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UNIVERSIDADE DE RIO VERDE (UniRV)

PÓS GRADUAÇÃO Lato sensu ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL


EM NASF – NÚCLEO AMPLIADO DA SAÚDE DA FAMÍLIA

SILVANA NUNES

DISTRIBUIÇÃO DE INSULINA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE

RIO VERDE – GOIÁS


2018

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 03

2. DESENVOLVIMENTO........................................................................... 04

3. CONCLUSÃO........................................................................................... 07

4. REFERÊNCIAS........................................................................................ 08
1. INTRODUÇÃO

A diabetes foi identificada a mais de 2 mil anos, inicialmente através da


urina onde foi observado que diabéticos apresentam maior volume de urina em 1776
pelo estudioso Mathew Dobson, de Manchester, na Inglaterra, que relatou a
excreção de açúcar na urina dos diabéticos.
Entre 1830 e 1880 após estudos realizados, o pâncreas em pessoas
diabéticas apresentava certa atrofia e a presença de cálculos nos seus ductos. Os
experimentos de Von Mering e Minkowski, em 1889, foram marcos na história do
diabetes. E posterior a estas descobertas os esforços foram voltados para o estudo do
pâncreas e ao hormônio produzido por este órgão – insulina.
Com a descoberta da insulina, esta doença até então mortal para o
indivíduo com deficiência absoluta ou parcial deste hormônio, pode ser controlada
se ministrada corretada as doses da substância.
Inúmeros medicamentos surgiram após 1945 com a função antidiabética,
que ministrados via oral e podem promover uma resistência à ação da insulina. E,
recentes estudos comprovam que o controle da diabetes é uma importante fonte para
redução e evolução desta doença.
Ressaltando que além de medicações adequadas para o tratamento de
diabetes, para o paciente com esta doença é fundamental uma alimentação adequada
e especifica, com a pratica de exercícios físicos e acompanhamento constante do
profissional médico.
Espera-se para um futuro próximo, tratamentos ainda mais precisos e
métodos alternativos com uso de insulina assim como transplantes de pâncreas com
menores taxas de rejeição e até mesmo um pâncreas artificial com infusão
automática de insulina.
2. DESENVOLVIMENTO

Identificada e estudada a muitos anos, a diabete não deixou ser um perigo ao


ser humano se não identificada e tratada adequadamente. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS) a diabetes se ignorada ou tratada incorretamente pode
apresentar complicações micro e macro vasculares.
A diabetes mellitus definida em 1997 pela Associação Americana de Diabetes
– A.D.A - descreve uma desordem metabólica de etiologia múltipla, que é caracterizada
por uma hiperglicemia crônica com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono,
lipídios e proteínas, resultantes de deficiências na secreção ou ação da insulina, ou de
ambas.
Hoje, a DM – diabetes mellitus – é um dos principais problemas da saúde
pública brasileira que, poderá atingir até 552 milhões de pessoas até 2030. E, por ser
uma doença crônica assim que identificada deve ser tratada e o paciente ter acessos à
medicamentos insulina conforme o tipo de diabetes e o tratamento necessário.
A DM foi classificadas em quatro tipos, sendo tipo 1 Diabetes Mellitus
insulino-dependente que é o distúrbio metabólico mais frequente na infância e na
adolescência onde o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, o que exige a
aplicação de injeções diárias de insulina. A Tipo 2 Diabetes Mellitus não insulino-
dependente, acomete pessoas acima de 40 anos e as células são resistentes a ação da
insulina.
Para o Ministério da Saúde:

O diabetes tipo 1 resulta primariamente da destruição das células beta


pancreáticas e tem tendência à cetoacidose. Esse tipo ocorre em cerca de 5 a
10% dos diabéticos. Inclui casos decorrentes de doença autoimune e aqueles
nos quais a causa da destruição das células beta não é conhecida, dividindo-
se em: imunomediado e idiopático (BRASIL, 2001, p. 14).

Ainda, seguindo os estudos do Ministério da Saúde:

O diabetes tipo 2 resulta, em geral, de graus variáveis de resistência à


insulina e deficiência relativa de secreção de insulina. O diabetes mellitus
tipo 2 é, hoje, considerado parte da chamada síndrome plurimetabólica ou de
resistência à insulina e ocorre em 90% dos pacientes diabéticos (BRASIL,
2011, p. 15).

Também existem a DM gestacional que ocorre durante à gravidez e, a principal


causa é o aumento de peso excessivo da mãe. E por fim os diabetes associados a outras
patologias como as pancreatites alcoólicas ou utilização de certos medicamentos.

A doença gera grande impacto economico para os sistemas de saúde e a


sociedade, devido ao tratamento e às complicações desencadeadas, como a
doença cardiovascular, diálise por insufiência renal crônica e cirurgias para
amputações de membros inferiores. Tudo pode ser evitado ou minorado com
o diagnóstico precoce, tratamento oportuno e adequado e educação para
autocuidado (BRASIL, 2010ª, p. 20).

Os principais sintomas da DM são sede intensa, urina em excesso e coceiras


pelo corpo. Na presença destes sintomas e se existirem familiares com a doença é
fundamental realizar o exame de glicemia em jejum para verificar a taxa de açúcar no
sangue. E, posteriormente a visita ao médico para confirmar o diagnóstico e o
tratamento adequado.
O tratamento adequado ministrado de forma correta irá manter um equilíbrio
metabólico, diminuindo as internações por complicações agudas e crônicas. E, o
tratamento para DM é administrar a insulina, plano alimentar balanceado e a prática de
atividades físicas.
O objetivo do tratamento intensivo visa manter os níveis glicêmicos próximos
da normalidade (pré-prandiais: entre 70-120 mg/dl, 2hrs pósprandiais: 100-140 mg/dl
(até 160mg/dl) e o bom controle metabólico, com metas de hemoglobina glicada A1c de
até 1% acima do valor máximo de referência do laboratório (ICD: 4,0 a 6,0%, HPLC,
Bio-Rad Variant II). No ICD, recomenda-se manter os níveis de A1c e glicemias pré e
pós-prandiais de acordo com a faixa etária: de maneira geral adultos e adolescentes (>12
anos) devem manter A1c < 7,0% e crianças < 12 anos)<7,5%.
A Lei Federal 11.347, que vigora desde setembro de 2007, dispõe sobre a
distribuição de medicamentos e insumos necessários para aplicação de insulina e
monitorização de glicemia para indivíduos com diabetes inscritos em Programa de
Educação em Diabetes. Onde, Secretaria Municipal de Saúde desses municípios, é
responsável pelo fornecimento das insulinas humanas (NPH e Regular), tiras reagentes e
glicosímetro (aparelho para medição da glicemia capilar).
Para ser atendido, o portador de diabetes deve se inscrever em algum programa
de educação voltada para o diabético. Na prática, a pessoa precisa ir ao posto de saúde
mais próximo de sua residência e se cadastrar como paciente de diabetes do SUS ou do
Sistema de Informação em Hipertensão e Diabetes (Hiperdia). Ainda no posto de saúde,
o portador de diabetes deve pedir os medicamentos necessários para o tratamento, sem
se esquecer de apresentar a receita assinada pelo médico responsável pelo tratamento.
Os medicamentos estratégicos são fornecidos pelo Ministério da Saúde, de
acordo com a Portaria no 176/99 GM/MS14. O envio desses medicamentos segue uma
programação anual, elaborada pelo Ministério da Saúde em conjunto com técnicos da
Sub-Gerência de Assistência Farmacêutica, Gerência de Vigilância Epidemiológica e
Gerência de Suprimentos, contemplando os programas prioritários definidos na Política
Nacional de Medicamentos.
Os medicamentos para tratamento de DM são distribuídos diretamente pelo
Ministério da Saúde aos municípios, sem participação da Assistência Farmacêutica
Estadual, conforme a Portaria no 371/02 GM/MS16.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 229 municípios goianos
aderiram ao Programa. A Sub-Gerência de Assistência Farmacêutica é responsável pela
programação e autorização de distribuição da Insulina NPH para as ARS, que
encaminham aos 246 municípios.
Os pacientes incluídos nos protocolos para aquisição de medicamentos e
insulina para tratamento de DM deverão realizar uma avaliação semestral do protocolo
para manter a dispensação da medicação, sendo necessário relatório médico
confirmando a utilização eficaz e a segurança no uso da insulina prescrita, apresentar
resultados de hemoglobina glicada A1c trimestralmente e receita médica atualizada em
duas vias.
E, se o indivíduo apresentar má adesão ao tratamento, sem acompanhamento e
atendimento especializado em DM podem ser excluídos do programa de distribuição de
insulina pelo sistema único de saúde – SUS.
3. CONCLUSÃO

O presente estudo permite identificar à simplicidade de uma doença que


permeia a humanidade à várias décadas, que apesar de sua rápida identificação e
monitoramento parcialmente singelo não pode nos enganar ou ser tratada com
insignificância.
Embora à medicina vem evoluindo diariamente desde a descoberta da DM,
tanto para descoberta, sintomas, acompanhamento e tratamento é fundamental para o
paciente ´portador desta doença manter-se atento e devidamente medicado.
E, por possuir consequências severas e em alguns casos irreversíveis é que
nosso Sistema Único de Saúde – SUS – oferece tratamentos e medicamentos gratuitos à
população, como meio de controle e redução das taxas de mortalidade.
O financiamento do programa de fornecimento de medicação e tratamento tem
alto custo para a saúde no Brasil e, portanto, é fundamental que o paciente que está
inscrito nestes programas tenha atenção às consultas e acompanhamentos, assim como
siga as prescrições médicas na sua rotina alimentar e de exercícios físicos.
Trabalhar a consciência da população, através de um programa educativo é a
principal oportunidade para controle da diabetes. As mudanças do cotidiano e da rotina
do trabalhador brasileiro, com sedentarismo, alimentos processados, congelados ou pré-
cozidos, assim como pouco tempo de sono e descanso são responsáveis pelo aumento da
população diabética.
Dessa maneira, agindo com medicamentos, acompanhamento médico,
alimentação adequada e prática de exercícios físicos concomitantemente mostram-se
eficazes para a melhoria no prognóstico.

4. REFERÊNCIAS

AZEVEDO, M. I. ; GROSS, J. L. Aspectos especiais da dieta no tratamento do


diabetes mellitus. Rev. Assoc. Méd Bras. v. 34, p.181-186, jul./set. 1990.

BALDA, C. A. ; PACHECO-SILVA A. Aspectos imunológicos do diabetes melito


tipo 1. Rev. Assoc. Méd. Bras. v. 45 n. 2 São Paulo, abr./jun. 1999.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de


reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus: hipertensão
arterial e diabetes mellitus / Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2001:104p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para


reorganização do modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde, 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério de Saúde, 2006, 64p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Gestão estratégia e participativa.


Painel de indicadores do SUS nº 7: Paronamico VIII. Brasilia: Ministério da Saúde,
2010 a. Disponível em:
http\\portal.saude.gov.br\portal\arquivos\pdf\painel_de_indicadores_7_final.pdf. Acesso
em: 29 de outubro de 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Subsecretaria de


Planejamento e Orçamento. Sistema de Planjemanento do SUS: Uma construção
coletiva: Plano Nacional de Saúde (PNS). Brasilia: Ministério da Saúde, 2010 b.

GOIAS. Secretária do Estado de Goiás. Política de assistência farmacêutica


integrada para Goiás. Brasília : Organização Pan-Americana da Saúde, 2006. 50 p.

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