Você está na página 1de 29

FIBRILAÇÃO

ATRIAL
Residência de Clínica Médica do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP)
R1: Vanessa de Almeida Cruz
R2: Karina Negrão Zingra
Orientador: Dr. Luiz Henrique Gasparelo
OBJETIVOS DA AULA
1. O que é o fribilação atrial (FA)
2. Qual o problema da FA?
3. Causas e Fatores de Risco
4. Tipos de Fibrilação Atrial
5. Sintomas e Complicações
6. Diagnóstico e Exames
7. Terapêutica: classificação CHA2DS2-VASc | Estratégias de Controle do Ritmo |
Estratégias de Controle da Frequência Cardíaca | Anticoagulação e Prevenção de
AVC
8. Atualizações
O QUE É FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
O QUE É FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
SEMPRE RITMO IRREGULAR?

AUSÊNCIA DE ONDA P | RITMO IRREGULAR


O QUE É FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)

FIBROSE OU PERDA DE MASSA


MUSCULAR ATRIAL

REMODELAMENTO
ELÉTRICO

MÚLTIPLOS CIRCUITOS DE
REENTRADA
QUAL O PROBLEMA DA FA?
1. Formação de trombo
2. Alta resposta ventricular
CAUSAS E FATORES DE RISCO
TIPOS DE FIBRILAÇÃO ATRIAL
SINTOMAS E COMPLICAÇÕES
• Assintomáticos (em 25% dos casos);
• Palpitação;
• Dispneia;
• Dor ou desconforto torácico;
• Tonteira e sudorese fria;
• Urgência urinária e poliúria (liberação de peptídeo natriurético);
• Déficit focal (no AVE isquêmico cardioembólico).

• CRITÉRIOS DE INSTABILIDADE
• Pressão: PAS < 90 ou PAM < 65
• Pulmão: Estertor/Dispneia
• Coração: Dor torácica
• Cabeção: Alteração nível consciência e síncope
DIAGNÓSTICO E EXAMES
Eletrocardiograma (ECG)Ritmo: sem onda P | RR irregular;
DIAGNÓSTICO E EXAMES
Eletrocardiograma (ECG)
DIAGNÓSTICO E EXAMES
TERAPÊUTICA
1. Estratégias de Controle da Frequência Cardíaca
2. Estratégias de Controle do Ritmo
3. Anticoagulação e Prevenção de AVC

• A diretriz europeia de 2020 sugere o mnemônico ABC


para o manejo da FA:
A. Anticoagulação para prevenção de AVC.
B. Melhor (better) controle de sintomas.
C. Controle de fatores de risco.
TERAPÊUTICA

•EHRA I:
assintomático;
•EHRA II: sintomas 
leves, não afetando a
vida diária;
•EHRA III: sintomas 
severos, afetando vida
Quantidade total de tempo que a pessoa
diária;
passa com o ritmo de fibrilação atrial em
determinado espaço de tempo.  alteração estrutural de átrio esquerdo •EHRA IV: sintomas 
com fibrose
incapacitantes,
impedindo vida diária
normal.
TERAPÊUTICA
Estratégias de Controle da Frequência Cardíaca
• Betabloqueadores (primeira opção para controle de frequência
cardíaca):
• Propranolol: Dose total 0,1 mg/kg EV; dividir em três doses iguais com
infusão lenta de 3-5 minutos;
• Metoprolol: Dose de ataque: 2,5-5 mg (½ -1 ampola), em 2 minutos;
repetir dose até obter controle da FC (dose máxima: 20 mg ou 4
ampolas); ou droga oral;
• Esmolol: Dose de ataque: 500 microgramas/kg EV em 1 minuto + 50
microgramas/kg/minuto durante 4 minutos; manutenção: 100
mcg/kg/minuto em BI (aumentar até 300
mcg/kg/minuto). Observação! Fácil titulação, meia-vida curta.
TERAPÊUTICA
Estratégias de Controle da Frequência Cardíaca
• Bloqueadores de canais de cálcio (não fazer em pacientes com disfunção
ventricular sistólica):
• Verapamil 5-10 mg EV em 2-5 minutos. Se necessário, repetir uma dose de 5-
10 mg após 15-30 minutos (dose máxima: 20 mg); manutenção: 160-480
mg/dia VO;
• Diltiazem 0,25 mg/kg EV em 2-3 minutos; segunda dose de 0,35 mg/kg EV em
2-3 minutos. Manutenção: 5-15 mg/hora EV.

• Digitais: Indicados principalmente em pacientes com insuficiência cardíaca


descompensada, em curto prazo e monitorados.
• Deslanosídeo: Infundir 0,4-0,8 mg (1-2 ampolas) EV em 24 horas, para
controle de frequência.
TERAPÊUTICA
TERAPÊUTICA
TERAPÊUTICA
Estratégias de Controle do Ritmo
• Se FA de início recente (< 48 horas) e fora do grupo de alto risco para evento
tromboembólico: 
• Heparina dose plena por 6-12 horas e, a seguir, cardioversão (química ou
elétrica).
• Se FA de início há > 48 horas, indeterminada e/ou paciente de risco para
evento tromboembólico: 
• Descartar trombos atriais por ecocardiograma transesofágico. Caso comprovada
ausência de trombo, anticoagular por 6-12 horas e fazer a cardioversão. Em
caso de impossibilidade de ecocardiograma transesofágico, deve-se
anticoagular via oral por 3 a 4 semanas, fazer a cardioversão em seguida e
manter a anticoagulação por pelo menos 4 semanas após reversão.
TERAPÊUTICA
Estratégias de Controle do Ritmo
• Cardioversão química: 
• Preferência no paciente estável (observação: Flutter responde pouco à cardioversão
química):
• Amiodarona (ampola: 150 mg/3 mL): 
• Dose de ataque: 5-7 mg/kg (usual: 300 mg) + SG 5% 100 mL EV, em 30-60
minutos. Dose de manutenção: 18 mL (= 900 mg) + SG 5% 232 mL (solução: 3,6
mg/mL). Correr a 16 mL/hora nas próximas 6 horas, e a 8 mL/hora nas próximas
18 horas;
• Propafenona: 600 mg VO em dose única (ou 300 mg em duas doses com 2-3
horas de diferença) ou 150 mg EV (a 2 mg/minuto). Observação: Indicada em
pacientes sem cardiopatia estrutural
TERAPÊUTICA
Estratégias de Controle do Ritmo
• Manutenção do ritmo sinusal (após cardioversão):
• Amiodarona 300 mg VO de 12/12 horas (preferencial para pacientes com IC);
• Propafenona 300-450 mg VO de 12/12 horas (corações sem doença
estrutural*);
• Sotalol 80-160 mg VO de 12/12 horas (droga de 2a linha, que deve ser usada
na impossibilidade de se usar outras drogas ou quando há indicação de
betabloqueio, como na DAC).

• Cardioversão elétrica: Preferência no paciente instável, iniciar com 200 J


monofásico e fazer manutenção com medicamentos acima, da mesma forma da
cardioversão química;

• Ablação por radiofrequência: indicada em pacientes com difícil controle clínico


da arritmia
TERAPÊUTICA
• FA com instabilidade hemodinâmica: Cardioversão elétrica de
emergência (iniciar com 200 J monofásico e 120 J no bifásico).
• Sedação pré-cardioversão:
• Propofol (100 mg/10 mL) 0,5-1 mg/kg EV em bólus, durante 1-5
minutos; manutenção da sedação: 1,5-4,5 mg/kg;
• Etomidato (20 mg/10 mL) 0,2-0,3 mg/kg EV em bólus, diluído; uma
ampola é suficiente para hipnose de 4-5 minutos de duração em
adultos (dose máxima de 30 mL);
• Midazolam (5 mg/5 mL) 2-5 mg EV em bólus, diluído. Repetir até
sedação adequada.

• Analgesia:
Fentanila (50 microgramas/mL) 2 mL EV em bólus.
TERAPÊUTICA
TERAPÊUTICA
Prevenção de acidente vascular cerebral
• Opções de anticoagulação oral: Anticoagulantes orais diretos não estão
indicados em pacientes com FA valvar (estenose mitral grave a moderada e
prótese valvar mecânica, demais lesões valvares são considerados de 1ª
linha):
• Varfarina (1, 2,5 e 5,0 mg/comprimido) 2,5-10 mg VO 1x/dia (ajustar
medicamento conforme INR, manter entre 2,0-3,0).
• Dabigatrana (150 mg/comprimido) 150 mg VO, 2x/dia;
• Rivaroxabana (20 mg/comprimido) 20 mg VO, 1x/dia;
• Apixabana (5 mg/comprimido) 5 mg VO de 12/12 horas;
• Edoxabana (60 mg/comprimido) 60 mg VO de 24/24 horas.
TERAPÊUTICA
Prevenção de acidente vascular cerebral
Situações Especiais
• Doença renal crônica:
• Pacientes com doença renal crônica em estágio final ou em diálise devem ser
preferencialmente anticoagulados com Varfarina ou Apixabana (em dose reduzida 2,5
mg de 12/12 horas);
• FA associada à valvopatias:
• Pacientes com prótese mecânica (mitral ou aórtica) ou estenose mitral moderada ou
grave devem receber anticoagulação apenas com Varfarina, independente do escore
CHA2DS2-VASc;
• Síndrome coronariana aguda e FA:
• Pacientes com FA que necessitem anticoagulação e tripla terapia (AAS, anticoagulante e
inibidor da P2Y12) e sejam submetidos à angioplastia com stent, é razoável utilizar
Clopidogrel em vez de Prasugrel;
ATUALIZAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
1. Velasco, Irineu Tadeu; Brandão Neto, Rodrigo Antonio; Souza, Heraldo Possolo de; Marino,
Lucas Oliveira; Marchini, Julio Flávio Meirelles; Alencar, Júlio César Garcia de
(eds). Medicina de emergência: abordagem prática [16. ed.].
2. Magalhães LP, Figueiredo MJO, Cintra FD, et al. II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação
Atrial. Arq Bras Cardiol. 2016; 106(4 Suppl 2):1-35.
3. January CT, Wann LS, Alpert JS, et al. 2014 AHA/ACC/HRS guideline for the management
of patients with atrial fibrillation: executive summary: a report of the American College of
Cardiology/American Heart Association Task Force on practice guidelines and the Heart
Rhythm Society.Circulation. 2014; 130(23):2071-104.
4. ESC SCIENTIFIC DOCUMENT GROUP. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and
management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European
Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS): the Task Force for the diagnosis and
management of atrial fibrillation of the European Society of Cardiology (ESC) Developed with
the special contribution of the European Heart Rhythm Association (EHRA) of the ESC. Eur
Heart J, v. 42, p. 373-498, 2021. 
RESIDÊNCIA DE CLÍNICA
MÉDICA DO HOSPITAL DE BASE
DR. ARY PINHEIRO (HBAP)

Você também pode gostar