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Setembro 2010

CONTRAFACÇÃO E
PROBLEMAS ALFANDEGÁRIOS

1. INTRODUÇÃO 2. OS EFEITOS NOCIVOS DA


CONTRAFACÇÃO
Em termos comunitários entende-se
por mercadorias de contrafacção as É vasto o elenco dos efeitos nocivos
«mercadorias, incluindo a embalagem, associados à contrafacção e à
nas quais tenha sido aposta sem pirataria. E é muito significativo o
autorização uma marca idêntica à seu real impacto no desenvolvimento
marca validamente registada para o económico.
mesmo tipo de mercadorias ou que nos
seus aspectos essenciais, não pode ser A violação dos direitos de propriedade
distinguida dessa marca e que, por esse intelectual constitui, desde logo, uma
motivo, viola os direitos decorrentes barreira comercial não pautal, que
do Direito Comunitário (...)”. torna mais difícil, ou impossível, o
acesso aos mercados dos países que
Por sua vez, as mercadorias-pirata são vitimas da contrafacção, por parte
são «as mercadorias que sejam ou das empresas dos outros países (ou até
contenham cópias fabricadas sem o do próprio país) detentoras dos direitos
consentimento do titular do direito de propriedade intelectual, sobretudo
de autor ou dos direitos conexos, quando se trata de pequenas e médias
de um direito relativo aos desenhos empresas, cujos recursos económicos
ou modelos, independentemente do e financeiros são limitados.
registo nos termos do direito nacional
(...)». A contrafacção e a pirataria têm
consequências muito graves para
A partir destes conceitos, legais, todos os sistemas socioeconómicos,
“Sociedade de Advogados Portuguesa
do Ano” salta à vista a existência de uma comunitários ou de países terceiros.
Chambers Europe Excellence 2009, IFLR multiplicidade de estratégias e de Tornam a inovação menos atraente,
Awards 2006 & Who’s Who legal Awards comportamentos subsumíveis no travando, assim, os investimentos,
2006, 2008, 2009, 2010 fenómeno da contrafacção e da públicos e privados, e a pesquisa
“Melhor Sociedade de Advocacia de pirataria e o desafio legislativo inerente
negócios da Europa do Sul” à sua repressão, ao nível comunitário É vasto o elenco dos efeitos
ACQ Finance Magazine, 2009 e mundial tendo presente, por um
lado, a necessidade de garantir o nocivos associados à
“Melhor Sociedade de Advogados
no Serviço ao Cliente” crescimento são do comércio mundial, contrafacção e à pirataria.
incluindo o comércio electrónico, e,
Clients Choice Award - International Law
Office, 2008, 2010 por outro, combater o crescimento da
E é muito significativo
“Melhor Departamento Fiscal do Ano” fraude e do crime organizado, que vêm o seu real impacto
International Tax Review - Tax Awards ensaiando novas formas organizativas no desenvolvimento
2006, 2008 de crescente complexidade.
Prémio Mind Leaders Awards TM
económico.
Human Resources Suppliers 2007

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CONTRAFACÇÃO E
PROBLEMAS ALFANDEGÁRIOS

A contrafacção e a pirataria Por isso, o sistema sancionatório atingidos por infracções aos Direito da
da contrafacção e da pirataria deve Propriedade Intelectual, são cada vez
são, ainda, um aliado ser construído de forma a, não só em maior número, agora, as infracções
poderoso da “economia privar os responsáveis pelo comércio praticadas (contrafacção ou pirataria)
destas mercadorias dos benefícios tendo por base produtos usados pelos
paralela”. Contribuem económicos da operação, mas, cidadãos no seu quotidiano. Entre as
para o aparecimento também, a sancioná-los, em sede categorias de produtos que maiores
e o florescimento de penal ou contra-ordenacional, a fim apreensões registam contam-se os
de os desencorajar, eficazmente, cigarros (com 19%), outros produtos
um sistema económico de posteriores operações da mesma do tabaco (com 16%), os produtos de
subterrâneo, paralelo natureza. marca (com 13%) e os medicamentos
(com 10%).
ao sistema legal e que, Não obstante os assinaláveis
normalmente, é controlado efeitos nocivos deste fenómeno da A China continua a ser o principal
pela criminalidade contrafacção e da pirataria e que país de origem de produtos infractores,
acabam de ser elencados, o desafio representando 64% do total, enquanto
organizada. legislativo prende-se com a necessidade outros países, como os Emiratos Árabes
de encontrar um justo equilíbrio entre Unidos e o Egipto, são responsáveis pela
técnica e científica, o que tem a luta contra a fraude e a facilitação do maioria de certas categorias de artigos.
efeitos nocivos no desenvolvimento comércio internacional. Com efeito, O destino dos produtos apreendidos
económico e, mais concretamente, no é essencial garantir que implantação é fundamentalmente (mais de 77%) a
mercado de trabalho, especialmente das medidas de salvaguarda dos destruição, sob controlo aduaneiro,
na sua componente mais qualificada. direitos propriedade intelectual seja havendo casos em que os produtos são
levada a cabo de modo a não criar inutilizados quando são “análisados”
A contrafacção e a pirataria são, obstáculos indevidos ao comércio para determinar a infracção.
ainda, um aliado poderoso da legítimo, nomeadamente não criando
“economia paralela”. Contribuem para obstáculos à inovação, à concorrência Em Portugal, foi apreendido, em 2009,
o aparecimento e o florescimento de e à circulação da informação. um total de 10 610 627 de mercadorias
um sistema económico subterrâneo, contrafeitas, correspondentes a 8 644
paralelo ao sistema legal e que, 816 euros, mais 68,73% do que no
normalmente, é controlado pela 3. A DIMENSÃO DO PROBLEMA ano anterior. E cerca de 33% provêm
criminalidade organizada. do sector farmacêutico, 30% do sector
Segundo o Relatório anual, publicado têxtil e 14% da indústria electrónica.
Os fenómenos da contrafacção pela Comissão Europeia, relativo
e da pirataria têm, igualmente, à actividade aduaneira da União
repercussões em termos de protecção Europeia no âmbito da defesa do 4. O COMBATE INTERNACIONAL
dos consumidores. Está em causa a direito de propriedade intelectual
qualidade dos produtos, podendo, através do combate à contrafacção e A concertação internacional no
inclusivamente, constituir um à pirataria, em 2009 foram detectados, combate à contrafacção e à pirataria
risco sério para a saúde pública e pelas autoridades aduaneiras, mais teve um marco importante a 15 de
a segurança dos consumidores, se de 43 500 casos, num total de 118 Abril de 1994, data da celebração,
estiverem em causa produtos sensíveis, milhões de produtos. em Marraquexe, do Acordo Sobre os
de que temos como exemplo maior os Aspectos dos Direitos de Propriedade
medicamentos. Assim se compreende O Relatório salienta que, embora, no Intelectual (ADPIC - Agreement on
que a repressão seja muito mais severa passado, os bens de luxo fossem os mais Trade Related Aspects of Intellectual
quando esteja em causa a contrafacção Property Rights) e que incorpora as
de produtos que tenham um impacto principais conclusões da Conferência
directo na saúde pública. Em Portugal, foi do Uruguai sobre o Acordo Geral de
Comércio e Tarifas (GATT - General
A contrafacção e a pirataria, por
apreendido, em 2009, um Agreement of Tariffs and Trade), no
último, podem ocasionar graves total de 10 610 627 de âmbito da Organização Mundial da
Propriedade Intelectual (OMPI) e da
danos ambientais. Para além de não mercadorias contrafeitas, Organização Mundial do Comércio
respeitarem as normas de qualidade
dos produtos que foram “copiados”, correspondentes a 8 644 (OMT).
nos processos de fabrico, por vezes, 816 euros, mais 68,73%
não respeitam as adequadas normas O Acordo Sobre os Aspectos dos
ambientais. E, na fase final do circuito
do que no ano anterior. E Direitos de Propriedade Intelectual
económico, a eliminação dos produtos cerca de 33% provêm do contempla, na sua Parte III, Secção 4,
sob a epígrafe «Requisitos Especiais
contrafeitos – por terem sido fabricados sector farmacêutico, 30% Relacionados Com As Medidas
com materiais inapropriados, em muitos
casos - pode ter custos ambientais do sector têxtil e 14% da de Fronteira», as linhas mestras
bem superiores aos dos produtos que indústria electrónica. do procedimento de intervenção
2 foram “copiados”. aduaneira, no âmbito do qual o

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titular de um direito de propriedade Europeia especializou-se em produtos do âmbito de aplicação de regra


industrial pode, com base numa de alta qualidade, genericamente geral de proibição de circulação de
fundada suspeita, dirigir às autoridades protegidos por marcas, patentes ou mercadorias contrafeitas, passando a
alfandegárias um requerimento indicações geográficas, mais expostos, ser abrangida a sua colocação em zona
escrito com vista à apreensão de por natureza, aos efeitos nocivos da franca ou em entreposto franco.
mercadorias contrafeitas. O Acordo contrafacção.
Sobre os Aspectos dos Direitos de Na senda do Livro Verde da Comissão
Propriedade Intelectual é igualmente Cumpre, porém, alertar para o facto sobre “O Combate à Contrafacção e à
precursor na regulação dos limites de as disparidades persistentes entre Pirataria no Mercado Interno” de 15
legais da intervenção das autoridades as legislações dos Estados membros de Outubro 1998 (COM (98) 569 final)
aduaneiras, nomeadamente ao fazer em matéria de Direito de Propriedade e, posteriormente, do Plano de Acção
depender a decisão de suspensão do Intelectual, em especial no que respeita datado de 30 de Novembro de 2000
desalfandegamento ou detenção das às medidas penais destinadas a fazê- (COM (2000) 789 final), o Conselho
mercadorias contrafeitas do início de los respeitar, poder minar os esforços fez aprovar o Regulamento (CE) n.º
um processo destinado a determinar empreendidos de forma a combater de 1383/2003, de 22 de Julho de 2003,
se houve violação de um direito de forma eficaz este fenómeno. que reforçou a assistência mútua entre
propriedade intelectual ao abrigo do os Estados membros nesta matéria e
direito nacional. Com este enquadramento, o Conselho adaptou os procedimentos de combate
fez aprovar, em 22 de Dezembro de à violação de um maior leque de
Os princípios inseridos no Acordo 1994, o Regulamento (CE) n.º 3295/94, direitos de propriedade industrial,
Sobre os Aspectos dos Direitos de que estabelece medidas destinadas a designadamente as marcas, desenhos
Propriedade Intelectual têm servido de proibir a introdução em livre prática, e modelos de âmbito comunitário.
base para a generalidade dos trabalhos a exportação, a reexportação e a
da OMPI e OMC sobre o tema, colocação sob um regime suspensivo De entre as novidades do
tendo, inclusivamente, influenciado das «mercadorias de contrafacção» e Regulamento merece ser salientada
determinantemente os Regulamentos das «mercadorias-pirata», revogando a fixação de um prazo máximo de
Comunitários nesta matéria. o anterior Regulamento de 1986 um ano, ainda que prorrogável,
(Regulamento (CEE) n.º 3842/86, para a intervenção das autoridades
Em 2008, a União Europeia e outros do Conselho, de 1 de Dezembro de aduaneiras após deferimento do
países da OCDE deram início a 1986). pedido de intervenção e a previsão
negociações sobre um novo acordo de um procedimento simplificado
plurilateral destinado a reforçar a Desse Regulamento importa salientar para destruição das mercadorias
aplicação dos direitos de propriedade a estatuição de uma regra geral de contrafeitas, sem que seja necessário
intelectual e a combater a contrafacção proibição da introdução em livre determinar se houve violação de um
e a pirataria, o Acordo Comercial prática, exportação, reexportação e direito de propriedade intelectual
Anticontrafacção (ACTA). A conclusão colocação sob um regime suspensivo nos termos do direito nacional, ainda
favorável deste ACTA permitirá a de mercadorias reconhecidas como que dependente, logicamente, de
definição de normas comuns de mercadorias de contrafacção ou rígidas condicionantes legais. O novo
protecção civil e administrativa, mercadorias-pirata. A intervenção procedimento tem tido um enorme
a melhoria da cooperação das autoridades aduaneiras consiste, sucesso em alguns Estados-Membros,
interinstitucional e com o sector quer na suspensão da declaração como Portugal, Grécia, Hungria e
privado, bem como a integração de para livre prática, quer na suspensão Países Baixos, permitindo a destruição
projectos de assistência técnica, a fim da autorização de saída, ficando de grandes quantidades de produtos
de tornar mais simples, mais seguro e as mercadorias retidas durante o contrafeitos num curto espaço de
menos oneroso o respeito dos direitos tempo necessário para permitir a tempo e a baixo custo.
de propriedade intelectual. sua fiscalização. O Regulamento
inaugurou, ainda, a possibilidade de O novo Regulamento procede, por
retenção das mercadorias contrafeitas fim, à extinção da obrigação de
5. O COMBATE COMUNITÁRIO ou piratas durante um período pagamento de taxas e de prestação de
determinado, a fim de permitir que garantias no âmbito do procedimento
O combate ao fenómeno da o titular do direito de propriedade de intervenção, preterido a favor de
contrafacção e da pirataria tem, intelectual apresente um pedido uma declaração de compromisso
no plano comunitário, especial de intervenção. Durante o período por parte do titular do direito de
importância. de suspensão, o titular do direito propriedade intelectual, permitindo-
deve interpor junto das autoridades se, assim, um acesso mais generalizado
A União Europeia é o segundo judiciais um pedido quanto ao fundo à intervenção aduaneira.
maior importador mundial de bens da questão, sob pena das mercadorias
e de serviços e a extrema abertura serem libertadas. Mais recentemente foi tornada pública
e transparência do seu mercado a Resolução do Parlamento Europeu,
levanta sérios riscos de circulação Em 25 de Janeiro de 1999 foi aprovado de 18 de Dezembro de 2008, sobre
de mercadorias contrafeitas e piratas. o Regulamento n.º 241/1999 do o impacto da contrafacção no
Além do mais, a economia da União Conselho que procedeu à ampliação comércio internacional e que revela
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a preocupação, por parte daquela previstos no Regulamento (CE) n.º


instituição, quanto à compatibilidade 1383/2003, de 22 de Julho, do Note-se que todos os
do Acordo Comercial Anti- Conselho, principalmente no que
Contrafacção (ACTA) com os tratados concerne à legitimidade da apreensão
crimes previstos no Código
comunitários e defende a necessidade de mercadorias contrafeitas efectuadas de Propriedade Industrial
de harmonização das sanções pelos funcionários aduaneiros sem têm natureza semi-pública.
aplicáveis às violações graves dos pedido de intervenção do titular dos
direitos de propriedade intelectual. direitos de propriedade industrial.
favor da Fazenda Pública.
Segundo esta Circular, nos casos em
Mais específico é o Código da
6. O COMBATE NACIONAL que não houve pedido de confirmação
Propriedade Industrial (CPI, aprovado
da apreensão perante um Tribunal
pelo Decreto-Lei n.º 36/2003, de
No ordenamento jurídico nacional, é Judicial, mas houve apresentação de
5 de Março ), e que, no seu Título
à Direcção-Geral das Alfândegas e dos um Termo de Peritagem e neste foi
III, referente às Infracções, concede
Impostos Especiais sobre o Consumo confirmada a natureza contrafeita da
às Alfândegas a atribuição de
(DGAIEC) que está atribuida a mercadoria, a Alfândega não concede
proceder às intervenções aduaneiras
competência para «exercer o controlo “autorização de saída” e pode
que visam reter ou suspender o
da fronteira externa comunitária e do promover a destruição da mercadoria.
desalfandegamento das mercadorias
território aduaneiro nacional, para fins
em que se manifestem indícios de
fiscais, económicos e de protecção da No entanto, a Circular esclarece
uma infracção ao Código. O Código
sociedade». que ficam isentas de apreensão as
da Propriedade Industrial contempla,
mercadorias importadas em regime de
ainda, uma multiplicidade de crimes
A competência para o combate à franquia.
e contra-ordenações, com destaque
contrafacção e à pirataria advém do
para o crime de venda, circulação ou
facto de aquela entidade ter como Na legislação nacional merecem ainda
ocultação de produtos ou artigos (com
uma das suas principais atribuições ser salientados dois diplomas, que se
punição com pena de prisão até 1 ano
«garantir a aplicação das normas a que têm revelado muito importantes no
ou pena de multa até 120 dias), pelo
se encontram sujeitas as mercadorias combate à contrafacção e pirataria.
qual responde quem vender, puser
introduzidas no território aduaneiro da
em circulação ou ocultar produtos
Comunidade e efectuar os controlos O Decreto-Lei n.º 28/84, de 20 de
contrafeitos, com conhecimento dessa
relativos à entrada, saída e circulação Janeiro, e subsequentes alterações,
situação. Note-se que todos os crimes
das mercadorias no território referente às infracções antieconómicas
previstos no Código de Propriedade
nacional». e contra a saúde pública, prevê o crime
Industrial têm natureza semi-pública.
de fraude sobre mercadorias (punível
Finalmente, importa referir que este
A Circular n.º 91/2004, da Direcção- com prisão até 1 ano e multa até 100
Código contempla, ainda, providências
Geral das Alfândegas e dos Impostos dias - 6 meses de prisão ou multa até
cautelares adequadas a inibir qualquer
Especiais sobre o Consumo, de 13 de 50 dias no caso de negligência), de
violação iminente ou proibir a
Setembro, é a mais recente instrução natureza pública, crime este que se
continuação da violação de direitos de
administrativa na matéria, procurando encontra tipificado do seguinte modo:
propriedade industrial.
sintetizar e esclarecer o modo de «quem, com intenção de enganar
funcionamento dos procedimentos outrem nas relações negociais,
fabricar, transformar, introduzir em
7. CONCLUSÕES
livre prática, importar, exportar,
No ordenamento jurídico reexportar, colocar sob um regime
Qual a direcção pela qual deverá
nacional, é à Direcção- suspensivo, tiver em depósito ou em
caminhar o combate à contrafacção e
Geral das Alfândegas e dos exposição para venda, vender ou
à pirataria, no futuro?
puser em circulação mercadorias
Impostos Especiais sobre contrafeitas ou mercadorias pirata de
Atenta a dimensão transnacional
o Consumo (DGAIEC) natureza diferente ou de qualidade e
deste fenómeno e o aperfeiçoamento
quantidade inferiores às que afirmar
que está atribuida a possuírem ou aparentarem». Do tipo
constante das técnicas de que os
infractores se servem para escapar
competência para «exercer criminal merece ainda referência
à fiscalização aduaneira, parece ser
a necessidade de as mercadorias
o controlo da fronteira contrafeitas serem de natureza
da máxima importância a criação
externa comunitária e de redes de contactos operacionais
diferente ou de qualidade inferior, o
entre, por um lado, as autoridades
do território aduaneiro que exclui as «mercadorias-pirata»
alfandegárias e outras entidades
e algumas mercadorias contrafeitas.
nacional, para fins fiscais, Este diploma prevê também, como
públicas e, por outro, as empresas
e associações empresariais, tendo
económicos e de protecção penas acessórias aplicáveis, que as
em vista a obtenção de informação,
mercadorias apreendidas possam ser
da sociedade». destruidas ou declarada a sua perda a
actualizada, quanto às novas práticas
de contrafacção e pirataria.
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Ao nível comunitário, parece Alimentar e Económica, a Direcção-


imprescindível conseguir ainda maior Geral das Alfandegas e dos Impostos
cooperação entre os Estados membros, Especiais sobre o Consumo, a Guarda
de modo a que as respectivas Nacional Republicana, o Instituto
Alfândegas - que gerem a fronteira Nacional da Propriedade Intelectual,
exterior comum - possam constituir- I.P., a Polícia Judiciária e a Policia de
se como o seu «braço armado» nesta Segurança Pública, com vista também a
batalha. facilitar a cooperação transfronteiriça.

Foi recentemente criado, a nível E, como sempre, tornar-se-á importante


nacional, pela Portaria n.º 882/2010, não perder de vista o tal justo equilíbrio
de 10 de Setembro, um Grupo Anti- de que falámos de início, entre a
Contrafacção, a quem, com competência facilitação do comércio internacional
multidisciplinar, competirá desenvolver e a luta contra este tipo de fraude.
acções conjuntas com vista à prevenção
e à repressão da contrafacção e onde
se congregam seis entidades, entre as
quais a Autoridade para Segurança Rogério M. Fernandes Ferreira

A presente Informação Fiscal destina-se a


ser distribuída entre Clientes e Colegas e a
informação nela contida é prestada de forma
geral e abstracta, não devendo servir de
base para qualquer tomada de decisão sem
assistência profissional qualificada e dirigida ao
caso concreto. O conteúdo desta Informação
Fiscal não pode ser reproduzido, no seu todo ou
em parte, sem a expressa autorização do editor.
Caso deseje obter esclarecimentos adicionais
sobre este assunto contacte arfis@plmj.pt

Lisboa, 29 de Setembro de 2010


25/ 2010

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