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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA

DE RIO VERDE – GOIAS

Maura da Silvam Marta da Silva, menor impúbere,

neste ato representado por sua mãe solteira, inscrita no CPF sob número

123.456.789-00, RG nº 12345 SSP-GO, nascida em 13/06/1988, autônoma,

residente e domiciliada a Rua das Dores, nª 750, Bairro Céu Azul, Rio

Verde – GO. Neste ato, devidamente representada pelo seu advogado e

procurador Marcos Adriano Candido de Oliveira, inscrito na OAB sobº

59.445, com escritório profissional junto à Rua U5, QD.17, LT 1, ST.

Universitário, endereço eletrônico marcos88798862@gmail.com, telefone

(64) 9.9623-0331, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,

com fundamento nos artigos 227, § 6º da Constituição Federal e, 1.606 do

Código Civil, ajuizar:

AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE


C/C COM RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL

Em face de Sr. Adolfo Sobral, comerciante, residente à Rua dos

Buritis, nº 300, Parque Dom Miguel, Rio Verde – Goiás, inscrito no CPF nº
000.222.666-88 e RG nº 65388 SSP – GO, com base nos fatos e

fundamentos a seguir aduzidos:

PRELIMINARMENTE

O requerido e a genitora tiveram um relacionamento amoroso, de curto

prazo, no ano de 2018, desse enlace nasceu a autora, que se encontra com 7

meses de vida.

O pai, porém, sempre negou a paternidade.

Alegando ter sido um envolvimento rápido, sem qualquer compromisso

sério com a genitora e mesmo com incontáveis pedidos de realização do

teste de paternidade de DNA, o requerido se nega ao reconhecimento de

paternidade e realização do teste. Diante do ocorrido, não houve alternativa

à autora senão provocar o poder judiciário para que preste a tutela

jurisdicional a esse caso.

DO DIREITO

De acordo com o disposto no artigo 27 do Estatuto da Criança e do

Adolescente:

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é


direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo
de Justiça.

Tal artigo consubstancia a pretensão da autora em face de Adolfo, visto

que se trata de direito indisponível e imprescritível o reconhecimento de

paternidade.
A investigação de paternidade também está prevista na lei 8.560 de 1992,

que dispõe em seu artigo 2º-A, “caput” e parágrafo único:

Art. 2º A. Na ação de investigação de paternidade,


todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao
exame de código genético – DNA gerará a presunção
da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o
contexto probatório.

Faz-se necessária o reconhecimento de paternidade para que a criança

tenha condições de requerer seus direitos necessários para um

desenvolvimento saudável.

O direito de ver reconhecida filiação biológica é albergado sem restrições

pelo ordenamento jurídico brasileiro, tratando-se de direito indisponível.

A Constituição Federal, dispõe no artigo 227, § 6º:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los
a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação
dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.

O artigo 1.606 do Código Civil, trata da imprescritibilidade da ação de

reconhecimento de filiação:
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao
filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele
morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os
herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto
o processo.

Acerca da aplicação destes artigos no âmbito das ações de investigação de

paternidade, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça editou no dia

22/11/2004 a súmula 301, cujo teor é o seguinte:

SÚMULA N. 301. Em ação investigatória, a recusa do


suposto pai a submeter-se ao exame de. DNA induz
presunção juris tantum de paternidade.

Após o devido reconhecimento da paternidade pleiteada, requer a

retificação do registro civil do menor, para inclusão do nome do seu

genitor, conforme direito insculpido na Lei nº 6.015 de 31/12/1973, que em

seus artigos 109 e seguintes, abre a possibilidade de retificação dos

registros:

Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou


retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em
petição fundamentada e instruída com documentos ou
com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene,
ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados,
no prazo de cinco dias, que correrá em cartório.
(Renumerado do art. 110 pela Lei nº 6.216, de 1975).

Afinal, trata-se de direito à retificação consubstanciada no reconhecimento

de verdadeira filiação biológica.

DOS PEDIDOS
Por todo exposto, requer:

1) A citação do réu para responder a presente ação, caso queira, sob


pena de sofrer os efeitos da revelia;

2) A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


pericial para fins que seja reconhecida formalmente a paternidade por
meio de teste de DNA, às expensas do Poder Público, em relação ao
qual as partes deverão ser intimadas para comparecimento, na data e
horário designados;

3) A procedência do pedido de investigação de paternidade, para


declarar que o réu é pai da autora e, em consequência determinar a
alteração de seu registro civil com a inclusão do nome do pai e dos avós
paternos.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais.

Nestes termos pede deferimento.

Rio Verde, 04 abril de 2019.

Marcos Adriano Candido de Oliveira


OAB sobº 59.445

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