O documento descreve os procedimentos e resultados da urodinâmica, que estuda a função do trato urinário inferior. Inclui a descrição da urofluxometria, que mede o fluxo urinário, e da cistometria, que avalia a relação entre pressão e volume na bexiga durante o enchimento. Fornece detalhes sobre os parâmetros normais de fluxo urinário, resíduo pós-miccional, sensibilidade e capacidade vesical, função do detrusor e complacência durante os testes.
O documento descreve os procedimentos e resultados da urodinâmica, que estuda a função do trato urinário inferior. Inclui a descrição da urofluxometria, que mede o fluxo urinário, e da cistometria, que avalia a relação entre pressão e volume na bexiga durante o enchimento. Fornece detalhes sobre os parâmetros normais de fluxo urinário, resíduo pós-miccional, sensibilidade e capacidade vesical, função do detrusor e complacência durante os testes.
O documento descreve os procedimentos e resultados da urodinâmica, que estuda a função do trato urinário inferior. Inclui a descrição da urofluxometria, que mede o fluxo urinário, e da cistometria, que avalia a relação entre pressão e volume na bexiga durante o enchimento. Fornece detalhes sobre os parâmetros normais de fluxo urinário, resíduo pós-miccional, sensibilidade e capacidade vesical, função do detrusor e complacência durante os testes.
A urodinâmica é definida como o estudo funcional do trato urinário inferior.
Urofluxometria: Inicia com a mulher com a bexiga confortavelmente cheia para realizar a fluxometria livre (sem sondas) em ambiente privado: 1. Fluxo urinário: é a passagem voluntária de urina pela uretra, que deve ser: - Contínuo: sem interrupção do fluxo. - Intermitente: quando há interrupção do fluxo. 2. Índice de fluxo: volume de urina expelido via uretra por unidade de tempo(ml/seg). 3. Volume urinado: volume total de urina expelido via uretra. 4. Índice de fluxo máximo (Qmax): valor máximo medido no índice de fluxo, após correção dos artefatos. 5. Tempo de fluxo: tempo no qual a mensuração do fluxo ocorreu. 6. Média do índice de fluxo (Qave): volume urinado dividido pelo tempo de fluxo. 7. Tempo de micção: é a duração total da micção, isto é, inclui interrupções. Quando não há interrupções durante a micção, o tempo de micção é igual ao tempo de fluxo. 8. Tempo para fluxo máximo: é o tempo decorrido desde o início do fluxo urinário até o fluxo máximo urinado. Interpretação de normalidade da urofluxometria livre: Em função da forte dependência dos índices de fluxo urinário no volume de micção, eles são melhor referenciados pelos nomogramas, onde o corte para fluxo anormalmente lento tem sido determinado e validado no âmbito do percentil 10 da respectiva nomograma Liverpool. As referências a um específico índice de fluxo urinário como o limite inferior da normalidade previsto para um volume específico necessitam mais estudos de validação. Resíduo pós-miccional (PVR) Resíduo pós-miccional: é o volume de urina que permanece na bexiga após a completa micção. Condições para medida do resíduo pós-miccional: o PVR estará erroneamente elevado por retardar a medida, e nesse caso, deve-se considerar que a taxa de filtração renal é de 1 a 14 ml/s. O ultrassom permite a mensuração imediata do PVR, mas a sondagem de alívio mostra-se mais efetiva para esse fim. Avaliação da normalidade do resíduo pós-miccional: estudos usando medida imediata do PVR (ultrassom transvaginal, por exemplo) sugerem que o limite superior da normalidade seja 30 ml. Já nos estudos usando cateterização transuretral, com retardo de até 10 minutos na mensuração, o limite superior da normalidade fica entre 50 ml e 100 ml. Uma constatação isolada de PVR elevada requer confirmação antes de ser considerada significativa. Cistometria-geral 1. Cistometria: medida da relação entre a pressão/volume durante o enchimento vesical e/ou estudo do fluxo/pressão durante a micção. 2. Cistometrograma (CMG): tradução gráfica da pressão vesical e volume ao longo do tempo. 3. Condições para cistometria: - Pressões: todos os sistemas (canais) são zerados na pressão atmosférica; - Transdutores de pressão externa: ponto de referência é a borda superior da sínfise púbica; - Cateteres/transdutores: ponto de referência é o transdutor propriamente dito; - Volume vesical inicial: a bexiga deve estar vazia; - Líquido utilizado: água ou soro fisiológico (ou contraste, se radiologia se fizer necessária); - Temperatura do líquido: idealmente deve estar na temperatura corporal; - Posição da paciente: a posição sentada é mais provocativa de atividade anormal do detrusor que a posição supina. Em algum ponto no teste, o enchimento deve ser realizado com a mulher em ortostatismo; - Taxa de enchimento: a taxa de enchimento, incluindo as alterações introduzidas durante os testes, deve ser anotada no relatório urodinâmico; - Pressão intravesical (Pves): é a pressão de dentro da bexiga; - Pressão abdominal (Pabd): é a pressão em torno da bexiga. Geralmente é calculada a partir da mensuração da pressão retal, embora possa ser realizada através da vagina, e, mais raramente, através da pressão de um estoma intestinal. A mensuração simultânea da pressão abdominal é essencial para a interpretação do traçado de pressão intravesical. Artefatos no traçado de pressão detrusora podem ser produzidos por uma contração intrínseca retal; - Pressão do detrusor (Pdet): é o componente de intravesical da pressão, que é criada pelas forças da parede vesical (passiva e ativa). Calcula-se subtraindo pressão abdominal da pressão intravesical; - Urodinâmica ambulatorial: é um teste para investigação funcional do trato urinário inferior, realizado fora do ambiente clínico, envolvendo o enchimento natural e a reprodução das atividades cotidianas da mulher. Cistometria de enchimento 1. Cistometria de enchimento: é a relação entre a pressão e o volume vesical durante o enchimento. Inicia com o começo da infusão e termina com a “permissão para urinar” dada pelo urodinamicista. 2. Objetivos: avaliar a sensação, capacidade e complacência vesical. 3. Sensação vesical durante a cistometria de enchimento: é usualmente avaliada questionando a paciente a respeito da plenitude vesical durante o enchimento vesical. - Primeira sensação de enchimento vesical: quando a paciente torna-se consciente do enchimento vesical. - Primeiro desejo miccional: é a primeira sensação de querer urinar. - Desejo normal de urinar: é o sentimento que leva a paciente a urinar no próximo momento conveniente, mas a micção pode ser retardada se necessário. - Forte desejo de urinar: é o persistente desejo de urinar, sem medo de perder urina. - Urgência: desejo súbito de urinar, difícil de postergar. O uso da palavra “súbito” definido como “sem qualquer aviso” ou “abrupto”, utilizados nas definições anteriores foi muito debatido. Sua inclusão continua. A classificação de “urgência” está sendo desenvolvida. - Hipersensibilidade vesical: refere-se tanto a “aumento da sensibilidade vesical” quanto à “urgência sensorial” (obsoleta): percepção do aumento da sensação vesical durante o enchimento com: um primeiro desejo e forte desejo precoces, que ocorrem com baixos volumes intravesicais; capacidade máxima reduzida sem aumento anormal da pressão detrusora. - Redução da sensação vesical: a sensação vesical está diminuída durante o enchimento. - Ausência de sensação vesical: a paciente não refere sensação vesical durante o enchimento. 4. Dor: a queixa de dor durante o enchimento vesical é anormal. Deve-se caracterizar a dor e a duração. Capacidade vesical durante o enchimento vesical: - Capacidade cistométrica: volume vesical no final da cistometria de enchimento, quando a permissão para urinar foi dada pelo urodinamicista. Este desfecho e o nível de sensação vesical neste momento, por exemplo, “desejo normal de urinar”, deve ser anotado. - Capacidade cistométrica máxima: na paciente com sensação normal, este é o volume vesical no momento em que não é mais possível retardar a micção. 5. Função detrusora durante o enchimento vesical: - Função detrusora normal (“estável” previamente): há pequena ou nenhuma mudança na pressão detrusora durante o enchimento vesical. Não há contrações fásicas involuntárias, mesmo após medidas provocativas como mudanças posturais, tosse, ouvir o barulho da água, lavar as mãos, etc. - Hiperatividade detrusora: trata-se da ocorrência de contrações involuntárias do detrusor durante a cistometria de enchimento. As contrações, que podem ser espontâneas ou provocadas, produzem uma forma de onda no cistometrograma de variável duração e amplitude. As contrações podem ser fásicas ou terminais. Sintomas como urgência ou incontinência por urgência podem ou não ocorrer. Se uma causa neurológica relevante está presente, então se trata de hiperatividade detrusora neurogência, senão, hiperatividade detrusora idiopática deve ser o termo usado. 6. Complacência vesical: relação entre a mudança de volume e mudança de pressão detrusora. A complacência é calculada dividindo a mudança do volume pela mudança de pressão detrusora (C = ΔV/ΔPdet) e é expressa em ml/CmH2O. A complacência vesical pode ser afetada por: - Enchimento vesical: enchimento vesical rápido é mais provocativo. Um artefato pode ser produzido dessa forma, e cessa quando o enchimento é interrompido. - Propriedades contráteis e relaxantes do detrusor: por exemplo, mudanças na parede detrusora causadas pela radioterapia. - Ponto de início do cálculo da complacência vesical: usualmente tanto o volume quanto a pressão detrusora no início do enchimento vesical estão zeradas. - Ponto de início do cálculo da complacência vesical: a pressão detrusora e volume vesical correspondente na capacidade cistométrica ou imediatamente antes de iniciar qualquer contração detrusora que cause perda significativa (e, portanto que cause redução do volume vesical alterando o cálculo da complacência vesical). Ambos os pontos são mensurados excluindo qualquer contração detrusora.