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constatações, a teoria neoclássica tradicional, que faz com que os comportamentos rotinizados e
desenvolvida a partir do início do século XX, acabou decisões voláteis de outros agentes sejam sempre
dominada pela visão mais irreal e inocente. revistos. Estas ideias genéricas, ainda segundo o
Seu problema fundamental é tratar a firma como autor, torna Veblen um evolucionário,
agente individual sem reconhecer sua característica essencialmente porque procurava implicitamente
de entidade coletiva, dotada de objetivos e regras explorar a aplicação de ideias da biologia às
diferenciados. Isso implica emprestar à firma um ciências econômicas. Deste modo, o
princípio comportamental único, a maximização do institucionalismo surgiu como o instrumento de
lucro, que, na prática, é heterogêneo, segundo o estudo dos processos dinâmicos e da evolução
princípio de utilidade de cada um dos agentes cultural, negando-se a ser uma teoria econômica
econômicos. da eficiência estática e do equilíbrio de mercado.
2 Teoria Institucionalista 3 Teoria da Nova Economia Institucional
A Escola Institucionalista surgiu A Nova Economia Institucional, centrada nas
fundamentalmente da crítica ao tratamento figuras de Coase (1937), Williamson (1985) e North
inadequado destinado aos fenômenos econômicos (1990), surgiu na metade dos anos setenta,
pelas teorias clássicas e neoclássicas. Para os voltando a pôr em evidência o papel das
institucionalistas, essa deficiência resulta da instituições no debate da teoria econômica.
incompreensão e subestimação do papel das Williamson, principal pensador da nova corrente,
instituições que regulam o ambiente econômico. A resgatou o conceito de custos de transação
ideia central está nos conceitos de instituições, proposto por Ronald Coase, em seu artigo “The
hábitos, regras e sua evolução, tornando explícito Nature of the Firm”. A análise de Coase parte de
um forte vínculo com o historiscismo e com a um questionamento simples, porém
“abordagem evolucionária”. desconcertante para a teoria tradicional: por que
O principal objetivo, em termos econômicos, da uma empresa internaliza atividades que poderiam
teoria institucional consiste em evidenciar certos obter (ao menos teoricamente) a um custo inferior
aspectos que não têm um lugar central na teoria no mercado, supondo a existência de ganhos de
econômica: as instituições econômicas, tais como, eficiência provenientes da divisão do trabalho? A fim
as empresas, os mercados e as relações de responder a essa questão, o conceito de custos
contratuais. Este novo framework marca o de transação é introduzido, que segundo Pondé
nascimento do que se costuma denominar (1994),
economia institucional ou economia das
(...) nada mais são do que o dispêndio de recursos
organizações (CHANLAT, 1989).
econômicos para planejar, adaptar e monitorar as
Os institucionalistas - como Veblen,
interações entre os agentes, garantindo que o
Commons e Mitchel - centraram sua análise na
cumprimento dos termos contratuais se faça de
importância das instituições, reivindicando um tipo
maneira satisfatória para as partes envolvidas e
de economia evolucionária, através de uma linha
compatível com a sua funcionalidade econômica.
analítica mais descritiva, centrada em três pontos
principais (HODGSON, 1993): a) a inadequação da Como o total market clearing1 é impossível de
teoria neoclássica em tratar as inovações, ser atingido, em virtude das falhas de mercado
supondo-as “dadas”, e, portanto, desconsiderando geradas pela incerteza com respeito ao futuro,
as condições de implementação; b) a preocupação assimetria de informação, comportamento
não com o “equilíbrio estável”, mas em como se dá oportunista, contratos incompletos e toda uma
a mudança e o consequente crescimento; e c) a série de elementos que afastam o sistema
ênfase no processo de evolução econômica e econômico de seu funcionamento ideal, existem
transformação tecnológica. custos para a efetivação das trocas e, portanto,
Segundo Hodgson (1993), Veblen afirma que torna-se de extrema relevância para a análise
as instituições mudam e, mesmo através de econômica compreender o funcionamento do
mudanças graduais, podem ocasionar mudanças aparato institucional que provê sustentação às
no sistema por meio de explosões, conflitos e relações de mercado.
crises. Os sistemas sociais evidenciam uma A nova teoria institucional se propõe a oferecer
permanente tensão entre ruptura e regularidade, o uma nova concepção sobre a atuação das firmas,
TRABA
novas circunstâncias. Segundo Williamson (1985), de preço, o restante. Por exemplo: joint-ventures,
estes custos apresentam quatro formas: a) custos alianças estratégicas, cooperativas, o franchising,
de “mal-adaptação”, derivados dos efeitos etc.; c) Hierárquica – a transação é gerenciada
originados do surgimento de eventos não integralmente no contexto da firma, justificando-se
planejados que afetam as relações entre as partes quando o preço do mercado é alto a ponto de
envolvidas; b) custos de realinhamento, incorridos inviabilizar sua utilização. Por exemplo: a
quando da realização de esforços para renegociar e integração vertical da firma.
corrigir o desempenho das transações cujas
3.2 Ambiente institucional
características foram alteradas ao longo da relação
entre os agentes econômicos; c) custos de montar Douglass North também foi influenciado por
e manter estruturas de gestão que gerenciem as Coase, no entanto, difere-se de Williamson por
disputas que eventualmente surjam no decorrer das focalizar o papel das instituições econômicas, o
transações; e d) custos requeridos para efetuar seu desenvolvimento e a sua relação com as
comprometimentos, criando garantias de que não organizações.
existam intenções oportunistas. Para North (1990), as instituições são o
Neste contexto, as transações mediadas pelo conjunto de leis, normas, costumes, tradições e
mercado podem incorrer em custos cujas origens outros aspectos culturais que regulam a ação das
repousam na impossibilidade de elaboração de sociedades, organizações e indivíduos. Para o
contratos completos. O fundamental não é discutir autor, as instituições são redutoras dos custos de
a existência destes fatores, mas, sim, estabelecer transação para a sociedade, assim, as instituições
como e por que os custos de transação variam na sociedade servem para reduzir as incertezas,
conforme os diferentes modos de organização. estabelecendo uma estrutura estável para a
A racionalidade limitada e o oportunismo geram interação humana.
custos de transação que obrigam as firmas a se Williamson (1993) tem um foco mais
reorganizarem para enfrentá-los. Esta microeconômico, enquanto North focaliza a análise
reorganização ocorre sob três formas – mercado, macro, sendo a performance da economia afetada
hierarquias ou híbridas - que, interativamente, pelos custos de transação induzidos pela estrutura
definem diferentes “ambientes institucionais”. As das instituições. North parte da necessidade de
instituições de governança - representadas por códigos de conduta estruturados nas instituições,
contratos interfirmas, corporações, bureaus, que servem como facilitadores do funcionamento da
empresas não lucrativas, etc. - são sustentadas sociedade.
pelo meio ambiente institucional, onde se situam Ele não descarta a possibilidade de ineficiências
os indivíduos. nas instituições, que são consagradas por
Williamson (1985) propõe que as características problemas de agentes ou de falhas estruturais nos
e custos envolvidos nas transações, devido às sistemas legais. North afirma que as instituições
diferenças de comportamento entre as partes e a informais, grupos religiosos, costumes tribais,
variabilidade do ambiente, definem a melhor forma códigos de conduta aceitos pela sociedade, bem
de coordenação da relação. Consequentemente, como a sua estrutura legal, fazem parte do
vários mecanismos de governança são possíveis e ambiente institucional. O risco de quebras
podem ser ordenados num continuum, conforme contratuais será controlado na medida em que os
ilustrado a seguir: agentes perceberem a existência de punições para
tais atitudes. O autor explora os custos de
identificação das quebras contratuais, da
imputação da pena e da sua implementação como
custos associados ao sistema legal.
4 Teoria Schumpeteriana do Desenvolv imento
De forma geral, existem três tipos relevantes de
Econômico
governança: a) Mercado - as partes confiam, para
gerenciar a transação, a determinação de preços Schumpeter (1982) define desenvolvimento
através do mercado; b) Híbrida – a firma internaliza como a capacidade de realizar novas combinações,
parte dos recursos que irá utilizar na sua atividade, chamadas por ele de inovações, que, por si, vindas
deixando para o mercado, através do mecanismo em ondas ou blocos, são a chave para explicar os
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ciclos pelos quais a economia passa. Em outras iniciativa governamental nas empresas nacionais e
palavras, para o autor, a força motriz da evolução do estrangeiras) recorrerá em ineficiência.
capitalismo é a inovação, representada pela
5 Teoria Neo-Shumpeteriana
introdução de novos bens ou técnicas de produção,
pelo surgimento de novos mercados, fontes de O grande feito de Schumpeter foi argumentar
oferta de matérias-primas ou composições sobre o papel das inovações como elemento
industriais. fundamental para o entendimento da dinâmica
Para Schumpeter (1982), o conceito de capitalista. Vários argumentos posteriores sobre a
empreendimento resulta da realização de novas teoria schumpeteriana (de autores chamados neo-
combinações que visam o lucro; e empresários são -schumpeterianos) apareceram, possibilitando
os indivíduos que devem realizá-las. Além disso, é novas alternativas para o tratamento da inovação e
preciso levar em consideração que essas do progresso técnico. Dentre esses argumentos,
combinações são economicamente relevantes para destacam-se os de: Rosenberg; Freeman; Nelson
a sociedade. A introdução de uma inovação, desde e Winter; e Dosi.
que absorvida pelo mercado, implica um novo De maneira geral, Rosenberg (1976) trabalha
dinamismo para a economia. Dessa forma, o com a ideia de gargalos, que exigem soluções
desenvolvimento econômico é visto por Schumpeter capazes de contribuir para dinamizar a economia.
como dinâmico e em transformação, sobretudo pelo Segundo ele, atividade para inovação é uma busca,
caráter assimétrico das inovações. cujos resultados não são conhecidos a priori e cuja
Além disso, Schumpeter acredita que o taxa de adoção de uma tecnologia, ou mesmo sua
desenvolvimento econômico se dá em ciclos, que direção, estão ligados às expectativas quanto ao
possuem quatro fases: prosperidade, recessão, futuro do progresso tecnológico, sendo que o nível
depressão e recuperação. A prosperidade envolve de aprendizado influi no rumo da mudança
novas inovações e, consequentemente, a busca tecnológica.
crescente por lucros. A depressão, por outro lado, Freeman (1994) concentrou esforços na
está relacionada com o término do processo de questão da tecnologia e de seu papel para as
difusão das inovações, quando ocorrem falências e empresas. Com relação às estratégias
deflação geral. As fases de recessão e tecnológicas verificadas nas empresas, o autor
recuperação, intermediárias à alta e baixa apresentou uma classificação que, adaptada para
(prosperidade-depressão) e baixa e alta (depressão- alguns setores da economia, permite analisar o
-prosperidade), respectivamente, estão ligadas às desempenho e a conduta das empresas no que se
tendências de queda e retomada dos refere à forma de adoção de uma determinada
investimentos. Na fase da depressão ocorrem tecnologia.
quebras de diversas empresas, geralmente Nelson e Winter (1982) enfatizam o
resultado do desuso de produtos e processos comportamento da firma explicado por meio das
decorrentes de uma nova inovação, processo este ideias de rotina, busca e seleção. Nesse caso, as
chamado de destruição criadora, por Schumpeter. firmas apresentam padrões de crescimento que
Conforme Schumpeter (1982), a destruição são assimilados à rotina, sendo comparados ao
criadora é essencial ao capitalismo, porquanto biológico, a rotina à carga genética; para o
possibilita a ocorrência de movimentos que alteram processo de busca, tem-se a mutação e, para o
o estado de equilíbrio. Períodos de expansão e mecanismo de seleção, tem-se o meio ambiente.
contração da economia não são infinitos, segundo Para os autores, o mercado funciona como uma
o autor; muito pelo contrário, sua predição remete- espécie de fornecedor de feedbacks ao processo
-se à decadência do capitalismo. Há duas de geração de inovação, autorizando ou proibindo
situações que motivam esta concepção: o desenvolvimentos prováveis.
empresário inovador estaria despersonalizado à A maior contribuição de Dosi refere-se ao
grande empresa burocratizada e os arranjos desenvolvimento de dois conceitos importantes
institucionais da sociedade não estariam se para o estudo da mudança tecnológica: trajetória e
adequando às instabilidades do sistema capitalista. paradigmas tecnológicos. A partir da
Nesse ponto, o capitalismo de Estado (definido operacionalização desses dois conceitos, é
pelo autor como a propriedade governamental e o possível analisar a atuação do Estado (no que
controle de alguns setores da economia, além da respeita à mudança tecnológica) em um referido
37 nforme econômico Ano 10 - NO 20 - JULHO/AGOSTO DE 2009
setor, visto que o paradigma e a trajetória Nesse sentido, Williamson (1993) propõe um
tecnológicos dependem tanto de interesses esquema de análise de triplo nível em que o objeto
econômicos dos inovadores como da capacitação de análise, a governança, está circunscrito por
tecnológica acumulada e de variáveis institucionais. características macro e micro, o ambiente
Em suma, as ideias schumpeterianas e neo- institucional e o indivíduo, respectivamente, onde
-schumpeterianas enfocadas mostraram-se naquele se desenvolvem os processos de mudança
adequadas para avançar, teórica e empiricamente, – alterações nos custos comparativos de
na discussão sobre os determinantes do processo governança – e neste se originam as
dinâmico de desenvolvimento, da mudança pressuposições comportamentais. Assim, este
tecnológica e da inovação. modelo de causalidade tripla determinaria, em um
fluxo de retroalimentação, as alterações
Considerações finais
estratégicas ou instrumentais na governança, bem
A natureza interdisciplinar e os distintos níveis como delimitaria as preferências individuais
de análise envolvidos nos estudos concernentes à endógenas por meio do condicionamento social.
Teoria Organizacional conduzem a uma riqueza de Dessa forma, distancia-se da Economia Neo-
conceitos, à pulverização de teorias e a diferentes -Clássica, em que a unidade de análise é a
perspectivas de compreender e ocupar-se com os produção de bens e serviços, vislumbrada como
processos que constituem esse tema. uma função de produção que ajusta seus níveis de
O posicionamento de Oliver E. Williamson, fabricação em função de um único indicador: o nível
acerca da indagação clássica de Ronald H.Coase, do preço. Assim, o objetivo da Economia Neo-
sobre a existência dos empreendimentos -Clássica é a maximização do nível de produção
empresariais: se o mecanismo de preço é o mais em função do nível de preço; bem ilustrada pelos
eficiente mecanismo para alocação de recursos em conflitos entre os equilíbrios de Cournot e de
uma economia de mercado, por que existem Bertrand, como exposto por Besanko et. al. (2006).
empresas? No entender de Ronald H.Coase, a Por outro lado, a Economia Neo-Institucional
resposta repousaria nos custos de transação aproxima-se da Teoria Organizacional,
suportados pelos agentes econômicos ao especialmente na abordagem apresentada por
utilizarem o mecanismo de preço, em que quanto Williamson (1993), que assevera que a perenidade
maior o número e a complexidade das transações, organizacional deve-se à sua superior habilidade
tanto maior os custos nelas envolvidos em atenuar o oportunismo humano por meio do
(KNOEDLER, 1995). emprego de controles hierárquicos não acessíveis
Expandindo este raciocínio, Williamson (1993) ao mercado.
aduz que a incerteza, as idiossincrasias, a Nesse sentido, Williamson (1993) destaca a
complexidade, a assimetria de informações e o saudável tensão criativa entre as duas abordagens
oportunismo, entre outros, são comportamentos teóricas, ressaltando que ambas são
inerentes e dispendiosos das transações, o que imprescindíveis nos esforços dos pesquisadores e
dificulta, sobremaneira, a coordenação de catedráticos para a compreensão dos complexos
processos produtivos interdependentes por meio de fenômenos econômicos e, principalmente, para o
mecanismos de mercado, o que ocasiona a busca desenvolvimento de uma Ciência Organizacional.
incessante da concentração de atividades dentro Não obstante, os comentários efetuados por
de uma única estrutura de governança. Sumantra Ghoshal e Peter Moran (1996), em sua
Para que este objetivo seja atendido, a crítica à Teoria dos Custos de Transação,
Economia dos Custos de Transação faz uso de sinalizarem o contrário, especialmente no que
uma abordagem multidisciplinar, empregando tange aos seus aspectos normativos e à sua
conceitos de Economia, Administração e Direito, aplicabilidade.
que se constitui o cerce da Economia Neo- Posto isso, em conclusão, as perspectivas
-Institucional, que procura destacar a relevância de relativas à Economia dos Custos de Transação, em
se observar as transações entre os agentes especial a Economia Neo-Institucional e suas
econômicos, e não apenas sua produção, por interrelações com a Teoria Organizacional, lançam
intermédio da observação de uma tríade de nova luz sobre assuntos de outrora e
instituições econômicas: o mercado, o contrato e a contemporâneos e abrem novos caminhos para o
hierarquia (WILLIAMSON, 1993). estudo de tópicos adicionais, permitindo uma
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revisão e integração de um complexo conjunto de capacidade de relacionamento entre firmas. Para
construtos sobre a temática, não só para esses autores, a economia é composta por atores
demonstrar sua relevância nos estudos de que buscam satisfazer racionalmente seus
Estratégia e Economia, mas, igualmente, para interesses através da interação com outros agentes
esclarecer como as diferentes correntes e posições (indivíduos, empresas, instituições governamentais,
acerca deste assunto podem iluminar o sindicatos patronais e de trabalhadores, escolas
entendimento a respeito de quais são as bases técnicas, câmaras de comércio, entidades
econômicas da Estratégia. certificadoras, entre outros). Hall e Soskice (2001)
A abordagem neo-schumpeteriana, mais lidam com elementos tratados pelos modelos
evolucionista, introduziu um certo dinamismo para convencionais, mas reforçam a construção de uma
debatermos a firma. Neste aspecto, é importante ponte entre estudos de gestão e de
ressaltar que algumas capacidades da firma, como microeconomia, que frequentemente não são vistos
a aprendizagem e o relacionamento com outras como complementares para explicar o
empresas, têm um papel fundamental para o comportamento das firmas.
estabelecimento e manutenção da vantagem A abordagem de Hall e Soskice (2001) difere do
competitiva sustentável (TEECE; PISANO; SHUEN, modelo de hierarquias e mercados de Williamson
1997). (1985). Embora ela considere também que as
As capacidades da firma e suas habilidades características da estrutura corporativa (ou
dinâmicas em recriar competências para responder hierarquia) podem variar em diferentes tipos de
às mudanças do ambiente implicam que a economia e que há problemas de coordenação
experiência e a aprendizagem podem ser fontes de dentro das estruturas hierárquicas. Para Hall e
vantagens competitivas. Quando Teece, Pisano e Soskice (2001), mercados e hierarquias não são as
Shuen (1997) falam em capacidades dinâmicas, únicas formas que as firmas utilizam para enfrentar
querem dizer o seguinte: “capacidade”, porque está seus desafios. Firmas, em economias coordenadas
centrada no ato de adaptar, integrar e reconfigurar de mercado, podem desenvolver relacionamentos
habilidades, recursos e competências diante das cooperativos através de dispositivos institucionais
novas exigências do mercado; “dinâmica”, porque é que apoiam compromissos de confiança entre os
uma renovação contínua das competências parceiros. Os seguintes elementos da abordagem
organizacionais, à medida que mudam as de Hall e Soskice (2001) interessam a este
características do ambiente de negócios. argumento final:
Baseados nos conceitos anteriores,
a) uma visão relacional da firma: a qualidade
estrategistas hoje em dia percebem que a
relacional da firma depende da sua habilidade de
vantagem competitiva requer a exploração dinâmica
coordenar efetivamente os relacionamentos que
e simultânea de capacidades internas e de
estabelecem tanto internamente, com os
recursos externos complementares. Estruturas
empregados, quanto externamente, com atores,
organizacionais em redes são um exemplo desta
tais como, fornecedores, clientes, colaboradores,
característica fundamental do comportamento
acionistas, sindicatos, associações comerciais e
organizacional recente: o de mobilizar capacidades
governos;
e recursos para operar em um ambiente
concorrencial. As empresas, com a finalidade de b) os tipos de economias de mercado: as
assegurarem a sua própria sobrevivência ou economias políticas podem ser classificadas em
incrementar a sua competitividade, buscam ativar e dois tipos ideais, economias liberais e economias
manter canais de relacionamento mais eficazes coordenadas de mercado. Em economias liberais
com outras empresas do seu campo organizacional de mercado, as firmas coordenam suas atividades
(DIMAGGIO; POWELL, 1988) . Nas estruturas em por meio de hierarquias e arranjos competitivos de
rede, além da redução dos custos de produção e mercado. Em economias coordenadas de mercado,
de transação, há economia relativa à gestão da as firmas dependem mais fortemente de
informação e seu consequente uso para a relacionamentos de não mercado para coordenar
aprendizagem. esforços com outros atores na construção de
Hall e Soskice (2001) estudam como as competências centrais. Modos de coordenação de
instituições afetam os novos formatos de não mercado requerem relacionamento mais
organização, principalmente no que se refere à extensivo ou de contratação incompleta,
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