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EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS

As emergências caracterizam-se pela presença de sofrimento tecidual de órgãos-alvo,


com risco iminente de vida em geral, mas não necessariamente associado a altos níveis
pressóricos. Frequentemente, os valores pressóricos encontrados são significativamente
elevados, mas não são eles que definem a condição de emergência, e sim a lesão em
órgão-alvo e o risco iminente de vida. É o caso da encefalopatia hipertensiva, da
cardiopatia isquêmica, do edema agudo de pulmão, da dissecção de aorta e do Acidente
Vascular Encefálico (AVE), situações de gravidade clínica acentuada. O tratamento deve
ocorrer no ambiente da sala de Emergência ou da Terapia Intensiva, com a infusão de
drogas intravenosas, como o nitroprussiato de sódio.
As principais causas de emergências hipertensivas são:
1. Neurológicas: encefalopatia hipertensiva, hemorragia intraparenquimatosa,
hemorragia subaracnóidea;
2. Cardiovasculares: dissecção aguda de aorta, edema agudo de pulmão, síndromes
coronarianas agudas;
3. Crises adrenérgicas graves: crise de feocromocitoma e ingestão de cocaína e
catecolaminérgicos;
4. Associadas à gestação: eclâmpsia e hipertensão maligna e acelerada (considerar
emergência).
Já as principais causas de urgências hipertensivas são hipertensão associada a:
a) Insuficiência coronariana crônica;
b) Insuficiência cardíaca;
c) Aneurisma de aorta;
d) AVE isquêmico (prévio);
e) Glomerulonefrites agudas;
f) Pré-eclâmpsia.
As urgências hipertensivas caracterizam-se por níveis pressóricos elevados, geralmente
com níveis de Pressão Arterial Sistólica (PAS) > 200 mmHg e/ou Pressão Arterial
Diastólica (PAD) > 120 mmHg, sem sinais evidentes de lesão em órgãos-alvo ou piora
de lesão prévia. São considerados em urgência hipertensiva os pacientes relativamente
assintomáticos com hipertensão grave (PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥120), muitas vezes com
cefaleia, mas sem lesão de órgão-alvo aguda. As drogas podem ser administradas pela via
oral, e utilizam-se benzodiazepínicos para ansiedade e analgésicos para dor. Caso não
haja controle da PA com essas medidas, podem-se utilizar bloqueadores dos canais de
cálcio, betabloqueadores, diuréticos de alça e inibidores da enzima conversora de
angiotensina.
De forma geral, o erro mais frequente na abordagem da emergência hipertensiva é o
tratamento muito agressivo da PA, podendo causar dano principalmente a hipertensos
crônicos. Exceto em pacientes com dissecção de aorta, acidente vascular cerebral
isquêmico ou hemorrágico e pré eclâmpsia/eclâmpsia que apresentem metas
terapêuticas de redução da PA específicas, a PA nas emergências deve ser controlada para
evitar redução intensa de fluxo sanguíneo arterial e lesão adicional ao paciente,
principalmente neurológica.

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