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UniRV – UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

FACULDADE DE DIREITO

TÍTULOS DE CRÉDITO
DESMATERIALIZAÇÃO PARA TÍTULOS ELETRÔNICOS

MARCOS ADRIANO CANDIDO DE OLIVEIRA

Monografia apresentada à Faculdade de Direito da


UniRV – Universidade de Rio Verde, como parte
das exigências para obtenção do título de Bacharel
em Direito.
Orientadora: Prof.ª xxxxxxxxxxx

RIO VERDE - GO
2020
RESUMO

O cenário econômico mundial com a crise financeira provocada pelo Sars-COV-2 obriga
diariamente que a população permaneça em casa evitando aglomerações. Para seguir o novo
modelo de negócio trazido pelo vírus, às empresas e instituições bancárias se veem obrigadas
à utilizar cada vez os meios tecnológicos em seus processos. O meio de garantir a circulação
do crédito no mercado é a criação de títulos de crédito dados em garantia à algum negócio. A
legislação exige que os títulos sejam cartulares. Aplicar a cartularidade em meio à tecnologia
pode ser um retrocesso. Desenvolver novos sistemas e meios de créditos implicam em colocar
o principio da cartularidade em prol do desenvolvido e celeridade. Utilizar títulos não
cartulados, exige adequação legislativa a fim se assegurar a idoneidade dos processos como se
físicos fossem. Desmaterializar os títulos de créditos e utilizar de forma eletrônica exige do
poder judiciário legislar sobre o novo. A proposta desse estudo é verificar a possibilidade de
desmaterialização dos títulos e documentos de crédito sob forma eletrônica. Analisar
desvantagens que restrinjam sua aplicação e avaliar a assinatura digital nos documentos
eletrônicos. Por fim, citar às legislações existentes, se houve, sobre o tema.

Palavras – chave: Desmaterialização; Cartularidade; títulos virtuais.


ABSTRACT

The global economic scenario with the financial crisis caused by Sars-COV-2 requires that
the population remains at home on a daily basis avoiding agglomerations. In order to follow
the new business model brought about by the virus, companies and banking institutions are
obliged to increasingly use technological means in their processes. The means of
guaranteeing the circulation of credit in the market is the creation of credit securities given
as collateral to some business. Legislation requires titles to be registered. Applying
cartularity in the midst of technology can be a setback. Developing new systems and means of
credit implies placing the principle of cartularity in favor of the developed and speed. Using
non-cartoned titles requires legislative adjustment in order to ensure the suitability of the
processes as if they were physical. Dematerializing credit titles and using them electronically
requires the judiciary to legislate about the new. The purpose of this study is to verify the
possibility of dematerialization of credit titles and documents in electronic form. Analyze
disadvantages that restrict its application and evaluate the digital signature in electronic
documents. Finally, mention the existing legislation, if any, on the topic.

Keywords: Dematerialization; Cartularity; virtual titles.


INTRODUÇÃO

Traduzir o crédito a alguém, é garantir o direito à um pagamento futuro, conforme no


ensina o doutrinador Fazzio Junior. E, em um cenário econômico desafiador após inúmeros
dias com comércio fechado em quarentena domiciliar para prevenção do coronavírus (SARS-
CoV-2) ou COVID-19, é mais que necessidade para muitos empreendedores brasileiros.
De fundamental importância para a atividade comercial, os títulos de crédito são
utilizados como um meio para transferir valores entre pessoas desde a antiguidade. Porém, foi
durante o final da Idade Média que os títulos de crédito começaram a desempenhar um papel
fundamental nas relações econômicas.
Desde então, os títulos de crédito evoluíram e ficaram mais sofisticados, se
transformando em um verdadeiro mercado – onde os títulos podem ser operados de inúmeras
formas.
Além do comércio, atualmente é possível encontrar títulos de crédito sendo usados
em transações entre empresas, aplicações bancárias e até na captação de recursos dentro do
mercado de capitais.
A morosidade legislativa do nosso país, não permite que as legislações acompanhem
tais evoluções comerciais, que não podem ser impedidas de acontecer por uma falha jurídica.
Desse, modo, é salientar compreender os conceitos e modalidades dos títulos de crédito e
quais são às implicações legais para sua utilização.
E, com a ausência de legislação específica e detalhada sobre os títulos de créditos
eletrônicos e as inúmeras dúvidas e inseguranças jurídicas que sua utilização é fundamental
compreender como o mercado deve seguir com a evolução mantendo suas garantias legais.
A evolução dos Títulos de Crédito, para o meio eletrônico, fez com que surgissem
questionamentos ligados à real adaptação de tal instrumento a nova realidade social, uma vez
que tais estão tradicionalmente ligados a sua materialização em uma cártula de papel. Assim
muitos se perguntaram se o regime jurídico dos Títulos de Crédito era compatível com os
documentos eletrônicos.
É essa questão que o trabalho em construção irá estudar. É sabido, que os títulos de
créditos eletrônicos estão regulados por uma legislação esparsa, e não possuem leis especiais
específicas para sua regulamentação contudo, representam verdadeira inovação nas relações
comerciais, que se desenvolveram em ritmo dinâmico, em virtude da globalização.
1. CONCEITOS E PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITOS

O crédito se traduz como o direito a uma prestação futura. Uma dilação temporal e
boa-fé são referências, observando duas diretrizes: a certeza do direito e a segurança da
informação. (FAZZIO JR. 2010, p.317).
Ramos (2015, p. 440), explica que desde à evolução do homem permitiu que a
espécie não produzisse bens para seu próprio consumo, surgiram às necessidades de trocas e
negociações comerciais. Inicialmente como o escambo, a troca de uma mercadoria por outra,
posteriormente alguns bens foram transformados em moedas, como exemplifica ca o autor, o
sal, metais (prata e ouro) até que foi criada a moeda fiduciária ou papel-moeda. Até que até a
própria moeda não era mais suficiente para atender à demanda do mercado e então foram
criados os títulos de crédito.

Com efeito, o crédito, que consiste, basicamente, num direito a uma


prestação futura que se baseia, fundamentalmente, na confiança (elementos
boa-fé e prazo), surgiu da constante necessidade de viabilizar uma circulação
mais rápida de riqueza do que a obtida pela moeda manual. (RAMOS, 2014,
p.441)

De acordo com Negrão (2010, 24) “os títulos de credito são documentos que se
reportam exclusivamente a relações que envolvam credito e sua disciplina legal provê
instrumentos ágeis de transmissibilidade, de segurança e de cobrança em Juízo”.
Parafraseando Coelho (2000) os títulos de crédito são documentos representativos de
obrigações pecuniárias e não se confundem com a própria obrigação, as se distinguem dela na
exata medida em que a representam.

Graças aos títulos de crédito pode o mundo moderno mobilizar as próprias


riquezas; graças a eles o direito consegue vencer tempo e espaço,
transportando, com a maior facilidade, representados nestes títulos, bem
distantes e materializando, no presente, as possíveis riquezas futuras.
(ASCARELLI, 2009, P.33)

O título de crédito somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei


previsto no Código Civil Brasileiro, artigo 887: “O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha
os requisitos da lei.”
O artigo 889, § 3º, dispõe em seu rol a possibilidade de emissão do título de crédito,
a partir de caracteres criados em computador ou meio equivalente, desde que constem da
escrituração do emitente, respeitados os requisitos mínimos específicos.

Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação


precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§ 1º É à vista o título de crédito que não contenha indicação do vencimento.
§ 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no
título, o domicilio do emitente.
§ 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em
computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do
emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.

FAZZIO JR. (2010, p.318) explica que o título de crédito é um documento, “cártula” como o
autor denomina, este documento precisa mencionar uma ou mais obrigações autônomas e literais,
dando poderes e nomeando o portador do crédito ao exercício do seu direito contra o emissor do título,
“signatários” definição do autor. E, este título estará representando ou substituindo valores com caráter
de executividade para seu cumprimento.
O citado autor, ainda relaciona os requisitos invariáveis e indispensáveis de um título de
crédito (2010, p. 319): “cartularidade; literalidade; e autonomia”.

Cartularidade significa a densificação do direito de crédito no documento. O


direito pode exercitar-se em virtude do documento, ou seja, o documento
torna-se imprescindível à existência do direito nele apontado e necessário
para sua exigibilidade. (FAZZIO JR. 2010, p. 319)

COELHO, (2000. P.447) define o princípio da cartularidade como sendo: “Pelo


princípio da cartularidade, o credor do título de crédito deve provar que se encontra na posse
do documento para exercer o direito nele mencionado”.
Na doutrina jurídica, autores também utilizam com o mesmo sentido de cartularidade
o princípio da incorporação, segundo o qual o direito de crédito materializa-se no próprio
documento, não existindo o direito sem o respectivo título.
Neste sentido, é a lição de COSTA (2008, p. 72): “INCORPORAÇÃO é a
materialização do direito no documento (papel ou cártula), de tal forma que o direito (direito
cartular) não poderá ser exercido sem a exibição do documento”.
Pelo princípio da literalidade se entende que o direito estabelecido pelo título de
crédito é exatamente aquele que está escrito no título. Eunápio Borges, citado por Ricardo
Negrão (2014, p.41) neste sentido explica: “para a expressão da existência, conteúdo,
extensão e modalidades do direito, é decisivo exclusivamente o teor do título”.
“Se disse che il diritto menzionato nel titolo è letterale, perchè esso esiste secondo il
tenore del documento”, explica Cesar Vivante, trauzido e citado por FAZZIO Jr. (2010,
p.319) “O direito emergente do título é o direito tal qual escrito no documento”.
Assim, observa-se que pelo princípio da literalidade só tem validade para o direito
cambiário aquilo que está literalmente escrito no título de crédito.
E, o princípio da autonomia, determina que relações jurídicas cambiais são
autônomas e independentes entre si.
COELHO, (2000, p.449) define o princípio da autonomia como sendo: “... uma das
obrigações cambiais, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica,
documentada em título de crédito, não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo
documento”.

A autonomia é a característica dos títulos de crédito que garante a


independência obrigacional das relações jurídicas subjacentes, simultâneas
ou sobrejacentes à sua criação e circulação e impede que eventual vício em
uma relação se comunique às demais ou invalide a obrigação literal inscrita
na cártula. (NEGRÃO, 2014, p.40)

Exemplificando, nas palavras de FAZZIO Jr. (2010, p.320): “responsabiliza-se o


avalista pela solução do título cambial ainda que nula ou ineficaz a vinculação do emitente,
uma vez que o aval, por ser uma declaração cambiária, é abstrato, formal e autônomo”.
O princípio da autonomia se desdobra em dois outros subprincípios, o da abstração e
o da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé.

Por força da ABSTRAÇÃO as obrigações mantêm-se independentes umas


das outras e, por decorrência da INOPONIBILIDADE das exceções
pessoais, os devedores não podem alegar vícios e defeitos de suas relações
jurídicas contra o portador de boa-fé que não participou do negócio jurídico
do qual resultou a dívida que lhes é exigida. (NEGRÃO, 2014 p.42)

Trata-se da aplicação do princípio contido no Código Civil, art. 916: “As exceções,


fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele
opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé”.
Desse modo, quem alegar má-fé do portador do título de crédito, precisará
demonstrar e defender seus argumentos uma vez que a lei sempre presume à boa-fé do
portador.
2. DESMATERIALIZAÇÃO DOS TITULOS DE CRÉDITOS

É preciso destacar, ensina RAMOS (2014, p.447) “que o princípio da cartularidade


ou incorporação, vem sendo posto em xeque, em virtude do crescente desenvolvimento
tecnológico e da consequente criação de títulos de credito magnéticos, ou seja, que não se
materializam numa cártula”.
O próprio parágrafo terceiro, do artigo 889 do Código Civil, supracitado nesse
trabalho, permite “o título poderá emitido a partir dos caracteres criados em computador ou
meio técnico equivalente...”.
Para DUTRA e LEMOS (2013, p.164) “desmaterialização ou a inexistência da
cártula não descaracteriza o título de crédito
Com a introdução no nosso Direito dos títulos de crédito virtuais questionou-se se
houve mitigação ao princípio da cartularidade, uma vez que não haverá sempre papel a ser
apresentado.
ALVES (2009, p. 36) salienta que o princípio da cartularidade busca impedir a
cobrança indevida dos títulos de crédito, ou seja, evita o pagamento por quem não é seu
titular. No entanto, no caso dos títulos de crédito eletrônico, este princípio vem perdendo o
seu espaço, pois a informação sempre será atualizada sobre o titular do crédito.
Este princípio vem perdendo espaço à cada dia frente ao avanço tecnológico, acerca
do tema Luiz Rosa ensina:

[...] os avanços tecnológicos têm demonstrado a necessidade de se repensar a


doutrina sobre a cartularidade ou a incorporação, como, ocorre, por exemplo,
com os cartões de banco com tarja magnética, que permitem a retirada de
dinheiro da conta-corrente bancária em substituição ao cheque. O mesmo
ocorre com as duplicatas virtuais, correspondentes a registros
eletromagnéticos transmitidos via computador por empresário ao banco, que,
também através do computador, pode processar a cobrança ao devedor.
(ROSA JR, 2006,p.66)

O jurista COELHO (2000, p.460) explica sobre o tema que:

O registro da concessão e circulação do crédito em meio eletrônico tornou


obsoletos os preceitos do direito cambiário intrinsecamente ligados á
condição de documento dos títulos de crédito. Cartularidade, literalidade (em
certa medida), distinção entre atos “em branco” e “em preto” representam
aspectos da disciplina cambial desprovidos de sentido, no ambiente
informatizado.

O autor COSTA (2008, p.91) propõe uma releitura sobre o direito cambial:

Mas é claro que, apesar da importância de tais papéis e de toda a


sistematização feita, nos nossos dias já encontramos situações que refutam e
contradizem a definição clássica de títulos de crédito, com o nascimento do
Direito Comercial Virtual, qual seja o que decorre dos elementos da
cibernética, considerada esta, como aquela que tem por objeto vários
estudos, entre eles a programação das máquinas de computação eletrônica,
os sistemas automáticos de controle, a teoria da informação, o
processamento de dados e outros elementos. Com isso, verificamos, por
exemplo, que a assinatura do próprio punho do obrigado vem sendo
gradualmente substituída. Hoje, não há mais necessidade de um cheque,
devidamente preenchido e assinado, para sacar dinheiro em Banco.

NEGRÃO (2014, p.47/48), também manifesta do mesmo sentido:

Embora se reconheçam os avanços tecnológicos e legislativos neste


particular aspecto do Direito Empresarial, contribuindo para a celeridade dos
negócios realizados por meio eletrônico, há passos a serem dados para a
plena conquista da segurança jurídica na emissão e circulação de títulos de
crédito por meio desmaterializado.
Medidas que conduzem à plena adoção e aceitação no meio jurídico, em
especial nos meios forenses, dos títulos virtuais podem ser estudadas em
quatro categorias: segurança de dados, assinaturas digitais, prova da
operação e efeitos jurídicos.

Podemos citar como exemplo de título eletrônico as duplicatas, que já são emitidas
por meio eletrônico ou magnético, proporcionado maior comodidade tanto para o vendedor
quanto ao comprador.
Em síntese AZEVEDO (2008) define a duplicata virtual como aquela que não existe
fisicamente, e que somente os dados que são referentes a ela é que poderão ser utilizados para
cobrança efetuada através de cobrança bancária e por boletos bancários. Pelo fato de se tratar
de uma duplicata que não existe fisicamente, o seu protesto é uma questão que gera dúvidas.
As duplicadas digitais permitem que o vendedor transmite por meio magnético
ordem ao banco para cobrança do sacado. De posse das informações enviadas, o banco gera
um documento chamado de boleto bancário, onde constam as informações necessárias a
respeito do título. O boleto é enviado ao devedor que de posse do documento dirige-se ao
banco e efetua o pagamento na data do vencimento.
Observa-se que em nenhum momento chegou a se materializar a duplicata. Caso o
devedor não faça o pagamento, caberá ao banco por meio magnético encaminhar a ordem de
protesto ao cartório, que realizará o protesto por indicações, dispensada a apresentação física
da duplicata.
O título pode ser cobrado ou até mesmo protestado por meio eletrônico, sem a
necessidade de materializá-lo. É o que prevê a Lei 9.492/97, no artigo 8º, parágrafo único:

Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e


entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os
critérios de quantidade e qualidade.
Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das
Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de
gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do
apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera
instrumentalização das mesmas.

A tecnologia proporciona segurança e celeridade, fazendo com que a economia possa


crescer com mais rapidez, através das transações cambiais de maneira eletrônica.
Atualmente, o Brasil já possui regulamentação legal da matéria: trata-se da Medida
Provisória 2.200-1, de 27 de julho de 2001, a qual instituiu a Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e que dispôs:

Art. 1º. Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira ICP-


Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de
documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações
habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de
transações eletrônicas seguras".

Em consonância com esse processo de desmaterialização dos títulos de crédito,


foram editados os Enunciados 461 da Jornada de Direito Civil do CJF, que possuem a
seguinte redação, respectivamente:

Enunciado 461. As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por


indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição
pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de
entrega das mercadorias ou de prestação dos serviços.

No mesmo sentido, decidiu o STJ pela validade da chamada duplicata virtual:

Embargos de divergência em recurso especial. Divergência demonstrada.


Execução de título extrajudicial. Duplicata virtual. Protesto por indicação.
Boleto bancário acompanhado do instrumento de protesto, das notas fiscais e
respectivos comprovantes de entrega das mercadorias. Executividade
reconhecida.
1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam
solução jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata
virtual, com base em boleto bancário, acompanhado do instrumento de
protesto por indicação e das notas fiscais e respectivos comprovantes de
entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos embargos de
divergência.
2. Embora a norma do art. 13, § 1. ~ da Lei 5.474/1968 permita o protesto
por indicação nas hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada
para aceite, o alcance desse dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-
se também com o instituto da duplicata virtual, conforme previsão constante
dos arts. 8. o e 22 da Lei 9.492/1997.
3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de
gravação eletrônica de dados encontra amparo no art. 8.º parágrafo único, da
Lei 9.492/1997. O art. 22 do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a
transcrição literal do título quando o Tabelião de Protesto mantém em
arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica
do título ou documento da dívida.
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual,
deve-se considerar que o que o art. 13, § 1. o, da Lei 5.474/1968 admite,
essencialmente, é o protesto da duplicata com dispensa de sua apresentação
física, mediante simples indicação de seus elementos ao cartório de protesto.
Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é admissível não somente o
protesto por indicação na hipótese de retenção do título pelo devedor.
quando encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido
artigo, mas também na de duplicata virtual amparada em documento
suficiente.
5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2. o do art. 15 da Lei
5.474/1968, que cuida de executividade da duplicata não aceita e não
devolvida pelo devedor; isto é, ausente o documento físico, autorizando sua
cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja sido protestada
mediante indicação do credor. esteja acompanhada de documento hábil
comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha
recusado o aceite pelos motivos constantes dos arts. 7ºe 8º da Lei.
6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o
instrumento acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias
comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das
mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação do devedor à
vista do documento de cobrança, ficando atendidas, suficientemente, as
exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas
protestadas por indicação.
7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do
boleto, das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos
comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente
assinados não descuida das garantias devidas ao sacado e ao sacador.
8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos (EREsp 1.024.
691/PR, ReI. Min. Raul Araújo, Segunda Seção, j. 22.08.2012, DJe
29.10.2012).
Enfim, o processo de desmaterialização dos títulos de crédito é uma consequência
natural do desenvolvimento do comércio eletrônico, que exige que repensemos o conceito de
documento, o qual não pode mais ser visto apenas como algo materializado em papel.
O documento eletrônico é uma realidade já consolidada nos dias atuais, e o mercado,
obviamente, foi quem mais rápido se adaptou a ela, criando a assinatura digital, por meio do
sistema de criptografia.

3. IMPACTOS PROCESSUAIS DEVIDO À DESMATERIALIZAÇÃO DOS


TÍTULOS

É sabido que toda e qualquer mudança gera impactos, positivos e negativos à cerca
do tema que está em transformação. E não seria diferente com a desmaterialização dos títulos
de créditos notoriamente presentes na economia do país.
O princípio da cartularidade, acima detalhado, implica na impressão do documento
de forma física e, automaticamente o consumo de folhas e papel. E, implica no maior
consumo de matérias primas sustentáveis, com árvores e água doce em seu processo de
fabricação. Logo, um dos principais pontos positivo, elucidados pelos autores Faria e Alves
(2005) é a preservação ambiental oriunda de práticas sustentáveis.
Ainda, em síntese ao trabalho dos autores acima citados, identificamos como
benefício da desmaterialização dos títulos de crédito, à celeridade nos negócios. A Internet é
responsável pelo aumento nas negociações, nas operações financeiras, em vendas e tudo isso
sem a necessidade de emissão de cártula. Além de que, a atividade de forma virtual dispensa o
contato pessoal entre os envolvidos, permitindo que negócios sejam feitos de qualquer parte
do mundo através de vias eletrônicas.
Entretanto, os meios virtuais ainda exigem atenção e cuidado quando os empresários
optarem pela sua utilização, uma vez que o país ainda é carente de legislação e
regulamentação para assinaturas eletrônicas e, principalmente quanto sigilo e privacidade, o
que pode acarretar a facilitação em fraudes.
Ainda sobre as necessidades e adaptações ocorridas nos processos judiciais frente à
essa desmaterialização dos títulos de créditos, são às oportunidades diante das execuções, dos
protestos e da assinatura digital.
A execução é permitida nos principais títulos através do que prescreve o artigo 585, I
do Código de Processo Civil, uma vez caracterizados títulos executivos extrajudicial.
Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o
documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o
instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
III - os contratos de hipoteca, de penhor, de anticrese e de caução, bem como
de seguro de vida e de acidentes pessoais de que resulte morte ou
incapacidade;
IV - o crédito decorrente de foro, laudêmio, aluguel ou renda de imóvel, bem
como encargo de condomínio desde que comprovado por contrato escrito;
V - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de
tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por
decisão judicial;
Vl - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, Estado, Distrito
Federal, Território e Município, correspondente aos créditos inscritos na
forma da lei;
Vll - todos os demais títulos, a que, por disposição expressa, a lei atribuir
força executiva.
§ 1º - A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título
executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2º - Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para
serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país
estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos
requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar
o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.

No caso da execução eletrônica, através de peticionamento eletrônico, deve-se


verificar como se comporta a remessa do documento ao processo. Isto porque, o título de
crédito deve estar anexado ao requerimento inicial, uma vez que é um dos requisitos
essenciais à propositura da ação, conforme estabelece o artigo 283 do código Civil (apud
FARIA; ALVES, 2005, p.316) “A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis á propositura da ação”.
A Lei no 11.419/06, que se refere aos atos processuais por meios eletrônicos, prevê
que:

Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos


eletrônicos com garantia da origem e de seu signatário, na forma
estabelecida nesta Lei, serão considerados originais para todos os efeitos
legais.

Ressalta-se, também, que no artigo 13 da referida lei está previsto que: “O


magistrado poderá determinar que sejam realizados por meio eletrônico a exibição e o envio
de dados e de documentos necessários à instrução do processo”. Considerando cadastro
público os que incluem informações indispensáveis ao exercício da função judicante, tanto
aqueles existentes ou que possam ser criados.
COSTA assevera de forma crítica que o protesto:

“é ato formal porque atende a certas formalidades legais, mas não é solene,
pois nenhum ritual ou cerimônia é necessária para sua existência. O conceito
legal é defeituoso e seguiu algumas opiniões doutrinárias, que assim
afirmam sem qualquer rigor científico” (COSTA, 2008, p. 210).

Pontes de Miranda assevera que “o protesto era, e é, o ato formal, pelo qual se
salvaguardam os direitos cambiários, solenemente feito perante oficial público” (2001, p.
499).
Sobre a legislação do protesto, ROSA JR. resume com presteza:

O protesto é disciplinado basicamente pelos arts. 44 a 46 da LUG, com as


reservas dos arts. 9º e 10º do Anexo II. A LUG silencia sobre o
procedimento do protesto e, assim, a forma e os prazos do protesto, bem
como a forma dos outros atos necessários ao exercício ou à conservação dos
direitos em matéria de letras e notas promissórias, devem ser regulados pela
lei do país em cujo território se deva efetivar o protesto (2006, p. 387).

A Lei nº 9.492/1997, que define competência, regulamenta os serviços concernentes


ao protesto de títulos e outros documentos, permite o protesto de títulos eletrônicos:

Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e


entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os
critérios de quantidade e qualidade.
§ 1º Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas
Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação
eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os
dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera
instrumentalização das mesmas. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
nº 13.775, de 2018)
§ 2º Os títulos e documentos de dívida mantidos sob a forma escritural nos
sistemas eletrônicos de escrituração ou nos depósitos centralizados de que
trata a Lei nº 12.810, de 15 de maio de 2013, poderão ser recepcionados para
protesto por extrato, desde que atestado por seu emitente, sob as penas da lei,
que as informações conferem com o que consta na origem.

Deste modo, não existe restrições quanto ao título ser eletrônico ou cartular, pois é
direito do credor provar que tentou receber seu crédito sem o sucesso esperado, uma vez que
para isso houve recusa ou omissão relativa à verificação do aceite ou do pagamento.
Por fim, para seguir com a utilização de títulos virtuais, através de meios eletrônicos
é obrigatório que os envolvidos tenham implementado às assinaturas digitais. A definição de
assinatura digital é dada pelo art. 2º, da Lei Modelo sobre Assinatura Eletrônicas da Comissão
das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional – Uncitral, versão de 2001:

"Por assinatura eletrônica se entenderão os dados em forma eletrônica


consignados em ma mensagem de dados, ou incluídos ou logicamente
associados ao mesmo, que possam ser utilizados para identificar que o
signatário aprova a informação reconhecida na mensagem de dados."

Neste sentido, apoiando nas palavras de REGIS QUEIRÓZ, em "DIREITO E


INTERNET – ASPECTOS JURÍDICOS RELEVANTES", temos:

“...o uso e o controle da chave privada devem ser de exclusividade do


proprietário, permitindo a individualização da autoria da assinatura (função
declarativa); a autenticidade da chave privada deve ser passível de
verificação, a fim de ligar o documento ao seu autor (autenticação, ligada à
função declaratória); a assinatura deve estar relacionada ao documento de tal
maneira que seja impossível a desvinculação ou adulteração do conteúdo do
documento, sem que tal operação seja perceptível, invalidando
automaticamente a assinatura (função probatória). Todos esses requisitos são
preenchidos pela tecnologia da criptografia de chave pública, que é
empregada nas assinaturas digitais"

ÓPICE BLUM et al, (2001) ressalta, ainda, que:

A Assinatura Digital, por chaves públicas, oferece um elevado nível de


segurança, proporcionando uma presunção muito forte de que o documento
onde se encontra foi criado pela pessoa que é dele titular e, assim, satisfaz o
objetivo do legislador na exigência de assinatura para atribuição de valor
probatório aos documentos escritos.

Dessa forma, havendo a assinatura digital no documento eletrônico, não há dúvidas


de que, cumprido na forma devida, através de certificação digital, não há motivos para falar
em inadequação da aposição da assinatura eletrônica em títulos de crédito e outros
documentos eletrônicos.

4. PANDEMIA COVID-19 E A RELAÇÃO COM TÍTULOS DE CRÉDITO

Com o aumento do número de casos confirmados do Sars-COV-2 (Covid-19 -


coronavírus) no Brasil, houve mudança no dia a dia de muito consumidores, especialmente
porque a orientação é para que todos fiquem em suas casas, evitando a proliferação do vírus e
o contágio comunitário. Com isso, muitas atividades que faziam parte da rotina, com ir a
bancos, foram alteradas.
Com o afastamento social obrigatório, atividades presenciais estão sendo substituídas
por relacionamentos e processos virtuais. Por isso, e com o intuito de evitar aglomerações nos
cartórios, recorrer aos serviços eletrônicos destas unidades acaba sendo a melhor opção.
O estudo demonstrou à importância dos títulos de créditos frente à administração de
um negócio. E, em tempos de crise econômica a busca por recursos ou a garantia dos direitos
adquiridos ao portador desses títulos é iminente ao empreendedor brasileiro.
Nas hipóteses de caso fortuito e de força maior, ou seja, se sobrevier uma situação
imprevisível, tal como aconteceu no caso da pandemia da Covid-19, existem regras para as
obrigações em geral, que se aplicam aos títulos de crédito, havendo o afastamento dos
prejuízos da mora, entre eles os juros, multas e perdas e danos.
É o que prevê o art. 393 do Código Civil de 2002: “O devedor não responde pelos
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles
responsabilizado”.
Assim, objetivamente, é possível protestar títulos durante a pandemia. Ainda que
exista discussão quanto à mora, juros, indenizações, o valor principal é indiscutível, dado que
a operação já foi realizada.
Para garantir à continuidade desses direitos, os cartórios de protestos e o setor
jurídico, reinventaram seus processos e como aliados da saúde financeira de empresas e
negócios – ao mesmo tempo em que colaboram com a manutenção da saúde física da
população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo foram citados os três princípios do regime jurídico disciplinador dos
títulos de crédito: cartularidade, literalidade e autonomia. E, o novo conceito de
desmaterialização dos títulos de crédito diante do avanço tecnológico.
Os avanços oriundos da evolução da sociedade e a celeridade exigida nas relações
comerciais diante do cenário econômico do país assim como, as adaptações provocadas pela
necessidade do afastamento social devido à prevenção ao Sars-Covid-19, estão fazendo com
os títulos em meios físicos fiquem cada vez mais escassos, cedendo lugar para os títulos
eletrônicos.
A lógica dos títulos de crédito está assentada em duas finalidades: a) promover e
facilitar a circulação de créditos e de seus respectivos valores; e b) propiciar segurança à
circulação de valores. Assim, pouco importa a forma que este deve ter se material ou virtual.
Um dos benefícios dos títulos de crédito virtuais é a agilidade nas transações e a
diminuição das distâncias entre as partes da relação obrigacional. Além disso, o não uso do
papel representa uma economia não só em dinheiro, mas em beneficio para o meio ambiente.
Ao termino deste estudo pode-se afirmar que ele atingiu aos objetivos a que se
propôs, tendo em vista que atingiu o objetivo geral, uma vez que o processo de
Desmaterialização dos Títulos de Crédito está passando por mudanças nas regras jurídicas
para regular a nova realidade, pois, na forma física estão perdendo o seu espaço no mercado
financeiro, com o surgimento de meios eletrônicos.
E, embora o estudo proposto, demostrou que o legislativo está em desenvolvimento
para acompanhar às mudanças do mundo, ainda não existe ordenamento adequado e
apropriado para gerir todas as relações comerciais de modo eletrônico.

LISTA DE REFERÊNCIAS

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Define competência, regulamenta os serviços concernentes ao protesto de títulos e outros
documentos de dívida e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9492.htm. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

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BRASIL. Lei º 11.419, de 19 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a informatização do


processo judicial; altera a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil;
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