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TRATAMENTOS FARMACÊUTICOS PARA HAS

Betabloqueadores

Mais utilizados em jovens, trazem benefício adicional a pacientes com angina estável,
infarto agudo prévio, manifestações somáticas de ansiedade, enxaqueca e insuficiência
cardíaca (apenas para carvedilol, bisoprolol e metoprolol). São utilizados no controle da
hipertensão arterial por promoverem redução de cronotropismo, inotropismo e
vasoconstrição periférica por agentes adrenérgicos. Associados a vasodilatadores, evitam
a taquicardia reflexa. Devem ser usados com cautela em casos de diabetes, dislipidemias,
bloqueios atrioventriculares e doença pulmonar obstrutiva. Seus efeitos colaterais mais
comuns são fadiga, indisposição, depressão, broncoespasmo, bradiarritmias, insônia,
impotência sexual, hipertrigliceridemia, hiperglicemia, descompensação de insuficiência
cardíaca e de insuficiência arterial periférica. Também bloqueiam a resposta fisiológica à
hipoglicemia e retardam a neoglicogênese, podendo mascarar os sinais clínicos da
hipoglicemia. São drogas desse grupo o propranolol, o atenolol, o carvedilol e o
metoprolol.

Bloqueadores dos canais de cálcio

Têm boa indicação para coronariopatas, com efeito melhor em negros e idosos,
principalmente para controle da hipertensão leve e moderada. Nifedipino, anlodipino,
verapamil e diltiazem pertencem a tal grupo e atuam na redução da resistência vascular
periférica como consequência da diminuição do Ca+ do interior das células musculares
lisas das arteríolas, decorrentes do bloqueio dos canais desses íons na membrana dessas
células. Pacientes asmáticos ou com enxaqueca podem se beneficiar dessas drogas. Os
bloqueadores podem ser divididos em 3 classes:
1. Diidropiridinas: vasodilatadores potentes, mas que aumentam o volume circulante de
forma reflexa, podendo causar edema periférico. Anlodipino, nifedipino, felodipino,
nitrendipino, manidipino, nicardipino e nimodipino fazem parte desse grupo;
2. Fenilalquilaminas: o verapamil tem ação mais seletiva sobre canais de Ca+ do
miocárdio e do sistema de condução elétrico intracardíaco;
3. Benzotiazepinas: o diltiazem tem efeito moderado sobre o miocárdio e a musculatura
lisa periférica, sendo preferido na doença coronariana e na angina de Prinzmetal. Promove,
com muita frequência, edema dos membros inferiores.
Entre os efeitos adversos, encontram-se edema maleolar, cefaleia latejante, tonturas e
rubor facial.

Inibidores da enzima conversora de angiotensina

Os IECAs reduzem a vasoconstrição periférica por supressão do sistema renina-


angiotensina-aldosterona, resultando em concentrações séricas diminuídas de
angiotensina II e aldosterona. A redução da aldosterona pode determinar elevação discreta
dos valores de K+. São pouco eficazes em negros, mas têm eficácia melhorada quando
associados ao diurético. Além disso, são os agentes de escolha a pacientes com diabetes
tipo 1 com microalbuminúria ou proteinúria, assim como disfunção renal. Há indicação,
também, para aqueles com diabetes tipo 2 e alteração renal. Naqueles com alto risco de
eventos CVs, são capazes de reduzir a mortalidade e o número de eventos mórbidos.
Drogas de escolha na insuficiência cardíaca e na disfunção ventricular assintomática não
alteram a glicemia e o perfil lipídico, sendo bem toleradas durante o uso. Podem
desencadear tosse seca, angioedema, elevação transitória da ureia e da creatinina (em
especial, na presença de estenose bilateral das artérias renais). Drogas como captopril,
enalapril, lisinopril e ramipril têm essa ação. Os efeitos colaterais associados ao uso de
IECA são tosse, lúpus secundário (captopril) e piora da função renalem pacientes com
disfunção renal prévia.

Bloqueadores do receptor de angiotensina II

Os bloqueadores do receptor de angiotensina II surgiram como alternativa aos IECAs,


principalmente por atuarem na via final de ação de angiotensina, independentemente da
concentração desta e da ação de outras enzimas conversoras e da ausência de ação sobre
as bradicininas, impactadas pelo uso de IECA. Há boas evidências de que os bloqueadores
do receptor de angiotensina II possam reduzir o risco CV em indivíduos hipertensos,
diabéticos e com insuficiência cardíaca. Seu custo mais elevado e o efeito protetor
semelhante limitam o uso a pacientes que desenvolvem tosse com IECA. Drogas como
losartana, candesartana e irbesartana pertencem a tal grupo e estão indicadas
primariamente aos que não toleram IECAs. Efeitos colaterais, como tonturas e hipotensão,
são possíveis, assim como hipercalemia. A tosse não é associada ao uso desses
bloqueadores.

Agentes de ação simpatolítica central

Metildopa e clonidina têm seu uso reduzido para a hipertensão severa, não controlada
com as demais categorias de drogas. Agem estimulando os adrenorreceptores centrais,
diminuindo o fluxo simpático e gerando vasodilatação e redução da FC. Há baixa adesão
de tratamento devido aos efeitos colaterais (impotência sexual, depressão, anemia
hemolítica e teste de Coombs positivo) e ao risco de hipertensão rebote quando o uso é
interrompido abruptamente.

Vasodilatadores arteriolares diretos

Seus principais representantes são a hidralazina e o minoxidil. Podem causar taquicardia


reflexa e, quando suspensos, produzir hipertensão rebote. São utilizados na hipertensão
de difícil controle, principalmente quando em associação com alteração renal. Hipotensão
e taquicardia são efeitos colaterais possíveis.

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