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CURSO DE MEDICINA
PFIC - FARMACOLOGIA
Prof. Dr. Marcos R Straliotto
Farmacologia na
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca - IC
IC é uma alteração complexa progressiva na qual o coração é
incapaz de bombear sangue suficiente para suprir as
necessidades do organismo.
Caracteriza-se:
• redução de reserva cardíaca, isto é, capacidade de aumentar o
débito cardíaco em resposta comum e;
• elevação das pressões diastólicas ventriculares por processos
autonômicos de compensação da IC sistólica, sendo disfunção
primária na IC diastólica.
Insuficiência cardíaca - IC
Alteração da função sistólica cardíaca pode ser causada
por qualquer das seguintes modificações:
Classificação:
- IC com diminuição da FE
(insuficiência sistólica) ou;
- IC com FE preservada (insuficiência
diastólica)
Insuficiência cardíaca - IC
• Tratamento de comorbidades;
BRA
BRA:
Tratamento farmacológico - IC
Tratamento farmacológico - IC
Se os mecanismos de adaptação
restabelecem adequadamente o
débito cardíaco, a IC é considerada
compensada.
Indicação IECA:
• São fármacos de escolha no tratamento da IC,
sendo utilizados também no controle da HAS, do
infarto agudo do miocárdio e da nefropatia
diabética, apresentando redução de riscos de
morte ou comorbidades para eventos
cardiovasculares.
European Society of Cardiology 2016
• Indicados para pacientes em todos os estágios
de insuficiência ventricular esquerda. Disfunção
assintomática e sintomática de VE.
IECA
Contraindicado:
• Potássio elevado, estenose aórtica grave, estenose de artéria renal
bilateral, hipotensão sintomática e angioedema com uso prévio de
IECA.
Tratamento farmacológico - IC
• Todos os BRAs são ativos por via oral e administrados uma vez ao dia,
com exceção da valsartana, que deve ser ingerida duas vezes por dia.
succinato
Metoprolol (succinato)
• O metoprolol é um antagonista do receptor β1-seletivo.
• A apresentação de curta ação do fármaco tem uma meia-vida de eliminação
de aproximadamente 6 horas.
• A formulação de liberação prolongada é suficientemente dosada 1
vez/dia.
Carvedilol
• O carvedilol é um antagonista não seletivo dos receptores β e um
antagonista α1-seletivo que foi aprovado pelo FDA para o tratamento da ICC
leve a grave.
• Carvedilol (25 mg 2 vezes/dia) esteve associado à redução de 65% da
mortalidade por todas as causas, independente de idade, sexo, etiologia da
ICC ou fração de ejeção VE.
Antagonistas dos receptores de aldosterona
Pacientes com doença cardíaca avançada apresentam níveis elevados
de aldosterona devido à estimulação da angiotensina II e à redução da
depuração hepática do hormônio.
Diminuição da pré-carga
Antagonistas dos receptores de aldosterona
• Diminuição da pré-carga.
Diuréticos Furosemida é mais efetiva para
tratamento de sintomas
congestivos.
Diuréticos de alça:
Indicados no tratamento de IC
classe III e IV.
Mais potentes e rápido início, EV.
Diuréticos tiazídicos:
Indicados no tratamento de IC
classe II.
Ineficaz se a taxa de filtração for
menor que 40 mL/min.
Diuréticos poupadores de K:
Indicados bloqueadores de
receptores de aldosterona.
Vasodilatadores
Hidralazina e Nitratos
Hidralazina
• Vaso dilatador direto, atua como agonista de canais de
potássio.
• Reduz principalmente a pós carga por redução da resistência
vascular sistêmica e pulmonar.
• Indicada para pacientes com doença renal e intolerante aos IECA
por diminuir a resistência vascular e aumentar o fluxo sanguíneo
renal.
Farmacocinética:
• Biodisponibilidade oral varia entre 30 e 50%;
• Meia-vida plasmática de 2 a 8 horas;
• Inicio de ação: VO: 20 a 30 min e EV: 5 a 20 min.
Vasodilatadores
Nitroprussiato e nitratos orgânicos
Nitroprussiato:
• Via EV por infusão contínua de 0,3 a 0,5 mcg/kg/min com
aumento de 0,5 até a dose usual de 3 mcg/kg/min.
Nitroglicerina:
• Administração sublingual (comprimidos e aerossol), tópica,
transdérmica ou endovenosa.
• Início de ação:
• SL: início: 1 a 3 min; duração: 25 min.
• Via tópica: início: 15 a 30 min; duração: 7 horas.
• Via transdérmica: início: 30 min; duração: 10 a 12 horas.
Inotrópicos
• Fármacos inotrópicos positivos aumentam a contratilidade
cardíaca e, dessa forma, aumentam o débito cardíaco.
Digoxina
Farmacocinética: Digitallis spp. (Dedaleira)
Digoxina
Dose inicial (mg) Dose-alvo (ng) Frequência Grau de recomendação
Efeitos adversos:
• Anorexia, náusea e emese podem ser indicadores iniciais de
toxicidade.
• Os pacientes também podem apresentar visão turva, visão
amarelada (xantopsia) e várias arritmias cardíacas.
• A toxicidade pode ser controlada descontinuando a digoxina.
• A intoxicação grave, que pode resultar em taquicardia
ventricular, necessita da administração de antiarrítmicos e do uso
de anticorpos à digoxina (digoxina imuno Fab), que se ligam e
inativam o fármaco.
Inotrópicos
Dopamina e dobutamina
Via EV
• Disponíveis para uso emergencial e atual por aumento de AMPc
intracelular.
• Podem auxiliar na manutenção da função cardíaca em pacientes que estão
aguardando transplante ou sob suporte mecânico.
Dopamina:
• Baixas doses: induz vasodilatação do músculo vascular liso dependente de
AMPc.
• Dose intermediária: estimula receptores β cardíacos e os neurônios
simpáticos vasculares, aumentando contratibilidade miocárdica e liberação
neuronal de norepinefrina.
• Dose mais altas: constrição arterial e venosa periférica por estimulação
dos receptores α-adrenérgicos.
Dobutamina:
• Atua indiretamente, por ação agonista sobre receptores beta-
adrenérgicos (mistura racêmica estimula receptores β1 e β2).
• Via EV; infusão lenta, início de ação 1 a 2 min, meia-vida de 2 min.
Dobutamina
(inicial:2 a 3 ug/Kg/min)
CHADS
C = insuficiência cardíaca ou FEVE reduzida,
H = hipertensão,
A = idade > 75 anos,
D = diabetes,
S = acidente vascular cerebral ou episódio isquêmico transitório, que
se somam.
Antiagregantes plaquetários e anticoagulantes
Ivabradina
• A ivabradina é um inibidor dos canais If do nó sinusal e recebeu
maior destaque do que a digoxina em pacientes sintomáticos.
Nesiritida
• É um peptídeo natriurético do tipo B recombinante, análogo ao
peptídeo natriurético humano, que produz relaxamento da musculatura lisa
vascular.
• Infusão intravenosa por curto prazo está associada a melhora
hemodinâmica e sintomática de pacientes agudamente descompensados e
parece não ter efeito arritmogênico.
• Vasodilatador venoso e arterial com discreto efeito diurético e natriurético.
Tolvaptana
• É um antagonista seletivo do receptor V2 de vasopressina, que
promove diurese.
• Ensaios clínicos estão em andamento para avaliar a sua eficácia no
tratamento da IC descompensada.
Opções de tratamento para estágios da IC
Fármacos usados no tratamento da insuficiência
cardíaca com ação vasodilatadora
BRUNTON, L.L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMAN, B.C. Goodman & Gilman: As Bases
Farmacológicas da Terapêutica. 12 ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
European Society of Cardiology. 2016 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of
acute and chronic heart failure
Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda, Arq Bras Cardiol. 2018;
111(3):436-539
KATZUNG, B.G., Farmacologia básica e clínica. 13 ed. – Porto Alegre: AMGH, 2017.
Insuficiência cardíaca - IC
Modulação farmacológica
dos efeitos neuro-humorais
da insuficiência cardíaca