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Manejo Integrado de

Pragas do Milho
Introdução

 Milho Safra e safrinha


 Em 2006 - 12,9 milhões de Ha
 Produção de aprox. 41,3 milhões de ton
 Rendimento médio - 3198 kg/ha na safra
 Rendimento médio - 2907 kg/ha safrinha
 Rendimento região Centro-Sul - 3.893 kg/ha
 Ainda muito inferior ao que poderia ser obtido
 Potencial produtivo da cultura - há muito o
que fazer para aumentar a produtividade.
Principais países produtores de milho:
2001-2005
Países/Anos Produção (1.000 t)
2001 2002 2003 2004 2005
Estados Unidos 241.485 228.805 256.905 299.917 280.228
China 114.254 121.497 115.998 130.434 131.145
Brasil 41.955 35.933 48.327 41.806 34.860
México 20.134 19.299 19.652 22.000 20.500
Argentina 15.365 15.000 15.040 15.000 19.500
Índia 13.160 10.300 14.720 14.000 14.500
França 16.408 16.440 11.991 16.391 13.226
Indonésia 9.347 9.654 10.886 11.225 12.014
África do Sul 7.772 10.076 9.705 9.965 11.996
Itália 10.554 10.554 8.702 11.375 10.622
Fonte FAO - Agridata
Fenologia do milho e
ataque de pragas

Poliniza¨ ‹ o Milho Milho


Florescimento verde seco

Colheita
Grana¨ ‹ o
Semeadura
ncia
Emerg

Matura¨ ‹ o

0 7 150
60 70 90
Pragas dias
subterr‰neas Lagarta-do-cartucho
Pragas-da-espiga
Cigarrinhas
Lagarta-rosca
e Curuquer
Lagarta elasmo
Lagarta elasmo, Elasmopalpus
lignosellus (Lepidoptera: Pyralidae)
 Perfuram o colo da plântula
levando a planta à morte
 Sintoma do coração morto
 Período de seca e calor
favorece o inseto
Danos da lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus em
milho
Gassen, 1996
Agrotis ipsilon (Lepidoptera:
Noctuidae)
 Roletamento de
plantas
 Broqueamento do colo
das plantas
 Redução do plantel
 Perfilhamento de
plantas

Agrotis ipsilon
Lagarta rosca em plantas de milho

Gassen,
1996
Danos da lagarta rosca,
Agrotis ipsilon em milho

Gassen,
1996
Controle de Pragas da Fase Inicial
 Não há parâmetros econômicos estabelecidos
para estas pragas (ND, NC, etc)
 Controle cultural
 Rotação de culturas
 Uso de inseticidas no tratamento de
sementes (preventivo)
 Um dos métodos mais eficientes
 Uso de inseticidas no sulco de plantio
 Inseticidas via líquida (proteção até 40 dias apos
semeadura)
 Inseticidas granulados
Pragas da parte aérea
(dependentes)

Podem se deslocar de outras


lavouras ou regiões
Proliferam rapidamente
Dependentes - estão associadas ao
milho
Especializadas
Desenvolvimento após a emergência
Lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda

 Mariposa cinza-escura
 4 cm envergadura
 Postura na folha de 50
a 300 ovos, podendo
chegar a 1000 ovos
 Larvas chegam a 4,5
cm, coloração pardo Larva
escura a preta, as
vezes esverdeada

 Praga principal de milho ♂

 “Y” invertido na cabeça


característico para
identificação em campo
Parâmetros econômicos de Spodoptera
frugiperda
Ainda é a praga que causa maior
preocupação ao produtor
Danos podem ser severos chegando a
60% de redução no rendimento de
grãos
V4-V6 maior intensidade de injúrias
Porém, 9% rendimento de grão
V8-V10 maiores danos
Chegando a 12% rendimento de grão
Lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda
Injúrias de Spodoptera frugiperda
Lagarta do cartucho do milho, Spodoptera
frugiperda
Danos da lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda em
milho Gassen, 1996
Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de Spodoptera
frugiperda em cultivares de milho

Nota Descrição dos danos


0 Nenhum dano nas folhas
1 Perfurações diminutas em algumas folhas
2 Pequena quantidade de perfurações em algumas folhas
3 Perfrurações arredondadas em várias folhas
4 Perfurações arredondadas e lesões em algumas folhas
5 Lesões em várias folhas
6 Grandes lesões em várias folhas
7 Grandes lesões e porções comidas(dilaceradas) em algumas folhas
8 Grandes lesões e porções comidas(dilaceradas) em várias folhas
9 Grandes lesões e porções comidas(dilaceradas) na maioria das folhas

Fonte: Davis & Williams(1989).


Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho

NOTA DANOS

1. PLANTAS COM FOLHAS SEM DANO


2. PLANTAS COM FOLHAS RASPADAS
3. PLANTAS COM FOLHAS FURADAS
4. PLANTAS COM FOLHAS FUURADAS E
ALGUM DANO NO CARTUCHO
5. PLANTAS COM CARTUCHO DESTRUÍDO
Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho
NOTA DANOS

1. PLANTAS COM FOLHAS SEM DANO


Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho
NOTA DANOS

2. PLANTAS COM FOLHAS RASPADAS


Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho

NOTA DANOS
3. PLANTAS COM FOLHAS FURADAS
Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho

NOTA DANOS
4. ALGUM DANO NO CARTUCHO
Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho
NOTA DANOS
5. PLANTAS COM CARTUCHO DESTRUÍDO
Escala de notas utilizada na avaliação dos danos de
Spodoptera frugiperda em milho

NOTA DANOS

1. PLANTAS COM FOLHAS SEM DANO


2. PLANTAS COM FOLHAS RASPADAS
3. PLANTAS COM FOLHAS FURADAS
4. PLANTAS COM FOLHAS FUURADAS E
ALGUM DANO NO CARTUCHO
5. PLANTAS COM CARTUCHO DESTRUÍDO
4
Danos
3,5
3
2,5
danos

2
1,5
1
0,5
0
A B C D E

Danos de Spodoptera frugiperda em milho nos tratamentos:


A(totalmente protegido); B(proteção a partir de 20 dias); C(proteção
a partir do35 dias); D(proteção a partir dos 50 dias) e E(sem
proteção).

Fonte: Oliveira & Barros (1992).


Médias de notas atribuidas ao dano de Spodoptera frugiperda em
plantas de milho submetidas à aplicações de diferentes inseticidas.
Itapirema, Goiana, 1994.
Dias após o plantio*
Tratamento 201 27 342 41 483
Triclorfon 3,68a 2,76ab 3,42a 2,64b 2,41b
Deltametrina 3,78a 1,77c 2,74ab 2,21bc 1,90bc
Triflumuron 3,77a 1,90bc 2,40b 2,11bc 2,32b
Betacyflutrin 3,75a 1,61c 2,16b 1,86c 1,45c
Testemunha 3,78a 3,55a 3,34a 3,44a 3,38a
CV(%) 3,30 16,57 12,33 11,48 16,88

* Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si ao nívelde 5% de


probabilidade pelo teste de Tukey.
1 - primeira pulverização; 2 - 2ª pulverização; 3 - 3ª pulverização.
Fecundidade de Spodoptera frugiperda,
proveniente de ovos coletados em condições de
campo. EMBRAPA/CNPMS. Sete Lagoas, MG,
1994.
Mês da coleta Número de posturas Ovos por postura Amplitude
Maio 19 50,0 33,0 - 66,5
Junho 46 131,3 30,0 - 276,0
Julho 22 134,7 29,0 - 264,0
Agosto 23 73,3 48,0 - 124,0
Setembro 18 81,8 22,0 - 160,0
Outubro 8 130,4 67,0 - 216,0
Total 136
Média 100,2 38,2 - 184,4

Fonte: Cruz (1995)


SISTEMA DE PLANTIO EM CONSÓRCIO

 TRADICIONALISMO
 ESTABILIDADE PRODUTIVA
 MAIOR PRODUÇÃO
 REDUÇÃO DE PRAGAS
RB
FEIJÃO COM MILHO

FEIJÃO MILHO

RB
EFEITO DO CONSÓRCIO SOBRE
OS INSETOS

•CAMUFLAGEM
•DILUIÇÃO DOS ESTÍMULOS ATRATIVOS
•ESTÍMULOS REPELENTES
•BARREIRAS MECÂNICAS
•COMPLEXO DE INIMIGOS NATURAIS
INFLUÊNCIA DO CONSÓRCIO FEIJÃO-MILHO NA POPULAÇÃO
DE Empoasca kraemeri E NO PARASITISMO POR Anagrus sp.

TRATAMENTOS NÚMERO PARASITISMO OVOS INVIAVEIS


DE NINFAS (%) (%)

FEIJÃO MONO 3.19 47.27 a 32.38a

FEIJÃO + 5.000 2.84 51.74 bc 25.95 bc

FEIJÃO + 15.000 2.60 54.55 c 21.82cd

FEIJÃO + 25.000 2.64 62.41 d 16.51 d

RB
ADAPTADO DE ROMERO (1984)
JUNHO DE 1985
Controle de Spodoptera frugiperda
 A época ideal de realizar medidas para o controle é quando 17% das
plantas estiverem com o sintoma de folhas raspadas
 Controle Biológico:
 Predador Doru luteipes
 Parasitóides Trichogramma spp.
 Telenomus sp., Chelonus insularis e Campoletis flavicincta
 Doenças
 Fungos: Nomuraea rileyii, Botrytis rileyi, Beauveria globulifera
 Vírus: Baculovirus
 Bactérias: Bacillus thuringiensis
 Outros agentes de menor importância como nematóides e protozoários

 Controle Químico:
 Existem um grande número de inseticidas (Tabela 1) registrados para
o controle da lagarta que podem serem aplicados via pulverização, e
em alguns casos, através de água de irrigação (insetigação). Esses
inseticidas diferem em seletividade, ou seja, causam impacto
diferenciado sobre os inimigos naturais.
Lagarta da espiga, Heliothis zea

 Postura nos estigmas


de até 1000
ovos/fêmea
 Fase de pupa no
solo Larvas
 Ataque ao estigma
dificulta a
fertilização
 Alimentam-se da
espiga
 Microorganismos
Adultos de Helicoverpa zea
Pragas dos estágios iniciais
(independentes)
 Podem ocorrer desde a semeadura até ao
estádio V4 (quarta folha)
 Independentes - não estão associadas ao
milho
 Geralmente são pragas de hábitos de solo
 Reduzem a população e uniformidade de
distribuição de plantas de milho
 Superpovoar o plantio para compensar os
danos iniciais
Larva arame, Conoderus sp.
(Coleoptera: Elateridae)

 Pode atacar sementes


 Perfurar caule e outras
partes subterrâneas de
plântulas e de raízes
adventícias
 É necessário localizar a
larva arame para
diagnosticar a causa de
sintomas
Larva arame, Conoderus sp.

Gassen, 1996
Coró, Diloboderus spp. (Coleoptera:
Scarabaeidae)

 Causam injúrias nas


sementes e nas partes
subterrâneas
 Embora considerado
praga em determinadas
situações, traz uma
serie de benefícios para
a cultura, ao abrir
galerias no solo
Vaquinha Diabrotica speciosa
Vaquinha, Diabrotica speciosa
(Coleoptera: Chrysomelidae)
 Também chamada de larva alfinete
 Atacam raízes adventícias, causando o
tombamento de plantas
Curuquerê dos capinzais, Mocis latipes
Gassen, 1996
Pulgão do milho, Rhopalosiphum maidis
 Hemiptera, aphididae
 Partenogênese
 Viviparidade
 Coloração verde-azulada a
preta, mancha púrpura
escura ao redor dos
sifúnculos
Rhopalosiphum maidis
 Injúrias:
 Extração de seiva
 Efeito tóxico da saliva
 Transmissão de viroses
 Encontrados geralmente
quando as folhas estão
enroladas (proteção)
Pulgão do milho, Rhopalosiphum maidis
Gassen, 1996
Outras espécies de pulgões

Myzus persicae Schizaphis graminum, ápteros

Schizaphis graminum, alado


Pulgão do milho, Rhopalosiphum
maidis
Mosca sirfídea, predadora de afídeos
Pulgão alado, Schizaphis graminum
Cigarrinha do milho, Dalbulus maidis
Dalbullus maidis
 <0,5 cm, verde clara,
variações esbranquiçado e
marrom claro
 Transmissor da virose
rayado fino (risca)
 Pode reduzir a produção Fonte: Ortega/CIMMYT (1987)

de grãos em até 30%


 Ocorre nas principais
regiões produtoras de
milho
 O milho é principal
hospedeiro tanto do virus
como da cigarrinha
Virose do Rayado fino
 Os sintomas característicos
são riscas formadas por
numerosos pontos cloróticos
coalescentes ao longo das
nervuras que são facilmente
observados quando as folhas
são colocadas contra a luz
 A incidência e a severidade
depende da susceptibilidade
da cultivar
 Influenciada por
semeaduras tardias e por
população elevada de
cigarrinha coincidente com
fases iniciais de
desenvolvimento da lavoura
de milho
Mosaico comum do milho
 O mosaico comum do milho
ocorre, praticamente, em
toda região onde se cultiva
o milho. Calcula-se que essa
doença pode causar uma
redução na produção de
50%.
 Os sintomas caracterizam-
se pela formação nas folhas
de manchas verde claro com
áreas verde normal dando
um aspecto de mosaico. As
plantas doentes são,
normalmente, menores em
altura e em tamanho de
espigas e de grãos.
Mosaico comum do milho
 Estágio avançado do
mosaico do milho
com sintomas
avançados também
do mosaico da cana
de açúcar

 Faixas vermelhas
nas folhas
Mosca da espiga, Euxesta eluta
 Adultos cor negra c/ faixas
brancas nas asas
 Quando pousadas,
movimentam asas como
tesouras
 Postura no estigma das
espigas
 Larvas esbranquiçadas,
afiladas de no máximo 0,8
cm
 Chuvas prolongadas
favorecem a população desta  Não há parâmetros
mosca econômicos para esta
 Pouco se sabe sobre outros praga
hospedeiros  Cultivares c/ uma espiga
 Alimenta-se de estigma e  Período de floração curto
grãos e uniforme
Alguns Inimigos Naturais

Trichogramma spp. Chelonus insularis

Doru luteipes Campoletis flavicincta


Joaninha, predadora de afídeos
Chrysoperla carnea, predador de afídeo
Danos causados pela lagarta elasmo
Dano de Helicoverpa zea em espiga de
milho
Ovo de Helicoverpa zea parasitado por
Trichogramma sp.

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