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Cadeira – EMPREENDEDORISMO I
Cursos: Finanças, Agro-negócios, Gestão & Liderança e Comércio
Etimologia
O termo empreendedor é de origem francesa – entrepreneur. Originalmente abrangia as funções do
inventor, do planificador, do construtor, do administrador e do empregador, mas não as de provedor
do capital nem as de quem corre risco.
A distinção clara entre aqueles que executavam funções técnicas e os que se ocupavam de funções
empresariais surgiu somente com o capitalismo liberal.
Foi Richard Cantillon, homem de negócios do século XVIII, quem empregou pela primeira vez o
conceito de forma específica, atribuindo-lhe um conteúdo económico preciso.
Outros franceses da época, como Quesnay, Turgot e o abade Budeau, também descreveram o
empreendedor como peca fundamental do sistema de mercado, embora divergissem em suas
avaliações sobre a natureza de sua acção.
No inicio do XIX, Jean Baptista Say deu um passo a frente ao dividir o processo produtivo em três
estágios: (1) o da pesquisa, (2) o da inovação e (3) o da produção propriamente dita.
O papel do empreendedor seria o de articular esses três estágios, tendo em especial a capacidade para
estimar, com alguma exactidão, a importância dos produtos e sua provável demanda. Segundo este
conceito o acto de empreender não incluía necessariamente a propriedade do capital.
Os clássicos Ingleses pouco acrescentaram a este quadro conceptual dos economistas franceses. Adam
Smith, por exemplo, nao distinguiu o empreendedor das varias categorias de agentes económicos,
No inicio do sec. XX, novas contribuições teóricas ajudaram a definir melhor os papéis do
empreendedor. Schumpter passou a fixar os papeis do empreendedor em três bases: a inovação, a
assunção de riscos e a permanente exposição da economia ao estado de desequilíbrio, rompendo-se a
cada momento, paradigmas que se encontravam estabelecidos.
FONTE: BIRCHAL1, Sergio de Oliveira. Entrepreneurship and the formation of a business environment in nineteenth-
century Brazil. London school of Economics and Political Science, mimeo, 1994.
A capacidade empresarial
A capacidade empresarial, ou capacidade de empreendimento, ou empreendedorismo, pressupõe,
segundo ROSSETTI (2003:140) a mobilização, a aglutinação, e a combinação dos demais factores
de produção.
Os agentes dotados dessa capacidade geralmente possuem atributos que os diferenciam dentro dos
contingentes economicamente mobilizáveis. Geralmente, eles têm baixa aversão a riscos, espírito
inovador, sensibilidade para farejar oportunidades de negócios, energia para implantar projectos,
capacidade para organizar o empreendimento e visão estratégica orientada para o futuro
(ROSSETTI, 2003:152).
Empreendedorismo
O empreendedorismo pode surgir, segundo ESPERANÇA e MATIAS (2005:24), em qualquer sector
de actividade económica, tecnológico ou tradicional. Em complemento das empresas já instaladas, o
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Citado por ROSSETTI (2003:141-152)
Estas definições levam-nos a concluir que o empreendedorismo desempenha um duplo papel, privado
e social, de grande relevância para a colectividade.
Segundo o observatório de das PMEs Europeias, a idade media dos novos empreendedores é de 35
anos, o que revela que a decisão de criar uma empresa é normalmente tomada vários anos após a
conclusão dos estudos e com experiencia de trabalho por conta de outrem 3.
Assim, o empreendedor, em geral, apresenta experiência no seu sector de actividade e cria a sua
empresa vários anos após o término dos estudos. Deve reunir competências pessoais de gestão para
lançar e desenvolver com sucesso a empresa criada.
São múltiplos os determinantes do nível de empreendedorismo de um pais, nomeadamente, as suas
características pessoais, culturais e administrativas.
Qualidades
Segundo ROSSETTI (2003:141) os agentes dotados de capacidade empresarial reúnem um conjunto
de qualidades que os diferenciam em relação aos contingentes economicamente mobilizáveis. As
principais, destacadas por Leibenstein, são as seguintes:
Ter visão estratégica, orientada para o futuro, capaz de antever novas realidades e seus
desdobramentos;
Ter baixa aversão aos riscos inerentes ao ambiente de negócios;
Ter espírito inovador, quebrando paradigmas, abrindo novas fronteiras, propondo novas
soluções para satisfazer as ilimitáveis necessidades humanas;
Ter sensibilidade para farejar oportunidades de investimento ou de reunir e processar
informações que os levem a descobri-las;
Ter energia suficiente para implantar projectos de empreendimento, animando tantos
investidores quantos sejam necessários para sua execução;
Ter acesso aos outros quatro factores de produção, bem como capacidade de combiná-los,
levando adiante os projectos implantados;
Ter capacidade de organizar o empreendimento, adquirindo ou contratando os factores
necessários, transferindo subsequentemente a gestores competentes a coordenação
permanente das operações.
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Porém, a realidade moçambicana pode tomar um sentido diferente visto que é um país maioritariamente
Jovem e muitas organizações são geridas por pessoas abaixo de 35 anos de idade. Mesmo assim, é comum a
exigência de primeiro terminar os estudos.
Para melhor compreendermos os factores de sucesso de um negócio temos que partir de uma premissa
básica no contexto do empreendedorismo: tendo em consideração que qualquer empreendimento está
sujeito, ou ao sucesso, ou ao insucesso, é desejável procurar minimizar o risco do insucesso. A
experiência no mundo de negócios sugere que o risco de insucesso pode ser reduzido (não sendo, no
entanto, eliminado) se forem garantidas as seguintes condições:
O Espírito empreendedor
É característica distinta da pessoa ou instituição, não é um traço de personalidade. Qualquer
pessoa que precise tomar uma decisão pode aprender a ser um empreendedor. O
empreendimento é um comportamento, não é um traço de personalidade. As bases do espírito
empreendedor são o conceito e a teoria e não a intuição. Para Schumpeter, O empreendedor
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Sobre o plano de negócios falaremos com mais detalhes nas próximas unidades temáticas.
Responsabilidade social
Responsabilidade Social de Empresas é uma das temáticas mais faladas actualmente. Mas o
que é esse conceito? O que ele engloba? O que influenciou o seu surgimento?
Corrêa et al (2004) cita que o despertar da responsabilidade social das empresas não tem um
histórico cronologicamente definido. Há, na verdade, uma evolução da postura das
organizações em face da questão social, provocada por uma série de acontecimentos sócio-
políticos determinantes e, também, por aqueles que foram conseqüência da inovação
tecnológica.
Para Oliveira (2005), não existe uma lista rígida de acções que uma empresa deve fazer para
ser socialmente responsável, ou seja, não existe uma definição consensual. Responsabilidade
social envolve uma gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de preocupações
sociais e ambientais nas decisões e resultados das empresas.
Para Ashley (2003:56) a responsabilidade social empresarial pode ser definida como:
“O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de
actos e atitudes que afectem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de
modo específico, agindo proativamente e coerentemente no que toca ao seu papel específico
na sociedade e na prestação de contas para com ela”.
O termo Responsabilidade Social implica que as empresas conduzam seus negócios “de tal
maneira que as tornem parceiras e co-responsáveis pelo desenvolvimento social” (Instituto
Ethos: 2002).
A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses
das diferentes partes envolvidas no negócio (stakeholders): accionistas, funcionários,
fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente, de forma a conseguir
incorporá-los no planeamento de suas actividades, buscando atender às demandas de todos.
Módulo II
Oportunidades de Negócios
Oportunidades de negócios
2.1. Conceito:
Mudança tecnológica
Possibilita que as pessoas façam as coisas de forma nova e mais produtiva;
Grandes mudanças tecnológicas são maiores fontes de oportunidades de negócios do
que pequenas mudanças tecnológicas;
Quanto importante for o avanço tecnológico representado por uma inovação,mais
fácil é alguém criar uma nova empresa para explorá-la.