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PROJETO INTEGRADOR

A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NA CONTABILIDADE


PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO
SOCIAL

2023/2
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ESCOLA DE NEGÓCIOS, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

ACADÊMICOS

ANA MARIA TENÓRIO CAVALCANTE


ANDRÉ DAS NEVES
CAMILLE DA COSTA MACIEL
NATALIA HAWERROTH HOEPERS
SAMILLY REGINA BARBOZA

PROJETO INTEGRADOR
A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NA CONTABILIDADE
PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO
SOCIAL

Estudo apresentado como requisito parcial para a


disciplina Projeto Integrador – Empreendedorismo -
do curso de Ciências Contábeis da Escola de
Negócios, Educação e Comunicação, da
Universidade do Vale do Itajaí.

Professor Dr. Zilton Bartolomeu Martins

2023/2
1 EMPREENDEDORISMO NA CONTABILIDADE

1.1 DEFINIÇÃO DE EMPREENDEDORISMO

A definição de empreendedorismo surgiu no decorrer do tempo, à medida que


a estrutura econômica mundial mudava e tornava-se mais complexa. Desde seu
início, na Idade Média, quando era usada para se referir a ocupações específicas, a
noção de empreendedor foi refinada e ampliada, passando a incluir conceitos
relacionados com a pessoa, em vez de com sua ocupação. Os riscos, a inovação e
a criação de riqueza são exemplos dos critérios desenvolvidos à medida que evoluía
o estudo da criação de novos negócios. Neste texto, o empreendedorismo é definido
como processo de criar algo novo com valor, dedicando-se o tempo e o esforço
necessários, assumindo os correspondentes riscos financeiros, psicológicos e
sociais, e recebendo as recompensas conseqüentes da satisfação e da
independência pessoal e econômica (HISRICH, 2009). A idéia de um
empreendimento surge da observação, da percepção e análise de atividades,
tendências e desenvolvimentos, na cultura, na sociedade, nos hábitos sociais e de
consumo. As oportunidades detectadas ou visualizadas, racional ou intuitivamente,
das necessidades e das demandas prováveis, atuais e futuras, e necessidades não
atendidas definem a idéia do empreendedorismo (BERNANRDI, 2009). Há diversas
definições sobre empreendedorismo desde a idade média, contudo a definição que
talvez mais reflita o que é empreendedorismo é a definição de Joseph Schumpeter
(1949) apud Dornelas (2008, p. 15):

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela


introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de
organização ou pela exploração de novos recursos materiais. ”

1.2 O PROCESSO EMPREENDEDOR


Definição do Processo empreendedor de acordo com Baron e Shane (2007):
Conjunto de etapas e sequências que um empreendedor deve seguir e que são
subdidividas nas sub-etapoas: reconhecer a oportunidade, decidir empreender,
reunir recursos, efetuar o empreendimento, construir o sucesso e colher as
recompensas.

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações


associadas à percepção de oportunidades e a criação de empresas que persigam
estas oportunidades. (BYGRAVE e HOFER, 1991).

O processo empreendedor sofre a influência de múltiplas variáveis: individuais


(motivações, habilidades e processo cognitivo), intrapessoais (relacionamento entre
empreendedores e outras pessoas) e sociais (e.g. políticas governamentais,
economia, condições de mercado, etc.) (BARON, 2007). Esta influência confere
grande complexidade ao processo, o que requer o uso de todas as ferramentas
conceituais disponíveis na tentativa de entender como tudo acontece. Neste sentido,
perspectivas que abordam aspectos chaves do 27 comportamento humano (e.g.,
tomada de decisão, resolução de problemas, autoregulação do comportamento)
podem contribuir substancialmente para o entendimento do processo de
reconhecimento e desenvolvimento de novas oportunidades (SHANE e
VENKATARAMAN, 2000).

Uma forma de entender o empreendedorismo como um processo é analisar


como uma atividade na qual os empreendedores se envolvem, levando em
consideração: as condições econômicas, tecnológicas e sociais das quais surgem as
oportunidades; as pessoas que reconhecem essas oportunidades –
empreendedores; as técnicas de negócios e estruturas jurídicas que elas usam para
desenvolve-las; e, os efeitos sociais e econômicos produzidos por tal
desenvolvimento (SHANE; BARON, 2007)

1.3 CARACTERÍSTICAS/ PERFIL DO EMPREENDEDOR


Diferentes autores que pesquisaram sobre o assunto encontraram muitas
características em comum ao tentar definir um perfil para o empreendedor de
sucesso, porém existem diferentes tipos de empreendedores que se diferenciam
pelas suas diferentes origens ou costumes.

“O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos


fatos e tem uma visão futura da organização” (DORNELAS, 2001, p. 15).

“O sujeito empreendedor é aquele que não mede esforços para abrir e


administrar seupróprio negócio, gerando emprego e renda para a sociedade’’
(FREITAS; ROCHA, 2014, p.18).

Os empreendedores possuem desde cedo o gosto por situações em que são


necessárias ter a responsabilidade de tomarem decisões e pensarem em soluções
para os problemas, também é comum estabelecerem metas pessoais que os
desafiam. (BESSANT E TIDD, 2009),

Uma das principais características do empreendedor é a criatividade, pois é


necessário e importante perceber o que os demais não reparam, ou seja, ter visão
diferenciada do mercado (DOLABELA, 2008).

Os empreendedores de sucesso estão sempre procurando novas ideias de


negócio e também, oportunidades de mercado. Por conta disto, estão sempre
atentos, são curiosos, questionadores e criativos (DORNELAS, 2005).

Uma das principais características do empreendedor é a criatividade, pois é


necessário e importante perceber o que os demais não reparam, ou seja, ter visão
diferenciada do mercado (DOLABELA, 2008).

Para conquistar o sucesso, o empreendedor deve apresentar as seguintes


características: servisionário; tomar decisões corretas; fazer a diferença; explorar o
máximo de oportunidades; independência e direção do próprio destino; ser líderes
(DORNELAS, 2005).

Independentemente dos diversos conceitos sobre o perfil e características de


um empreendedor, a maioria dos autores entram no consenso que é um indivíduo
que possui: necessidade de sucesso, necessidade de autonomia/independência,
tendência criativa, tendência a assumir riscos e, impulso e determinação
(PELOGGIA, 2001).
2 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO NA CONTABILIDADE

2.1 EMPREENDEDORISMO DE NEGÓCIOS

O empreendedorismo de negócios ou também conhecido como “startup”,


entende-se como uma identificação de oportunidade de um novo negócio, onde
surge por parte do empreendedor um desenvolvimento de ideias inovadoras que se
convertem em base para a criação de uma nova empresa, contemplando a
qualidade na criação de produtos e serviços em geral com objetivo de obter lucro.
(AFFONSO, RUWER, GIACOMELLI, 2018)

Segundo Hisrich; Peters; Shepherd, 2014, apud AFFONSO; RUWER;


GIACOMELLI, 2018, p.25

“Apesar de não possuir definição única, o empreendedorismo é


considerado como um processo de criação de algo novo ou diferente, que
agrega valor, que exige dedicação e esforço, e que incorre em riscos
financeiros, psicológicos e sociais, cujo retorno, na maioria das vezes, é a
satisfação econômica e pessoal. É um termo então, relacionado a inovação,

ao risco, à criatividade, à organização e à riqueza”

Sendo assim o empreendedorismo são ações com soluções


progressistas, onde o empreendedor investirá seus recursos para conquista de uma
clientela específica, enfrentando concorrentes do mesmo segmento e oferecendo
um produtos ou serviços com seu diferencial específico no mercado, visando
resultância positivo pelos serviços prestados. Este tipo de empreendedorismo
abrange uma série de movimentações, distinguidas entre a estruturação,
fortalecimento e a idealização do projeto até a implementação das operações do
determinado segmento desejado.( AFFONSO, RUWER, GIACOMELLI, 2018).“Numa
visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo
novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele sonho que

sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação.” . (GIACOMELLI e VELHO,


2017, p 11).
Um exemplo de empreendedorismo de negócios na contabilidade é a
Consultoria Financeira no Comércio exterior, onde o empreendedor pode oferecer
serviços de consultoria financeira para empresas e indivíduos. (LOURENÇO, 2009).

O consultor pode determinar a classificação adequada das mercadorias


de acordo com o Sistema Harmonizado (HS), que é essencial para o cálculo de
tarifas de impostos de importação/ Exportação; realizando o cálculo de custos, como
tarifa aduaneira, despesas de transporte, impostos como o ICMS, IPI, PIS e
COFINS. Também fica responsável por manter os registros contábeis precisos de
todas as transações de comércio exterior, garantindo o cumprimento das
regulamentações contábeis nacionais e internacionais, minimizando encargos
fiscais, como entreposto aduaneiro, drackback, ex- tarifário, entre outros.
(LOURENÇO, 2009).A consultoria contábil é essencial para empresas que desejam
evitar problemas legais e financeiros, servindo como uma otimização operacional,
garantindo que as operações sejam executadas de forma eficaz e dentro dos
padrões legais e esperados pela legislação aduaneira. (LOURENÇO, 2009).

2.2 EMPREENDEDORISMO SOCIAL

O empreendedorismo social, são criações empreendedoras com


objetivo de resoluções de problemas sociais e ambientais, formado pelas relações
entre comunidade, governo e setor privado, através de parcerias estabelecidas. O
objetivo principal não é apenas gerar lucro, mas também criar um impacto positivo
na sociedade. Ou seja, essas empresas existem, principalmente, para viabilizar
soluções que geram modificações na realidade de pessoas e/ou comunidades

vulneráveis.

Os empreendedores sociais são pessoas que observam problemas sociais,


como a pobreza, a falta de acesso à educação, a falta de água potável ou a
degradação do meio ambiente, e procuram atingir soluções para esses obstáculos
por meio de uma perspectiva de negócios. A partir desta observação, eles
apresentam ideias inovadoras e sustentáveis que visam dissolver esses problemas
de forma efetiva e duradoura, com uma visão de negócios ampla e competência de
gerenciamento consciente, mas também com forte encorajamento para fazer a

diferença em suas comunidades. (BELLANGAMBA, COMIN, 2005)

Sobre o empreendedorismo social e sua relação com a sociedade


podemos afirmar que:

A forma de se fazer o empreendedorismo social é


caracterizado mais pela intuição do que pela racionalidade dos fatos. O
empreendedor social é um sonhador, um visionário. Além de tudo isso, e o
mais importante, talvez, é que ele é um grande realizador. Seu grau de
confiabilidade, tanto no âmbito técnico daquilo que faz, como
comportamental, moral, é altíssimo. A grande mobilização das pessoas se
dá, via de regra, por esse grau de confiabilidade. ( Massensini 2011, p. 21).

Um exemplo de empreendedorismo social onde a contabilidade se faz muito


importante são as organizações não governamentais (ONGS). (BELLANGAMBA,
COMIN, 2005)

BELLANGAMBA, COMIN, 2005. p2. relata que:

“A expressão “sem fins lucrativos”, que geralmente


acompanha a definição das ONG’S, salienta a ideia de que não
devem ser confundidas com o restante das organizações privadas,
cujas atividades se orientam visando a acumulação de capital.
Porém, o fato de não terem fins lucrativos não significa que essas
organizações não cobrem pelos serviços prestados, não paguem
seus funcionários e não invistam em equipamentos e em
propriedades, ou ainda, no mercado de capitais.

A NBCT T 10.19 define que as demonstrações contábeis das entidades


sem finalidade de lucros devem seguir as diretrizes estabelecidas na NBC T 3, que
trata do conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das demonstrações contábeis.
Isso inclui a substituição das contas “capital” por “ patrimônio social” e “ lucros ou
prejuízos acumulados” por “ déficit do exercício”. As ONGS possuem
particularidades contábeis especificas que não podem ser omitidas. Isso inclui p
tratamento contábil de doações, subvenções, voluntariado, imunidades fiscais e
isenções tributarias. (BELLANGAMBA, COMIN, 2005)

Alguns exemplos de práticas contábeis aplicadas a organizações não


governamentais são:

 Tratamento de doações e subvenções: a doação de materiais e ativos


permanentes devem ser registradas como aumento de patrimônio líquido
(social) e não na demonstração de resultado. Subvenções para custeio são
registradas como receitas do exercício. As subvenções recebidas sem
contrapartida são registradas de forma específica.

 Registros contábeis: os incentivos fiscais, subvenções, contribuições e


doações devem ser registrados em contas específicas de receita e devem
constar nos demonstrativos de resultado das entidades beneficiadas.

 Demonstrações Contábeis: São as necessidades de apresentar diversas


demonstrações contábeis, incluindo o balanço patrimonial , a Demonstração
do Déficit das Atividades ( equivalente à demonstração do resultado), a
demonstração da mutação do patrimônio líquido social (DMPLS) e a
demonstração das origens e aplicações dos recursos.

 A importância da DMPLS: A demonstração da mutação do patrimônio líquido


social é destacada como de grande utilidade, mesmo que não seja obrigatória
para todas as empresas, pois fornece informações sobre a movimentação das
contas que integram o patrimônio líquido. (BELLANGAMBA, COMIN, 2005)

Essas práticas são fundamentais para garantir que as ONGS


mantenham registros financeiros transparentes e precisos, cumprindo suas
obrigações legais e prestados suas atividades aos órgãos reguladores,
desempenhando e contribuindo para um fortalecimento das instituições, promovendo
uma gestão financeira mais eficaz em prol de causas sociais e ambientais.
(BELLANGAMBA, COMIN, 2005).
2.3 INTRAEMPREENDEDORISMO

O Intraempreendorismo, também conhecido como “ intrapreneurship”, refere-se à


prática de empreendedorismo dentro de uma organização já existente. Em oposição
ao empreendedorismo tradicional, que envolve a criação de uma nova empresa, o
conceito propõe beneficiar-se dos talentos da própria corporação com finalidade de
encontrar possibilidades de inovação e desenvolvimento de novos produtos,
serviços, processos, abertura de novos mercados ou resolução de problemas
internos. São eles que ajudam na criação de ideias dentro das organizações, mesmo
que indiretamente. (REGAZZI,BONTORIM, KIRSZENBLATT, 2015).

Os intraempreendedores assumem riscos de forma calculada e


estratégica, avaliando riscos e benefícios de suas iniciativas, buscando minimizar os
possíveis impactos.

Para Felício (2013) (apud REGAZZI, R.; BONTORIM, M.; KIRSZENBLATT,C.


2015, p.20).

Essa modalidade de empreendedor colaborador vem se destacando


cada vez mais e sendo valorizada pelas empresas, seja por meio de
atribuição de valor a seu trabalho ou até mesmo da ascensão alcançada
internamente. Empreendedores colaboradores são procurados cada vez
mais por empresas de recrutamento, ocupando os cargos mais importantes
nas organizações de todo o mundo.

Surpreendentemente, não são apenas as grandes corporações que podem se


beneficiar. Pequenas empresas também podem e devem estimular o
intraempreendedorismo. Isso pode ser feito através da promoção de um ambiente

que encoraje a inovação e a resolução de problemas de maneira criativa.


Acredita-se que o intraempreendedorismo, assim como o empreendedorismo, pode
ser aprendido, seja por meio de cursos, palestras e seminários, ou com a prática,
por intermédio da experiência de pessoas já intraempreendedoras. Todas as
pessoas apresentam algumas características intraempreendedoras em seu perfil
comportamental, basta saber se o número de características apresentadas é
suficiente para o indivíduo ser considerado um intraempreendedor de sucesso. Em
um futuro próximo, acredita-se que o indivíduo deverá apresentar um
comportamento intraempreendedor para manter seu emprego. ( REGAZZI,
BONTORIM, KIRSZENBLATT, 2015).

O Intraempreendorismo na contabilidade quando implementado com


êxito, pode gerar um folego maior no desenvolvimento de um escritório, pois os
contadores que assumem mais autonomia dentro do âmbito empresarial.

Como por exemplo;

 implementação de software de contabilidade avançado incluindo a automação


de processos contábeis como reconciliação bancária, faturamento e geração
de relatórios.

 Oferecer consultoria estratégica para os clientes, além dos serviços


contábeis tradicionais.

 oferecer educação financeira e treinamento para os clientes.

 Revisão e otimização dos processos internos para aumentar a eficiência e


qualidade dos processos futuros.

 Introdução de fluxo de trabalho colaborativo e ferramentas de gerenciamento


de projetos.

 Colaborar com instituições acadêmicas para promover educação e a pesquisa


em contabilidade.

A inovação em um escritório de contabilidade pode abranger uma


combinação desses tipos e deve estar alinhada com as necessidades dos clientes e
as tendencias do mercado. Ela pode ajudar a melhorar a eficiência, a precisão e a
qualidade dos serviços contábeis e ao mesmo tempo que fortalece a posição do
escritório no mercado. Resumindo, o Intraempreendorismo é uma ferramenta
poderosa que pode transformar a cultura de uma empresa, incentivando a inovação
e a proatividade. Quando falamos sobre o futuro dos negócios, é inegável que criar
um ambiente que estimula ideias é a chave para o sucesso contínuo.
(REGAZZI,BONTORIM, KIRSZENBLATT, 2015).
2.4 EMPREENDER POR NECESSIDADE

O empreendedorismo por necessidade refere-se à prática de iniciar um


negócio ou empreendimento devido à escassez de opções de emprego ou à
necessidade de gerar lucro devido a condições econômicas difíceis, essa forma de
empreendedorismo muitas vezes é estimulada pela sobrevivência e pela
necessidade de sustentar a si mesmas e suas famílias. ( BEZERRA, 2011).

Além disso, o empreendedorismo por necessidade expande em tempos


de crise econômica, quando o índice de desemprego está alto no país. Isso quer
dizer que a pessoa resolveu empreender “sem pensar muito”, buscando apenas a
sobrevivência, na urgência de ganhar dinheiro suficiente para cobrir os custos de
vida que o salário do emprego fixo pagava. (BEZERRA, 2011)

Enquanto alguns empreendedores por necessidade podem eventualmente


criar negócios sustentáveis e bem-sucedidos, outros podem ver o
empreendedorismo como uma solução temporária até que melhore oportunidades
de emprego surjam, “Mas o empreendedorismo por necessidade não decorre
apenas do nível de desemprego. É possível falar também de outro segmento de
empreendedores por necessidade: o constituído por pessoas que encontram
dificuldade para encontrar emprego em decorrência de diferentes tipos de
deficiências.” ( BEZERRA, 2011, p, 22).

Alguns exemplos de empreendedores por necessidade são:

 Vendedores ambulantes: onde iniciam vendas de produtos nas ruas, como;


alimentos, roupas e eletrônicos.
 Serviços de limpeza ou reparo: Onde esses empreendedores podem
oferecer seus serviços de limpeza de casas, reparo de eletrodomésticos,
encanamento e serviços de manutenção residencial.

 Freelancers: Este empreendedor oferece seus serviços que pode, ser


desde design gráfico, programação, tradução, redação até bartenders ou
cuidador de idosos.

 Vendas de produtos artesanais: Este empreendedor pode criar e vender


produtos como; joias, sabonetes, velas, bolsas e artesanatos.

 Transporte de passageiros ou entrega de mercadorias: Este


empreendedor pode dirigir para aplicativos de carona, fazer entrega de
alimentos ou até mesmo oferecer seus serviços para transporte escolar.

É importante destacar que o empreendedorismo por necessidade ocorre


em situações desafiadoras, onde pode ser uma ação provisória
correspondente a dificuldades financeiras, idealmente, esse segmento de
empreendedorismo por busca oportunidades de crescimento e estabilidade
financeira a longo prazo, caso as circunstâncias melhorem. ( BEZERRA,
2011).

2.5 EMPREENDER POR OPORTUNIDADE

O empreendedorismo por oportunidade refere-se à criação de um novo


empreendimento ou negócio com base na identificação de oportunidades no
mercado que são propícias e atraentes. O empreendedorismo por oportunidade
abrange a utilização deliberada de uma ideia de negócio ou oportunidade
determinada. (PINTO,2016)
O empreendedor por oportunidade frequentemente é considerado o mais
sustentável e orientado para o crescimento em comparação ao empreendedorismo
por necessidade. Muitas startups e empresas bem-sucedidas iniciaram como
empreendimento por oportunidade, e muitos destes empreendedores foram
aguçados pela visão de criar algo e surpreendente no mercado. No entanto, o
sucesso no empreendedorismo por oportunidade ainda requer uma percepção sólida
na abertura e princípios de negócios. Há vários tipos de empreendedorismo por
oportunidade, que se divergem de acordo com a natureza da perspectiva de
mercado identificada.
(PINTO,2016)
Alguns exemplos dos principais tipos de empreendedorismo por oportunidade
englobam:

 Tecnológico : Os empreendedores tecnológicos detectam oportunidades de


mercado associadas a inovação tecnológicas. Eles criam mercadorias ou
serviços embasados em tecnologias avançadas ou disruptivas. Exemplo
incluem startups de inteligência artificial, blockchain, realidade virtual, etc.
 Cultural ou criativo: Empreendedores culturais ou criativos pesquisam
oportunidades relacionadas a cultura, arte, entretenimento e criatividade. Isso
pode incluir a criação de estúdios, produção de eventos e muitos mais
segmentos relacionados a cultura e diversidade.
 E-commerce: Com a ampliação da comercialização tecnológica, muitos
empreendedores encontram oportunidades de negócios online. Eles criam ou
renovam lojas virtuais, desenvolvem soluções de pagamentos online ou
oferecer serviços de logistica para comercio eletrônico.

Há muitas outras áreas em que empreendedores podem reconhecer


oportunidades e criar negócios de sucesso. O empreendedorismo por oportunidade
é conduzido pela criatividade, engenhosidade e inovação pela capacidade de
adiantar demandas do mercado.

O empreendedor consegue fazer as coisas acontecerem por ser


dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de
identificar e aproveitar oportunidades, nem sempre claras e definidas. Com
esse arsenal, transforma ideias em realidade para benefício próprio e para o
benefício da sociedade e da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível
de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança,
aspectos que, combinados adequadamente, habilitam-no a transformar uma
ideia simples em algo que produza resultados concretos e bem-sucedidos
no mercado (CHIAVENATO, 2012, apud PINTO, 2016, p, 22).
3 EMPREENDEDORISMO EM CONTABILIDADE NA PRÁTICA

Parceria Chaves:
Em entrevista com contador responsável a principal parceria chave vem de parcerias
e indicações de comerciantes da região, ale de um trabalho de visitas inloco
oferecendo os serviços com propostas de redução de custos e maior apoio nas
tomadas de decisões e organização financeira para o empresário que esta iniciando
no ramo ou que não esteja satisfeito com os serviços que possui.

Atividades Chaves:
Os profissionais do escritório possuem experiências no ramo e trabalham para trazer
soluções e consultoria para ajudar o empresário e seu negocio a prosperar e crescer
otimizando processos e facilitando a administração.

Proposta de Valor:
São oferecidos serviços tradicionais de um escritório de contabilidade, além de
terceirização de mão de obra de limpeza e organização. São oferecidas consultorias
presenciais na escolha de softwares para o comercio, parametrização desses
softwares de acordo com o regime tributário e treinamento da equipe.

Relacionamento:
Escritório possui plataformas automatizadas para que o empresário possa entrar em
contato e escolher diretamente o setor que deseja tirar suas dúvidas, solicitar
documentos, agendar visitas, enviar os documentos, o que facilita a comunicação e
a agilidade de troca de documentos para fechamentos.

Segmentos de Clientes:
Atualmente atua com 80% de clientes sendo pequenos empresários do ramo de
supermercados, panificadoras e algumas lojas de varejo.

Canais:
Para comunicação com seus clientes possuem a plataforma ONVIO, além de
whatsapp automatizado, e métodos tradicionais que são fone e e-mail.

Recursos Chave:
Software para contabilidade, RH, Envio de arquivos e integrações e colaboradores
qualificados.

Fonte de Receitas:
Os Clientes pagam mensalidade pelos serviços contábeis. Porém o escritório tem
outras fontes de renda veem de consultorias para recuperação de impostos onde se
cobra um % pelo valor recuperado, comissões da venda de software e
equipamentos, receita de prestação de serviços de terceirização de mão de obra e
treinamentos.

Estrutura de Custos:
Aluguel de uma sala comercial, mensalidade de sistemas operacionais, salário da
equipe de funcionários.
4 VÍDEO DE SOCIALIZAÇÃO

https://www.youtube.com/watch?v=Z085FvyFRrs
REFERÊNCIAS

AFFONSO, L. M .F, GIACOMELLI, G., RUWER, L.M. Empreendedorismo, Porto


Alegre: SAGAH, 2018.

BELLANGAMBA, A.M. COMIN, J. 2005. Contabilidade de Organização não


Governamentais. In : IX ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE INICIAÇÃO
CIENTIFICA E V ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE PÓS- GRADUAÇÃO-
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA. 9, 2005, São Jose dos Campos, anais[...]
São josé dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba, 2005.

BEZERRA, W. Q. Empreendedorismo, o perfil empreendedor por necessidade, por


outra perspectiva, um estudo no segmento de confecção. 2011, 44 f. Monografia
(Graduação em Administração) – Faculdade 7 de Setembro, Fortaleza, 2011.

GIACOMELLI, Giancarlo; VELHO, Adriana. Empreendedorismo, 3.ed. Porto Alegre:


SAGAH, 2017.

LOURENÇO, M.M. Contabilidade Das Empresas Que Atuam no Setor de


Comércio Exterior. 2009. 55 f. Monografia. ( Estágio Supervisionado do Curso de
Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas)- Universidade do Vale
do Itajaí, Itajaí, 2009.

MASSENSINI, Ariana Ramos. Empreendimentos: Curso Técnico de Administração,


Pelotas: UFMT, 2011.

PINTO, A. K. Empreendedorismo como oportunidade no momento da crise


brasileira, 2016. 48 f. Monografia ( Bacharelado em Administração)- Faculdade de
Ceres, Goiás,2016.

REGAZZI, Renato; BONTORIM, Marcia; KIRSZENBLATT, Cezar.


Intraempreendorismo e inovação: Uma abordagem especial, RJ: Sebrae/RJ,
2015.

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