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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

KEITY GIRALDI RALDI

GERENCIAMENTO DO ESTOQUE DE SANGUE NOS HEMOCENTROS DE SANTA


CATARINA (HEMOSC) E HEMOCENTRO COORDENADOR DO RIO GRANDE DO
SUL (HEMORGS) NO PERÍODO DE PANDEMIA CAUSADA PELO COVID-19:
revisão de literatura

Itajaí
2021
KEITY GIRALDI RALDI

GERENCIAMENTO DO ESTOQUE DE SANGUE NOS HEMOCENTROS DE SANTA


CATARINA (HEMOSC) E HEMOCENTRO COORDENADOR DO RIO GRANDE DO
SUL (HEMORGS) NO PERÍODO DE PANDEMIA CAUSADA PELO COVID-19:
revisão de literatura

Monografia apresentada como requisito


parcial para a obtenção do título de
Especialista em Hemoterapia e Terapia
Celular de Células Tronco
Hematopoiéticas na Universidade do Vale
de Itajaí, Escola de Ciências da Saúde.

Orientadora: Msc. Eduarda Fratoni

Itajaí

2021
KEITY GIRALDI RALDI

GERENCIAMENTO DO ESTOQUE DE SANGUE NOS HEMOCENTROS DE SANTA


CATARINA (HEMOSC) E HEMOCENTRO COORDENADOR DO RIO GRANDE DO
SUL (HEMORGS) NO PERÍODO DE PANDEMIA CAUSADA PELO COVID-19:
revisão de literatura

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Especialista


em Hemoterapia e Terapia Celular de Células Tronco Hematopoiéticas e
aprovada pelo curso de Especialização da Universidade do Vale do Itajaí,
Escola de Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Hemoterapia

Itajaí, 22 de novembro de 2021.

Profa. Msc. Eduarda Fratoni


Universidade do Vale do Itajaí – Univali
Orientadora

Prof. .....................................
Instituição

Prof. .....................................
Instituição
AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, que sempre me conduziu com as devidas lições de


amor, fraternidade e compaixão hoje e sempre.
Aos meus pais Francisco e Idalete que sempre estiveram ao meu lado nas
horas mais difíceis e também nas mais felizes da minha vida.
Ao meu esposo Leandro pelo apoio e companheirismo em todos os meus
sonhos e a minha filha Ariely por ser tão amorosa e compreensiva em minhas
ausências.
Minhas primas Nelize e Patrícia que não são minhas irmãs de sangue mas
considero-as como irmãs de coração, por todo o carinho e apoio.
Aos meus amigos Jaine, Daniela, Hallen, Sabrina, Camila, Sérgio e Rafael
pelo carinho, amizade sincera e toda motivação diária para seguir meus objetivos.
À minha equipe de trabalho Processamento do Sangue e Imunohematologia,
em especial ao Setor de Processamento e Distribuição do Sangue, pelo esforço e
dedicação para fazermos sempre o melhor e por todo o apoio e profissionalismo.
Ao professor Alexandre, por seu empenho em transmitir seus conhecimentos
de forma admirável.
À minha orientadora, professora Eduarda pelo conhecimento transferido e por
sua dedicação em conduzirmos juntas a elaboração do presente trabalho.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 10
2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 10
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 11
3.1 HISTÓRICO COVID-19 .............................................................................. 11
3.2 HISTÓRICO DA HEMOTERAPIA............................................................... 12
3.3 O HEMOSC E HEMORGS ......................................................................... 14
3.4 CICLO DO SANGUE E PRODUÇÃO DE HEMOCOMPONENTES ........... 16
3.5 PRODUÇÃO DE HEMOCOMPONENTES ................................................. 17
3.5.1 Concentrado de hemácias (CH) .............................................................. 18
3.5.2 Concentrado de plaquetas (CP) .............................................................. 18
3.5.3 Concentrado de plasma fresco e congelado (PFC) ............................... 19
3.5.4 Concentrado de crioprecipitado (CRIO) ................................................. 20
3.5.5 Concentrado de granulócitos (CG) ......................................................... 20
3.6 CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO TRANSFUSIONAL ...................................... 22
4 METODOLOGIA ........................................................................................ 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 26
6 CONCLUSÃO ............................................................................................ 30
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 31
RESUMO

A doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 surgiu no final de 2019 em


Wuhan, na China, moveu a uma epidemia local que se espalhou aceleradamente
para diversos países do mundo, sendo caracterizada como pandemia e demonstrou
a maior emergência de saúde pública nas últimas décadas. Diante disso é
imprescindível a segurança em manter o estoque de sangue e hemoderivados em
níveis adequados, para suprir as necessidades de pacientes que utilizam o sangue
como terapia em situações como emergências, quimioterapias, cirurgias,
transplantes e tratamentos de doenças hematológicas que exigem transfusões.
Nesse sentido o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão da literatura com o
intuito de aperfeiçoar as condutas a serem tomadas pelos setores de captação e
gerenciadores dos estoques dos hemocentros frente a situações de criticidade. Foi
realizado uma revisão da literatura narrativa a respeito do gerenciamento de estoque
de sangue nos Hemocentros Coordenador e Regionais do Estado de Santa Catarina
(HEMOSC) e Hemocentro Coordenador do Rio Grande Do Sul (HEMORGS). Foram
utilizados artigos, manuais, guias e portarias que datam entre os anos de 2010 e
2021, que se correlacionam com a temática proposta. Os resultados apresentados
baseiam-se nos artigos científicos, nos quais foram possíveis verificar o
gerenciamento dos estoques. O enfrentamento no número de casos de COVID-19
nos últimos meses contribuiu para a redução do fluxo de doadores e medidas
alternativas foram realizadas para continuar coletando e oferecendo
hemocomponentes quando necessário à população. Além do gerenciamento dos
estoques que parte das instituições hemoterápicas do país, é importante salientar a
utilização responsável do sangue como forma terapêutica. Sua utilização quando
consciente e dentro dos critérios de indicação, salva vidas. Com o intuito de manter
os estoques de sangue em níveis seguros e estáveis foi possível observar que os
serviços de hemoterapia devem a cada dia mais se adequar à novas situações e às
condições dos seus doadores, seu perfil e disponibilidade, já que a doação deve ser
um ato de solidariedade, altruísta e voluntária, “ganhar” o doador se torna a cada dia
mais essencial para os serviços de hemoterapia e em especial os setores de
captação e para aqueles que fazem o gerenciamento dos estoques.
Palavras-chave: Estoque; Gerenciamento do estoque de sangue; COVID-19;
Hemorrede; Saúde Pública.
ABSTRACT

The disease caused by the new SARS-CoV-2 coronavirus emerged in late 2019 in
Wuhan, China, led to a local epidemic that rapidly spread to several countries around
the world, being characterized as a pandemic and demonstrating the largest public
health emergency in the world. the last few decades. Therefore, it is essential to
ensure safety in keeping the stock of blood and blood products at adequate levels, to
meet the needs of patients who use blood as therapy in situations such as
emergencies, chemotherapies, surgeries, transplants and treatments for
hematological diseases that require transfusions. In this sense, the objective of this
work was to carry out a literature review in order to improve the actions to be taken
by the sectors of collection and managers of stocks of blood centers in critical
situations. A review of the narrative literature about the management of blood supply
in the Coordinator and Regional Blood Centers of the State of Santa Catarina
(HEMOSC) and the Coordinator Blood Center of Rio Grande Do Sul (HEMORGS)
was carried out. Articles, manuals, guides and ordinances dating between 2010 and
2021 were used, which correlate with the proposed theme. The results presented are
based on scientific articles, in which it was possible to verify the management of
stocks. The confrontation in the number of COVID-19 cases in recent months
contributed to the reduction in the flow of donors and alternative measures were
taken to continue collecting and offering blood components when necessary to the
population. In addition to the management of stocks that comes from
hemotherapeutic institutions in the country, it is important to emphasize the
responsible use of blood as a therapeutic form. Its use when conscious and within
the indication criteria, saves lives. In order to keep blood supplies at safe and stable
levels, it was possible to observe that blood therapy services must each day adapt to
new situations and the conditions of their donors, their profile and availability, since
the donation must be an act of solidarity, altruistic and voluntary, “winning” the donor
becomes every day more essential for hemotherapy services and in particular for the
collection sectors and for those who manage the stocks.
Keywords: Stock; Blood supply management; COVID-19; Hemorred; Public health.
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1. INTRODUÇÃO

A COVID-19 é uma doença causada pelo SARS-CoV-2 e teve seu primeiro


caso relatado em dezembro de 2019 na China (DUAN, 2020). Essa doença
aumentou significativamente as hospitalizações devido às suas complicações, um
exemplo é a síndrome respiratória aguda causada pelo vírus (SHEN, 2020). O
cenário pandêmico ocasionado pelo SARS-CoV-2 foi entre outros, devido ao
desconhecimento das características do patógeno, houve contágio em grande
escala e aumento de mortalidade, em razão da velocidade de adoecimento e
agravos causados pelo agente infeccioso da doença. (GUIMARÃES, 2020).
A pandemia de COVID-19 necessita de soluções rápidas e eficientes em todo
o mundo, colocando poderes públicos e privados, principalmente cientistas sob
enorme pressão. O desenvolvimento de vacinas parece ser o meio favorável de lidar
com essa crise de saúde. O vasto número de plataformas de tecnologia e
abordagens consideradas elevou as chances de sucesso na criação de vacinas,
(THANH LE et al., 2020).
Não há um substituto para o sangue e sua disponibilidade é primordial para
manutenção da vida. As redes estaduais em conjunto com o Ministério da Saúde
vem incentivando, desde o início da pandemia, a doação de sangue, uma vez que o
consumo é diário e contínuo e não foi evidenciado que haja contaminação para esse
patógeno através das transfusões sanguíneas. (AGÊNCIA SENADO, 2021).
Pessoas que já tiveram COVID-19 também podem realizar a doação, porém é
necessário aguardar pelo menos 30 dias após finalizados os sintomas. Outras
pessoas que tiveram o diagnóstico e apresentaram a doença de forma mais grave
devem entrar em contato com o banco de sangue, para análise da possibilidade de
sua doação poder ser efetivada ou não. (INCA, 2021).
A necessidade de manter os estoques de sangue adequado é de todos.
Conforme dados do Ministério da Saúde (MS), 16 a cada mil habitantes são
doadores no país, isso significa 1,6% da população brasileira. Ainda que o
percentual de doadores esteja dentro do preconizado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), onde pelo menos 1% da população deva ser doadora, é essencial
manter esse índice, mesmo que em situações críticas como o momento vivenciado
9

em meio a uma pandemia, sempre com o intuito de manter os estoques de sangue


em níveis seguros para o atendimento quando se fizer necessário. (FIOCRUZ,
2021).
Leite et al. (2018) relatam que ainda não há nenhuma substância capaz de
substituir o sangue humano para fins terapêuticos em sua totalidade e com todas as
suas funções. O sangue e os diversos componentes e/ou derivados do tecido
sanguíneo são produtos fundamentais quando o assunto é saúde pública.
Faz-se necessário manter o estoque de sangue e hemoderivados em níveis
adequados, para suprir as necessidades de pacientes diante a emergências, como
quimioterapias, cirurgias, transplantes e tratamentos de doenças hematológicas que
exigem transfusões quando prescritos por médicos, como deficiências na
coagulação, anemias, talassemias, entre outras. (MAGALHÃES et al., 2016; SOUZA;
SANTORO, 2019).
Assim o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão da literatura para
compreender a adequação do gerenciamento ante a pandemia do COVID-19 no
Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina e o Hemocentro
Coordenador do Rio Grande Do Sul. Diante da importância de contermos a
emergência de saúde pública, este trabalho desenvolve importante estudo de
controle de estoque de sangue.
10

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Realizar uma revisão da literatura com o intuito de aperfeiçoar as condutas a


serem tomadas pelos setores de captação e gerenciadores dos estoques dos
hemocentros frente à situações de criticidade.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar como é realizada a gestão de estoque nos Hemocentros Regionais e


Hemocentro Coordenador do Estado de Santa Catarina (HEMOSC) e hemocentro
Coordenador do Rio Grande Do Sul (HEMORGS), quais as medidas foram
realizadas a partir do início da pandemia causada pelo SARS-CoV-2;
 Analisar os principais critérios de indicação transfusional;
 Avaliar condutas a serem tomadas para que exista incremento no estoque de
sangue nas instituições hemoterápicas.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. HISTÓRICO COVID-19

Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou a


ocorrência de uma epidemia de pneumonia na cidade de Wuhan. Rapidamente,
designou-se o agente etiológico, um novo coronavírus: SARS-CoV-2.
A doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 causou grande alarde e
consequências até então desconhecidas. O mundo vem sofrendo devido ao
sucateamento dos sistemas públicos de saúde ou mesmo quando particulares,
devido ao número insuficiente de leitos de alta complexidade e profissionais
capacitados para tais intervenções. É de extrema Relevância analisar todos os
aspectos e necessidades de terapias que abrangem a alta prevalência de
diversidade genética e infecções frequentes entre espécies, havendo desafios
notáveis na vigilância e controle do surto (VILLELA, 2020).
A Organização Mundial da Saúde declarou emergência de saúde pública de
interesse internacional ao COVID-19. (OMS, 2020). Este que é um vírus respiratório
desigual do vírus da influenza (FREITAS; NAPIMOGA; DONALISIO, 2020). Até o
momento, existem seis espécies de coronavírus que acarretam doenças humanas,
encontrando-se duas que estão envolvidas com a Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SARS-CoV-2) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV),
causadores de surtos e relacionados a doenças relevantes (ZHU et al., 2020;
WEISSMANN et al., 2020).
O quadro clínico da COVID-19 é comparável ao de outras viroses
respiratórias, com tosse geralmente seca, febre, cansaço e em casos mais graves
(5%), dispneia, linfopenia grave, insuficiência renal e sangramento pulmonar. Em
80% dos casos, os sintomas são leves (STABELLI; UIP, 2020).
A OMS reforça a população, em geral, adoção das medidas de prevenção
contra a infecção, como realizar higiene das mãos, evitar ambientes fechados e
contato com pessoas provenientes da região onde o surto teve início. E para os
profissionais de saúde, o uso de equipamento de proteção individual e lavagem das
mãos (BELASCO; FONSECA, 2020)
12

Desde o início da pandemia de COVID-19 os cientistas avançaram


aceleradamente no desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes e que possam
atender imediatamente à maior parte da população mundial, contribuindo
consideravelmente para a proteção de cada cidadão (OPAS, 2021).
Em meio às alternativas, a terapia com anticorpos passivos tornou-se uma
opção, ela envolve a administração de anticorpos contra um determinado agente a
um indivíduo suscetível com a finalidade de prevenir ou tratar uma doença infecciosa
causada por esse agente. Essa administração passiva de anticorpos foi por algum
tempo o único meio de fornecer imunidade imediata à pessoas suscetíveis
(CASADEVALL; PIROFSKI, 2020).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2020) divulgou os conceitos
regulatórios do uso de plasma de doador convalescente para tratamento da COVID-
19, como opção terapêutica, incentivando a pesquisa clínica para a comprovação de
sua utilização como tratamento eficaz contra a COVID-19. A Agência Reguladora
dos Estados Unidos (EUA), Food and Drug Administraon – FDA, por sua vez, foi a
primeira a publicar diretrizes para o uso do plasma convalescente, salientando o
interesse do órgão em fazer todo o possível para proporcionar respostas oportunas
à pandemia de COVID-19 (FDA, 2020).

3.2. HISTÓRICO DA HEMOTERAPIA

A história da hemoterapia pode ser dividida em duas fases, empírica e


científica. A fase Empírica ocorreu antes dos anos 1900, e a científica por sua vez a
partir de 1900 e vem ocorrendo até os dias atuais. O primeiro período é descrito pela
evidenciação do sistema circulatório em 1616 por Willian Harvey, proporcionando em
1667 a realização da primeira transfusão sanguínea, na qual foi utilizado sangue de
carneiro em um ser humano. Na Europa devido a inúmeras complicações e mortes
geradas pelas transfusões, a prática terminou sendo impedida por aproximadamente
150 anos. Apenas em 1818 com James Blundell ocorreu a primeira transfusão de
sangue de uma pessoa para outra, alcançando sucesso na experiência. A partir do
século XX foi possível através de maior número de estudos científicos relacionados
à transfusão, conhecer mais a respeito do assunto (PEREIMA et al., 2010).
13

A primeira transfusão de fato bem sucedida ocorreu em 1818, com o médico


James Blundel que utilizou a metodologia de transfusão braço a braço em uma
mulher com hemorragia pós-parto, o doador foi seu esposo, fato isolado de sucesso
pois ocorreu sem base científica que teve sua fase inicial após a descoberta dos
grupos sanguíneos por Karl Landsteiner, somente em 1900 (BARRETO, 2018).
Karl Landsteiner, médico e biólogo austríaco, comprovou que há vários tipos
de sangue ao utilizar um experimento com hemácia e plasma de diferentes
indivíduos, comprovando que em algumas combinações ocorrem aglutinações,
caracterizando o sistema ABO e desmistificando o motivo de alguns pacientes virem
a óbito após receberem sangue e outros não. No entanto, com esse conhecimento,
a classificação do sangue em grupos permitiu estabelecer compatibilidades entre
indivíduos e após com a descoberta da solução anticoagulante permitiu que
estoques fossem criados (MIRRANDA; TORRES, 2018; PARRELLA, 2019).
Em 1942, Landsteiner classifica o sangue das pessoas em Rh positivo e Rh
negativo (PEREIMA et al., 2010). Tais descobertas foram o pontapé inicial para a
utilização do sangue da forma como é realizada hoje, levando em consideração a
compatibilidade sanguínea e as provas pré-transfusionais que trazem maior
segurança para o processo.
A hemoterapia no Brasil surgiu como especialidade médica na década de
1940 e o primeiro Banco de Sangue do País, em 1941, no Instituto Fernandes
Figueira, no Rio de Janeiro. Em 1942, foram fundados dois outros serviços no Brasil,
o Banco de Sangue do Pronto-Socorro do Recife, em Pernambuco e o Banco de
Sangue da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e em 1943, a Universidade
de São Paulo cria o Banco de Sangue do Hospital das Clínicas. E 1944, no Rio de
Janeiro foi inaugurado o Banco de Sangue do Distrito Federal (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013).
De acordo com a Portaria nº 158/2016 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016)
em vigor, toda a cadeia produtiva do sangue depende dos valores voluntários e
altruístas da sociedade para o ato de doar. Em 2019, através dos serviços
hemoterápicos foram avaliadas como aptas para fazer a doação de sangue mais de
3,7 milhões de pessoas. A quantidade de pessoas que foram avaliadas durante a
triagem clínica, corresponde a 81% das 4,5 milhões que procuraram os hemocentros
de coleta de sangue. Os indivíduos que doaram sangue representam o valor de
1,7% do total da população do ano de 2019 (ANVISA, 2020).
14

Segundo a Resolução - RDC N° 34, DE 11 de junho de 2014 informa que os


requisitos de boas práticas para serviços de hemoterapia que desenvolvam ação
referente ao ciclo produtivo do sangue estabelece os requisitos de boas práticas
para serviços de hemoterapia que desenvolvam atividades relacionadas ao ciclo
produtivo do sangue e para serviços de saúde onde ocorrem procedimentos
transfusionais abrangendo coleta, captação de doadores, testagem, processamento,
controle de qualidade armazenamento, distribuição, transporte e transfusão em todo
território nacional.
O órgão que regulariza a Hemoterapia no Brasil é a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) em aprovação conjunta com as portarias do Ministério
da Saúde (Portaria nº 158, de 4 de fevereiro de 2016).
Segundo a OMS, em países de alta renda a taxa de doações por mil
habitantes é de 32,1. (SOUZA; SANTORO, 2019). Por exemplo, no ano de 2016, na
Espanha, o índice de doação foi de 36,62 por 1.000 habitantes. As doações tendem
a entrar em um quadro que beira à escassez em situações críticas, como é o
exemplo de pandemias (SOUZA; SANTORO, 2019).

3.3. O HEMOSC E HEMORGS

No início da década de 1960, em Florianópolis foi instalado o Banco de


Sangue da Maternidade Carmela Dutra, com objetivo de coleta e armazenamento de
hemocomponentes. Posteriormente através da Lei 3.555 de 27 de novembro de
1964, foi criado entre outros serviços, o Centro Hemoterápico Catarinense (CHC)
que veio a substituir o Banco de Sangue da Maternidade Carmela Dutra e
posteriormente, transferido para nova sede no centro de Florianópolis, tendo como
finalidade realizar atendimento de todo Estado, com postos instalados nas principais
cidades do interior, sendo na época o único Banco de Sangue do Brasil com essa
abrangência (HEMOSC, 2021).
Em 1987, foi criado o centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa
Catarina (HEMOSC, 2021) e através do decreto da lei estadual 272 fundamentado
nas diretrizes do antigo Plano Nacional de Sangue e Hemoderivados (PLANASHE),
atual Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH/MS), com o propósito
15

de prestar atendimento hemoterápico de qualidade à população da região, bem


como possibilitar assistência aos portadores de doenças hematológicas. O decreto
de lei estadual 3.015 que foi criado no ano de 1989 incrementou a sua área física
inserindo à hemorrede novos hemocentros e colaboradores. Neste período, o
HEMOSC passou a contar com os Hemocentros Regionais, que são unidades
divididas estrategicamente nos municípios mais desenvolvidos de cada região do
estado. O Hemocentro Coordenador está situado na capital do estado de Santa
Catarina, Florianópolis, e atua coordenando as atividades dos demais hemocentros
(HEMOSC, 2021).

Foi instituída em 1994 a fundação privada, mas sem fins lucrativos, intitulada
Fundação de Apoio ao HEMOSC e CEPON (FAHECE), sendo que esta passou a
coordenar os recursos obtidos por meio de parceria com o governo do estado de
Santa Catarina (HEMOSC, 2021).
No estado de Santa Catarina o HEMOSC atende à população através da
prestação de serviços hemoterápicos (transfusão de sangue e hemocomponentes,
infusão de medicamentos, sangria terapêutica, entre outros) e hematológicos
(consultas médicas). Disponibiliza serviço de coleta e realização de exames de
doadores voluntários de medula óssea, sendo credenciado pela associação
Brasileira de Histocompatibilidade e pelo Ministério da Saúde. Após ser feito a
doação de sangue, os resultados dos exames são colocados em cadastro público
nacional no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea
(REDOME). O HEMOSC é participante da rede BrasilCord onde realiza, a coleta,
criopreservação, processamento, controle de qualidade, testagem laboratorial e
transporte de sangue de cordão umbilical e placentário por meio de um banco de
Sangue de Cordão Publico (SCUP), sendo entretanto a alguns poucos anos
desativada a coleta de cordão umbilical e placentário. São realizados ainda os
processos de conservação dessas amostras (HEMOSC, 2021).
A Hemorrede pública estadual é estabelecida por 01 hemocentro coordenador
localizado na capital do estado de Santa Catarina, Florianópolis, 06 unidades
regionais nas cidades de Blumenau, Chapecó, Criciúma, Joaçaba, Joinville e Lages,
também conta com outras unidades de coleta e agências transfusionais. (GERENT,
2016; HEMOSC, 2021). Além da Hemorrede Pública Estadual, o estado conta com
um serviço de Hemoterapia privado, credenciado ao SUS, no Hospital São
16

Francisco, na cidade de Concórdia e um serviço de Hemoterapia no Hospital


Universitário, em Florianópolis, vinculado ao serviço público federal (HEMOSC,
2021).
A Hemorrede é o conjunto de Serviços de Hemoterapia e Hematologia,
organizados de forma hierarquizada e regionalizada, de acordo com o nível de
complexidade das funções que desempenham e a área de abrangência para
assistência. A rede de Hemoterapia gaúcha é composta por sete Hemocentros
Regionais: Hemocentro do Alegrete, Cruz Alta, Santa Maria, Pelotas, Santa Rosa,
Caxias do Sul, Passo Fundo um Grupo Hospitalar e uma Clínica de Porto Alegre
com Serviços de Hematologia localizados nos municípios próximos da cidade e o
Hemocentro coordenador, HEMORGS, uma entidade de âmbito central, de natureza
pública, referência do Estado do Rio Grande do Sul na área de Hemoterapia e
Hematologia, com a finalidade de prestar assistência e apoio hemoterápico e
hematológico à rede de serviços de saúde (HEMORGS, 2021).

3.4. CICLO DO SANGUE E PRODUÇÃO DE HEMOCOMPONENTES

O ciclo do sangue pode ser compreendido como as etapas pelas quais o


sangue percorre desde a captação dos doadores, até a seleção e qualificação do
doador; do processamento, armazenamento, transporte, distribuição dos
hemocomponentes, dos procedimentos pré-transfusionais e do ato transfusional
(ANVISA, 2015).
Conforme a Resolução – RDC N° 34, 11 de Junho que dispõe sobre as boas
práticas no ciclo do sangue, o candidato à doação só será considerado apto após
avaliação de todos os requisitos estabelecidos para seleção de doadores e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com os
critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e informa que a cada doação devem
ser realizados obrigatoriamente testes laboratoriais de triagem de alta sensibilidade,
para detecção de marcadores para as seguintes doenças infecciosas transmissíveis
pelo sangue, independentemente dos resultados de doações anteriores, segundo
critérios determinados nesta Resolução e nas demais normas do Ministério da
Saúde: Sífilis, Doença de Chagas, Hepatite B, Hepatite C, HIV tipo 1 e tipo 2; HTLV
17

I/II; Citomegalovírus (CMV).Particularmente para o citomegalovírus, pode em


alternativa à realização de triagem sorológica, ser realizada a filtração das bolsas
que devem necessariamente ser citomegalovírus negativas (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2015).
Os hospitais, independentemente do fato de serem públicos, privados ou
filantrópicos, necessitam da assistência dos bancos de sangue. Os Hemocentros
tem uma tarefa importante no atendimento de pacientes que estejam em situações
críticas como, acidentes domésticos, automobilísticos ou que possam causar perdas
sanguíneas, hemorragias, anemias severas, cirurgias invasivas, traumas, leucemias,
traumas recorrentes dentre outros. Essas condições tornam, portanto, esses
serviços dependentes da assistência transfusional (FUMEC/FHC, 2014).

3.5. PRODUÇÃO DE HEMOCOMPONENTES

Segundo o Ministério da Saúde (2015), informações do Guia para o uso de


hemocomponentes, o sangue total é processado por separação física dando origem
a vários produtos ou hemocomponentes: concentrados de plaquetas, plasma,
hemácias, crioprecipitado e hemoderivados. Ainda que a evolução da medicina
transfusional tenha ocorrido, não se conseguiu até o momento produzir
hemocomponentes artificiais. (SILVA, 2014). Assim, para a realização da transfusão
sanguínea, necessita-se do sangue humano, obtido no Brasil através da coleta em
doadores voluntários. Cada componente (Figura 1) é utilizado segundo a prescrição
médica.

Figura 1. Produtos originados a partir do sangue total.

Fonte: Ministério da Saúde, 2015.


18

3.5.1. Concentrado de hemácias (CH)

É obtido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue total (ST) e da


remoção da maior parte do plasma. Assim como o ST, o concentrado de hemácias
deve ser mantido entre 2 °C e 6 °C e sua validade varia entre 35 e 42 dias,
dependendo da solução conservadora. Os concentrados de hemácias sem solução
aditiva devem ter hematócrito entre 65% e 80%. No caso de bolsas com solução
aditiva, o hematócrito pode variar de 50% a 70% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

3.5.2. Concentrado de plaquetas (CP)

Pode ser obtido a partir de unidade individual de sangue total ou por aférese,
coletadas de doador único. Cada unidade de CP unitários contém aproximadamente
5,5 x 1010 plaquetas em 50 a 60 mL de plasma, já as unidades por aférese contêm
pelo menos 3,0 x 1011 plaquetas em 200 – 300 mL de plasma (correspondente de 6
a 8 unidades de CP unitários). Dois métodos diferentes são utilizados para a
obtenção de plaquetas pela centrifugação de sangue total. O primeiro consiste na
centrifugação do sangue em duas etapas. Na primeira etapa, é feita uma
centrifugação leve, em que se obtém o plasma rico em plaquetas (PRP), este
plasma é novamente centrifugado, desta vez em alta rotação, para a obtenção do
CP. O segundo método baseia-se na extração do buffy coat, ou camada
leucoplaquetária, geralmente com a utilização de extratores automatizados de
plasma e com o uso de bolsas top and bottom. O sangue total é submetido à
centrifugação, visando à separação da camada leucoplaquetária. O plasma
sobrenadante é transferido para uma bolsa satélite, pela saída superior (top) da
bolsa e o concentrado de hemácias é extraído pela saída inferior (bottom) da bolsa.
A camada leucoplaquetária permanece na bolsa original. O buffy coat de cada bolsa
pode ser agrupado com outros por meio de metodologia estéril, seguido de
sedimentação ou centrifugação para a separação e transferência das plaquetas para
uma bolsa satélite, onde ficam armazenadas em pool. Este método possibilita a
19

redução no teor de leucócitos contaminantes em aproximadamente 90%


(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

3.5.3. Concentrado de plasma fresco congelado (PFC)

Consiste na porção acelular do sangue obtida por centrifugação a partir de


uma unidade de sangue total e transferência em circuito fechado para uma bolsa
satélite. Pode ser obtido também a partir do processamento em equipamentos
automáticos de aférese. É constituído basicamente de água, proteínas (albumina,
globulinas, fatores de coagulação e outras), carboidratos e lipídios. É completamente
congelado até 8 horas após a coleta e mantido, no mínimo, à -18 °C, sendo, porém
recomendada a temperatura igual ou inferior à -25 °C. Sua validade se armazenado
entre -25 °C e -18 °C é de 12 meses. Se mantido congelado à temperaturas
inferiores à -25 °C sua validade é de 24 meses. O congelamento permite a
preservação dos fatores da coagulação, fibrinólise e complemento, além de
albumina, imunoglobulinas, outras proteínas e sais minerais, e mantém constantes
suas propriedades. O componente assim obtido contém ≥ 70 UI de Fator VIII/100 mL
e, pelo menos, quantidades semelhantes dos outros fatores lábeis e inibidores
naturais da coagulação. O plasma isento de crioprecipitado (PIC) é aquele do qual
foi retirado, em sistema fechado, o crioprecipitado. Deve ser armazenado à
temperatura de, no mínimo, -18 °C, sendo, porém, recomendada temperatura igual
ou inferior à -25°C. Sua validade é a mesma do PFC e seu volume aproximado de
150 mL a 200 mL. É depletado de FVIII, fibrinogênio e multímeros de alto peso
molecular de Fator de von Willebrand, embora contenha a metaloproteinase
responsável por sua metabolização. O plasma fresco congelado de 24 horas
(PFC24) é o hemocomponente separado do sangue total por centrifugação entre 8 e
24 horas após a coleta e congelado completamente, no máximo em uma hora,
atingindo temperaturas iguais ou inferiores à 30 °C negativos. Deve ser armazenado
à temperatura de, no mínimo, 18 °C negativos, sendo, porém, recomendada
temperatura igual ou inferior à 25 °C negativos. Sua validade é a mesma do PFC e
seu volume aproximado de 200 à 250 mL. Apresenta uma redução variável de
alguns fatores da coagulação em relação ao PFC, principalmente fatores V e VIII,
20

porém esta redução não tem significado clínico, portanto, possui as mesmas
indicações que o PFC. A unidade de plasma deve apresentar volume superior à 180
mL, quando utilizado para fins transfusionais, além de não conter anticorpos
eritrocitários irregulares de importância clínica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

3.5.4. Concentrado de crioprecipitado (CRIO)

É uma fonte concentrada de algumas proteínas plasmáticas que são


insolúveis à temperatura de 1 °C à 6 °C. É preparado descongelando-se uma
unidade de PFC à temperatura de 1 °C à 6 °C. Depois de descongelado, o plasma
sobrenadante é removido deixando-se na bolsa a proteína precipitada e 10 – 15 mL
deste plasma. Este material é então congelado no período de 1 hora e tem validade
de 12 meses. O crioprecipitado contém glicoproteínas de alto peso molecular como
de Fator VIII, Fator VIII:vWF (fator von Willebrand), fibrinogênio, Fator XIII e
fibronectina. Cada bolsa contém 15 mL de crioprecipitado com aproximadamente 80
- 150 unidades de Fator VIII, pelo menos 150 mg de fibrinogênio e cerca de 20% -
30% (50 - 75 UI) do Fator XIII presente na bolsa inicial de PFC. Aproximadamente
40% - 70% (100 - 150 UI) do fator de von Willebrand presente na unidade inicial de
PFC é recuperado no crioprecipitado. Cada crioprecipitado dever conter no mínimo
80 UI de Fator VIII e 150 mg de fibrinogênio e cada pool devem conter os mesmos
fatores multiplicado pelo número de bolsas que o compõe (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2015).

3.5.5. Concentrado de granulócitos (CG)

A eficácia da transfusão de CG em RN parece ser dose dependente, sendo


que as doses superiores à 1 x 109 69 PMN/kg oferecem as melhores respostas
clínicas. CG coletados de doadores previamente mobilizados com corticoide e/ou
contém maior número de granulócitos do que aqueles provenientes de doadores não
mobilizados. Indicações para paciente com neutropenia (< 500 neutrófilos/mm³) e
21

infecção documentada e não responsiva à terapia por pelo menos 24 à 48 horas,


num cenário de hipoplasia mieloide reversível. Dose e modo de administração para
pacientes até 2 anos de idade, a dose de 1 à 2 x 109 PMN/kg é recomendada. Para
crianças maiores e adultos é preferível a dose de 4 à 8 x 109 PMN/kg. Os CG
devem ser transfundidos o mais rápido possível, dentro de 24 horas da sua
produção. O tempo de administração pode ser de 1 a 2 horas se tolerado.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Estão apresentados na Tabela 1 os hemocomponentes e suas características.

Tabela 1 – Guia para uso de hemocomponentes


Formas de Temperatura de
Hemocomponente Características
obtenção Armazenamento
Centrifugação do
Eritrócitos e pequena
sangue total (ST),
quantidade de
removendo-se o
plasma.
Concentrado de plasma da massa
Hematócrito: em 2°C a 6°C.
hemácias (CH). eritrocitária da
torno de 70%.
bolsa ou por
Volume aproximado:
aferese
220/280mL.
de doador único.
CP obtida de ST: >
5,5 X 1010 plaquetas
por bolsa. pH ≥ a 6,4.
Centrifugação de
Volume aproximado
uma unidade de
50mL a 60mL.CP 22ºC a 2°C,
Concentrado de sangue total ou
obtida por aferese: sob agitação
plaquetas (CP) por
> 3,0 X 1011 constante.
aferese de doador
plaquetas
único.
por bolsa.
Volume aproximado:
200mL a 300mL.
Centrifugação
do sangue total Rico em fatores de
18°C negativos.
e congelado coagulação (V, VII e
Plasma fresco Recomendada
completamente IX) e fibrinogenio.
congelado (PFC) 25°C negativos
em até 8 horas Volume aproximado:
ou inferior.
depois da coleta > 180mL
do sangue.
Depletado de FVIII,
fibrinogenio e
multímeros de alto
peso molecular
Plasma fresco
de Fator de von 18°C negativos.
Plasma isento do congelado do qual
Willebrand, Recomendada
crioprecipitado foi retirado, em
embora contenha 25°C negativos
(PIC) sistema fechado, o
a metaloproteinase ou inferior.
crioprecipitado.
responsável por sua
metabolização.
Volume: 150mL a
200mL.
22

Tabela 1 – Guia para uso de hemocomponentes


Plasma fresco
congelado
separado
a partir de 1
unidade
de sangue total
Apresenta redução
por centrifugação,
variável de fatores V 18°C negativos.
Plasma fresco entre 8 e 24 horas
e VIII, em relação ao Recomendada
congelado de 24 após a coleta, e
PFC. 25°C negativos
horas (PFC24) congelado
Volume aproximado: ou inferior.
completamente,
200mL a 250mL.
no máximo em
uma hora,
atingindo
temperaturas
iguais ou inferiores
a 30°C negativos.
Glicoproteínas de
alto peso molecular
como de Fator VIII,
Fração de plasma 18°C negativos.
Fator VIII:vWF (fator
Crioprecipitado insolúvel em frio, Recomendada
von Willebrand),
(CRIO) obtida a partir do 25°C negativos
fibrinogenio, Fator
PFC. ou inferior.
XIII e fibronectina.
Volume aproximado:
15mL.
Deve conter, no Devem ser
mínimo, 1,0 x 1010 transfundidos
granulócitos. assim que
Contem outros possível após
leucócitos, plaquetas a coleta. Se
Concentrado de Aferese de doador
e inevitável,
granulócitos (CG) único.
cerca de 20mL a armazenar entre
50mL 20°C e 24°C, em
de hemacias. repouso, e por,
Volume aproximado: no máximo, 24
220mL. horas.
Fonte: Brasil, 2015.

3.6. CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO TRANSFUSIONAL

Com o intuito de atender a população nos serviços de hematologia e


hemoterapia de forma segura e com qualidade, a Coordenação-Geral de Sangue e
Hemoderivados (CGSH) do Ministério da Saúde desenvolveu políticas para tal
finalidade, desempenhando suas ações de acordo com diretrizes e princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS). Visando sempre a integralidade, universalidade e
equidade na disponibilização dos serviços hematológicos e hemoterápicos, a CGSH
utiliza estratégias que melhoraram continuamente os serviços de hemoterapia.
23

Dessa forma, o Programa Nacional de Qualificação dos Serviços de Hemoterapia


(PNQH), gera melhorias tecnológicas e gerenciais, empenhando-se a atingir todas
as especialidades médicas para que a qualidade da assistência hemoterápica
fornecida seja aperfeiçoada. Portanto, o Guia para o Uso de Hemocomponentes,
acompanhado de outras estratégias de ações governamentais, visa atingir maior
segurança transfusional por meio do uso mais qualificado dos hemocomponentes,
minimizando os efeitos inerentes da utilização destes e consequentemente,
aumentar o acesso da população àqueles produtos, visto que a uma expectativa na
redução de prescrições médicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2016).
O Concentrado de hemácias (CH) é solicitado para transfusão em pacientes
com anemia por diversas causas, principalmente por perda sanguínea. Concentrado
de plaquetas (CP) é responsável pela formação do coágulo, são transfundidas com
o objetivo de promover a coagulação em pacientes com hemorragia ou prevenir
hemorragias em pacientes com déficit plaquetário. Plasma Fresco Congelado (PFC)
é transfundido para reposição de fatores de coagulação e junto com as plaquetas
podem cessar hemorragias ativas e o crioprecipitado é proveniente do plasma
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Outro fator de suma importância e que se tornou um desafio é a manutenção
de níveis capazes de satisfazer as demandas de utilização de hemocomponentes
que tragam segurança para o abastecimento de hospitais e clínicas que farão a
utilização de acordo com a necessidade (SANTOS et al, 2021).
Uma vez que os cidadãos tiveram sua circulação restrita devido à pandemia
de COVID-19, os hemocentros brasileiros, visando amenizar a redução nas doações
e consequente desabastecimento dos estoques, através do setor de captação de
doadores, elaboraram estratégias para captar doadores de sangue e candidatos à
doação de medula óssea mesmo em meio a uma pandemia. Portanto, mediante às
dificuldades de manutenção de um estoque de sangue que supra às necessidades
específicas e emergenciais, os profissionais da captação de doadores foram
confrontados com a necessidade de planejar, executar, monitorar e avaliar
estratégias para que a população se sensibilize e se conscientize, educando-a para
a doação voluntária, responsável e habitual. Igualmente, esses profissionais
planejam, executam, monitoram e avaliam estratégias para a sensibilização,
conscientização e mobilização da população para o cadastramento de candidatos à
doação de medula óssea (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2013).
24

A oferta de lanche, uso de meios de comunicação e meios informatizados


para profissionais e público em geral (ex.: “Hemoliga”, aplicativo para celular ou
tablet que comunica aos usuários a próxima doação e a necessidade conforme o
estoque, e “informativo mensal do Hemoba”, na Bahia e notas em programa de TV.).
O uso de “base de dados de doadores”, especialmente, para os tipos raros e a
estrutura do sistema como forma de recursos e tecnologias disponíveis, bem como a
disposição da população para o ato de doação de sangue e de fidelização,
melhorando a sustentação do sistema de saúde que, de modo progressivo,
demanda por sangue, hemocomponentes e hemoderivados (SOUZA;SANTORO,
2019).
25

4. METODOLOGIA

O referente trabalho é uma revis o bibliográfica narrativa a respeito do


gerenciamento de estoque de sangue nos Hemocentros Regionais, do Hemocentro
Coordenador do Estado de Santa Catarina (HEMOSC) e Hemocentro Coordenador
do Rio Grande Do Sul (HEMORGS). A pesquisa foi realizada em base de dados de
referência, PubMed, LILACS e SciELO. Utilizando a combinação de descritores na
língua portuguesa e inglesa: Gerenciamento de estoque de sangue; COVID-19;
Hemorrede; Saúde Pública. Como critérios de inclusão foram utilizados artigos
manuais, guias e portarias que datam entre os anos de 2010 a 2021, que se
correlacionem com a temática proposta. Os critérios de exclusão foram artigos fora
do período determinado, idiomas diferentes dos citados acima, quando convenientes
ao tema proposto, lidos os documentos na íntegra.
26

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC) se


encontra com os estoques em níveis de alerta e reforça a necessidade de manter os
estoques e a rede abastecida de sangue. O volume de doadores nos hemocentros
de Santa Catarina reduziu, entre outros motivos, devido às orientações de
distanciamento social frente à pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2,
consequentemente houve uma baixa dos estoques sanguíneos, que continuaram a
ser solicitados pelos serviços essenciais, hospitais e clínicas. Diante disso o
HEMOSC reforça a necessidade de doações para um estoque adequado de sangue
e fornecimento aos seus conveniados para que os procedimentos considerados
essenciais continuem ocorrendo (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2021).
O responsável do setor de Captação de Doadores informa que:

“Acreditamos que a diminuição se deve ao agravamento da pandemia em


todo estado. Preocupa-nos a situação do número de doações, pois a
demanda de sangue para os hospitais do estado continua grande, inclusive
para alguns pacientes com COVID-19. Solicitamos que as pessoas
procurem o HEMOSC e façam doações. Doar sangue é seguro e seguimos
todas as medidas de segurança” (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2021,
p. 8).

A assessoria técnica da instituição relata que a necessidade de transfusões


pelas clínicas e hospitais se mantém, apesar da pandemia. E referente às cirurgias
de emergência, há os atendimentos devido a acidentes de trabalho e trânsito,
violência urbana, entre outros. Ainda de acordo com a assessoria o enfrentamento
no número de casos de COVID-19 nos últimos meses contribuiu para a redução do
fluxo de doadores, pois aqueles que eles tiveram contato com casos confirmados ou
suspeitos ou contraíram o vírus ficam inaptos para a doação por período que varia
entre 14 e 30 dias. “Isso implica na manutenç o dos estoques em níveis adequados.
Estamos vivendo um momento muito difícil no controle dos estoques sanguíneos.
Uma única doação pode salvar várias vidas, por isso pedimos para que as pessoas
procurem o HEMOSC”, reforçou (SANTA CATARINA, 2021).
27

O HEMOSC adotou várias medidas de prevenção, e diversos cuidados para


garantir a segurança das pessoas. Podem ser citados como exemplos dessas
condutas, o agendamento para evitar aglomerações no espaço físico dos
hemocentros, redução das equipes de trabalho que passaram a se organizar em
escalas, reorganização do espaço físico, na medida do possível manter as áreas
com janelas abertas ou o mais arejadas possível e a utilização de álcool em gel e
aferição de temperatura ao entrar no prédio (SANTA CATARINA, 2021).
O Setor de Captação de Doadores da Hemorrede retomou o Programa de
Coleta Externa com o objetivo do desenvolvimento de campanhas externas de
doação de sangue, executadas, em municípios ou locais que não tenham
hemocentros ou bancos de sangue. Para a divulgação do mesmo são
disponibilizados pelo HEMOSC, cartazes, flyers, folders. Para a manutenção dos
estoques as campanhas externas contribuem muito para manter estoque adequado
(HEMOSC, 2021).
Em Agosto de 2021, o HEMOSC lança a campanha “Super Aç o Resgate de
Doadores” para resgatar doadores de sangue e regularizar o estoque. A campanha
compreende todas as unidades da rede no estado, assim estimula a doação e a
normalização dos estoques. Foi relatado por Responsável pelo Setor de Captação
de Doadores do HEMOSC, que o objetivo da campanha é fazer com o que os
doadores que estavam afastados possam voltar a realizar doações:

“Nesse período de pandemia a gente registrou uma queda no volume de


doações. A campanha é voltada para as tipagens que as de maior
frequência na população A e O, positivas e negativas, são estas tipagens
em que houve maior defasagem desde o avanço da pandemia”
(ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA, 2021, p. 10).

Os responsáveis pelo controle e gerenciamento dos estoques no Hemocentro


do Rio Grande do Sul também relataram que estão com os estoques de sangue em
níveis críticos e precisam de doações de todos os tipos sanguíneos. De acordo com
a coordenadora do HEMORGS, “ainda estamos sofrendo os impactos da pandemia,
e aliado a isso, tiveram os recessos e festas de fim de ano e a ida de um grande
contingente populacional ao litoral”. Diante a pandemia a baixa da oferta de doações
tem causa multifatorial. É seguido os protocolos sanitários na prevenção ao
coronavírus e orientações da Organização Mundial da Saúde e demais órgãos
28

sanitários competentes para o atendimento aos doadores com toda a segurança. É


fundamental a doação e processamento do sangue para disponibilizar componente
sanguíneo para os pacientes que se faz necessário a transfusão, conforme a
indicação clínica. O atendimento é realizado com agendamentos por telefone ou
WhatsApp, os doadores que forem diretamente ao HEMORGS serão atendidos por
ordem de chegada e seguindo os mesmos protocolos.
O HEMORGS realiza a Campanha de doação de sangue e traz impacto
positivo. A campanha Doar é Viver, é para incentivar a reposição de estoques de
sangue não apenas no HEMORGS, mas em toda a Hemorrede pública de
hemocentros do Rio Grande do Sul fazendo acolhimento de todos os candidatos e
informamos a necessidade de mantermos a regularidade nas doações. Durante o
período da campanha cada pessoa que for até um dos hemocentros da Hemorrede
ganhará uma semente da árvore moringa, representando a Árvore da Vida,
simbologia bíblica para fecundidade e imortalidade. As campanhas estão
repercutindo positivamente nos estoques (HEMORGS, 2021). ”O sangue n o tem
substituto e precisamos todos os dias termos auxílio da comunidade para efetivação
de tratamentos de saúde dos pacientes que necessitam de hemocomponentes”,
informou a assistente social, do setor de captação.
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia Celular (ABHH),
informa que para minimizar as dificuldades causadas pelo desabastecimento de
sangue no início da pandemia pelo Covid-19 recomenda numa tentativa de
minimizar os problemas causados pelo desabastecimento de sangue no início da
pandemia pelo novo coronavírus a adotar critérios restritivos para indicar a
transfusão de hemácias para pacientes com quadro clínico estável (ex: hemoglobina
< 7 -8 g/dL) e para os quais não haja alvo definido de hemoglobina a atingir (ex:
talassemia major, anemia falciforme), indicando a dose mais baixa possível para
atingir os objetivos clínicos almejados. Aumentar a coleta por aférese de
concentrado duplo de hemácias e de plaquetas, para compensar a queda de
doações convencionais e os esforços de captação de doadores de sangue entre
outros (ABHH, 2021).
No HEMOSC foi colocado em prática o agendamento online visando o maior
conforto dos doadores para que se sintam mais seguros e possa ocorrer o
distanciamento necessário e exigido em portarias e normativas dos órgãos
competentes, assim, ocorre o atendimento de um número controlado de doadores a
29

cada dia e horário. A utilização de máscaras se tornou obrigatória assim como a


aplicação de álcool em gel durante as etapas do processo, estas ações foram
incluídas no processo de doação e o comprometimento dos profissionais com a
segurança de cada doador, corroborou com o sucesso em captar doadores mesmo
diante de todas as dificuldades. Por isso a relevância de oferecer fomento para o
conhecimento e acesso à informação, promovendo atividades educativas de
conscientização para os cidadãos receosos (HEMOSC, 2021).
Segundo Cunha (2020), mesmo com as estratégias e técnicas utilizadas, a
redução das doações e consequentemente do estoque de sangue chegou a 80% em
diferentes localidades do país. Assim, alternativas, como o cancelamento de
cirurgias eletivas, a busca por novos doadores e a opção de alguns critérios para a
seleção de Doadores foram adotados. Um grupo de médicos com base em
evidências no documento intitulado Bllod Management (PBM) buscou aprimorar as
indicações clínicas para a transfusão de hemocomponentes.
Pela Assembleia Mundial da Saúde por meio da resolução WHA 63.12 o
conceito de PBM tem enfoque multidisciplinar e sistematiza o gerenciamento do
sangue do paciente se baseando em vestígios que buscam reduzir as perdas
sanguíneas e evitar transfusões desnecessárias (MANUAL PBM, 2021).
30

6. CONCLUSÃO

A pandemia do COVID-19 contribuiu para a redução de doações de sangue


até o momento e a forma como afetou o gerenciamento de estoque de sangue faz
pensar em alternativas relacionadas à gestão mais eficiente em cenários críticos.
A falta de controle nos processos internos dos bancos de sangue pode causar
diversos prejuízos, como a escassez de sangue e o desperdício. Verifica-se a
importância de ressaltar que o gerenciamento de estoque se faz necessário diante
do surto da pandemia e precisa ser devidamente controlado, de maneira que os
estudos possam contribuir para os dados que buscam a comprovação científica da
sua eficácia.
Além do gerenciamento dos estoques que parte das instituições
hemoterápicas do país, é importante salientar a utilização responsável do sangue
como forma terapêutica. Sua utilização quando consciente e dentro dos critérios de
indicação salva vidas, mas pelo contrário, quando usada de forma indiscriminada
pode ser alvo de reações indesejadas e que podem gerar desconforto ou agravos
aos pacientes aos quais foram submetidas.
Com o intuito de manter os estoques de sangue em níveis seguros e estáveis,
foi possível observar que os serviços de hemoterapia devem a cada dia mais se
adequar a novas situações e as condições dos seus doadores, seu perfil e
disponibilidade, já que a doação deve ser um ato de solidariedade, altruísta e
voluntária, “ganhar” o doador se torna a cada dia mais essencial para os serviços de
hemoterapia e em especial os setores de captação para aqueles que fazem o
gerenciamento dos estoques. .
31

REFERÊNCIAS

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