Você está na página 1de 7

is m o

rpion k
o
oo
c
e-b

Es

AULAS MÉDICAS
Gênero de escorpião que
predomina no Brasil:
Tityus
Espécie responsável pelos
quadros mais graves:

Tityus S e rr u l a t u s.

Curiosidade: O Tityus serrulatus é conhecido


como escorpião amarelo e corresponde a um
dos escorpiões mais perigosos de todo o
mundo. No Brasil ele é encontrado na Bahia,
Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

AULAS MÉDICAS
O QUADRO CLÍNICO DO ENVENENAMENTO É
DEVIDO A ATIVAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
AUTÔNOMO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO:
A FAMOSA TEMPESTADE AUTONÔMICA.

Nas primeiras 24h predomina o


parasimpático (acetilcolina): broncorréia
acentuada, salivação, broncoespasmo,
sudorese, priapismo, lacrimejamento, vômito,
diarreia e bradicardia.

Os sintomas simpáticos (adrenalina)


persistem por 48h ou mais: hipertensão,
taquicardia e agitação. Pode evoluir com
lesão miocárdica direta com arritmias,
miocardite, edema pulmonar, choque
cardiogênico e falência multissistemica de
órgãos.

Outros efeitos: aumenta a secreção exócrina


pancreática e podem causar pancreatite
aguda, coma e convulsões (como
consequência secundária da hipoxemia
causada pelo choque cardiogênico, isquemia
cerebral ou hipertermia). AVC hemorrágico,
presumivelmente causado por hipertensão
aguda ou raramente, coagulopatia
intravascular disseminada. E ainda menos
comumente pode haver parestesia local e
difusa, tremores, hiperirritabilidade e
mioclonia.

AULAS MÉDICAS
PARA TRATAR É NECESSÁRIO CLASSIFICAR A GRAVIDADE
Tratamento antiveneneno: soro antiescorpiônico (SAE) de
preferência OU antiaracnídeo, na ausência do primeiro.

QUADRO - 1
Gravidade Quadro Clínico Tratamento

Não é necessário o
Leve Sintomas locais, especialmente a dor.
Soro.

Sintomas locais (dor) + vômitos + algumas


manifestações sistêmicas isoladas e de
Moderado pequena intensidade: taquicardia, 2-3 ampolas de SAE.
hipertensão, taquipneia leve, agitação e
sudorese.

Náuseas e vômitos profusos, aumento de


secreções (lacrimal, nasal, salivar, gástrica,
intes�nal), alteração dos ritmos cardíaco e
respiratório (aumento ou redução da PA e da
Grave 4-6 ampolas de SAE.
FC, taquidispnéia), agitação intensa alternada
com sonolência, priapismo. Pode evoluir para
insuficiência cardíaca, edema pulmonar,
choque e óbito.

Como administrar o soro: via intravenosa, em 20-60minutos, puro ou diluído em


solução fisiológica.

QUADRO - 2
MEDICAÇÕES PRÉ-SORO:

An�-histamínico e cor�coide 15minutos antes do soro, caso exista história de alergia ao


uso anterior de outros soros heterólogos e hiper imunes (an�tetânico, an�rrábico,
an�o�dico) ou problemas alérgicos de outras de outra natureza. Desde que o
profissional julgue que o risco do potencial da reação alérgica supera o risco em se
retardar um pouco a administração do soro.

Sugestão de prescrição pré-soro: CORTICÓIDE + ANTI-HISTAMÍNICO.

1. Hidrocor�sona (frasco ampola de 100mg diluído em 2mL ou 500mg diluído em


5 ou 10mL): 4mg/kg/dose IV lento 15 minutos antes da administração do soro.

2. Difenidramina (ampola 50mg/mL): 1mg/kg/dose (máximo 50mg) IV em 5


minutos, 15 minutos antes da administração do soro.

ATENÇÃO PARA SONOLÊNCIA QUE PODE SER DECORRENTE DA ADMINISTRAÇÃO


DO ANTI-HISTAMÍNICO.

AULAS MÉDICAS
QUADRO - 3
QUADRO GRAVE: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, EDEMA AGUDO DE PULMÃO
E CHOQUE CARDIOGÊNICO.

Há esse risco quando mesmo após o soro, ainda que tenha melhorado dos demais
sintomas, mantem o aumento progressivo da FC e da FR, sendo fundamental a
monitorização desses sinais. Ha alteração laboratorial das enzimas cardíacas, alteração
de ECG e de ECO. Se o ECO es�ver disponível avalie e acompanhe a fração de ejeção.

SE CONDUTA

SITUAÇÃO 1:
Monitorização e controle estrito de volume
Taquicardia, com PA + saturação de
com tendência para manter alguma restrição
O2 + diurese normais. Mesmo que
hídrica, sem permi�r a hipovolemia.
FE esteja reduzida.

SITUAÇÃO 2:
Monitorização + oxigênio suplementar + manter
Igual Situação 1 MAIS infiltrado
restrição hídrica + diuré�cos + considerar uso de
pulmonar no RX ou AP com
dobutamina.
estertores.

SITUAÇÃO 3:
ICC ou edema agudo de pulmão UTI, ven�lação mecânica e droga vasoa�va
grave, com ou sem choque (primeira escolha: dobutamina).
cardiogênico.

QUADRO - 4
TERAPÊUTICA QUE NEUTRALIZA EFEITOS SIMPÁTICOS

PRAZOSIN
Indicado para acidentes escorpiônicos de grau moderado e grave.
É um receptor alfa1-adrenergico pós-ganglionar que neutraliza a liberação excessiva de
catecolaminas e é o principal tratamento para a tempestade simpá�ca, juntamente com
o an�veneno. Eficaz para prevenir a cardiotoxidade, tanto pela sua ação na neutralização
das catecolaminas (que são responsáveis pela disfunção ventricular esquerda e redução
da FE) quanto por sua ação vasodilatadora, que auxilia no tratamento da ICC e EAP.

Dose pelo peso:


Bebês ≥ 4 meses, Crianças e Adolescentes: VO/ VSNG- 0,03
mg/kg/dose; segunda dose administrada 3 ou 6 horas após a dose
inicial; doses subsequentes a cada 3 a 6 horas; a terapia pode ser
Prazosina con�nuada por 48 horas ou até as extremidades estarem quentes
(Minipress® cap de lib. e secas. (Bosnak 2009; Gupta 2010; Pandi 2014).
lenta 1 - 2 - 4mg)
Dose fixa:
Bebês > 6 meses, crianças e adolescentes: VO/ VSNG- 0,25mg a
cada 3 horas até que as extremidades estejam quentes e secas.
(Bawaskar 2010).

AULAS MÉDICAS
Algorítmo de Atendimento / Tratamento:

CLASSIFICAÇÃO
DA GRAVIDADE

LEVE MODERADO GRAVE

NÃO FAZ SORO. 2 - 3amp SAE (Quadro 1). 4 - 6amp SAE (Quadro 1).
Analgesia sistêmica ou Considerar prémedicação Considerar prémedicação
bloqueio local, SN. (Quadro 2). (Quadro 2).
Observação 6-12h. Prazosina (Quadro 4). Prazosina (Quadro 4).
Internação até que Tempo de internação
totalmente assintomático. indeterminado - pct de UTI.

ATENÇÃO: pelo elevado risco de evolução


ruim em crianças pequenas, faz-se a
seguinte recomendação para locais de
poucos recursos:
Monitorizar:
• Crianças menores de 7 anos:
- assintomáticas: 2 amp de soro.
FC/ FR/ PA/ SatO2
- sintomas locais ou sist: 4-6 amp de soro. Diurese
Enzimas cardíacas
• Crianças maiores de 7 anos: ECG
- assintomáticas ou dor local leve: ECO (se disponível companhar FE)
observação 6-12h.
- dor local moderada ou intensa:
bloqueio local.
- sintomas sistêmicos e/ou dor persistente:
4-6 amp soro.

SE Taquicardia MAIS SE ICC ou edema


SE Taquicardia MAIS PA, SatO2 e diurese nL. agudo de pulmão
PA, SatO2 e diurese Mesmo que FE grave.
normais. MAIS infiltrado Com ou sem choque
Mesmo que FE pulmonar no RX ou AP cardiogênico.
com estertores.

Monitorização. Monitorização. UTI.


Controle estrito de Oxigênio suplementar. Ventilação mecânica.
volume com tendência Manter restrição Dobutamina
para manter alguma hídrica. (ou outras drogas
restrição hídrica e Diuréticos. vasoativas).
evitando hipovolemia. Considerar dobutamina.

AULAS MÉDICAS
AULAS MÉDICAS

Siga a MedUp! nas redes


sociais e tenha acesso
a muitos outros materiais
para consulta rápida.

AULAS MÉDICAS

Você também pode gostar