1 - INTRODUÇÃO O Ministério dos Transportes busca, de modo contínuo, o aprimoramento da gestão sustentável de seus empreendimentos, empenhado em incorporar, da melhor forma possível, as boas práticas nas fases de planejamento, implantação, expansão, operação e manutenção da infraestrutura de transportes federal. Ressalta-se que, entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS – da Organização das Nações Unidas – ONU –, o nono Objetivo, orienta em suas metas o desenvolvimento de infraestrutura de qualidade confiável, sustentável e resiliente. Desta forma, a promoção de uma infraestrutura de transportes cada vez mais sustentável se mostra internalizada no Ministério dos Transportes. Em 2019 foi criada a Subsecretaria de Sustentabilidade, integrante da estrutura da Secretaria Executiva do Ministério dos Transportes, tendo entre as suas atribuições, estabelecer diretrizes, planejar, coordenar e supervisionar as atividades socioambientais, em especial as de licenciamento ambiental, de remoção involuntária e de gestão das áreas afetas à infraestrutura de transportes. No mesmo sentido, “Fortalecer a gestão de processos de licenciamento ambiental de empreendimentos de infraestrutura de transportes, visando à sua maior celeridade” se configura como uma das Diretrizes de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes, conforme aprovado na temática Licenciamento Ambiental.
Alinhado com estas diretrizes o Curso de Licenciamento Ambiental com ênfase em
Infraestruturas de Transporte foi elaborado com o objetivo de fomentar a capacitação de técnicos e gestores, a fim de contribuir para o desenvolvimento de competências específicas e atualizar o conhecimento para o atendimento dos processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos. O curso tem caráter conceitual e prático, de aplicação imediata, através do detalhamento dos processos que compõem o escopo da temática, bem como avaliações orientadas. O curso será ministrado na modalidade à distância (online) com a carga horária de 20 horas, por meio de aulas assíncronas, que ficarão disponibilizadas por 30 (trinta) dias aos alunos para leitura, na Escola Virtual (http:\\www.escolavitrual.gov.br). Sendo divido em 4 módulos conforme disposto a seguir:
• Módulo I – Abordar os conceitos básicos sobre o Licenciamento Ambiental
• Módulo II – Descreve os principais ritos ordinários do licenciamento ambiental • Módulo III – Apresenta outros instrumentos decorrentes Ritos de Licenciamento Ambiental • Módulo IV – Aborda o Licenciamento Ambiental da Infraestrutura de Transporte, do modal rodoviário, aeroviário, portuário e hidroviário, de acordo com a legislação ambiental
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1.1 – A Política Nacional de Meio Ambiente A Política Nacional de Meio Ambiente por seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constituiu o Sistema de Meio Ambiente (SISNASA) e instituiu o Cadastro de Defesa Ambiental, por meio da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 e tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, de forma a atender os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
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Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente
A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade
e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
II - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas
para o uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância
com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.
As diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente serão formuladas em normas
e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios.
Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA –, assim estruturado:
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I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
III - órgão central: Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA – e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências;
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle
e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
De acordo com o art. 8º da Lei nº 6.938/81, compete ao CONAMA:- estabelecer,
mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;
- determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e
das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.
- determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de
benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
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- estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
- estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da
qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente,
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou
utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental,
seguro ambiental e outros.
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1.2 – O QUE É LICENCIAMENTO AMBIENTAL? O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente e tem por objetivo compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Dessa forma a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.
1.3 – O LINCENCIAMENTO AMBIENTAL E A INFRAESTRTURA DE
TRANSPORTES Em razão das perspectivas de retomada de investimentos em projetos de infraestrutura com o Programa de Parcerias de Investimentos, a gestão e a operação dos transportes terrestres, aquaviários e aeroviários no Brasil apresentam como um dos seus princípios a compatibilização do setor com a preservação do meio ambiente, de forma a atender em seus contratos as questões socioambientais e o acompanhamento das atividades referente ao licenciamento ambiental. Sabe-se que a execução de infraestrutura de qualidade é a base da expansão econômica de um país e faz-se premente a mitigação dos gargalos existentes a fim de atrair novos investimentos para impulsionar a retomada do desenvolvimento nacional. No que tange ao desenvolvimento da infraestrutura de transportes no país, se faz necessário conhecer os empreendimentos e as atividades que estão sujeitos ao licenciamento ambiental sob condução do Ibama ou demais órgãos ambientais estaduais e municipais de forma a tentar eliminar, quando possível, ou minimizar problemas, além de encontrar soluções para harmonizar a preservação do meio ambiente com a implantação de novos projetos. A Lei Complementar nº 140/11, art. 7º, inciso XIV, e o Decreto nº 8.437/15, estabelecem critérios e tipos de atividades e de empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental no Ibama, tais quais:
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• localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; • localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; • localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; • localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); • localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; • de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas; • ferrovia federal: Implantação, ampliação de capacidade e regularização ambiental. Não se aplica nos casos de implantação e ampliação de pátios ferroviários, melhoramentos de ferrovias, implantação e ampliação de estruturas de apoio de ferrovias, ramais e contornos ferroviários; • rodovia federal: implantação, regularização ambiental de rodovias pavimentadas, pavimentação e ampliação de capacidade com extensão igual ou superior a duzentos quilômetros e atividades de manutenção, conservação, recuperação, restauração e melhoramento em rodovias federais regularizadas. Não se aplica nos casos de contornos e acessos rodoviários, anéis viários e travessias urbanas; • hidrovias federais: implantação e ampliação de capacidade cujo somatório dos trechos de intervenções seja igual ou superior a duzentos quilômetros de extensão; • portos organizados, exceto as instalações portuárias que movimentem carga em volume inferior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; • terminais de uso privado e instalações portuárias que movimentem carga em volume superior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; • usinas eólicas, no caso de empreendimentos e atividades offshore e zona de transição terra-mar.
Se a atividade ou empreendimento não se enquadrar em nenhum dos critérios
que definem a competência da União para conduzir o processo de licenciamento, o interessado deve consultar a Lei Complementar nº 140/11, art. 8º e 9º, bem como as normativas do estado ou município no qual se insere o projeto, para verificar se este deve ser submetido ao licenciamento ambiental estadual ou municipal.
Algumas atividades não são submetidas ao procedimento de licenciamento
ambiental; no entanto, requerem a emissão de licenças ou autorizações específicas do órgão ambiental competente, tais como uso e manejo de fauna silvestre, supressão e manejo da vegetação, transporte, por qualquer meio, e o armazenamento de madeira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos florestais oriundos de florestas de espécies nativas, transporte de produtos perigosos. Veremos no próximo módulo as etapas e procedimentos do licenciamento ambiental federal.
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Cidades Preservadas - Administrações Inteligentes: a implantação de um sistema de gestão ambiental na administração pública municipal para criação de cidades inteligentes
A sustentabilidade na administração pública e as "compras compartilhadas": o compartilhamento das compras públicas como prática sustentável nas Instituições Públicas Federais de Ensino Superior no Estado de Roraima