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Fundada em 1883

MERCADO DE
COMMODITIES AGRÍCOLAS

Prof. Volnei Krause Kohls


vkkohls@hotmail.com
UFPel/FAEM/DCSA
Tipos de Mercados
Tempo presente:
 Mercados Físicos – spot (instantâneo, imediato),
disponíveis, cash.

Horizonte futuro:
 À Termo;
 Mercado Futuro: Hedge e Opções.
Mercado à termo
 Ex: compra de soja antecipada por indústrias desse
segmento, onde na hora do plantio o agricultor pode
vender sua safra para a indústria processadora por
preços fixos e com pagamento antecipado. Neste caso,
o agricultor pode resolver um problema de crédito,
utilizando o valor recebido pela negociação para
custear a lavoura.
 Apesar dos inconvenientes, esse mecanismo tem sido
bastante usado por indústrias e cooperativas para
compras de commodities como milho, soja, café e boi,
buscando a minimização de riscos de preços e
recebimento de insumos.
Mercado à termo
 O grande problema desse mecanismo é o risco de não
cumprimento do contrato por uma ou ambas as partes.
Mesmo o contrato tratando de obrigações entre as
partes, isso não as impede de agirem com atitudes
oportunistas.
 Esta questão é bastante estudada na definição da
estrutura de governança das cadeias produtivas, no
campo teórico da Economia dos Custos de Transação
(ECT). No caso específico da atitude oportunista dos
agentes econômicos, esta vai depender de questões
éticas, da reputação e da existência de mecanismos de
punição previstos nos contratos.
Bolsas de Futuro
 São locais para onde convergem as forças
de mercado que atuam em uma commodity,
de forma que a determinação do seu preço
futuro deve refletir o consenso das
expectativas entre seus participantes.
 Um dos maiores desafios desse mercado,
refere-se à capacidade dos agentes de se
antecipar na previsão desses preços.
Objetivos dos Mercados Futuros Agropecuários

 Diminuir ou atenuar as oscilações de preços


decorrentes da sazonalidade, crises, intempéries;
 Atrair capital de risco;
 Garantir um preço que remunere minimamente a
atividade, pois negociam-se basicamente
incertezas em relação ao futuro;
 Pode ser considerado uma espécie de seguro
agrícola;
 Dificilmente haverá ou se consumará a entrega
física do produto.
O que é um mercado futuro ?

mercado onde são transacionados


contratos padronizados (soja, milho, boi,
etc.) com um preço determinado em
pregão (forças de oferta e demanda) para
“entrega” numa determinada data.
Mercado Futuro
 Hedge – operação de “travamento” de preço
para uma data futura, em uma Bolsa de
Mercadorias e Futuro. A questão central neste
tipo de operação, são os “ajustes diários”.
 Os contratos futuros especificam apenas o
período para entrega, o lugar, lotes padrão e o
objeto transacionado, sendo este mercado
restrito somente a commodities com contratos
padronizados, registrados nas respectivas
bolsas de mercadoria e futuro.
Mercado Futuro
 Opções – Uma opção é definida como um
contrato obrigatório e legal que dá ao seu
comprador o direito (mas não a obrigação) de
comprar ou vender uma commodity em
condições específicas numa Bolsa, mediante
o pagamento de um prêmio.
 A decisão do comprador (da opção) de
exercê-la é um direito, e apenas o vendedor
da opção é obrigado a desempenhá-la.
Riscos envolvidos no Agronegócio

 Riscos associados à produção: clima, pragas,


doenças, fornecedores, etc;
 Riscos associados à gestão: financeira, gestão do
negócio, recursos físicos, recursos humanos, etc.
 Riscos associados à compra dos insumos: no ato
da compra, os preços podem estar elevados
comprometerem a margem de lucro;
 Riscos associados à comercialização: no ato da
venda dos seus produtos, os preços podem estar
muito baixos, comprometendo a margem de lucro.
Impacto do risco de preços sobre a atuação de alguns
setores da produção

 Um sojicultor está sujeito ao risco de queda


de preços quando da comercialização de sua
mercadoria. Isso porque ele pretende vendê-la
por preço que remunere seus custos de
produção e ainda lhe proporcione algum lucro.
Porém, se os preços da soja recuarem, sua
receita poderá não ser suficiente para cobrir
seus custos.
Impacto do risco de preços sobre a atuação de alguns
setores da produção

 O processador de soja sabe que os preços de


venda do óleo e do farelo não reagem com
facilidade, pode deparar-se, no momento de
adquirir a soja, com eventual disparada de
preço do grão, comprometendo sua margem
de lucro, portanto incorre no risco de alta da
commodity.
Impacto do risco de preços sobre a atuação de alguns
setores da produção

 A empresa exportadora, que compra soja na


origem, celebrando contratos antecipados com
o produtor por preço fixo e os vendendo ao
importador pelo preço do dia de embarque (em
data futura) da mercadoria, pode ter de pagar
ao produtor preço mais alto do que o que
receberá na exportação, caso o preço de
mercado do grão venha a reduzir-se quando da
exportação – risco de queda.
Impacto do risco de preços sobre a atuação de alguns
setores da produção

 A empresa exportadora, que contratou a


exportação de soja à preço fixo pode ter de
pagar ao produtor preço mais alto do que o
que receberá na exportação, dessa forma,
incorre em risco de alta da mercadoria.
Impacto do risco de preços sobre a atuação de
alguns setores da produção

 A indústria de insumos realiza operação de troca


com o produtor, oferecendo-lhe insumos contra o
recebimento futuro de soja ou milho. Na época de
entrega da commodity pelo produtor, para efeito da
liquidação de sua operação de troca com a indústria,
o valor entregue pode ter se depreciado, resultando
em montante inferior ao valor corrente dos insumos
adiantados pela indústria – risco de queda.
Riscos dos Agentes no Setor Agropecuário

 Quem corre riscos? Quais agentes?


 Comprador (Custo de aquisição)
 Torrefador (Café)
 Indústria Alimentícia (Açúcar)
 Distribuidora (Etanol)
 Indústria de Ração (Milho e Soja)
 Fiações (Algodão)
 Frigoríficos (Boi Gordo)

 Vendedor (Preço de venda – lucratividade)


 Pecuarista, Confinador (Boi Gordo)
 Usina (Açúcar e Etanol)
 Produtores (Café, Soja, Milho e Algodão)
Análise do mercado
 Duas escolas de pensamento, quanto à forma de
analisar o mercado de commodities agrícolas,
para a prospecção dos níveis de preços:
 Abordagem fundamentalista e
 Abordagem técnica ou grafista.
 A grande maioria dos traders e analistas de
mercado usam as duas abordagens, procurando
dosar ou ponderar o momento adequado do uso
de cada uma.
Abordagem fundamentalista
 Baseia-se na premissa de que o preço de uma
commodity representa o ponto de equilíbrio
entre sua oferta e procura na época
considerada;

 Os traders fundamentalistas, ao analisarem


fatores econômicos que agem sobre o mercado,
possuem uma visão mais abrangente, de longo
prazo, baseada em uma série de indicadores que
fazem parte da análise de oferta e demanda –
cenários macroeconômicos.
Oferta e Demanda
 Oferta – a oferta será composta pela produção
prevista em determinada safra mais os estoques
remanescentes ou de passagem da(s) safra(s)
anterior(es).
 Demanda – para esta análise é importante que o
operador determine quais são os agentes
consumidores do produto e o nível de procura de cada
um deles. Por ex., no caso do milho, seus principais
demandantes são os setores avícola e suinícola, cujo
consumo se concentra sob a forma de rações,
seguidos pela indústria moageira.
Movimentação do mercado de acordo com a oferta e demanda

Análise do mercado Movimentação do Mercado


Oferta Demanda
Sobe Cai Cai
Cai Não Muda Sobe
Não muda Sobe Sobe
Não muda Cai Cai
Sobe Não Muda Cai
Fonte: Stasinski, 2013
Abordagem fundamentalista
 A dificuldade desta análise é que o número de
fatores que afetam a formação do preço de um
produto qualquer é muito grande, sendo
comum esquecer de colocar alguns na balança
ou atribuir pesos errados a qualquer um deles.
 Alguns são de difícil mensuração como:
esperança, humor, estimativas, medo,
necessidade, etc., de todos os agentes do
mercado.
Abordagem fundamentalista – fatores a serem estudados
 Nível de produção dos principais países produtores (players);
 Consumo mundial da commodity;
 Ritmo das exportações;
 Estoques nos países produtores e consumidores;
 Questões político-econômicas dos países produtores e
importadores (taxa de câmbio, taxa de juros, etc);
 Fatores meteorológicos nos países produtores;
 Preços relativos das commodities e seus substitutos;
 Tendência, ciclo e sazonalidade dos preços;
 Relatórios de safra dos órgãos governamentais e de organismos
internacionais;
 Acordos internacionais, blocos econômicos, políticas de
subsídios.
Estoques
 Um indicador utilizado são os “estoques para
uso” – STU (stocks to use).
 Esta relação é dada pela divisão entre os
estoques finais e o uso total (consumo +
exportações) em um determinado ano ou safra.
 Espera-se preços + elevados quando essa
relação for baixa (forte demanda em relação à
oferta) e cotações menores quando o STU for
alto (grande oferta em relação à demanda).
Clima
 O El Niño e o La Niña são fenômenos que modificam
o clima de vários países, porém deve-se interpretar a
importância destas áreas afetadas para a produção das
commodities, e definir se o fenômeno é positivo ou
negativo para a produção.
 Por ex., o Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC) de SP, projetou a configuração
do fenômeno El Niño para o segundo semestre de
2012, o que afetou positivamente a produção de soja
e milho no sul do Brasil e no norte da Argentina, pois
indicava chuvas significativas para essas regiões.
Clima
 El Niño representa o aquecimento anormal das águas
superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico
Equatorial.
 Este fenômeno causa chuva acima da média no sul do
Brasil e norte da Argentina, além de clima quente no
sudeste brasileiro. Nos Estados Unidos, no Cinturão
Verde, ocorrem chuvas que proporcionam boas
safras. Ao contrário da América, a Austrália,
Filipinas, China e Índia sofrem com secas e muito
calor, afetando as produções de milho, soja, arroz,
entre outras.
Clima
 La Niña representa o resfriamento anormal das águas
superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico
Equatorial.
 No Brasil pode-se observar um clima mais seco para
a região Sul, o que também ocorre na Argentina,
acarretando perdas nestas regiões devido a seca.
Também ocorrem perdas expressivas no Cinturão
Verde nos Estados Unidos, com muita chuva no
plantio da soja e do milho e seca no desenvolvimento
destas culturas. A Austrália, Filipinas, China e Índia
têm boas chuvas e conseguem ter boas produções,
porém sofrem com tempestades, que costumam ser
frequentes em anos de La Niña.
Fatores atuantes na formação de preços
da soja por exemplo

 Oferta e demanda mundial – USDA: relatório


mensal que associa as estimativas de
importação e exportação de cada país e projeta
os estoques de passagem (estoques finais);
 Oferta e demanda oficial dos EUA – USDA:
idem para o caso americano, e muito
importante para os analistas, dada a
importância do país na oferta e demanda
mundial do produto.
Fatores atuantes na formação de preços
da soja por exemplo

 Relatórios periódicos do USDA e de


consultorias americanas (FC Stone, Farm
Futures, etc.);
 Relatórios dos Fundos CFTC – Commodity
Futures Trading Commission. Semanalmente
esta comissão reporta ao mercado as posições
dos fundos de índice (Index Funds) que
operam em movimentos de longo prazo e os
grandes especuladores (Non-commercial), que
operam em movimentos de curto prazo.
Fatores atuantes na formação de preços
da soja por exemplo

 Posicionamento ou recomendações de grandes


players ou consultores;
 Economia mundial: expectativas de
crescimento, inflação, conflitos, etc...
 Mercados correlatos: outras oleaginosas, trigo,
milho (vetores de oferta, demanda e comércio,
etc...);
 Mercado de derivados: farelos, óleos e outros
sub-produtos.
Abordagem técnica ou grafista

 Baseia-se na premissa de que os preços


correntes de uma commodity podem ser
previstos a partir da análise do movimento
histórico desses preços e da atividade em curso
no mercado.
 Os analistas técnicos observam os movimentos
dos preços no passado, buscando identificar
padrões que possam vir a ocorrer novamente
no futuro.
Abordagem técnica ou grafista
 O analista técnico, mesmo com o conhecimento de
todos os fatores fundamentais que afetam o preço de
uma mercadoria tais como clima, decisões políticas,
fatores de oferta e demanda, estoques de passagem,
dentre outros, ainda assim, não terá todos os dados
necessários para compreender a formação dos preços,
porque não são estes dados em si que os afetam, mas
sim a maneira pela qual os participantes do mercado
reagem a eles.
 Assim, a análise técnica, não se preocupa com o por
quê ou as causas do movimento dos preços, mas sim
os efeitos que são provocados no mercado.
Abordagem técnica: três pricípios

1. Os preços refletem tudo;


2. Os preços movem-se dentro de uma
tendência; e
3. Os padrões do mercado se repetem.
Abordagem técnica ou grafista

 Estuda como os preços se comportaram no


passado de forma gráfica, procurando padrões
que possam se repetir.
 Esta análise se baseia em três informações:
preços, volumes e contratos em aberto.
 Os preços são os principais, enquanto volume
e contratos em aberto podem reforçar ou
desmentir um determinado movimento de
preço (alta, baixa ou indefinido).
Abordagem técnica ou grafista
 Ao analisar os gráficos, se busca encontrar padrões
que indiquem o movimento futuro, como suportes e
resistências, linhas de tendência, padrões de reversão
e de continuação, osciladores e indicadores, etc.
 De acordo com essa premissa, qualquer episódio que
possa afetar o preço de um determinado ativo, seu
reflexo é imediato.
 Os gráficos em si não causam movimentos de alta ou
de baixa no mercado, mas apenas refletem a
psicologia altista ou baixista do mercado.
 Desta forma criam-se as tendências de mercado.
Preço do milho futuro BM&F indicando pontos de suportes,
resistências e linhas de tendências – 2009/2012

Fonte: (BM&FBovespa 2013)


Abordagem técnica ou grafista
 Assim o “passado” acaba sempre se repetindo, pois a
grande massa de investidores que compõe o mercado de
capitais segue a lógica emocional de perda, ganho, medo
e ganância.
 O envolvimento emocional dessas pessoas determina
padrões de comportamento que se repetem ao longo do
tempo, ou seja, as pessoas tendem a adotar a mesma
postura em topos, fundos e tendências em andamento.
 A repetição destes padrões, registrados nos gráficos,
aumenta a previsibilidade do mercado, pois acredita-se
que, se ocorreram no passado, voltarão a acontecer no
futuro.
Gráficos

 A Formação de um gráfico é a ferramenta mais


importante neste tipo de análise, pois é a partir dele
que se enxerga visualmente o comportamento dos
preços no mercado. Ele serve como um mapa para
guiar o processo de decisão. Essa ferramenta pode
proporcionar pistas seguras para a tomada de decisão.
Tipos de gráficos:
 Linha;
 Barra;
 Candlestick.
Os candlesticks são compostos do
corpo cheio ou vazado e uma sombra
superior e inferior. A sombra ilustra Gráfico de Candlestick
os pontos de máxima e mínima que o
ativo foi negociado.
Se o ativo subiu da abertura para o
fechamento, o corpo é vazado com a
abertura na parte mais baixa do corpo
e o fechamento na parte mais alta.
Caso contrário, o corpo cheio, a Fonte: Stasisnki, 2013

abertura no ponto mais elevado e o


fechamento no ponto mais baixo.
Periodicidade dos gráficos

Os gráficos podem variar quanto à periodicidade,


podendo representar qualquer período de tempo:

 Existem gráficos intra-day (1, 5, 15, 30, 60 120 min,


etc.), diário, semanal, mensal, trimestral, anual,
plurianuais, décadas, etc.
 Assim, cada barra representa um período, ou seja, no
gráfico diário, representa um dia de negociação, no
semanal, uma semana, e assim sucessivamente.
Derivação de um candle mensal em diferentes periodicidades

Fonte: Stasinski, 2013


Suporte e Resistência

 Topo (T) é o nível de preço mais alto atingido por


uma sucessão de duas ou mais barras de preços
antes da ocorrência de um ponto de inversão.
 Fundo (F) é o nível de preço mais baixo atingido
por uma sucessão de duas ou mais barras de preços
antes da ocorrência de um ponto de inversão.
 Ponto de Inversão (PI) é todo local onde ocorre uma
inversão na direção prévia de uma sequência de
barras de preços.
Ilustração de Topos (T), Fundos (F) e Pontos de Inversão (PI)

Fonte: Stasinski, 2013


Suporte e Resistência

 Suporte: nível de preço ou região do gráfico,


onde os interesses dos compradores é
suficientemente forte, para se sobrepor aos
vendedores.

 Resistência: nível de preço ou região do


gráfico, onde os interesses dos vendedores é
suficientemente forte, para se sobrepor aos
compradores.
Zonas de Suporte e Resistência no preço do milho físico do
RS (Sc 60 Kg) Cooperativas do Centro-norte Gaúcho, região
produtora de soja e milho do RS.

Fonte de dados: (COTRIEL 2012)


Linhas de tendências
 Tendência de Alta é uma sucessão de topos e fundos
ascendentes (uma sucessão de oscilações para cima).
 Tendência de Baixa é uma sucessão de topos e fundos
descendentes (uma sucessão de oscilações para baixo).
 Tendência Lateral ou em Linha é uma sucessão de topos e
fundos horizontalmente irregulares (uma sucessão lateral de
oscilações irregulares).
 A forma de traçar uma linha de tendência, de um modo
geral, é conectando dois fundos ou dois topos numa
sequência. Outro aspecto importante é o tempo de duração
de uma tendência, podendo ser de longo prazo (que dura
vários meses), médio prazo (semanas) e curto prazo (dias).
Linhas de tendências

ou Lateral

Fonte: Stasinski, 2013


Gráfico semanal de milho futuro na BMF indicando
tendências de Médio e Curto Prazo

Fonte: (BM&FBovespa 2013)


Fases das tendências
Acumulação – quando os investidores sentem que o mercado está perdendo
força no seu movimento principal (no caso queda) e é onde poucos investidores
compram (informações privilegiadas).
Alta sensível – logo após a acumulação, quando alguns dos investidores entram
no mercado comprando, o que gera uma alta sensível no mercado, rompendo
alguns topos da acumulação anterior.
Euforia – Inicia-se após a alta sensível, quando os mais pessimistas começam a
encerrar suas posições e os especuladores mais amadores começam a comprar
desenfreadamente, causando uma explosão nos preços.
Distribuição – inicia-se quando os investidores sentem que o mercado está
perdendo força no seu movimento principal (no caso suba) e é onde poucos
investidores vendem, aqueles que têm informações privilegiadas.
Baixa sensível – Inicia-se logo após a distribuição, quando alguns dos
investidores entram no mercado vendendo, o que gera uma baixa sensível no
mercado, rompendo alguns topos da acumulação anterior.
Pânico – Inicia-se após a baixa sensível, quando os mais pessimistas começam a
encerrar suas posições e os especuladores mais amadores começam a vender
desenfreadamente, causando uma implosão nos preços.
Fases das tendências

Fonte: Stasinski, 2013


Acompanhamento de
Mercados Futuros

•Importância da informação
Informação on-line
x
informações defasadas
COMO FUNCIONA ESTE
MERCADO ?
Agentes desse mercado
 Produtores, cooperativas, etc.
 Corretores (vendedores)
 Operadores do Pregão
 Corretores (compradores)
 Indústrias, exportadores, etc.
 Especuladores (liquidez ao mercado)
Produtores, Cooperativas,
Empresas Agropecuárias, etc.

 Sãoagentes vendedores (hedgers), que


possuem o produto físico e buscam
proteção contra uma eventual baixa
nos preços.
Exportadores, Agroindústrias,
traders, etc.

 Sãoagentes compradores (hedgers),


que buscam proteção contra uma
eventual alta nos preços.
Corretores

 São agentes credenciados pela


Bolsa, que vendem e compram
contratos dos seus clientes
(hedgers), através dos “operadores
de pregão”.
Especuladores
 São agentes que possuem uma importância
estratégica p/ proporcionar liquidez aos
negócios da Bolsa;
 Não têm interesse na mercadoria física;
 Papel importante na equalização de oferta e
demanda de contratos, pois nem sempre o
volume de hedgers procurando proteção contra
queda de preços, será igual àqueles que estão
procurando proteção contra alta de preços.
 Permitem que se entre e saia do mercado futuro
a qualquer momento.
Contratos Agropecuários

 Etanol
 Açúcar
 Café Arábica
 Algodão
 Boi Gordo
 Bezerro
 Soja
 Milho
Hedge
 Estratégia de proteção financeira para a administração
do risco de preço. Significa travar um certo preço e
assegurar-se do seu recebimento.
 Hedging é o ato de defender-se contra variações
adversas de preços.
 Os hedgers têm interesse em vender contratos (para se
proteger contra a baixa dos preços) ou comprar contratos
(para se proteger contra a alta dos preços). Entra no mercado
futuro para estabilizar sua estrutura de lucro e reduzir seu
risco comercial.
 Hedge de venda (Short) - posição vendida
 Hedge de compra (Long) - posição comprada
Contratos
 Cada produto tem as suas especificações
em termos de padrão, quantidade,
qualidade, prazos, local de entrega, etc.
Exemplo:
 Soja = 450 sacos de 60 kg
 Boi Gordo = 330 arrobas líquidas
 Café = 100 sacas de 60 kg
 Algodão = 10.000 libras-peso ou 4.536 kg
Sigilo na negociação
Câmara de compensação
(clearing house)
Clearing House ou Câmara de Compensação.
 Sistema que compatibiliza as posições compradas com
as vendidas, de forma a garantir o fiel cumprimento de
obrigações contratuais assumidas em mercados
organizados.
 A Clearing BM&F tem como responsabilidade
registrar as operações realizadas, acompanhar e
controlar a evolução das posições em aberto,
compensar financeiramente os fluxos de pagamentos,
efetuar a liquidação física e financeira dos contratos e
administrar as garantias financeiras exigidas dos
participantes. Esse processo apóia-se em sólido
sistema de salvaguardas financeiras.
Câmara de compensação
 É o sistema elaborado pelas bolsas para
garantir o fiel cumprimento de todos os
negócios nelas realizados. Pode ser tanto um
departamento interno como uma organização
independente, controlada ou não pela bolsa.

 Nas operações de hedge, ela realiza os “ajustes


diários” de quem deve pagar ou receber.
Mecânica operacional contratos futuros

 No vencimento do contrato: o preço futuro da


mercadoria = preço da operação na data do
início + ajustes diários.

 Na data do vencimento do contrato o preço


futuro = preço a vista do mercado físico
 convergência dos preços.
Ajuste diário da posição

 Diariamente, os participantes do mercado


negociam preços da soja e do milho para
diversos vencimentos futuros. Entretanto, a
todo o momento, influenciados por fatores de
oferta e demanda, os preços futuros se alteram,
variando para cima ou para baixo do nível
estabelecido anteriormente.
Ajuste Diário

AJUSTE DIÁRIO: liquidação financeira diária dos


ganhos e perdas dos contratos futuros.
 Reduz o risco de inadimplência dos agentes.
 Reduz o montante de margem de garantia a ser
depositado.
 Caso alguma das partes do contrato futuro não
pague o ajuste diário devido, a BM&F retira o
participante da negociação e executa a margem de
garantia depositada.
 Hedge. Estratégia de proteção financeira para a
administração do risco de preço.
 O motivo fundamental pelo qual fazer hedge de posições
físicas com posições em futuros constitui um meio de
proteção adequado é o fato de que o preço a vista e o
futuro tendem a movimentar-se em harmonia, mantendo,
na maior parte das situações, relacionamento
extremamente previsível. Esse movimento paralelo de
preços manifesta-se porque os mercados físicos, como os
futuros, são regidos e influenciados pelos mesmos
fatores de formação de preços.
Exemplo de hedge de venda
(short)

Suponha que um produtor de


soja queira garantir preço de
pelo menos R$ 70,00/sc para
colheita em maio.
Exemplo de hedge de venda

 Receoso que não conseguisse


alcançar este preço objetivo, ele
deu ordem em novembro para
seu corretor vender 2.250 sacas
de 60 kg para maio na BM&F.
Conseguiu vender a R$ 70,00/sc
HEDGE VENDA (short) - preços caem

VENDE PARA MAIO


R$ 70,00
NOV

JAN
MAR
DEZ
FEV

MAI R$ 66,00
HEDGE VENDA - AJUSTES DIÁRIOS
(preços desceram)

Dia Cooperativa Preço Preço Ajuste


Negócio Ajuste Dia
05 nov V 5 C maio 70,00 69,98 + 0,02
06 nov 69,90 + 0,08
07 nov 69,75 + 0,15
... ...
... ...
15 mai C 5 C maio 66,00 66,10 + 0,10
HEDGE VENDA (short) R$ 70,00
PREÇOS DESCERAM R$ 66,00

R$ 66,00 (VENDE PARA


COMPRADOR LOCAL)

R$ 70,00 +
PREÇO =
OBJETIVO RECEBE R$ 4,00
DA BOLSA
(AJUSTES DIÁRIOS)
HEDGE VENDA (short) R$ 70,00
PREÇOS DESCERAM R$ 66,00

R$ 70,00 (PREÇO
Recebeu NEGOCIADO NA BOLSA)
na Bolsa
R$ 4,00 = -
em função dos
AJUSTES R$ 66,00
DIÁRIOS (ENCERRAMENTO
DA OPERAÇÃO)
MARGEM DE
GARANTIA

•Valor depositado como garantia dos


ajustes diários
•Suficiente para 2-3 dias ajustes diários
•Será devolvido com juros caso não
seja utilizado
ENCERRAMENTO DOS CONTRATOS

POR REVERSÃO DA POSIÇÃO


(mais comum)

POR ENTREGA OU RECEBIMENTO


(menos de 2%)

POR LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA


Base
 É definida como o preço no mercado físico menos
o preço no mercado futuro, durante o período de
duração de um contrato.
 Geralmente, a diminuição da base
(enfraquecimento) é bom para quem está
vendido (short) e o aumento da base
(fortalecimento) é ruim para quem está vendido.
Para o comprado, o contrário é verdadeiro.
 Acompanhamento dos preços físicos são realizados
diariamente por instituições idôneas indicadas pela
Bolsa.
MERCADO DE OPÇÕES
Mercado de Opções
 Uma opção é definida como um contrato
obrigatório e legal que dá ao seu comprador o
direito (mas não a obrigação) de comprar ou
vender uma commodity em condições
específicas numa Bolsa, mediante o pagamento
de um prêmio.
 A decisão do comprador (da opção) de exercê-la
é um direito, e apenas o vendedor da opção é
obrigado a desempenhá-la.
Mercado de Opções
 Opção. Instrumento que proporciona a seu titular, ou
comprador, um direito futuro sobre um ativo, mas não
uma obrigação; e a seu vendedor, ou lançador, uma
obrigação futura, caso seja exercido pelo titular.
 Opção de Compra (call). contrato pelo qual o titular
pode comprar do lançador a mercadoria-objeto da
opção, na data de vencimento, pelo preço de exercício.
Para tanto, deve pagar um prêmio.
 Opção de Venda (put). contrato pelo qual o titular
adquire o direito de vender ao lançador a mercadoria-
objeto da opção, na data de vencimento, pelo preço de
exercício. Para tanto, também deve pagar um prêmio.
Tipos de Opções

 De compra ou call - transfere ao seu comprador


ou tomador o direito de compra. Quem pode
emitir? Produtores, cooperativas, empresas
agrícolas, etc.

 De venda ou put - transfere ao seu comprador


ou tomador um direito de venda. (Quem pode
emitir? Governo, agroindústria, cooperativa,
etc.)
Tipos de Opções

 Opção de Compra (call). Contrato pelo qual o


titular pode comprar do lançador a mercadoria-
objeto da opção, na data de vencimento, pelo
preço de exercício. Para tanto, deve pagar um
valor antecipado (prêmio).
Tipos de Opções

 Opção de Venda (put). Contrato pelo qual o


titular adquire o direito de vender ao lançador a
mercadoria-objeto da opção, na data de
vencimento, pelo preço de exercício. Para tanto,
também deve pagar um prêmio.
Mercado de Opções
 O vendedor ou lançador de uma call é obrigado a
vender a commodity, a um preço especificado,
para o comprador da call se e quando o tomador
da call exercer o seu direito sobre o contrato de
opção.
 O vendedor ou lançador de uma put é obrigado a
comprar a commodity, a um preço especificado,
para um tomador da put se e quando o tomador
da put exercer o seu direito sobre o contrato de
opção.
Mercado de Opções
 As opções fornecem um seguro de preços;
 Um comprador de opção (put) limita seu risco
financeiro enquanto retém o potencial de lucro.
As opções put oferecem um meio de proteger-se
contra o declínio de preço, conservando a
possibilidade de lucrar com o aumento dos
preços;
 Por outro lado, um comprador de opção (call)
protege-se contra o aumento de preço, além de
conservar a possibilidade de beneficiar-se com a
queda do mesmo.
Mercado de Opções

 O preço futuro pré-determinado pelo qual a


opção pode ser exercida é o “preço de
exercício” ou strike price.
 O prêmio é o total pago para se ter o direito
(mas não a obrigação), de comprar ou vender ao
preço pré-determinado.
 As opções podem ser exercidas a qualquer
momento, dentro do prazo estabelecido, até o
vencimento.
Mercado de Opções - exemplos
 O comprador de uma opção de venda (put), ao
exercê-la, assume uma posição short no mercado
futuro. Se ele pretende exercê-la é porque o preço
está abaixo do valor de exercício.
 Já o comprador de uma opção call está
preocupado que o preço suba e só irá exercê-la
nesta hipótese. Neste caso, ele assume uma
posição long no mercado futuro e receberá o
ajuste correspondente caso exerça a opção.
Mercado de Opções
 Os contratos de opções são leiloados em termos de
prêmio, enquanto que os contratos futuros são
leiloados em termos de preços futuros.
 O prêmio é a única parte do contrato de opção que é
negociada no pregão, sendo que todas as demais
condições contratuais são pré-determinadas.
 Valor intrínseco é a quantidade em dinheiro (lucro)
que seria realizada pelo ato de exercer a opção, a um
dado preço de exercício.
 O valor intrínseco de uma opção é medido pela
diferença entre o preço de exercício e o preço
vigente no mercado.
Valor intrínseco de uma opção call
 Uma opção call terá valor intrínseco se seu
preço de exercício estiver abaixo do preço
vigente no mercado futuro.
 Se uma opção call de café cambial tem um
preço de exercício de U$ 123,00 e o preço
futuro é de U$ 125,00/saca, a opção call terá
um valor intrínseco de U$ 2,00/saca.
 Uma opção call é dita estar fora do preço (fora
do dinheiro) se o preço vigente da commodity
no mercado futuro está abaixo do preço de
exercício da call.
Valor intrínseco de uma opção put
 Uma opção put terá valor intrínseco se seu preço
de exercício estiver acima do preço vigente no
mercado futuro.
 Se uma opção put de café cambial tem um preço
de exercício de U$ 123,00 e o preço futuro é de
U$ 121,00/saca, a opção put terá um valor
intrínseco de U$ 2,00/saca.
 Uma opção put é dita estar fora do preço (fora do
dinheiro) se o preço vigente da commodity no
mercado futuro está acima do preço de exercício
da put.
Mercado de Opções
No jargão das negociações:
 uma opção pode estar “dentro do dinheiro”,
quando tem valor intrínseco;
 “no dinheiro” quando os preços de exercício e
futuro são iguais, portanto com valor intrínseco
zero;
 “fora do dinheiro” quando o preço da commodity
no mercado futuro está acima do preço de
exercício, no caso da opção put, ou quando o preço
da commodity no mercado futuro está abaixo do
preço de exercício, no caso da opção call.
Estratégia de compra de uma opção de venda (put)
de café futuro cambial, quando o preço cai

Mercado Disponível Mercado de Opções


Dez Compra put
O preço do café é U$75,00/ago ao
U$72,50/saca prêmio U$ 2,50/sc

Ago Vende put


Vende 3.000 sacas U$75,00/ago e
de café a recebe o prêmio de
U$70,00/sc U$5,00/sc
V
Ganho: U$2,50/sc
Estratégia de compra de uma opção de
venda (put) de café futuro cambial,
quando o preço cai

Resultado:

 preço de venda à vista U$70,00/sc


 mais o ganho da opção U$ 2,50/sc
_________
 preço líquido de venda U$72,50/sc
Estratégia de compra de uma opção de venda (put)
de café futuro cambial, quando o preço sobe

Mercado Disponível Mercado de Opções


Dez Compra put
O preço do café é U$75,00/ago ao
U$72,50/sc prêmio U$2,50/sc

Ago Deixa a opção vencer


Vende 3.000 sacas de Prêmio da opção:
café a U$80,00/sc U$2,50/sc
Estratégia de compra de uma opção de
venda (put) de café futuro cambial,
quando o preço sobe

Resultado:
 preço de venda à vista U$80,00/sc
 menos o custo do
prêmio da opção U$ 2,50/sc
_________
 preço líquido de venda U$77,50/sc
Estratégia de compra de uma opção de compra
(call) de café futuro cambial, quando o preço sobe

Mercado Futuro Mercado de Opções


Ago
Futuro cambial de Compra call fev U$180,00
café mar é a um prêmio de U$1,50/sc
U$180,00/sc
Fev
Futuro cambial de Vende call fev U$180,00 a
café mar é um prêmio de U$5,00/sc e
U$185,00 compensa a posição inicial
longa de opção
Estratégia de compra de uma opção de
compra (call) de café futuro cambial,
quando o preço sobe

Resultado:

 ganho da posição de opção U$5,00/sc


 menos o custo do prêmio U$1,50/sc
________
 preço líquido U$3,50/sc
Mercado de Opções (conclusões)

 O prêmio de uma opção se materializa pelas


ofertas de compra e venda no pregão da Bolsa.
 A qualquer momento antes do vencimento, uma
opção consistirá do seu valor intrínseco (se tiver)
mais o valor de tempo. Se ela não tiver valor
intrínseco, seu valor se explicará somente pelo
valor de tempo, isto é, pela expectativa dos
agentes de que as condições de mercado se
alterem até o vencimento e a opção possa ser
exercida.
Mercado de Opções (conclusões)

 No momento do vencimento, uma opção não terá


mais valor de tempo nenhum. Ela terá somente
valor intrínseco, isto é, a diferença positiva entre
o valor de compra da commodity no mercado e
quanto poderá ser obtido se a mesma for
exercida. Se, no momento de exercício, a opção
não tiver valor intrínseco, ela não tem valor
nenhum (vira pó, na linguagem do mercado).
Mercado de Opções (conclusões)

 Valor de tempo reflete a possibilidade de a


opção ser exercida e sempre se iguala a zero no
momento em que a opção vencer.
 Ele também pode valer zero durante o período
de exercício se, por exemplo, o valor futuro de
uma commodity for muito menor do que o preço
de exercício da opção.
 Neste caso, o prêmio de uma opção de venda
deveria ser tão alto que o custo de oportunidade
do gasto com o prêmio anularia quaisquer
expectativas de ganhos futuros.

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