res). Indivíduos juvenis possuem a ponta da cauda com
coloração amarelada ou marrom-clara, a qual é movi-
mentada e usada como isca para atrair presas ectotérmicas
(de “sangue frio”) comedoras de insetos, como anfíbios
Biologia anuros (Sazima 1991). À medida que os indivíduos cres-
É uma espécie terrícola de grande porte, que atinge até cem, a ponta da cauda vai escurecendo, adquirindo colo-
220 cm de comprimento total (Campbell & Lamar 1989). ração semelhante à do restante do corpo. A mudança
É a maior serpente peçonhenta do Rio Grande do Sul e ontogenética (de acordo com a idade) na coloração da
uma das maiores de toda a região neotropical. Seu com- cauda de serpentes é geralmente associada a uma varia-
Répteis

portamento defensivo inclui botes e injeção de peçonha. ção ontogenética na dieta (Greene & Campbell 1972,
Assim como as demais serpentes do gênero Bothrops, apre- Heatwole & Davison 1976).

16
Situação Populacional cultivo. Atualmente, o P. E. do Turvo é o único grande
Não existem informações precisas sobre a situação populacional remanescente desse ecossistema no Rio Grande do Sul,
da jararacuçu no Rio Grande do Sul, mas a espécie parece ser onde parece estar confinada a única população conhecida
relativamente abundante no P. E. do Turvo, como constatado da espécie no Estado.
em inventários recentes (MBM) e através de depoimentos de
Ações Recomendadas
pesquisadores e funcionários que trabalham naquela unidade
Localizar populações residuais da espécie fora da área
de conservação. Paradoxalmente, o P. E. do Turvo parece ser o
do P. E. do Turvo.
único local onde a espécie é encontrada no Estado. Provavel-
Proteger efetivamente os últimos remanescentes de flo-
mente a jararacuçu possuía distribuição mais ampla no passa-
resta estacional do noroeste do Estado.
do, supondo-se que a intensa destruição da floresta estacional
Implementar programas de educação ambiental no no-
no noroeste do Rio Grande do Sul tenha ocasionado grande
roeste do Estado, com o objetivo de conscientizar a po-
declínio de sua população original.
pulação rural sobre a importância das regiões florestadas
Ameaças para a sobrevivência da jararacuçu. Esta medida tam-
A principal ameaça para a jararacuçu no Rio Grande do bém pode contribuir para a ampliação de sua hoje res-
Sul é a substituição da floresta estacional por áreas de trita área de ocorrência no Rio Grande do Sul.

EN
Anisolepis undulatus (Wiegmann, 1834)

Nome vulgar: Papa-vento-do-sul


Ordem: Squamata
Família: Polychrotidae
Situação Mundial: Vulnerável
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Em Perigo (A3 B3 C2 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica
Ocorre no extremo sul do Brasil (sul do Rio Grande do
Sul), centro e sul do Uruguai e em Punta Lara, na Provín- [

cia de Buenos Aires, Argentina (Etheridge & Williams 1991,


[

Langone et al. 2000, Achaval-Elena 2001). No Rio Grande


do Sul, há registros precisos apenas para São Lourenço do [

Sul, localidade-tipo da espécie (11 indivíduos coletados, [


[
segundo Etheridge & Williams 1991). Para outros 20 exem- [

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


plares procedentes do Estado, as localidades de coleta são
desconhecidas (Etheridge & Williams 1991). #

Biologia [

É uma espécie de pequeno porte, que atinge cerca de 30


cm de comprimento total; a cauda é longa, correspondendo
a cerca de 70% do comprimento dos indivíduos (Etheridge
& Williams 1991). Pouco se conhece sobre sua biologia.
Gallardo (1980) afirmou que possui hábito arborícola,
subindo nos troncos de árvores na mata, mas Etheridge &
Williams (1991) ponderaram que estas observações po- dois ou mais metros de altura, podendo também se deslo-
dem ter sido baseadas em outra espécie do mesmo gênero, car pelo solo. É uma espécie de difícil visualização devido
A. grilli. Rand (1982) e Langone et al. (2000) menciona- à sua coloração críptica (que se confunde com o meio).
ram que o papa-vento-do-sul é ovíparo e citaram o regis- No Rio Grande do Sul, as populações de A. undulatus
tro de fêmeas contendo quatro e sete ovos, com volume devem estar restritas às matas de galeria da região sul do
de 0,5 ml cada. Segundo Achaval & Olmos (1997), ali- Estado, nas proximidades da Lagoa dos Patos, e aos rema-
menta-se de artrópodos e vive sobre árvores e arbustos, a nescentes florestais da Serra do Sudeste.

17
Situação Populacional tos. Essa é a região onde a ocorrência da espécie é mais
É uma espécie rara e recentemente não tem sido encontrada provável, já que dela procedem todos os exemplares do
em algumas localidades onde foi registrada no passado, como RS com procedência conhecida (Etheridge & Williams
Punta Lara, na Argentina (Gallardo 1977, Etheridge & 1991). Não há unidades de conservação federais ou esta-
Williams 1991). No Uruguai, Achaval & Olmos (1997) clas- duais nessa parte do Estado.
sificaram a espécie como ameaçada em razão da destruição
de seu hábitat. É provável que as populações do Estado Ações Recomendadas
também tenham sofrido uma considerável redução em con- Garantir a proteção dos remanescentes de floresta
seqüência da acentuada destruição do hábitat, particular- estacional e matas de galeria das regiões sudeste e sul do
mente na região de São Lourenço do Sul. Estado, inclusive através da criação de unidades de con-
servação em áreas ainda florestadas da Serra do Sudeste.
Ameaças Implementar programas de conservação e educação
No Rio Grande do Sul, a principal ameaça é a destruição e ambiental voltados à preservação e recuperação dos
descaracterização dos hábitats florestais das regiões su- ecossistemas florestais do sudeste e sul do Rio Grande
deste e sul, particularmente a sudoeste da Lagoa dos Pa- do Sul.

VU
Urostrophus vautieri Duméril & Bibron, 1837

Nome vulgar: Papa-vento-de-barriga-lisa


Ordem: Squamata
Família: Polychrotidae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A0 B2 C2 D3 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica
Ocorre no leste do Brasil, desde Minas Gerais ao Rio Grande
do Sul, onde vive associado ao bioma Mata Atlântica [

#
[

(Etheridge & Williams 1991). No Rio Grande do Sul, foi


registrado no Planalto Médio (Passo Fundo), nos Campos
[

de Cima da Serra (São Francisco de Paula), na Encosta #


#
Inferior do Nordeste (Riozinho) e no leste da Depressão
[
[
#
[

Central (Porto Alegre).

Biologia
É um lagarto de pequeno porte, que atinge cerca de 15
[

cm de comprimento total; a cauda é longa e corresponde


a cerca de 60% do comprimento dos indivíduos (Etheridge
& Williams 1991). Possui hábito subarborícola e se mo-
vimenta lentamente, permanecendo imóvel por longos
períodos (Rand 1982, Sazima & Haddad 1992). Apresen-
ta atividade diurna e é ovíparo, com desovas consistin-
do de seis a treze ovos (Rand 1982). Alimenta-se de
ortópteros (grilos) e coleópteros (besouros) (Sazima & Situação Populacional
Haddad 1992). As táticas defensivas dessa espécie pro- O papa-vento-de-barriga-lisa é raro no Rio Grande do
vavelmente incluem a camuflagem, dada a coloração Sul (Lema 1994), mas há registros ao longo de uma
críptica dos indivíduos e o hábito que têm de permane- extensa área geográfica. Considerando que ocupa so-
cerem imóveis quando alarmados (Sazima & Haddad mente ambientes de floresta, é provável que tenha so-
Répteis

1992). frido grande redução populacional, tendo em vista a

18
destruição generalizada dos diferentes ecossistemas flo- Ações Recomendadas
restais do bioma Mata Atlântica. Proteger de forma efetiva os remanescentes dos
ecossistemas floresta com araucária e floresta atlân-
Ameaças tica.
A principal ameaça é a destruição e descaracterização dos Implementar campanhas de educação ambiental junto
ecossistemas florestais do bioma Mata Atlântica, hoje re- à população rural, visando conscientizar sobre a im-
duzidos a apenas 3,8% de sua cobertura original no Esta- portância das áreas florestais para a sobrevivência des-
do (Capobianco 2001). sa e de outras espécie ameaçadas de extinção.

VU
Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000

Nome vulgar: Lagartinho-pintado


Ordem: Squamata
Família: Teiidae
Situação Mundial: Não ameaçada
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A3 B1 C1 D2 E+) Figura ???

Distribuição Geográfica ras da manhã e final da tarde (Feltrim & Lema 2000),
Foi registrado apenas na região dos Campos de Cima da indica que a espécie apresenta hábitos diurnos.
Serra, nos municípios de Vacaria (Feltrim & Lema 2000) e
Bom Jesus. Situação Populacional
A espécie foi descrita recentemente e não existem informa-
ções sobre sua situação populacional. Além dos dez exem-
plares listados na descrição original, coletados em Vacaria
[

[
(Feltrim & Lema 2000), três outros foram capturados poste-
#
#
riormente em Bom Jesus. Os afloramentos rochosos especí-
[
ficos onde os 13 exemplares conhecidos foram coletados
são extremamente restritos, tendo poucas centenas de metros
quadrados, e estão em meio a campos de criação de gado;
[
[
[

no entanto, a espécie parece ser abundante nesses locais.


Muitos exemplares avistados não foram coletados.
[
Ameaças
Aparentemente, a principal ameaça para esse lagarto no

Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul


[

Rio Grande do Sul é a utilização dos campos onde a espé-


cie ocorre para a atividade pecuária. Embora hoje algu-
mas populações coexistam com o gado, o pisoteio prova-
velmente representa um fator impactante ainda não ade-
quadamente avaliado.
Biologia
Ações Recomendadas
É uma espécie de lagarto de pequeno porte. Os dez espéci-
Avaliar o impacto da atividade pecuária sobre as popu-
mes coletados em Vacaria apresentam comprimento total
lações de C. vacariensis.
em torno de 15 cm (Feltrim & Lema 2000). As únicas in-
Realizar um levantamento detalhado das áreas de ocor-
formações disponíveis sobre a biologia do lagartinho-pin- rência da espécie.
tado consistem de observações sobre o seu hábitat e ativi- Criar unidades de conservação que incluam hábitats pro-
dade, obtidas em coletas. A espécie é terrícola e vive em pícios para a espécie; como o lagartinho-pintado ocor-
afloramentos rochosos situados em áreas de campo. O re- re em afloramentos rochosos pouco extensos, áreas pro-
gistro de indivíduos ativos (termorregulando) entre 10 e15 tegidas pequenas (como RPPNs) podem ser efetivas para
h, e de indivíduos inativos (sob pedras) nas primeiras ho- a sua conservação.

19
VU
Liolaemus occipitalis Boulenger, 1885

Nome vulgar: Lagartixa-da-praia


Ordem: Squamata
Família: Tropiduridae
Situação Mundial: Vulnerável
Categoria de Ameaça no RS: Ameaçada – Vulnerável (A2 B1 C3 D0 E1) Figura ???

Distribuição Geográfica A lagartixa-da-praia é uma espécie ovípara, com atividade


Ocorre na costa atlântica do sul do Brasil, nos Estados de reprodutiva ocorrendo nos meses de primavera e verão (se-
Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Peters & Donoso- tembro a março) (Verrastro & Krause 1994). As fêmeas de-
Barros 1970, Müller & Steineger 1977). No Estado, distri- positam até quatro ovos por desova (L. Verrastro, verb.).
bui-se ao longo de toda a zona costeira, desde Torres até o
Situação Populacional
Chuí (Verrastro & Bujes 1998). Há exemplares proceden-
É abundante nas costas arenosas do Rio Grande do Sul
tes das seguintes unidades de conservação do Rio Grande
(Lema 1994, Bujes & Verrastro 1998, Verrastro & Bujes
do Sul: H. F. do Litoral Norte, P. N. da Lagoa do Peixe e E.
1998; obs. pes.). No entanto, o rápido processo de urbani-
E. do Taim.
zação do litoral norte do Rio Grande do Sul, associado à
baixa plasticidade ecológica da espécie, tem ocasionado
um acentuado declínio em suas populações. Atualmente,
[
a lagartixa-da-praia não é mais encontrada em muitas
[
localidades onde era abundante no passado recente. Por
exemplo, há cerca de 20 anos, indivíduos dessa espécie
[

#
# eram freqüentemente avistados nas dunas frontais à praia
#
[
[

##
de Imbé e no solo arenoso contíguo aos molhes do rio
[
#
##
# Tramandaí. Não há registros recentes da lagartixa-da-praia
#
nesses locais. No Rio de Janeiro, uma espécie semelhante,
[
#
# Liolaemus lutzae, cujos hábitats e modo de vida são simi-
[
# lares aos de L. occipitalis, também está ameaçada de
#
extinção em virtude da ocupação humana e
descaracterização dos ambientes de duna, tendo sido ex-
#
tinta em algumas praias; naquele Estado, L. lutzae é con-
siderada uma importante espécie bioindicadora das con-
dições dos hábitats de dunas (Rocha 1992).

Biologia Ameaças
É um lagarto de pequeno porte, que atinge cerca de 12 cm A principal ameaça à espécie no Rio Grande do Sul é a
de comprimento total. O comprimento rostro-cloacal mé- destruição e descaracterização das dunas costeiras, em de-
dio é de 6,2 cm para machos e 5,3 cm para fêmeas (Verrastro corrência do processo de urbanização da região litorânea
& Bujes 1998). Possui hábito terrícola e ocorre exclusiva- do Estado. Embora o litoral sul do Rio Grande do Sul seja
mente em ambientes arenosos, apresentando coloração ainda relativamente pouco impactado, abrigando grandes
críptica em relação à areia. Pode enterrar-se superficial- populações da espécie, o panorama no litoral norte é o
mente no solo arenoso ou escavar tocas de 20 a 30 cm de oposto: grande parte das populações foram reduzidas ou
profundidade (Bujes & Verrastro 1998, Verrastro & Bujes até mesmo desapareceram. A única unidade de conserva-
1998). Sua atividade é exclusivamente diurna e determina- ção existente (H. F. do Litoral Norte) tem área irrisória e é
Répteis

da pela temperatura do substrato (Verrastro & Bujes 1998). pouco efetiva para a manutenção da população local, além
A dieta é basicamente insetívora (Verrastro & Krause 1999). de sofrer forte impacto dos núcleos humanos adjacentes.

20
Nos últimos anos, a atividade imobiliária tem se expandi- Tramandaí e Cidreira, e a região de Itapeva, ao sul de
do em direção ao sul e irá, seguramente, ameaçar também Torres.
as populações de L. occipitalis daquela região do Estado. Implementar programas de educação ambiental nas áre-
as costeiras onde ainda há dunas com a presença de
Ações Recomendadas
Liolaemus, com o objetivo de estimular a preservação
Criar unidades de conservação que protejam o ambien-
desse ambiente.
te de dunas costeiras, em especial nas poucas áreas ainda
não urbanizadas no litoral norte do Estado, sendo Colaboradores
indicadas como prioritárias o Passo das Cabras, entre Laura Verrastro e Luís Felipe Schmidt de Aguiar.

Agradecimentos

Contribuíram com informações: Airton Batista Santos, Júlio César Moura Leite, Laura Verrastro, Luís Felipe
Alejandro Giraudo, Ana Lúcia da Costa Prudente, Axel Schmidt de Aguiar, Marcus Vinícius Querol, Maria Tere-
Kwet, Carl Gans, David Gower, Edson L. Salomão, Eliseu za Queiroz Melo, Markus Monzel, Moema Leitão de Ara-
Dias, Francisco Luís Franco, Glaucia Maria Funk Pon- újo, Noeli Zanella, Renato Silveira Bérnils, Robert A.
tes, Hussam Zaher, James R. Dixon, John Measey, José Thomas, Ronaldo Fernandes, Sérgio Augusto Abrahão
Duarte de Barros Filho, José Francisco Pezzi da Silva, Morato, Sônia Terezinha Zanini Cechin e Thales de Lema.

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