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UC42 – Urgência e

Emergência
Prof. José Augusto Ferreira
Professor
JOSÉ AUGUSTO FERREIRA

Médico pela Universidade Federal de


CRM-PE 24581 / RQE 13269
Pernambuco – UFPE

Especialista em Medicina de
Emergência – AMB/ABRAMEDE

Mestre em Medicina pela Medical


School da Universidade NOVA de Lisboa
OMP-Centro 75525
ARRITMIAS (BRADICARDIA)
- Objetivos de Aprendizagem -

● Diferenciar os sinais e sintomas causados pela bradicardia

● Diagnosticar corretamente a presença e o tipo de Bloqueio AV

● Entender e aplicar a intervenção medicamentosa mais adequada.

● Entender sobre as técnicas, cautelas e quando deve-se iniciar a


estimulação transcutânea.

● Identificar a necessidade de opinião de especialista


BRADICARDIA
Anormalidade na regularidade, na origem do impulso cardíaco ou alteração na sua condução,
causando uma sequência anormal da ativação miocárdica, gerando uma frequência
ventricular < 50 bpm.

1) BRADICARDIA SINUSAL
2) BLOQUEIO SINOATRIAL
3) PARADA SINUSAL
4) BLOQUEIOS INTERATRIAIS
5) BLOQUEIOS INTRAVENTRICULARES
6) BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES (BAV)
BAV 1º grau
BAV 2º grau
Tipo I (Mobitz I)
Tipo II (Mobitz II)
*BAV 2:1 e BAV Alto grau
BAVT
• Aumento do tônus vagal
• Hipoxemia
• Distúrbios eletrolíticos
ETIOLOGIA: • Degeneração do sistema condutor
• Isquemia miocárdica
• Medicamentos (Digitálicos, beta bloqueadores...)

SINTOMAS: SINAIS:
• Desconforto ou dor Torácica • Hipotensão
• Dispneia • Hipotensão ortostática
• Alteração do Nível de Consciência • Diaforese
• Fraqueza, fadiga, sensação de desfalecimento • Congestão pulmonar (ausculta ou Raio x )
• Tontura e pré-sincope • Nítida insuficiência cardíaca congestiva
• Síncope • Edema agudo de pulmão
Bradicardia Sinusal
• Fisiológica:
• Comum em indivíduos vagotônicos ou em atletas

• Sintomática:
• Doença do Nodo sinoatrial
• Pode decorrer de causas extracardíacas (meningites, hipertensão
intracraniana, hipotireoidismo...)
• Intoxicações (medicamentos, inseticidas...)
Bradicardia Sinusal
• Impulso cardíaco gerado no NSA => Onda P positiva DI, DII, DIII e aVF
Onda P antecede cada QRS
• Ritmo Regular => Intervalo PR: 0,12 a 0,2s
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
Atrasos ou falhas que os impulsos atriais sofrem para atingir os ventrículos

BAV 2:1

BAV Alto grau


BAV 1º grau
• Atraso frequente na condução NAV com intervalo PR alargado > 0,2s
• Onda P precede todo QRS com intervalo PR constante
BAV 2º grau – Mobitz I
• Aumento progressivo do intervalo PR até bloqueio AV e uma P não
preceder um complexo QRS
• Intervalo PR não é constante, intervalo RR é irregular
BAV 2º grau – Mobitz II
• Interrupção súbita da condução AV => ondas P conduzidas e outras não
• Intervalo PR não é progressivo, intervalo RR é irregular
• Bloqueio abaixo ou no feixe de His => pode progredir para BAVT
BAV-Total
• Completa dissociação atrioventricular (sem relação onda P com o QRS)
• A frequência atrial > Frequência Ventricular
• Os ventrículos são esUmulados por foco ectópico
BAV 2:1
• A cada 2 ondas P, uma é bloqueada
• Intervalo PR >0,2ms mas não é possível ver progressão
• Não há como diferenciar entre Mobitz I ou II

• A cada 3 ou mais ondas P, apenas uma conduz


BAV Alto Grau • Menos da metade dos baVmentos atriais é
conduzida para os ventrículos
Terapia farmacológica
• ATROPINA 0,5mg – antagonista muscarínico que inibe as terminações parassimpáticas.
Dose: 0,5mg EV em bolus de 3 a 5 min. Dose máxima: 3mg ou 0,04mg/Kg

• EPINEFRINA 1mg – atua nos receptores alfa e beta adrenérgicos produzindo


vasocontricção, broncodilatação e aumento da força miocárdica.
Dose: 5 ampolas em 250mL SF 0,9% ou SG 5% - infusão de 2-10mcg/min.

• DOPAMINA 50mg – precursora da adrenalina e noradrenalina, estimula os receptores


adrenérgicos do SNA simpático e os dopaminérgicos, age de forma inotrópica aumentando
o débito cardíaco.
Dose: 5 ampolas em 250mL SF 0,9% ou SG 5% - infusão de 2-20 mcg/kg/min.
Pontos IMPORTANTES sobre a Atropina!
• O PRINCIPAL ponto de decisão no algoritmo é determinar a perfusão:
- Se adequada = monitorização
- Se deficiente = ATROPINA

• A sequência no algoritmo é determinada pela gravidade do paciente

• Doses <0,5mg podem reduzir ainda mais a FC c/ piora da bradicardia

• Usar com cautela se isquemia coronária aguda ou IAM


- O aumento da FC pode piorar a isquemia ou aumentar o tamanho do
IAM.
Pontos IMPORTANTES sobre a Atropina!
• Na intoxicação/overdose por Beta Bloqueadores ou Bloquadores dos
canais de Cálcio, na presença de BAV 2º grau ou BAVT, deve-se aguardar
até a dose máxima de atropina antes de conduzir o tratamento de 2ª linha

• NÃO CONFIAR na Atropina no BAV 2ºg tipo II ou BAVt com QRS largo
- Não são arritmias propensas a responder à atropina para reversão dos
efeitos colinérgicos. Se a resposta à Atropina continuar inadequada
após 2 a 3 doses, já é mais viável seguir adiante, para a próxima
conduta alternativa.
Estimulação Cardíaca
• Marcapasso Transcutâneo • Marcapasso Transvenoso
MP Transcutâneo
MP de estimulação transcutânea

INDICAÇÕES / Vantagens RESSALVAS


• Bradicardias hemodinamicamente instáveis • Contraindicada em Hipotermia intensa
• Condição instável decorrente da bradicardia que • Não é recomendada para assitolia
não tolere o tempo de passagem do MPTV • Necessidade de sedoanalgesia
• Para estímulo imediato no local do IAM, caso: • A estimulação elétrica provoca reflexo muscular
- Bradicardia sinusal sintomática que pode mimetizar o pulso carotídeo
- BAV 2ºg II • Unicamente para condições de extrema urgência
- BAVT • Ponte para o MP Transvenoso
- Novo BRE, BRD ou Bifassicular • Idealmente o tempo máximo de uso é de 120min
• Mais comumente disponível, fácil instalação e • Sedoanalgesia ponderando o impacto de tais
manuseio simples. drogas sobre a resposta hemodinâmica e
respiratória do paciente.
MP de estimulação transvenosa

INDICAÇÕES / Vantagens RESSALVAS


• Forma útil e segura de estimulação temporária • Requer maior densidade tecnológica e insumos
• Deve ser o procedimento de escolha quando for específicos para procedimento estéril com
indicado o MP na sala de emergência. sedoanalgesia e anestesia local.
• Uso profilático em: • Requer habilidades específicas do profissional
- cirurgias de grande porte nos pacientes com como utilização de USG e Punção de veia central.
distúrbio no sistema de condução • Complicações comuns à punção venosa:
- IAM + bradicardia, BAV avançado ou BR recente pneumotórax, infecção, hematomas
- Disfunção do MP definitivo • Complicações específicas do procedimento: lesão
do endocárdio, perfuração miocárdica, derrame
pericárdico, tamponamento cardíaco e embolia
gasosa.
APELAÇÃO?

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