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Aula 02 - Cardio

Arritmias na Sala de Emergência


Caderno da Babi

Fc cardíaca normal: 50 a 100bpm (em repouso)


Bradicardia - FC < 50 (Bradicardia relativa, FC entre 40 e 50, pode gerar repercurssões
hemodinâmicas mas não costuma causar sintomas de baixo débito. Pode causar associada a
anemia e outras patologias/ Bradicardia absoluta, FC < 40 - causa repercussões
hemodinâmicas independente de patologias de base)
Taquicardia - FC > 100 ( FC > 170 causam repercussões hemodinâmicas por si mesmo)
Sistêmicas: anemia, diminuição da RVP, estados de alto débito (gravidez) - quando
associadas a bradicardia relativa podem causar baixo débito
Cardíacas: insuficiência miocárdica, insuficiência diastólica, barreireas à ejeção ventricular

1. Constatação e Caracterização da Arritimia:


 História clínica objetiva, tanto quanto possível
 Exame físico ágil e dirigido
 Pronta obtenção do ECG convencional

2. Procedimentos Paralelos Gerais


 Repousar o paciente no leito
 Manter ou instituir monitorização contínua do ECG
 Disponibilizar unidade ou equipo de reanimação cardiopulmonar
 Instalar e manter acesso intravenoso periférico com SG5% ou SF
 Avaliar continuamente ou periodicamente a pressão arterial
 Disponibilizar unidade de disfibrilação - cardioversão elétrica

3. Caracterização do Estado Hemodinâmico:


 Estável: sem manifestações relevantes e evolução inalterada
 Instável: manifestações clínicas graves em progressão

Choque, hipotensão grave (PAS <90mmHg), síncope, redução da consciência, vígil,


congestão pulmonar, B3 de VE (galope, sinal de instabilidade hemodinâmica), SCA, AVC,
Dissecção aórtica, IRA

obs: Instabilidade hemodinâmica: agravamento ou lesão de órgão alvo

4. Decisão sobre o tratamento da arrtimia:


 Resolutividade: imediato, em horas, em dias, profilaxia
 Tipo de tratamento:
 administração de drogas - EV, VO
 Conversão elétrica - cardioversão, desfibrilação
 Instalação de marca-passo artificial - temporário, permanente
obs: arritmias estáveis podem usar drogas orais

5. Qualquer ritmo elétrico sem pulso periférico:


Reanimação cardio- pulmonar

6. Tratamento Emergencial das Bradiarritmias:

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 Bradicardia Absoluta (< 40 bpm) ou Relativa:
1. Com sinais e sintomas relacionados à baixa frequência cardíaca:
Atropina: a bradicardica causada por problema no nó sinusal (bradicardia sinusal) responde a
atropina. Responde a estímulo adrenérgico (aumento do tônus simpático), mesmo doente é
capaz de responder a tônus simpático.
Dobutamina
Adrenalina sob infusão
Isoproterenol
obs: essas 4 drogas são as mais utilizadas para aumentar a FC
Marca - Passo Externo (Transcutâneo)
Marca - Passo Transvenoso

obs: A fisiopatologia das bradicardias estão nos problemas do nó sinusal. Quando o nó sinusal
pára o nó AV teoricamente assume o ritmo cardíaco, mas nem sempre isso acontece. Todas as
doenças que afetam os átrios afetam o nó sinusal (ex: miocardiopatias (afetam ventrículos e
átrios); cardiopatia isquêmica (afeta átrios e ventrículos); HAS (sobrecarga pressórica
retrógada do ventrículo para o átrio. Todo estímulo para hipertrofia causa estímulo para
fibrose.). Quase todas as doenças podem afetar o nó sinusal, no entanto 3 doenças estão mais
associadas a doenças do nó sinusal: Envelhecimento (fibrose no átrio, deposição amilóide
senil; enrijecimento por envelhecimento); Miocardiopatia isquêmica; Hipertensão
Se o nó sinusal pára de funcionar o batimento cardíaco cai
Nó sinusal: bate de 60-100 bpm
Nó AV: 40bpm
Feixe de His: 20bpm
Fibras de Purkinje: 20bpm
Conforme vai descendo no sistema de condução o comando é cada vez mais deficiente.
Outros problemas que podem causar bradicardia são os BLOQUEIOS. Principal causa de
Bloqueio AV: doença de Lénègre (doença degenerativa idiopática, principal causa de
bloqueio AV. Calcifica os ramos do feixe de His e pode calcificar o nó AV); doença de
Chagas
obs: queixas de baixo débito: síncope, pré-síncope, cansaço, astenia

Causas de Bradicardia:
 Doenças que acometem o Nó Sinusal:
Envelhecimento
Miocardiopatia isquêmica
Hipertensão
 Bloqueio AV:
Doença de Lénègre
Doença de Chagas
Os Bloqueios podem ser com QRS estreito (supra - hisiano) ou QRS largo (infra - hisiano)
obs: QRS estreito no BAV é na altura do nó AV (supra hisiano) - o bloqueio supra hisiano
responde a atropina. O nó AV é uma estrutura atrial e tem invervação vagal e quando bloqueia
o vago pode responder. Por isso usa a atropina; quando o QRS é largo no BAV é na altura do
feixe de His (infra hisiano). Os ramos do feixe de his estão nos ventrículos e não tem
invervação vagal e não tem como fazer atropina porque não responde. Nesse caso faz as
aminas

6.1. Doses - Bradicardia:


 Adrenalina

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Inicialmente, 1mg EV em bolo a cada 3-5 minutos
Se não houver resposta, um dos seguintes regimes pode ser empregado:
a) 2-5 mg EV em bolo a cada 3-5 minutos
b) 0,1 mg/Kg EV em bolo a cada 3-5 min
c) 1mg, 3mg, 5mg progressivamente a cada 3 minutos
d) 2 - 10 ug/min em infusão EV

 Atropina:
1mg EV lentamente a cada 3-5 minutos, até a dose total de 0,004mg/Kg

 Dobutamina:
5 - 20 ug/Kg/min em infusão EV

 Isoproterenol:
2-10 ug/min em infusão EV

7. Tratamento Emergencial das Taquiarritmias:


 Com instabilidade hemodinâmica: Cardioversão elétrica
 Sem sinais e sintomas ou apenas discretos e sem instabilidade hemodinâmica:
aplicacão da terapêutica medicamentosa específica indicada ou cardioversão a critério.

Taquicardias:
Supra ventriculares: QRS estreito
Ventriculares: QRS largo

7.1. Taquicardia Paroxística Supraventricular:


 Inicialmente aplicar a sequência :
 Manobra vagal
 Adenosina em dose habitual e se necessário após 1-2 minutos adenosina em dose
duplicada
 Verapamil

Drogas Utilizadas:
A droga de escolha é adenosina e depois amiodarona. Na falta dessas usa as outras.
 Adenosina:
6mg EV em bolo, rapidamente e se necessário...

 Digoxina:
0,25 - 0,50 mg EV como dose de ataque
Em seguida: 0,25mg EV a cada 4-6 horas até a dose total de 1,5mg como manutenção

 Diltiazem:
15-20 mg EV

7.2. Taquicardia Ventricular:


Definição por tempo:
 Não sustentada: taquicardia < 30 segundos
 Sustentada: taquicardia > 30 segundos
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Definição pela forma:
 Polimórfica
 Monomórfica: todos os batimentos têm uma morfologia semelhante (mesma forma)

7.2.1. Taquicardia Ventricular Monomórfica Sustentada:


Causas de TV monomórfica: IAM antigo e Miocardiopatia dilatada
 Com estabilidade Hemodinâmica - Aplicar a Sequência:
1o) Amiodarona IV (1a escolha):

2o) Lidocaína:
1,5 mg/Kg EV em bolo, como dose de ataque e em seguida 2mg/ min como manutenção
conforme for o caso

3o) Cardioversão, inciando com 100 Joules

7.2.2. Taquicardia Ventricular Polimórifca:


Causas: IAM agudo; Síndrome do QT longo (causa grave e frequente de TV polimórfica,
passa a se chamar de Torsade de Pointes)
 Modificações constantes na morfologia do QRS
 Frequentemente iniciada por ESV após a pausa
 Onda T pós pausa pode apresentar alterações bizarras

Tratamento:
1o faz Desfibrilação e depois faz o resto:
Corrigir eletrólitos
Suspender drogas que aumentam o QT
Magnésio 1 a 2 g IV (antiarritmico, bloqueia corrente iônica, ITI)
Marcapasso: FC > 90
Isoproterenol ( 2 - 10 ug/min em infusão EV)

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