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FATORES DE RISCO PARA HAS

Existem vários fatores de risco para o desenvolvimento da HAS, e a maioria pode ser eliminada
apenas com hábitos saudáveis e cuidados com a saúde.
São fatores de risco independentes, predisponentes e condicionais: 1. Idade: existe relação
direta entre idade e desenvolvimento de HAS; acima de 65 anos, a prevalência é de 60%; 2.
Gênero e etnia: até os 50 anos, a prevalência é maior entre homens, invertendo-se a tendência
após essa idade. Também é mais prevalente em pessoas não brancas. No Brasil, mulheres negras
têm o dobro de incidência de HAS do que as brancas; 3. Sobrepeso e obesidade: mesmo em
jovens, a obesidade aumenta o risco de HAS; o aumento de 2,4 kg/m2 acima do índice de massa
corpórea adequado já eleva o risco; 4. Ingesta de sal: a ingesta excessiva de sal está associada à
HAS. Já foram identificadas populações indígenas nas quais o sal não faz parte da dieta, e não
foram encontrados casos de HAS; 5. Álcool: o consumo excessivo de álcool determina elevação
da PA e aumento da mortalidade cardiovascular em geral; 6. Sedentarismo: a atividade física
protege o indivíduo de desenvolver HAS, mesmo em pré-hipertensos; 7. Fatores
socioeconômicos: no Brasil, a HAS é mais prevalente em pessoas com baixa escolaridade; 8.
História familiar: a contribuição de fatores genéticos no desenvolvimento da HAS é bem
estabelecida, mas não há como utilizá-los para predizer o risco de desenvolvimento; 9. Genética:
estudos brasileiros mostraram um grande impacto da miscigenação, de modo a interferir na
determinação de um padrão genético capaz de elevar os níveis de PA.

DIAGNÓSTICO
A medida da PA deve ser feita em toda oportunidade de consulta médica, independentemente
da especialidade, porém nem sempre é realizada corretamente. Deve ser aferida com manguito
apropriado para a circunferência do braço, insuflável deve recobrir, pelo menos, 80% da
circunferência do braço), com repouso de, no mínimo, 5 a 10 minutos e abstinência de nicotina,
álcool e cafeína de ao menos 30 minutos. Devem ser realizadas medidas nos 2 braços,
considerando a medida de maior valor para referência, certificando-se de que o indivíduo não
está de bexiga cheia ou pernas cruzadas, nem praticou exercícios nos últimos 60 minutos. Todos
esses fatores podem influenciar a medida da PA.
É preciso certificar-se de que o paciente não esteja com a bexiga cheia e as pernas cruzadas, não
tenha praticado atividade física nos últimos 60 minutos e não tenha ingerido bebidas alcoólicas,
cafeína ou grande refeição, nem tenha fumado há 30 minutos. A PA deve ser aferida em ambos
os braços e deve-se usar o valor do braço no qual foi obtida a maior pressão como referência.
Para a avaliação e diagnóstico de hipertensão arterial, são necessárias 3 medidas da PA durante
a consulta. Utilizamos a média das 2 últimas medidas. Importante: caso haja uma diferença
superior a 4 mmHg entre as PAS e/ou PAD, devem ser realizadas novas medidas até que se
obtenha diferença inferior.
Quanto mais apertado for o manguito, maior será o valor da pressão arterial e, portanto, mais
superestimada será essa medida. Quanto mais folgado for o manguito, menor será a pressão
arterial e, portanto, mais subestimado será o valor encontrado. É importante, também, a
pesquisa de hipotensão postural (ortostática) em idosos, diabéticos, portadores de
disautonomias, etilistas e/ou em uso de medicação anti hipertensiva. O diagnóstico é feito se
houver uma diminuição de PAS ≥ 20 mmHg ou de PAD ≥ 10 mmHg, após 3 minutos, na posição
supina. Alguns autores consideram, para diagnóstico, um aumento da frequência cardíaca e
diminuição da PAS de 30 mmHg e PAD de 10 mmHg.

Há situações em que a medida da PA pode estar falsamente elevada, decorrente de estresse ou


de outros fatores, principalmente de aspecto psicológico. Nesses casos, pode-se lançar mão de
2 artifícios diagnósticos: a Medida Residencial da PA (MRPA) e a Medida Ambulatorial da PA
(MAPA). A automedida da PA (AMPA) em períodos aleatórios não é mais recomendada para o
diagnóstico. O objetivo desses artifícios é minimizar ao máximo o estresse da visita ao médico,
o desconforto do exame e da medida da PA, permitir maior número de medidas e oferecer uma
ideia mais precisa da variação da PA, durante o dia, na vida real e cotidiana do paciente. O
aumento transitório da PA associado a estresse ou ansiedade não constitui doença hipertensiva,
mas pode indicar propensão para HAS no futuro.
A MRPA é uma modalidade de medição realizada com protocolo específico. Consiste na
obtenção de 3 medições pela manhã, antes do desjejum e da tomada da medicação, e 3 à noite,
antes do jantar, durante 5 dias. Uma opção é realizar 2 medições em cada uma dessas 2 sessões,
durante 7 dias. São considerados anormais valores de PA ≥ 135x85 mmHg.
A MAPA é o método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas ou
mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais durante os períodos de vigília e sono.
Uma de suas características mais específicas é a possibilidade de identificar as alterações
circadianas da PA, sobretudo em relação às medições durante o sono, que têm implicações
prognósticas consideráveis. São atualmente consideradas anormais as médias de PA de 24 horas
≥ 130x80 mmHg, vigília ≥ 135x85 mmHg e sono ≥ 120x70 mmHg. Habitualmente, os valores da
PA são mais elevados ao despertar e quando se realiza atividade física e tendem a ser mais
baixos no repouso e durante o sono.
Indivíduos que não têm esse declínio estão sujeitos a maior risco cardiovascular. Além disso, a
MAPA permite avaliar a eficácia terapêutica de um esquema anti-hipertensivo.

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