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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE

A AUXILIAR
VETERINÁRIO

Pequenos animais

MÓDULO II

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AUXILIAR VETERINÁRIO
MÓDULO II
SUMÁRIO
As etapas da vida do cão ----------------------------------------------------------------------------- 03

As etapas do desenvolvimento do cachorro ----------------------------------------------------- 10

O crescimento do cachorro ---------------------------------------------------------------------------14

O gato do nascimento à fase adulta ----------------------------------------------------------------17

A nutrição dos animais de companhia -------------------------------------------------------------22

Alimentando os cães nas diferentes fases de vida ---------------------------------------------28

Alimentação de gatos ----------------------------------------------------------------------------------38

A medicina preventiva ----------------------------------------------------------------------------------41

Programa de vacinação de cães --------------------------------------------------------------------46

Endoparasitoses ---------------------------------------------------------------------------------------- 50

Ectoparasitos ---------------------------------------------------------------------------------------------55

As doenças que são prevenidas por vacinas ----------------------------------------------------60

As principais enfermidades que acometem gatos ----------------------------------------------72

Zoonoses --------------------------------------------------------------------------------------------------76

Monitoramento dos sinais vitais --------------------------------------------------------------------- 80

Primeiros socorros para cães e gatos ------------------------------------------------------------- 83

Princípios cirúrgicos gerais --------------------------------------------------------------------------- 96

Aplicação de medicamentos ----------------------------------------------------------------------- 104

Tipos de estabelecimentos veterinários --------------------------------------------------------- 112

Pet shops e banho e tosa ----------------------------------------------------------------------------115

Pássaros e demais espécies exóticas criadas como animais de companhia --------- 123

Trabalho em equipe -----------------------------------------------------------------------------------128

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Módulo II
Aula 20: As etapas da vida do cão
 Período neo-natal: do nascimento até 12 dias de vida
É a fase em que o cachorrinho depende exclusivamente de sua mãe. Com esta
idade ele não consegue controlar sozinho a temperatura de seu corpo, precisa
de estimulação física para fazer xixi e defecar, e não vê ou ouve, mas já sente
o cheiro da mãe.
 Período de Transição: de 13 a 20 dias de vida
Nesta fase o filhote passa por diversas mudanças físicas. Os olhinhos abrem,
ele começa a “engatinhar”, ele já pode ouvir, e, por volta do 20º dia já aparece
o primeiro dentinho.

 Período de Reconhecimento: de 21 a 28 dias de vida


Só agora ele começa a usar os seus sentidos de audição e visão. Ele pode
reconhecer movimentos, e objetos. Ele precisa muito de sua mãe e
irmãozinhos para se sentir seguro e, porque estas percepções sensoriais
ocorrem de forma excepcionalmente abrupta, é muito importante que o
ambiente em que ele vive seja calmo e estável.

 Período de Socialização Canina: de 21 a 49 dias de vida


É quando o filhotinho aprende os comportamentos específicos que fazem dele
um cachorro. Por isso é tão importante não tirar o filhote da ninhada antes de 7
semanas de vida. É durante este período que ele aprende noções de higiene,
respeito à hierarquia, e a ser
disciplinado. Com os irmãozinhos
ele aprende o jogo “dominante x
dominado”

 Período de Socialização com


Humanos: de 7 a 12 semanas
de vida
Este é o melhor período para o
filhote se juntar à sua nova
família. Esta também é a melhor
época para introduzi-lo às coisas
que farão parte da sua vida. Por
exemplo, automóveis, outros
animais, crianças, idosos, sons,
etc. Tudo aprendido nesta fase é

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permanente.

 Primeiro Período do Medo:


de 8 a 11 semanas de vida
Neste período qualquer
experiência traumática,
dolorosa ou assustadora vai
ter um impacto mais
duradouro do que em qualquer
outra fase da vida do animal.

 Período do “rebelde sem


causa”: de 13 a 16 semanas
de vida
É quando o pequeno meliante resolve testar toda a paciência dos seus donos.
Ele vai tentar te morder, mesmo que pareça de brincadeira, dominar, e testar
para ver quem será o lider da matilha.

 Período das “Escapadas”: de 4 a 8 meses de vida


Se você ainda não ensinou ao seu filhote a vir quando chamado, este é o
momento. Nesta idade ele desenvolve uma “surdez seletiva” que pode durar de
poucos dias a várias semanas. É muito importante que os donos saibam como
reagir nesta fase para evitar que seu cachorro se torne um eterno fujão.

 Segundo Período do Medo: de 6 a 14 meses


É quando o cachorro começa a ficar relutante em se aproximar de coisas ou
pessoas novas ou até mesmo já conhecidas. O mais importante é que os
donos não forcem o cão nestas situações, e nem tentem consolá-los, deixando
que ele resolva sozinho que não há motivo para ter medo. O treinamento de
obediência nesta época ajuda a construir a auto-confiança do cachorro.

 Maturidade: de 1 a 4 anos de vida (varia entre as raças)


Para a maioria das raças a maturidade (inclusive a sexual) ocorre entre 1,5 e 3
anos de idade, sendo que raças pequenas tendem a amadurecer mais cedo do
que os cães gigantes.Este período é normalmente marcado com um aumento
na agressividade e um novo teste da autoridade do líder. O aumento da
agressividade não é necessariamente uma coisa negativa. Muitos cães que
eram excessivamente amistosos com estranhos passam a ser ótimos cães de
guarda.

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 Velhice: a partir de 7 anos


Vários cuidados especiais são necessários nessa fase da vida. É bom estar
sempre preparado para dedicar atenção especial ao seu amigo.

A amamentação:

O final do metaestro (período correspondente à gestação ou à


pseudogestação) é caracterizado por uma declínio dos níveis de progesterona no
sangue e por uma elevação temporária dos estrógenos, permitindo a dilatação do
colo do útero e um aumento da prolactina, hormônio que permite a produção do
colostro e depois do leite.

Estas variações hormonais são idênticas numa cadela gestante e numa cadela
não gestante, o que explica a freqüência de "lactação nervosa" ou "lactação de
pseudogestação", fenômeno que foi explicado no módulo anterior. Isto é
observado em matilhas de cães selvagens atinge essencialmente as cadelas de
posição hierárquica inferior que podem então servir de "amas de leite" em caso de
perturbações na lactação de cadelas dominantes. Assim, como em muitas outras
espécies de mamíferos, a pseudogestação ressalta de forma evidente a
importância do fator psicológico no desencadeamento da lactação.

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Uma cadela que não se sente à vontade com a sua maternidade, contrariada
pela escolha do seu ninho ou até anestesiada por uma cesariana, apresenta um atraso
no aparecimento do leite. Este problema pode ser contornado, modificando as
condições ambientais, utilizando produtos fito-homeopáticos ou ainda administrando
medicamentos antieméticos que estimulam a secreção de prolactina pelo sistema
nervoso central.

Uma vez expulsos os primeiros cachorros, a excreção do leite é mantida por


um reflexo neuro-hormonal. O ato de mamar ou a massagem dos mamilos, estimulam
a secreção de uma outro hormônio, a ocitocina, que por sua vez lança o leite nos
canais galactóforos. Este mecanismo é proporcional ao número de cachorros
amamentados e permite que a produção de leite seja adaptada ao seu apetite. Os
cachorros tornam-se de certa forma, prioritários em relação à saúde da mãe.

A produção de leite:
O primeiro leite secretado pela cadela, chamado colostro, com sua
proteção de anticorpos flui somente nas primeiras 36 a 48 horas após a fêmea prenha
dar à luz, de modo que os filhotes só adquirem imunidade deste primeiro leite se forem
amamentados durante este espaço de tempo, e, se tiverem menos de dois dias de
vida. Depois disso, não faz nenhuma diferença quanto ou como se alimentam, a
verdade é que não receberão mais nenhum anticorpo, pois estes anticorpos seriam
destruídos pelo estômago antes da sua absorção e perderiam assim toda a sua
eficácia. Nesse caso, os cachorros estariam protegidos apenas pelos anticorpos que
atravessaram a barreira placentária durante a gestação (não mais de 5 %).

O colostro não tem nem o aspecto nem a composição do leite clássico. Na


verdade, ele é amarelado e translúcido a ponto de se poder confundir com pus.

A quantidade de imunoglobinas (anticorpos) que se acham presentes no


primeiro leite (colostro) é diretamente proporcional aos níveis de anticorpos presentes
na mãe. Como conseqüência, filhotes que tomam este leite com quantidades maiores
de anticorpos são propensos a absorver mais anticorpos, e então, ter concentrações
mais altas no sangue. Recém-nascidos que iniciam com níveis mais altos destas
moléculas no colostro, carregam consigo proteção por períodos mais longos de tempo.
Isto explica por que se deseja assegurar que cadelas tenham uma alta concentração
de anticorpos antes acasalar: poderão assim passar mais proteção para a sua prole.
Sua descendência possuirá níveis mais altos de
proteção por períodos mais longos de tempo
contra doenças que comumente vacinamos, tais
como Cinomose (CVD), Parvovirose e
Coronavirose.

Em poucos dias o colostro é substituído por


leite, cuja composição depende do tamanho da raça
da cadela (raças grandes têm um leite mais rico em
proteínas), das aptidões genéticas individuais e da
mama em questão (as mamas posteriores são mais
produtivas).

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A lactação tem uma duração média de seis semanas após o parto, com o pico
de produção máxima às três semanas. Nas semanas seguintes, o decréscimo da
produção de leite incita a mãe a regurgitar alimentos para com plementar a
alimentação dos cachorros. Estes começam a ficar interessados no alimento que a
mãe consome. Este período assinala o início de um desmame progressivo, que
terminará por volta da sexta semana com a passagem para a alimentação de
crescimento.

Aleitamento artificial dos filhotes:


A amamentação natural é a mais indicada e completa alimentação para os
filhotes durante o primeiro mês de vida pois contém todos os elementos
necessários ao seu desenvolvimento e imuniza-o de várias doenças
infecciosas, através do colostro, pois este contém grande quantidade de
anticorpos. Algumas vezes, a cadela não tem leite suficiente para toda a
ninhada, ou algum dos filhotes não conseguem mamar tanto quanto devem e
apresentam um crescimento deficiente em relação aos outros. Podemos
desconfiar de falta de leite materno quando os filhotes choram com frequência.
Nesses casos podemos complementar a alimentação com alimentos
preparados:

Leite artificial (industrializado): encontramos algumas marcas no mercado


brasileiro onde o ingrediente principal é soja e que devem ser preparados
conforme indicação dos fabricantes.

Leite artificial (caseiro): no liquidificador pode-se bater 1 copo de leite de


vaca integral (A ou B), uma gema de ovo, uma grama de suplemento vitamínico
em pó e uma pitada de sal.

O desmame:

A partir de 30 dias, devemos começar o desmame, ou seja, introduzir algum


tipo de alimentação para que o filhote deixe de mamar na mãe. Nessa idade, os
filhotes já estão andando e os dentinhos já estão começando a nascer. A mãe sente
desconforto ao amamentar os
filhotes e, naturalmente, passa a
ficar mais distante deles.

O desmame pode ser


feito introduzindo-se uma
papinha de desmame
industrializada ou mesmo uma
ração para filhotes amolecida
com leite morno, 1 vez ao dia.
As exigências nutricionais dos
cachorros no período de
desmame são comparáveis
qualitativamente às exigências
da mãe no final da lactação
(período de reposição das suas

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reservas), o que facilita consideravelmente a tarefa do proprietário. No início, os


filhotes entrarão no prato de comida e farão uma bagunça. Para ajudá-los a
compreender que "aquilo" não é para se lambuzar e sim para comer, molhe o dedo na
papa e deixe que o filhote cheire e lamba. Inicialmente ele pode rejeitar
completamente, mas aos poucos irá se acostumar com o novo sabor. Aumente a
frequência da papinha para duas, três e depois 4 vezes ao dia, até que a ninhada
complete 45 dias de vida. Nos intervalos entre as papinhas, os filhotes deverão mamar
na mãe, com uma frequência cada vez menor.

A utilização de uma alimentação caseira requer sempre uma adição de


minerais ao alimento base, sob a forma de suplementos comerciais: casca de ovo
esmagada ou farinha de osso, para que a mineralização do esqueleto se processe de
forma adequada. O reajuste diário que é necessário realizar com esta suplementação,
torna esta prática rara nos dias de hoje. Por outro lado, o acréscimo de um
suplemento mineral a um alimento já equilibrado (comercial) apresenta o risco, mesmo
nas grandes raças, de calcificações precoces e irreversíveis comprometendo
gravemente o futuro dos cachorros.

As necessidades em cálcio são avaliadas em função do


peso dos cachorros: cerca de 400 mg/kg no início do
crescimento, atingindo no final do crescimento as necessidades
de adulto, estimadas em 200 mg/kg. Por exemplo, um cachorro
em crescimento com 30 kg terá necessidades de cálcio seis
vezes superiores às de cachorro com 5 kg no mesmo estágio de
desenvolvimento. Em compensação, as suas necessidades
energéticas serão apenas quatro vezes superiores. É por este motivo que é de
extrema importância alimentar o cachorro com um alimento cuja relação cálcio/energia
esteja adaptada ao seu potencial de crescimento.

Quanto a cadela ou gata estiverem amamentando e na fase de desmame,


jamais retire todos os filhotes de uma vez. Não tendo a cria para mamar, o leite
acumulado "empedrará" causando inflamação, febre, perda de apetite e muita dor
(mastite ou mamite). Na fase de desmame, quando os filhotes já estiverem com 40
dias, e se alimentando com a papinha, podemos ajudar a secar o leite da fêmea
diminuindo a comida e a água por 3 a 4 dias. Isso só deve ser feito sob a supervisão
de um veterinário. Da mesma forma, medicamentos para secar o leite só devem ser
administrados se o veterinário achar necessário.

Aos 45 dias de idade, nunca antes dos 40 dias, os filhotes podem ser afastados
da mãe. Mas lembre-se, nunca retire todos os filhotes de uma vez. Faça-o ao longo de
3 ou 4 dias para que a fêmea não fique desesperada procurando a cria ou corra o
risco de desenvolver uma mastite.

A obesidade que surge quando as células de gordura estão a sofrer uma


multiplicação rápida (conhecida como obesidade hiperplásica), é muito mais difícil de
tratar do que um excesso de gordura adquirida na idade adulta (conhecida como
obesidade hipertrófica). Durante o período de crescimento, qualquer desequilíbrio
nutricional vai afetar os tecidos em formação. Como os cachorros de raças pequenas
são desmamados em pleno período de constituição do tecido adiposo, estão
predispostos à obesidade se consumirem alimentos em excesso. Uma ligeira
subalimentação é por isso menos prejudicial do que uma sobrealimentação. Além
disso, enquanto que um pequeno atraso ponderal pode ser compensado
posteriormente, a obesidade, quando ocorre durante o período de crescimento será
dificilmente reversível na idade adulta. Nos cachorros de raças grandes, pelo contrário,

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o desmame ocorre durante a fase de crescimento esquelético. Uma insuficiência


alimentar em proteínas ou em cálcio vai afetar a formação dos ossos (osteofibrose).
Inversamente, um consumo de energia em excesso acelera o crescimento, o que torna
o cachorro vulnerável a várias perturbações, como por exemplo displasias articulares
ou osteodistrofia hipertrófica.

Nos gatos, com a diminuição da lactação materna e com o aparecimento dos


primeiros dentes de leite, inicia-se um período de transição alimentar entre a 3ª e a 4ª
semana de idade. Tal evento provoca uma pausa na curva de crescimento. A
alimentação láctea passa então a ser insuficiente para satisfazer as exigências da
ninhada. Paralelamente, o gatinho desenvolve-se, as suas capacidades digestivas
evoluem e o seu organismo prepara-se para uma alimentação sólida.A dieta proposta,
que gradualmente substituirá a dieta láctea, deve satisfazer todos os requisitos
nutricionais do filhote para não causar nenhum déficit de energia e não piorar sua frágil
imunidade.

A partir das 4 a 5 semanas de vida, o gatinho pode demonstrar interesse pela


alimentação da mãe, começando por lamber o alimento que está perto da boca desta.
Para que os filhotes tenham acesso ao comedouro, este deve ser largo e com
rebordos bastante baixos. Para além disso, se a apresentação do alimento for sob a
forma de croquetes, estes devem ser de pequenas dimensões para facilitar a
preensão dos gatinhos. Desde que se trate de um alimento adaptado, é aconselhável
administrar à mãe, durante a lactação, um alimento idêntico ao que os gatinhos irão
receber no pós-desmame. Evitar-se-á assim adicionar outro fator de stress ( a
mudança de alimentação) ao período de desmame.

Evolução da capacidade digestiva do cachorro:


À medida que o cachorro cresce, ocorrem várias mudanças graduais que são
responsáveis pela evolução da sua capacidade digestiva. Por exemplo, a quantidade
de enzimas digestivas capazes de digerir a lactose diminui progressivamente,
enquanto que a aptidão para digerir o amido cozido é
desenvolvida muito mais lentamente.

Estas variações explicam o fato de alguns


cachorros não tolerarem o leite de vaca (que é três
vezes mais rico em lactose do que o leite de cadela),
bastando diminuir a quantidade fornecida para
controlar a diarréia, causada por uma saturação da
capacidade enzimática. Estas alterações são
essencialmente determinadas geneticamente e
dependem pouco dos hábitos alimentares impostos
aos cachorros.

EXERCÍCIOS:

1- Por que é importante que um filhote mame em abundância logo após o parto?

2- Como deve ser feito o desmame dos filhotes? Qual problema pode ocorrer com
a cadela nesse período?

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Aula 21: As etapas do desenvolvimento do


cachorro
Desenvolvimento físico:
Os cachorros crescem devido à construção e maturação de vários tecidos. Estes
tecidos, de natureza diferente, não se formam todos ao mesmo tempo nem à mesma
velocidade, o que explica a variação das necessidades alimentares dos cachorros,
tanto no plano qualitativo quanto quantitativo.

Poderíamos comparar o desenvolvimento físico à construção de uma fábrica. Esta,


começa por um projeto (o sistema nervoso) e prossegue pela instalação de máquinas
(o esqueleto). Para fazer funcionar estas "máquinas", serão então necessários
operários (os músculos) que irão reivindicar em seguida uma proteção social (a
gordura).

Esta imagem, apesar de ser demasiado simplista, visto que estas fases são
naturalmente progressivas e simultâneas, apresenta o interesse de sublinhar os riscos
inerentes a cada estágio de desenvolvimento do cachorro e ilustra:
- a razão pela qual existe uma insuficiente reserva energética no cachorro ao
nascimento. A gordura só é depositada numa fase mais tardia do desenvolvimento do
cachorro, apesar de ser a principal fonte de armazenamento de energia. A única fonte
de energia que o recém-nascido contém é constituída pelas pequenas reservas de
glicogênio (fígado e músculos), as quais cobrem apenas as necessidades referentes
às doze horas após o parto. O cachorro, fica deste modo dependente das condições
térmicas exteriores, até ao aparecimento do reflexo do calafrio (depois do 6¼ dia),
desenvolvimento do tecido adiposo (final da terceira semana) e aparecimento dos
mecanismos de regulação térmica.

- a variação existente entre as necessidades alimentares das várias raças e, para um


mesmo indivíduo, durante as diferentes fases do seu desenvolvimento. A composição
do corpo evolui durante o crescimento no sentido de uma diminuição do seu teor em
água e em proteínas, para favorecer um aumento das gorduras e dos minerais.

- a obesidade, que ameaça as raças pequenas de forma muito mais precoce que as
raças grandes.

A maioria dos clubes de raças dispõem de gráficos de crescimento médios dos


machos e das fêmeas. Estes gráficos permitem controlar o desenvolvimento ponderal
dum cachorro desde o seu nascimento até à idade adulta. O peso de um cachorro ao
nascimento pode variar de 70 a 700 gramas (dependendo da raça e do sexo). Depois
de uma perda de peso fisiológica no primeiro dia, que não deve exceder 10 %, o peso
dos cachorros aumenta muito rapidamente durante as primeiras semanas (este
aumento é em média de 5 a 10 % por dia).

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Uma pesagem diária dos cachorros, sistematicamente à mesma hora, permite


controlar o seu crescimento. Os cachorros de raças grandes, que multiplicam o seu
peso por 100 até atingir a idade adulta, merecem uma atenção e uma vigilância
especial.

De uma forma geral, um cachorro que não ganhe peso durante dois dias consecutivos
deve ser cuidadosamente vigiado. A causa responsável pelo atraso de crescimento
deve ser rapidamente pesquisada. Esta causa pode estar relacionada com a mãe se
toda a ninhada apresentar o mesmo problema (leite insuficiente ou tóxico), ou a
factores individuais se apenas alguns cachorros apresentam este atraso (fenda
palatina, competição alimentar).

Desenvolvimento comportamental do cão:


Antes do desmame, a mãe assume, muito mais do que o pai, uma parte ativa
no desenvolvimento físico e comportamental dos cachorros, parte que se mostrará
determinante para o equilíbrio e integração posterior destes no seu novo meio social.

O desenvolvimento do
comportamento em cãezinhos
frequentemente é dividido em
quatro grandes períodos, sendo o
terceiro altamente significativo:

1- Período neonatal
Dura as duas primeiras
semanas de vida e
consiste basicamente em
turnos de amamentação
intercalados com turnos
de sono. O período
neonatal tem início no
nascimento e termina com
a abertura das pálpebras.
Foi frequentemente
chamado "fase
vegetativa", visto que a
vida do cachorro parece
estar dominada pelo sono
e por algumas atividades
reflexas. Durante esta fase, o cachorro apenas reage aos estímulos tácteis e
move-se em direção às fontes de calor, rastejando.

2- Período transicional
Restringe-se ao período entre 14 e 21 dias de idade, e a resposta à dor passa
a ser mais reconhecida. Este período termina assim que o cachorro começa a
ouvir, ou seja, a reagir aos ruídos (perto da quarta semana). Mesmo que a
visão ainda não esteja perfeita nesta fase, a persistência de comportamentos
tais como o escavar ou as explorações táteis, permitem suspeitar de

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perturbações na visão.
3- Período de socialização
É um período de máxima importância na vida de um cão. Como o seu nome
indica, o período de socialização representa para os cachorros uma fase de
aprendizagem da vida social. Começa por um período de atração (não têm
medo de nada) e prossegue geralmente por um período de aversão (medo de
tudo o que é novo). Os cachorros tornam-se progressivamente capazes de
comunicar, e adquirem o sentido da hierarquia interpretando as represálias
maternas, os sinais olfativos e de postura. Se, por falta de tempo ou de
observação, não se aproveita o período de atração do cachorro (geralmente 3
a 9 semanas) para o acostumar ao seu futuro ambiente, será muito mais difícil
retificar os maus hábitos adquiridos. Este período, extremamente sensível e
maleável, pode ser explorado pelo proprietário ou criador para:

- favorecer os contactos com os futuros proprietários (em especial com as


crianças) caso se trate de um animal de companhia, e com os indivíduos com
os quais deverá

- conviver em paz (carteiros, gatos, ovelhas),

- habituar o cachorro aos estímulos que encontrará na sua vida futura


(barulhos, odores de roupa, tiros se tratar de um cão de caça como o Setter ou
o Perdigueiro, carros, helicópteros, etc.),

- reforçar a aprendizagem da hierarquia, impondo-lhe, se necessário, posturas


de submissão (segurando-o pelo dorso ou pela pele do pescoço). Pelo mesmo
método, é possível reforçar os comportamentos desejados e reprimir as
atividades indesejadas;

- motivar os contactos entre cachorros, sancionando aqueles que ainda não


controlam bem a intensidade da sua mordida,

- observar o comportamento dos cachorros para poder orientar a escolha dos


futuros proprietários, em função do caráter de cada um. As tendências para a
dominância podem ser percebidas a partir desta época, através de jogos, de
imitações sexuais e dos comportamentos alimentares. Em algumas raças
(Cocker, Golden), a agressividade tornou-se mesmo um motivo de não
confirmação.

- muitas atitudes ditas "naturais" podem ser adquiridas durante este período,
principalmente se a mãe estiver habituada a esses estímulos e de evidenciar
uma postura calma junto da sua ninhada durante o período de aversão.

Sendo assim, aconselham-se classicamente dois períodos propícios


para a venda dos cachorros:

- a partir da 7° semana, se o proprietário entende de educação canina e deseja


adquirir um cachorro "maleável";

- no final do período de aversão (pela 12° semana), se o cliente procura um


cachorro "pronto", que já tenha sido socializado e ensinado por um profissional.

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Em todos os casos, será sempre útil orientar a escolha do futuro proprietário,


de modo a obter um cachorro adaptado às suas exigências. Também devem
ser dados conselhos de socialização que deverão ser posteriormente
reforçados pelo apoio do Médico Veterinário durante a consulta pós-compra.

Para evitar uma ligação demasiado forte do cão ao seu dono (que
frequentemente
se traduz em
danos ambientais
quando o cão é
deixado sozinho),
será bom lembrar
do fenômeno
natural de
"desligamento"
que ocorre antes
da puberdade
quando o
cachorro é
deixado com a
mãe.

4- Período Juvenil
Aqui eles entram na fase mais ativa de exploração do ambiente. É necessário
que o treinamento doméstico continue nesta fase a fim de evitar que as lições
sejam esquecidas. Vale lembrar que uma experiência ruim também pode ser
traumática.

É muito importante acompanhar o desenvolvimento de um cãozinho, estar


atento à mudanças de comportamento e levá-lo ao veterinário periodicamente
e/ou sempre que perceber que algo está errado.

EXERCÍCIOS:

1- Porque o período de socialização é tão importante no comportamento


futuro do cão?

2- Em qual período o cão começa a reagir aos estímulos externos?

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AULA 21: O crescimento do cachorro


Os cachorros têm todos velocidades de crescimento diferentes O crescimento
de um cachorro não é linear com o tempo: ou seja, o seu ganho de peso diário evolui
com o decorrer do tempo. Assim, o ganho de peso diário aumenta após o nascimento
para alcançar um patamar de duração variável, diminuindo depois, à medida que o
animal se aproxima da sua maturidade (idade e peso adulto). No plano estritamente
matemático, a evolução desta velocidade de crescimento (fala-se em GMD, ou ganho
médio diário) corresponde a uma derivada da função sigmóide representada pela
curva de crescimento (evolução no peso em função do tempo). O estudo das curvas
de referência para as várias raças, mostra que os cachorros de raças pequenas,
apresentam uma reduzida velocidade de crescimento atingindo rapidamente a idade
adulta. Estes cachorros são já relativamente pesados, quer no nascimento quer no
desmame, relativamente ao seu peso adulto. Na realidade, os cachorros de raças
pequenas quando nascem estão "mais desenvolvidos" que os de raças médias ou
grandes. Os cachorros de raças grandes têm um peso à nascença relativamente baixo
e apresentam um extenso período de crescimento. É importante compreender estas
diferenças de desenvolvimento e de comportamento biológico, visto que explicam o
interesse em adaptar a alimentação do cão não apenas à sua idade mas também ao
seu tamanho. As diferenças entre as raças de cães são observáveis desde o
nascimento: uma cadela Caniche, por exemplo, dá à luz três cachorros pesando cada
um 150 a 200 gramas, enquanto que o peso à nascença de cachorros Terra Nova (oito
a dez cachorros) oscila entre 600 e 700 gramas. Mesmo que um cão adulto de raça
gigante pese 25 vezes mais que um cão de raça pequena, a relação dos seus pesos à
nascença não ultrapassa um fator de 1 para 6. Isto significa que as diferentes raças
têm diferentes padrões de crescimento, sendo a amplitude e a duração do
crescimento, proporcional ao peso final do cão: - metade do peso adulto é atingida aos
3 meses de idade num cachorro de raça pequena e apenas aos 5 a 6 meses num
cachorro de raça grande.

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A maturidade:
A maturidade é um período de realização do cão, durante a qual se instalam
modificações celulares. Apesar destas modificações não serem ainda observáveis a
olho nu, são uma indicação de idade avançada.

O envelhecimento:

O envelhecimento canino é um processo natural ainda não totalmente


entendido, embora sabido que ocorra de modo variado, dependendo das raças e de
seu porte. Enquanto um cão de médio porte vive em torno de doze anos, um gigante
tem expectativa de vida mais curta. Antes, acreditava-se que estes animais
envelheciam sete anos para cada ano de vida de um ser humano. No entanto, essa
teoria foi revista, e mais recentemente, tenta-se comparar o estágio de
desenvolvimento inicial da vida do cão com aquele dos seres humanos. De acordo
com alguns resultados obtidos, raças pequenas alcançam seus tamanhos finais entre
os oito e os doze meses; raças de porte médio entre doze e dezesseis meses; de
porte grande entre dezesseis e dezoito meses; e as gigantes, por volta dos dois anos.
Com isso, foi possível traçar um paralelo que resultou em variação de porte para porte.
As raças pequenas e médias têm os cinco primeiros anos de vida para o primeiro ano
humano. Deste ponto em diante, são quatro para cada ano vivido por um ser humano.
Já as raças grandes e gigantes, de maturidade mais lenta, envelhecem sete e doze,
respectivamente, em seu primeiro ano de vida, com cinco e sete anos a partir do
segundo ano de vida, para cada tamanho. Com base nessas afirmações, pode-se
dizer que um chiuaua nascido no mesmo dia e ano que um homem, tenha, cinco anos
mais tarde, 21.
Cães de idade avançada estão mais sujeitos a doenças, dores e alterações
comportamentais. Por isso, é importante dar atenção às mudanças da idade de um
cão doméstico, pois isso permite suprir novas necessidades e proporciona melhores
condições de vida. Entre os principais males que podem acometer os idosos caninos

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estão a artrite, o mal de


Alzheimer e a depressão.
Esses problemas e outros,
como a queda de dentes,
decorrentes da idade, são
diagnosticáveis desde o
início pela observação das
mudanças
comportamentais e pela
realização de constante
acompanhamento
veterinário. Problemas de
visão e audição, quietude e
esbranquiçamento e queda
do pêlo são fatores
considerados normais, causados pelo avanço da idade.
Além de todos esses problemas, cães idosos possuem tendência a um
aumento dos depósitos adiposos, sendo o animal mais gordo e com capacidade de
metabolização dos seus lipídios pior, diminuição na hidratação do organismo,
comparável a uma desidratação crônica, que é prejudicial ao seu bom funcionamento,
redução da proteção imunológica, diminuição da resistência ao frio e das capacidades
de luta contra o calor, redução gradual da função renal, desmineralização lenta do
esqueleto, destruição das membranas celulares devido ao "stress oxidativo
membranário", aumento dos casos de insuficiências hepáticas, aumento evidente da
freqüência de tumores, malignos ou benignos, aumento da formação de tártaro (o qual
deve ser tratado), podendo causar inflamações e infecções nas gengivas que podem
conduzir à perda dos dentes, à medida que o cão engorda, a saliva é produzida em
menor quantidade pois o tecido adiposo invade as glândulas salivares, a passagem
dos alimentos através do trato intestinal é mais lenta, devido a um decréscimo do
tônus muscular intestinal (assim, o cão pode evidenciar fases constipação, às quais se
seguem frequentemente episódios de diarréias), o intestino torna-se progressivamente
menos capaz de se adaptar a uma modificação do alimento (por esta razão, a
alimentação deve permanecer constante). Além de todos esses fatores, a absorção
dos nutrientes é menos eficiente, sendo necessário fornecer um alimento
hiperdigerível.

EXERCÍCIOS:

1- Por que o envelhecimento do cão é uma fase que requer tantos cuidados e
atenção dos proprietários?

2- Qual a principal diferença entre o crescimento de cães de raças grandes e de


raças de pequeno porte?

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AULA 23: O gato do nascimento à fase adulta


Cego e surdo, o filhote felino que acaba de vir ao mundo pesa apenas cerca de
cem gramas. Lambido pela mãe e, assim, liberto de tudo que lhe prende, ele é
aquecido e estimulado, o que o capacita a buscar as mamas mais nutritivas. Incapaz
de regular a temperatura corporal até a 3ª semana de vida, ele se aconchega à barriga
da mãe para mamar o colostro que, por sua vez, contém inúmeros anticorpos. Depois
de alguns dias, quando se alimentar, atividade que lhe tomará um terço de seu tempo
durante o primeiro mês de vida, o que receberá da mãe será o leite. Dentro de 7 a 10
dias, o filhote dobra de peso. Dentro de 5 semanas, ele poderá se movimentar e seus
sentidos começam a se desenvolver, à medida que divide seu tempo entre
brincadeiras e sonecas, quando não está mamando.

Ao nascer, o olfato do filhote é suficientemente desenvolvido para que ele


possa encontrar sua mãe. Além disso, ele também é capaz de diferenciar os três
sabores básicos: o doce, o salgado e o azedo, com pouca apreciação pelos dois
últimos. Por outro lado, ainda é cego e surdo e adquire esses dois sentidos quase ao
mesmo tempo. A audição aparece ao redor do 5° dia de vida, mas não permite com
que ele se oriente através do som antes do 14° dia. Ao redor de um mês, é que ele
adquire as habilidades de um indivíduo adulto e, então, reconhece a voz da mãe. O
filhote abre os olhos entre o 7° e 15° dias depois do nascimento, porém, ainda
necessita de 3 ou 4 dias para ganhar a noção de profundidade do campo visual. A
adaptação à aquisição simultânea dos sentidos da visão e audição leva alguns dias.
O filhote tem um grande senso de equilíbrio desde os primeiros dias de vida, apesar
de ser ainda um pouco
desajeitado e, antes da 2ª
semana, ainda coordenar
os movimentos com certa
dificuldade. O gatinho
começa a andar nas quatro
patas ao redor do 17° dia e
se torna hábil para arranhar
a orelha com a pata traseira
ao redor da 3ª semana.
Com 35 dias, ele já
consegue arranhar e retrair
as garras.

As principais áreas
anatômicas não se
desenvolvem na mesma
velocidade. O filhote nasce
com uma cabeça
relativamente grande e,
então, seus membros
começam a se alongar (o
filhote parece ter pernas

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longas). Por fim, o resto do corpo se desenvolve, resultando nas proporções típicas do
adulto.

Há um componente inato ao comportamento de limpeza, de defecar, urinar e


alimentação (excluindo o amamentar), mas estes também são ensinados muito
rapidamente pela mãe. Já no 15° dia de vida, o filhote consegue lamber a sua perna
dianteira. Com 30 dias, ele começa a fazer as primeiras visitas à caixa de areia,
arranhando o material. A partir da 3ª semana de vida, ele consegue fazer tudo sozinho
na liteira. Já na 4ª semana, o filhote já consegue comer sozinho, imitando o
comportamento da mãe e, assim, adquirindo suas preferências alimentares.
O estabelecimento de todos os comportamentos de comunicação específicos aos
felinos começa ao redor da 3ª semana e vai até a 7ª ou 8ª semana. As brincadeiras
começam ao redor da 3ª semana e consistem em contatos e brincadeiras entre os
filhotes, além das interações com a mãe, que possibilita esta socialização intra-
específica. O filhote aprende, assim, a parar de arranhar e se interessar por "presas,"
insetos ou objetos pequenos. O comportamento predador específico à sua espécie
começa a se estabelecer ao final do primeiro mês. A aquisição da socialização com
outras espécies amigáveis (homem, cão...) também acontece ao redor da 3ª semana e
acaba por volta do 3° mês. O filhote também deve ficar num ambiente rico em
estímulos visuais, sonoros e de relação entre outros seres. Quando acariciado, pego
no colo por alguns minutos ao dia, colocado na presença de crianças ou de outros
animais e cercado por vários barulhos, o filhote fica mais equilibrado. Seu
comportamento, quando se tornar um adulto, vai depender, em grande parte, da
diversidade do ambiente ao qual foi submetido quando filhote.

O crescimento dos gatos:


Um gato recém-nascido tem um crescimento muito acelerado ao nível da formação de
músculos, ossos, pêlo e dentes. Uma das suas principais funções (para além de
brincar) é comer. Tem de consumir uma grande quantidade de energia para aumentar
o seu tamanho em 2000 por cento em apenas cinco meses (considerando um ritmo de
crescimento normal). Naturalmente que, quanto melhor for a qualidade da sua
alimentação, maiores serão as probabilidades de atingir esse objetivo de uma forma
saudável e ideal.O leite materno é o indicado para o seu primeiro alimento e, embora
ele só esteja preparado para o desmame entre as seis e as oito semanas, vai começar
a mordiscar alimentos sólidos entre as três e as quatro semanas.

O crescimento normal de um gatinho desde a processa-se em 3 fases:

1. Período neo-natal: em aproximadamente os 4 primeiros dias de


vida, a velocidade de crescimento pode ser muito variável,
principalmente em função das condições do parto (se este
tiver sido difícil, os gatinhos poderão sofrer com um atraso no
crescimento, mas raramente perdem peso). Durante o
períodode amamentação (quatro primeiras semanas), o
crescimento é regular, linear e permite para além disso prever
o peso em função da idade. Assim, o peso do 7° ao 10° dia é
igual ao dobro do peso à nascença. O peso à 4° semana é

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igual a 4 vezes o peso de nascimento.

 Período pré-desmame : período de transição alimentar que vai da quarta a


sétima semana de idade. Por volta quarta a quinta semana observa-se uma
redução da velocidade de crescimento devido a um decréscimo na lactação e
conseqüente redução do consumo.Por volta da sétima semana ocorre um novo
impulso no crescimento, que assinala o final do período de desmame: o
gatinho consome uma grande quantidade de alimentos sólidos que permitem a
sua evolução.

 Período pós-desmame : ao fim de 8 semanas inicia-se o período de


autonomia do gatinho, que corresponde à expressão das suas potencialidades
genéticas. Ocorre enntão grande variabilidade individual. O gatinho passa a
alimentar-se por si só e cresce até ao seu tamanho de adulto. Uma vez
atingido o tamanho adulto, por volta dos 10-12 meses, o gato deve
normalmente conservar o peso constante.

Fatores que influenciam o crescimento dos gatos:


Os fatores que determinam crescimento dos gatos podem ser
classificados em fatores intrínsecos, ligados à genética do animal (raça, sexo, genética
dos pais, fatores hormonais) e extrínsecos, relacionados ao ambiente em que o animal
está inserido , que abrange a alimentação que a mãe recebe, condições sanitárias e
sociais (condições de criação, tipo de vida e qualidades maternais).

Fatores intrínsecos:

1- Raça: quanto mais pesada for a raça, mais rápido é o crescimento;

2- Sexo : a diferenciação do
tamanho dos gatos de
acordo com o sexo
aumenta com a
progressão da idade,
sendo pouco notada ao
nascimento. Os machos
tornam-se
significativamente mais
pesados do que as
fêmeas entre as 6 e as
12 semanas de vida. O
macho evidencia assim
um potencial de
crescimento superior ao
da fêmea, mas também
mais tardio, uma vez que
o seu crescimento se
prolonga algumas semanas para além do das fêmeas;

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3- Herança genética: o gatinho recebe, metade do seu material genético


da mãe e a outra metade do pai e este conjunto vai definir as
características dos filhotes. Essas características podem assim, dentro
de uma mesma raça, traduzir-se em indivíduos de corpulência, tamanho
ou tipo morfológico diferente, fator utilizado na seleção;

4- Peso da mãe : este parâmetro não é independente da raça e dos


fatores genéticos. Quanto maior for a mãe (simultaneamente de grande
porte e em bom estado físico) mais rápido será o crescimento da
ninhada, o que se explica em parte pelas qualidades do leite materno.

5- Fatores genéticos individuais : a mistura dos genótipos materno e


paterno leva à formação de um indivíduo único, criando variações
individuais dentro da mesma ninhada.

6- Fatores hormonais : alguns hormônios sintetizados pelo filhote


promovem seu crescimento, porém as alterações hormonais que irão
provocar perturbações no crescimento são raras no gatinho. A diabetes
juvenil é mais caracterizada por dproblemas metabólicos do que por
problemas de crescimento. O hipotiroidismo e o nanismo também são
de ocorrência esporádica. Anomalias que provocam secreções
anormais de hormônios sexuais parecem prejudicar pouco o
desenvolvimento dos gatos, e além disso uma esterilização do animal
muito cedo não parece ter grandes influências sobre seu crescimento.
Por outro lado, o uso terapêutico de hormônios pode trazer distúrbios
ao equilíbrio endócrino, modificando a taxa de crescimento. Sendo
assim, esse uso deve ser acompanhado pelo veterinário.

Fatores extrínsecos:

1- Tamanho da ninhada: ninhadas muito numerosas geralmente são


constituídas por animais menores do que ninhadas com número de filhotes
menor. Essa diferença de peso se acentua na primeira semana de vida,
devido ao fato de, em uma ninhada maior, a mesma quantidade de leite ser
compartilhada por um número maior de filhotes. Porém, nesses casos, essa
diferença de peso é atenuada após o desmame, quando o animal passa a
receber a alimentação sólida;

2- Higiene e estresse ambiental: durante a amamentação, tanto os filhotes


quanto a mãe são muito exigidos. Com isso, deve-se ter uma preocupação
especial com a higiene do local onde a fêmea paria, seja
este um local escolhido pelo dono ou pela mãe. Além disso,
quando a gata é constantemente perturbada, isso se
reflete na sua produção de leite devido ao estresse sofrido.
Com relação ao gatinho, o estresse pode ter
conseqüências no seu período de sono, que é quando
seu crescimento ocorre. Durante os primeiros dias
de vida o animal dorme a maior parte do tempo,
acordando apenas para mamar quando é lambido pela mãe. Com o passar
do tempo passa menos tempo dormindo pois passa a brincar mais, mas o

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sono ainda assim é um fator muito importante para a saúde e crescimento


do filhote. Além disso, quando o animal é estressado, são liberados
hormônios que prejudicm o equilíbrio hormonal e como conseqüência, seu
crescimento. Sendo assim, o ambiente de crescimento da ninhada deve ser
livre de qualquer fator estressante para a mãe e para os filhotes, devendo
ser preservado de agitação, alterações de temperatura e objetos ou
pessoas estranhas.

3- Nutrição:a alimentação da mãe durante a gestação influencia o peso à


nascença e a saúde dos gatinhos. Do nascimento até ao desmame, a
alimentação do filhote resume-se ao leite materno. Com isso, a sua
qualidade e quantidade são fatores determinantes do crescimento e saúde
dos gatinhos. Deve-se estar atento quanto a alimentação da mãe e dos
gatinhos. A gata necessitará de mais alimento quando tiver filhotes, pois no
início do período de aleitamento, as reservas maternas são utilizadas para
a produção de leite. Como o organismo materno está voltado para a
produção de leite, se a gata estiver subalimentada começará a perder peso.
Por esta razão, deve ser fornecida uma quantidade maior de alimento para
o crescimento antes e após o nascimento dos filhotes, para assegurar a
produção do leite. Desde o inicio da gestação, a gata prenhe necessitará de
mais alimento, cuja quantidade deverá ser aumentada gradativamente.
Durante as últimas 2 ou 3 semanas do período de 9 semanas de gestação,
ela estará comendo aproximadamente o dobro da quantidade normal.Uma
gata em período de lactação poderá necessitar até três vezes mais a
quantidade normal de alimento quando os filhotes atingirem 3 ou 4
semanas e precisará ser alimentada com mais freqüência, variando a dieta
para assegurar a nutrição adequada. Caso ela seja subalimentada, reduzirá
a produção de leite e demonstrará irritabilidade quando os gatinhos forem
mamar, e isto tudo irá comprometer a viabilidade da ninhada. Por outro
lado, a subnutrição dos filhotes podem ser provocados por diversos fatores,
tais como a subnutrição da mãe, ingestão de leite insuficiente devido à uma
ninhada numerosa ou mamadas por tempo insuficiente, pois a mãe não
deixa os filhotes mamarem, muitos filhotes ou por estresse ambiental. Com
isso, os gatinho sofrerão com desidratação, hipoglicemia, diminuição da
temperatura corporal a que se sucede a morte. Este enfraquecimento pode
ser explicado pelos seguintes motivos:

 O fígado do filhote não atingiu ainda a sua


maturidade e depende de uma fonte de açúcar
externa, resultante da digestão da lactose que
fornece a glicose. Em caso de subalimentação
há ocorrência de hipoglicemia, que pode
provocar coma.

 Os rins do gatinho são imaturos à nascença. O


recém-nascido não possui ainda a capacidade
de regular as trocas de água e minerais, e com
isso deve beber frequentemente e em

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pequenas quantidades. Qualquer fator que restrinja a amamentação vai expô-


lo a uma desidratação rápida.

 O gatinho (principalmente o recém-nascido) não possui reservas de gordura


que lhe garantam proteção contra temperaturas baixas e é incapaz de regular a
sua temperatura corporal. A ingestão regular e suficiente de leite, assim como
os cuidados maternos durante a amamentação (lamber) e o "ninho" (calor da
mãe) são fatores indispensáveis para evitar a hipotermia. A temperatura retal
dos gatinhos deve ser vigiada, especialmente se o seu peso estagnar
repentinamente.

EXERCÍCIO:

1- Quais fatores influenciam o crescimento dos gatos? Explique-os


suncitamente.

AULA 24: A nutrição dos animais de


companhia
Existem grandes diferenças no modo de alimentar um animal herbívoro
(com enzimas orientadas para uma eficiente digestão de matérias vegetais, como o
coelho, o cavalo, etc.), um onívoro (com enzimas orientadas para uma eficiente
digestão de matérias vegetais ou animais, como o porco o frango, etc.) e um
carnívoro (com enzimas digestivas predominantes para digestão de matérias de
origem animal, com fraca ação amilolítica, isto é, sem capacidade de digestão de
vegetais).

Poucas pessoas
têm condições de
preparar diariamente
uma refeição caseira
balanceada para cães e
gatos. Com isso,
veterinários e
nutricionistas elaboram
as fórmulas das rações
para que ela prolongue a
vida dos bichos de
estimação. Porém
cuidados devem ser
tomados, pois há muitas
rações sendo vendidas
cheias de sal e corantes,
que provocam problemas
urinários, dificultam a

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absorção dos nutrientes e geram mais fezes.

A alimentação caseira:
A
alimentação caseira
fornecida pelos
proprietários para
seus animais pode
ser desde um
alimento
sofisticado, que
possui todos os
componentes
necessários para
um equilíbrio
nutricional, até
sobras de
refeições.
Tradicionalmente,
essa alimentação é composta por uma mistura “carne-arroz-cenoura”, com o
acréscimo de um complemento mineral-vitamínico adequado. Contanto que o valor
nutritivo seja o mesmo, os ingredientes dessa mistura podem ser trocados, e para isso
necessita-se de conhecimento nessas substituições para que o valor nutritivo se
mantenha.A dieta saudável média para um cão deve ser uma mistura de 75% de
carboidratos e 25% de proteínas da carne.

Antes de formular uma dieta caseira algumas dicas podem ser levadas em
consideração:

1- Olhe antes de se lançar - Verifique com seu veterinário se está bem passar
para comida caseira, e qual o tipo e forma de preparo do alimento cozido é
bom para o seu cão.

2- Idéias para carne - Sempre cozinhe a carne antes de utilizá-la para alimentar
o seu cão, vários órgãos como fígado, rins, etc são extremamente bons para o
seu cão, como são os ovos e cascas de ovos trituradas misturados ao alimento
do cachorro. Carnes como carne bovina, frango, atum ou ovelha devem ser
trituradas e bem cozidas.

3. Refeição simples - Uma refeição simples e nutritiva para seu cão é uma
mistura de arroz, carne moída ou picada, legumes, um pouco de levedura de
cerveja e água adequada, dependendo se você deseja seca ou úmida.
Legumes devem ser sempre cozidos e amassados também, uma vez que os
cães não podem digerir vegetais crus.

4. Fontes de carboidrato - Arroz, branco ou escuro, massas, farinha de trigo


integral, farinha de soja ou milho são boas fontes de carboidratos para cães.
Qualquer uma dessas matérias-primas deve ser um ingrediente necessário

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para qualquer refeição que você possa preparar para o cão.

5. Suplementos - Pequenas quantidades de fígado de bacalhau ou óleo de


linhaça, um pouco de alho cozido, leite em pó ou farinha de ossos são bons
complementos para a refeição, para garantir que as necessidades de cálcio do
cachorro sejam atendidas (farinha de osso ou cascas de ovos trituradas), o
pelo seja saudável e brilhante (fígado de bacalhau ou óleo de linhaça) e o cão
desenvolva resistência contra infecções e se livre de vermes e pulgas (alho).

6. Legumes- Cenouras, espinafre e brócolis (em pequenas quantidades),


cozidos e amassados são bons legumes para usar para a comida do seu
cachorro.

7. Evite alimentos como chocolates, chá, café, passas de uva, uva, noz-
moscada, cebolas, ovos crus, frutos de casca dura (nozes, castanha) com
exceção do amendoim estão expressamente proibidos (não os utilize, nunca).
Eles podem causar todos os tipos de complicações, como convulsões,
insuficiência renal, intoxicação por salmonelas, problemas de circulação
sangüínea, tremores, etc. Também evite alimentos mofados, caroços de frutas
e massa fermentada.

8- Conservação e oferta do alimento ao cão - Sempre sirva a comida do


cachorro em temperatura ambiente normal, não deve ser nem muito
quente nem muito fria. Alimentos cozidos não devem ser mantidos na
geladeira por mais de 2-3 dias. Assim, ao preparar uma refeição,
certifique-se de preparar apenas o suficiente para fazer só uma ou duas
porções, e o alimento que o cão consome foi feito bem recentemente.

Enfim, na alimentação tradicional, é evidente que o complemento vitamínico-


mineral incorporado não pode ter em conta as ingestões vitamínicas e minerais
específicas para cada tipo de dieta e a imprecisão da dosagem ponderal pode
perturbar o equilíbrio nutricional global da mistura. Caso seja adotada esta solução, o
dono deverá utilizar um complemento no qual a relação Ca/P (relação dos conteúdos
em cálcio e em fósforo) seja obrigatoriamente igual a dois.

Alimentos industrializados:
A classificação dos alimentos industrializados leva em conta sua composição
em água, e com isso podem ser classificados em:

 Alimentos úmidos (70% a 85% de umidade): alimentos enlatados,


carnes e legumes frescos, carnes cozidas para conservação no frio.

 Alimentos semi-úmidos (25% a 60% de umidade): alimentos cozidos e


estabilizados graças à presença de conservantes e mantidos sob
refrigeração.

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 Alimentos secos (menos de 14% de umidade): croquetes, biscoitos,


flocos de cereais, massas, arroz tufado.

Processos de fabricação:
Alimentos enlatados:
Os alimentos que são enlatados passam por processo de esterilização
durante seu enlatamento, sendo submetidos a temperaturas elevadas durante uma
hora e meia, e desse tempo, 55 minutos ficam a temperaturas de 120 ºC. A
constituição desses alimentos é basicamente de carnes e derivados de subprodutos
(carnes que não serão consumidas pelo homem), tratados de forma congelada e livre
de umidade. Esses constituintes são acondicionados em recipientes isolados de
gases, líquidos e microorganismos, o que garante sua longa duração.

Alimentos semi-úmidos:
Esses alimentos não passam por processo de esterilização, porém são
estabilizados devido a adição de açúcar, sal ou aditivos químicos, como o
propilenoglicol, ou podem ser conservados sob refrigeração.

Para o preparo de alimentos para cães, são misturados a carne as massas


(preparada a partir da sêmola de trigo duro, triturada a vácuo, comprimida e depois
cozida a vapor), os biscoitos (feitos de farinha amassada, cozida em forno) e os
cereais em flocos (preparados por cozimento a vapor, trituração e secagem).

Os croquetes s croquetes são alimentos que sofrem um processo denominado


extrusão, em que o efeito conjugado da pressão na extrusora e da temperatura (90 a
150° C) durante um tempo muito curto (20 a 30 segundos), que atua sobre a mistura
de ingredientes, permite a obtenção, após a secagem, de um produto homogêneo, em
seguida envolvido em gordura de acordo com o objetivo fisiológico.Esta última
categoria de produtos domina totalmente o mercado americano, de longe o mais
evoluído na atualidade (80% de alimentos secos, 66% de croquetes extrudidos), e
impõe-se progressivamente em todos o mundo, devido às suas qualidades nutricionais
reconhecidas em todos os testes efetuados
pelas organizações de consumidores e às
suas qualidades de custo e aspectos práticos
(alimentos geralmente utilizados pelos
profissionais, ou seja, os criadores, ou
preconizadas por aqueles que prescrevem, ou
seja os Médicos Veterinários).

Tipos de ração comercial:


No Brasil, hoje, temos diversos tipos de
ração com qualidades diferentes. Com isso,
devemos conhecer bem os benefícios de cada

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uma para antes escolhermos qual fornecer para o animal. Para facilitar o
entendimento, vamos classificá-los em três grupos.

a) Rações Populares – São produtos mais baratos que existem no comércio.


Normalmente, formuladas com subprodutos de milho, soja, farelo de algodão, etc. Tais
ingredientes na ração de uma vaca, ou de um cavalo, seriam de excelente digestão,
mas devemos lembrar que os animais de companhia são carnívoros e precisam de
proteína de origem animal, pronta a ser assimilada pelo seu organismo.

OBS.: Os vegetarianos de quatro patas têm a capacidade de transformar proteínas e


carboidratos de baixa qualidade em “produtos mais nobres”. Os cães e gatos precisam
dos produtos nobres já prontos.

b) Rações “Standard” – São produtos de empresas de renome, na maioria das


vezes, buscam através da mídia uma fatia maior do mercado consumidor. Por serem
produtos de empresas maiores, têm um compromisso maior com a sua qualidade e
são formuladas com ingredientes qualitativamente melhores que as rações populares.
Contêm farinha de carne e ossos, glúten de milho, gordura animal, etc. Porém ainda
não são “ideais” quanto à digestibilidade, porque se alcança o percentual de proteína
com ingredientes de menor digestibilidade como a soja ou o glúten. Quanto ao custo,
estão numa faixa intermediária de preços.

c) Rações Premium e Super Premium – São produtos de primeira qualidade, em


nutrição canina, por isso mais caros. Têm sua formulação baseada em carne de
frango, ovelha, peru… Porém, realmente carne, ou resíduos de abatedouro, como
digestas de frango por exemplo. Tais ingredientes, de origem animal, têm maior
digestibilidade, ou seja, o trato digestivo canino tem menos “trabalho” para metabolizá-
los. Esta é outra característica das rações premium, como a digestibilidade é maior, o
consumo diário de ração é
menor (o que ameniza o
preço da ração).
Promovem, ainda, uma vida
mais saudável. e reduzem o
volume das fezes do
animal.

As Rações Super
Premium são assim
classificadas a partir de um
certo percentual de
digestibilidade, o que pode
variar de acordo com os

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interesses dos fabricantes, pois não há um “padrão” neste sentido. Como consumidor,
para saber se a ração é de alta digestibilidade, ou não, basta analisar na embalagem
os ingredientes que compõem a ração. As fontes protéicas devem ser de origem
animal (carne de frango, carne de peru, digestas de frango, carne de ovelha, ovos,
etc.). E as fontes de gordura também, ou pelo menos óleos vegetais nobres como, por
exemplo, óleo de linhaça. Fontes protéicas vegetais como soja, glúten, etc. não têm
alta digestibilidade. É bom desconfiar de produtos que têm em sua relação de
componentes coisas como “carne de aves” (urubú também é ave / e de que parte da
ave estão falando? Pena e bico são proteína pura e de baixíssima digestibilidade). O
que pode aumentar a digestibilidade da ração é a presença de fibras de moderada
fermentação (p.ex. polpa de beterraba branca), que aumenta a eficiência absortiva dos
enterócitos (células que absorvem os nutrientes ingeridos no intestino). Outro
ingrediente que melhora a digestibilidade são os F.O.S. (fruto oligo sacarídeos), que
alimentam a microbiota intestinal, ou seja, beneficia o crescimento de “boas bactérias”
no intestino, o que leva a uma melhor fermentação do bolo alimentar.

Resumindo, quando compramos uma ração para cão ou gato, devemos estar
atentos aos níveis de garantia (percentuais de proteína, gordura, etc. ) e a qualidade
dos ingredientes. Por exemplo, uma ração para cachorro deve ter, no mínimo, 18% de
proteína. O que é relativo porque carne é fonte de proteína e pena da galinha também.
Carne é bem mais digerível que pena. Outro detalhe é o equilíbrio entre percentuais
de proteína e gordura. Não é
eficiente uma ração com 30% de
proteína e 8% de gordura, nem
outra com 18% de proteína e
20% de gordura.

Um quarto grupo de
rações pode ser citado, as
rações terapêuticas. Têm
indicação clínica sendo
auxiliares no tratamento de
diversas enfermidades. Seu uso
deve obedecer aos critérios do
Médico Veterinário responsável
pelo cão.

EXERCÍCIOS:

1- Quais cuidados devem ser tomados na formulação de uma dieta caseira?

2- Quais são os tipos de ração existentes no mercado?

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AULA 25: Alimentando os cães nas


diferentes fases de vida
Alimentação de cães adultos:
Quando um cão atinge a maturidade, ele entra no período de
manutenção energética para o seu organismo. Animais saudáveis normais que não
estão prenhes, amamentando ou trabalhando pesado têm necessidades nutricionais
relativamente baixas para manter um estado corporal apropriado. Um bom estado
corporal é aquele em que o animal está bem proporcionado, com uma cintura
perceptível atrás das costelas, podendo-se, ao apalpá-las, sentir uma fina camada de
gordura sobre elas (ver figura em anexo e comparativo na próxima página).

No caso de cães com necessidades calóricas mais baixas e/ou cães que são
menos ativos, deve-se ficar atento para um ganho de peso excessivo.
Freqüentemente, o peso de um cão pode ser reduzido simplesmente eliminando-se as
sobras de comida e snacks da dieta e evitando-se alimentos para cães de alto teor
calórico. Cães com excesso de peso podem ter mais problemas de saúde e uma
expectativa de vida mais curta.

As recomendações para a alimentação de cães adultos podem variar,


dependendo da raça, da atividade, do metabolismo e da preferência do dono do cão.
Independentemente do fato de um animal ser alimentado uma ou duas vezes ao dia,
ele deve ser alimentado na mesma hora e ter sempre água potável fresca à sua
disposição. Assim como acontece com os seres humanos, o apetite de um cão pode
variar de dia para dia. Isto não deve constituir nenhum problema, a menos que a perda
de apetite persista ou o cão apresente sinais de doença ou perda de peso. Nestas
situações, o cão deve ser examinado por um veterinário.

Cães de raças grandes devem ser alimentados 2 vezes ao dia quando adultos.
Isto evita que ele coma grandes quantidades de alimento de uma vez e venha a ter
uma torção do estômago (o estômago poderá se dilatar e girar sobre o seu eixo, o
alimento ficará retido e o cão não conseguirá esvaziar o estômago).

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Alimentação da cadela gestante:


A gestação da cadela não é apenas sinônimo de festa para esperar os
filhotinhos que virão. Para que o animal fique forte, e os cãezinhos, saudáveis, é
preciso tomar certos cuidados com a alimentação do bicho. O primeiro passo é acabar
com a comida caseira. A alimentação caseira não supre todas as carências
nutricionais do animal.

Antes de acasalar, alguns fatores devem ser observados para garantir uma
gestação saudável e um parto tranqüilo, resultando em uma ninhada de sucesso. A
cadela deve ter pelo menos um ano de idade e ser seu segundo cio, pelo menos, para
ser acasalada. É importante o estado corporal tanto dos machos como das fêmeas
utilizados em um programa de reprodução. Se os machos estiverem com
excessivamente pesados, eles poderão ser ineficientes para o acasalamento. As
fêmeas com excesso de peso podem ter taxas de concepção mais baixas e mais
problemas no momento do parto.

As necessidades de nutrientes da fêmea durante as primeiras seis ou sete


semanas de prenhez não são maiores do que para os cães na manutenção. Durante
as últimas duas ou três semanas, as necessidades para todos os nutrientes
aumentarão e as necessidades calóricas poderão ser atendidas durante o último terço
aumentando-se, gradualmente, a ingestão de alimentos pela fêmea.

Recomenda-se, para cadelas em gestação, dietas contendo mais de 3.500


calorias metabolizáveis por quilo de alimento
e, pelo menos, 21% de proteína. Para
assegurar uma nutrição apropriada deve-se
dar ao cão um alimento para cães de boa
qualidade que seja rotulado como completo e
balanceado para reprodução e crescimento
ou para todas as etapas da vida. Quando
estas dietas dadas, não é necessária a
suplementação de vitaminas e minerais.
Problemas podem ocorrer com o excesso de
suplementação, particularmente quando
níveis elevados de vitamina A ou cálcio são
acrescentados.

A menos que uma fêmea tenha


tendência para engordar demais durante a
prenhez, pode-se dar a ela todos os
alimentos que ela quiser comer. Não é raro
que uma fêmea prenhe diminua sua ingestão
de alimentos, temporariamente, por volta da
terceira ou quarta semana de prenhez.
Normalmente, ela comerá mais durante a
última fase da prenhez. Todavia, se isto não
ocorrer e a cadela começar a emagrecer,
alguma aitudes deverão ser tomadas para
aumentar a ingestão de alimentos, como por
exemplo, umedecender o alimento seco com água morna a fim de melhorar a

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palatabilidade ou adicionar pequenas quantidades de alimentos enlatados para cães


ao alimento seco e alimentando-se a fêmea várias vezes ao dia. À medida em que o
momento do parto se aproxima, a fêmea pode perder o apetite. Isto é considerado
como um comportamento normal e, a menos que ela pareça estar com um problema
de saúde, não será necessária nenhuma alteração no programa de alimenta ção. Em
muitos casos, a rejeição ao alimento durante a última semana é uma indicação de que
o parto ocorrerá dentro das próximas 24 a 48 horas. Usualmente, dentro de 24 horas
pós-parto, o apetite da fêmea retornará. Após o nascimento dos cãezinhos, ela deverá
receber todo o alimento que quiser.

A água garante diversos benefícios para a cadela e os filhotes e também para


o sucesso reprodutivo do animal. Com isso, durante a gestação a cadela deve ter
sempre a disposição água limpa e fresca. Dentre os benefícios da água para o animal
em fase reprodutiva, podemos citar que a água serve como um meio de transporte de
nutrientes para o feto em desenvolvimento e remove os resíduos para serem
eliminados, ajuda a regular a temperatura corporal e em auxilia na produção de leite.

Alimentação da cadela lactante:


A fêmea lactante deve receber todos os nutrientes na sua dieta, pois o leite é a
principal fonte alimentar para os filhotes após o nascimento. Recomenda-se fornecer
um alimento de qualidade, incluindo altíssima palatabilidade para estimular a
alimentação, alta digestibilidade para reduzir o volume, alto teor energético, rico em
nutrientes, sendo administrado através de várias pequenas refeições diárias,
proporcionando condições para a produção de leite suficiente, atendendo a demanda
dos filhotes nas primeiras três semanas de idade. Uma dieta completa e balanceada
para a reprodução e crescimento ou para todas as etapas da vida proporcionará a
nutrição de que uma fêmea precisa durante este tempo. A necessidade de leite dos
cãezinhos que estão mamando continuará a aumentar durante cerca de 20 a 30 dias.
Conseqüentemente, as necessidades de alimento e água da fêmea aumentam neste
período. No pico da lactação, a ingestão de alimento da fêmea pode ser duas a quatro
vezes maior do que
sua ingestão de
alimento usual ou
de manutenção.

Durante a
lactação há um
aumento da
necessidade
energética e de
outros nutrientes,
portanto,
recomenda-se um
alimento extra e de
boa qualidade

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durante esse estágio da vida e com isso o carboidrato se torna um componente


indispensável. Deve-se procurar fornecer a quantidade adequada de calorias para
prevenir uma excessiva perda de peso, administrar de duas a três vezes a quantidade
de alimento necessária à manutenção durante a lactação, no auge da amamentação
optar pela dieta de livre escolha e dar pequenas quantidades de alimentos várias
vezes ao dia, água limpa e fresca sempre a disposição, e após há quarta semana
reduzir lentamente a quantidade de comida oferecida à cadela.

O conteúdo de lactose do leite de vaca é quase três vezes maior que o da


cadela. E o leite da vaca contém 15% a menos de proteína do que o da cadela. O
leite da cadela possui alto teor de gordura e proteína, sendo assim o seu valor
energético é duas vezes maior. Portanto, se filhotes são alimentados com o leite da
vaca, podem desenvolver um quadro de diarréia devido à intolerância à lactose.

Uma medida importante para a cadela e para os filhotes é umedecer o alimento


oferecido com água, pois ajudará a aumentar a ingestão de alimento durante a
lactação e, além disso, com três a quatro meses de idade, os filhotes normais
começam a lambiscar alimentos sólidos, e essa medida auxilia na ingestão da ração
comercial pelos filhotes.Acostumar os filhotes a uma dieta comercial de boa qualidade
o mais cedo possível ajudará a evitar que se tornem exigentes para comer. À medida
em que os filhotes começam a comer mais alimento sólido, a necessidade de
produção de leite da fêmea diminui.

Normalmente, os filhotes são desmamados entre seis e oito semanas de idade


e, na época da desmama, o consumo de alimento pela fêmea deve ser de menos de
50% acima do seu nível usual ou de manutenção. O desmame representa uma das
mais importantes fases do período de crescimento de um cão. Isso porque a qualidade
da dieta nesse processo e durante todo o crescimento é determinante para garantir
que o animal atinja por completo seu potencial genético, tornando-se saudável e com
boa resposta imunológica para doenças.

Cuidados na desmama de cães:

Na desmama, os objetivos são reduzir o fluxo de leite na glândula


mamária e evitar problemas nas mesmas, como inflamações conseqüentes de
infecções, já que o leite residual que não é mamado pode servir de meio de cultura
para bactérias que possam colonizar o tecido. No dia em que os filhotes são
desmamados, a fêmea não deve receber nenhum alimento, mas deve ter bastante
água fresca para beber. Deve-se separar os cãezinhos da mãe e oferecer-lhes
alimento e água, e o alimento seco umedecido com água morna pode ajudar a
estimular os cãezinhos a ingerirem alimento. No dia após a desmama, a mãe deve
receber ¼ da quantidade de alimento que lhe era oferecida antes dela ser acasalada.
A mãe e os filhotes podem ser mantidos juntos por várias horas no dia após a
desmama de modo que os filhotes possam mamar até acabar com o leite da mãe. No
terceiro dia, a fêmea deve receber ½ da quantidade que recebia antes do
acasalamento e, no quarto dia, ¾ da referida quantidade. No quinto dia, deve-se
oferecer a ela seu nível de alimentação de manutenção usual. Se a ninhada for
grande, a fêmea poderá estar bem magra quando os filhotes forem desmamados.

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Neste caso, deve-se dar a ela uma quantidade extra de alimento após o quinto dia da
desmama e até o seu estado corporal voltar ao normal.

Cuidando da alimentação de filhotes órfãos:


Dentro da medicina veterinária é muito
comum nos depararmos com situações onde
encontramos filhotes recém-nascidos órfãos ou
mães com pouco leite principalmente quando
geraram uma ninhada muito grande.

Tanto cães quanto gatos são totalmente


dependentes de suas mães (biológicas ou adotivas)
até a quarta ou quinta semana de vida. Na tentativa
de manter os filhotes que não estão recebendo leite
materno, vivos e saudáveis, existem algumas
receitas que podemos seguir:

Como substituto do leite industrializado específico para filhotes de cães, pode-


se preparar uma receita caseira com:

200ml de leite com lactose


50 gramas de creme de leite
½ colher de sopa de manteiga
1 gema de ovo

Idade do cão Freqüência de mamadas Dose diária/100g Papinha Ração


de filhote

1a semana Cada 2 horas 13 ml

2a semana Cada 3 horas 17 ml

3a semana Cada 3 horas 20 ml

4a semana Cada 4 horas 22 ml Introdução


gradativa

5a semana 2 a 3 vezes ao 2 a 4 vezes


dia ao dia

5a semana 4 vezes ao
dia

Os filhotes normalmente têm um aumento de diário de 10% em comparação


com o peso do dia anterior. Se o ritmo ficar abaixo disso, é conveniente que o animal
seja examinado por um veterinário.

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Alimentação dos filhotes:


O crescimento do filhote inclui
manutenção necessária similar ao adulto,
energia e substratos necessários para o
crescimento tecidual rápido. Caso a taxa de
crescimento seja lenta há uma deficiência
nutricional. Na fase do crescimento o
veterinário deve avaliar o animal, peso
corpóreo, condição corporal, a dieta, e o
método alimentar.

O objetivo da alimentação é atender


ao crescimento complexo, a interação entre
nutrientes, genótipo, meio ambiente, hormônios e receptores, portanto é necessário
administrar uma dieta adequada. Há alguns objetivos a serem seguidos, como: a dieta
deve conter uma correta quantia e equilíbrio de nutrientes de modo que suporte todas
as funções corpóreas normais, ser palatável e digestível para encorajar o consumo
adequado, a alimentação deve permitir o desenvolvimento normal do filhote, a sua
atividade e a sua saúde, o crescimento deve ser alcançado em uma taxa que permita
que o filhote manifeste o seu potencial genético, sendo assim os ossos longo são
capazes de crescer longitudinalmente antes do fechamento dos discos epifisários.

Alimento de alta digestibilidade há maximização do uso de nutrientes


consumidos. O alimento digestível e com boa densidade energética é essencial para o
crescimento animal, pois os cães em crescimento necessitam de mais nutrientes, pois
possuem uma capacidade digestiva menor, boca menor, dentes menores e consomem
menores quantidades de alimentos.

Um sinal importante de saúde do filhote é o adequado ganho de peso corporal.


As dietas comerciais são ideais e devem ser administradas até que o filhote alcance
75% do peso adulto. Os alimentos de difícil mastigação mantêm o filhote entretido e
melhora a saúde dos dentes, exercita a gengiva e limpa os dentes. Deve-se fornecer
água a vontade, porque o animal não pode perder mais do que 15% de sua água
corpórea. Este é o nutriente mais importante.

Recomendam-se duas refeições diárias, permitindo que o filhote alimente-se


aproximadamente por 20 minutos para comer a quantidade desejada. A
suplementação com carnes, restos, ou quaisquer outros itens podem gerar um
desequilíbrio nutricional ou até mesmo uma alimentação seletiva, ou seja, o animal
pode apresentar alguma restrição nutricional. Os filhotes em crescimento requerem
duas vezes mais energia por unidade de peso corpóreo do que os cães adultos. Eles
requerem energia para o crescimento rápido, termoregulação e manutenção.

estabelecer hábitos alimentares rotineiros. alimentando um filhote no mesmo


lugar e à mesma hora todos os dias é recomendável e pode ajudar a treiná-lo a se
comportar bem em sua casa. Oferecer alimentos humanos da mesa não é

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recomendável porque isto encorajaria o animal a pedir comida e poderia a torná-lo


enjoado para comer. Os filhotes que consomem uma dieta completa e balanceada não
precisam de vitaminas, minerais ou carne suplementares. Na realidade, o excesso de
suplementação provou ser prejudicial para o desenvolvimento apropriado dos filhotes
novos e em crescimento.

A quantidade de alimento oferecida a um filhote variará, dependendo do seu


tamanho, atividade, metabolismo e ambiente. Não se deve deixar que os filhotes
fiquem com excesso de peso. O excesso de peso não só dá ao filhote uma má
aparência, mas também pode causar anormalidades ósseas. Se um filhote parece que
está engordando demais, sua ingestão de alimento deve ser reduzida. Se um filhote
parece que está magro demais e não há nenhum problema de saúde, sua ingestão de
alimento deve ser aumentada. Toda vez que os donos tiverem perguntas a fazer ou
preocupações a respeito do estado corporal do seu animal, eles devem consultar seu
próprio veterinário.

Alimentação de cães de trabalho:


Os cães de trabalho são, usualmente, aqueles utilizados para caçar, pastorear
ovelhas, bem como cães que, rotineiramente, correm longas distâncias (isto é, mais de
20 milhas por semana). Estes grupos de cães de trabalho podem ter uma maior
necessidade de nutrientes quando estão treinando ou efetivamente trabalhando. A
necessidade de nutrientes adicionais dependerá do nível de atividade de um cão em
particular. Um ponto de referência é o fato de que eles são completos e balanceados
com alta densidade de nutrientes, incluindo, pelo menos, 26% de proteína, 10% de
gordura, 30% de carboidratos e 3.000 quilocalorias por quilo de alimento seco.

Independentemente da temperatura ambiental sazonal ou do estado fisiológico


de um cão, quando tudo mais é igual, quanto mais ativo for um cão, de mais alimento
ele precisará. Todos os nutrientes serão requeridos em quantidades maiores do que
para um cão adulto em
manutenção, não
simplesmente proteína
adicional ou minerais
extra, tais como cálcio e
fósforo. A atividade física é
o resultado externamente
visível de uma seqüência
complexa de contrações
musculares. A queima ou
gasto de combustíveis
dietéticos, tais como
gordura, proteína e
carboidratos proporciona a
energia para o trabalho
muscular. Água, vitaminas
e minerais participam na

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utilização da energia para trabalho.

Nos períodos em que um cão não está treinando nem trabalhando, é


recomendável que a quantidade da ração de treinamento/trabalho do cão seja
reduzida ou que o cão passe, gradualmente, para uma alimentação com menos
calorias e menos densa em nutrientes (contendo, pelo menos, 20% de proteína e
3.300 quilocalorias por quilograma de alimento). Manter os cães em um bom estado
corporal no período em estão fora de atividade ajuda a tornar menos estressante o seu
condicionamento para os períodos de treinamento ou trabalho. Não se deve dar aos
cães que estão trabalhando ou treinando uma refeição imediatamente antes ou
imediatamente após uma sessão de atividade extenuante. Alimentar os cães quase na
hora dos exercícios pode resultar em um mau desempenho, ou distúrbio gástrico ou
desconforto (evidenciado por vômitos ou fezes amolecidas) e aumentar o risco de
torção gástrica. A utilização apropriada de alimentos (tais como snacks) durante os
períodos de maior atividade pode evitar desconforto de fome e fadiga nos cães de
trabalho. A utilização apropriada de alimentos consiste em oferecer o snack após um
período de repouso, em pequenas porções, com água fresca e fria e seguido de um
período de repouso.

Alimentação de cães idosos:


Cães idosos têm necessidades alimentares especiais e precisam estar dentro
do peso. Cães idosos, como pessoas idosas, têm necessidades especiais, então pode
ser necessário prestar um pouco mais de atenção neles do que em animais mais
jovens.

A idade em que o cão é considerado idoso depende da raça e de cada


cachorro. Raças maiores tendem a envelhecer mais rápido do que raças menores.
Geralmente, "idoso" significa com mais de oito anos, para um cão de porte médio,
mais de cinco anos para um cão maior e para cães de raças pequenas mais de 12
anos de idade.A
medida que cães
envelhecem, seus órgãos
ficam menos eficientes e
eles ficam menos
resistentes à infecções
e outras doenças.

As
necessidades
dietéticas de cães
idosos tendem a variar
de cão para cão.
Alguns cães mais
idosos podem precisar
de uma dieta especial.
Há várias razões para
isso. Um cão mais

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idoso provavelmente será menos ativo do que um cão mais jovem, então precisará de
menos energia em sua dieta. Pesquisas mostram que a composição corpórea (a
quantia de músculo e gordura) tende a mudar em cães idosos, então eles precisam de
20% menos calorias. Quanto mais velho fica um cão, menos eficiente fica em
processar alimentos. Isso quer dizer que pode ser necessário ajustar sua dieta ou dar-
lhe uma dieta especial recomendada por seu veterinário.

O funcionamento dos rins de cães idosos pode cair. Mantenha em mente que
os rins processam e eliminam produtos do corpo, principalmente produtos
relacionados com o metabolismo de proteínas, transformando-os em urina. O
veterinário pode dizer se é necessário colocar o cão em uma dieta planejada para
problemas renais. Estas dietas devem conter níveis de fósforo reduzidos, para diminuir
o progresso da doença e níveis reduzidos de proteína, para reduzir o acúmulo de
detritos perigosos no sangue. Cães idosos muitas vezes têm apetites pobres, então é
possível que tenha de instigá-los a comer. Aqui vão algumas dicas de como incentivar
o cão a comer:
* Dê pequenas refeições ao cão, freqüentemente. Passe a dar de duas a quatro
refeições menores por dia.
* Aqueça um pouco a comida do animal, mas somente até a temperatura corpórea.
* Deixe a comida perto dele por 10 a 15 minutos, depois leve embora, pois ele
provavelmente terá mais interesse em comer comida fresca.
* Garanta ao cão um local quieto, sem perturbações para comer.

EXERCÍCIOS:

1- Por que o fornecimento de leite de vaca pode ser prejudicial para filhotes?

2- Quais mudanças ocorrem no organismo de um cão idoso que requer cuidados


do proprietário no fornecimento de alimentos?

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AULA 26:
Alimentação de gatos
Gatos são carnívoros. No seu
ambiente selvagem, devoram a presa
inteira, incluindo pele, orgãos internos e
ossos e ervas que a presa tenha
ingerido. Dessa forma ele obtém o
balanceamento nutricional
correto.Estudos mostram que o gato
domesticado possui necessidades
alimentares especiais. A alimentação
correta do seu gato, desde filhote, irá
influenciar a saúde dele por toda a
vida.Os gatos não tendo uma boa alimentação, não poderão se desenvolver bem, nem
terão a resistência necessária para evitar doenças e ao ambiente.

O gato deve ser alimentado sempre no mesmo horário e lugar. A hora da


comida é um grande evento para o animal.Qualquer mudança na alimentação, mesmo
que seja só de marca de ração, deve ser feita de forma gradativa. Mudanças bruscas
de alimentação podem causar diarréia.

A maioria dos gatos aprecia uma tigela de leite, mas alguns têm dificuldade de
digeri-lo, o que poderá causar diarréia. Nestes casos, você deve reduzir a quantidade
ou eliminar o leite. Assegure-se de que o seu gato tenha à disposição água fresca.

Os gatos têm deficiência de algumas enzimas, o que os tornam incapazes de


sintetizar determinados nutrientes no organismo. Eles têm que ser fornecidos pré-
formados na dieta, como a vitamina A, ácido araquidônico e a taurina.

Os gatos necessitam de:

 boa quantidade de proteínas e gorduras (carnes, peixe, aves, vegetais, soja)

 hidratos de carbono, sais minerais, vitaminas

 água: no estado selvagem os gatos bebem pouca água. A carcaça das presas
que come possuem 70% de água.Já os gatos domésticos precisam de água
fresca e sempre disponível, principalmente os que se alimentam de ração seca.

 grama: é um elemento importante na alimentação dos gatos. No ambiente


selvagem, ingerem alimentos verdes junto com a presa. O verde contém
vitaminas e ajuda no bom funcionamento do aparelho digestivo.

 Taurina: a taurina é um produto final do metabolismo de 2 aminoácidos. Está


envolvida na formação e funcionamento da retina e nos gatos também com a
formação de sais biliares.Sua deficiência resulta em degeneração da retina e
cegueira. Essas alterações demoram longo tempo para ocorrer, cerca de 1 ano
com uma dieta insuficiente em taurina.Diferente dos outros animais, os gatos

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não conseguem sintetizar a taurina. Ela é encontrada em produtos de origem


animal. As rações atualmente vêem com um bom suprimento de taurina.

 Vitamina A: o gato é incapaz de converter beta-caroteno em vitamina A, por


isso necessitam de fonte pré-formada da vitamina. A função mais conhecida da
vit. A é com relação à visão, mas também é importante para o crescimento
normal das células epiteliais, crescimento ósseo e dos dentes.O excesso da
vitamina A também causa doença, como doença óssea, gengivite e perda de
dentes. Isso pode ocorrer por excesso de suplementação ou por ingestão
excessiva de fígado.

Obesidade em gatos:
De acordo com estudos veterinários, entre
25% a 30% dos gatos estão acima do peso.
Alguns deles são realmente obesos. A
preocupação com excesso de peso não é
apenas estética; ela ocasiona diversos problemas
de saúde que podem abreviar a expectativa de
vida dos gatos.

Nos gatos o aumento de peso pode ser


traiçoeiro e ir passando despercebido. Com a
tendência à vida totalmente caseira,
é provável que o número de gatos obesos
aumente no futuro. A obesidade já é o problema
nutricional mais comum nos gatos. Em geral, é
diagnosticada durante a consulta anual de rotina.

Muitos donos pensam que há uma explicação clínica para o excesso de


peso, mas a realidade costuma ser bem mais óbvia: no dia a dia, os gatos
consomem mais calorias do que gastam.

O resultado é que as calorias em excesso são transformadas em gordura e


armazenadas sob a pele a na cavidade abdominal. A alimentação excessiva e
persistente resulta em obesidade grave, sobrecarregando o coração, fígado e
articulações.

Problemas associados a obesidade:

 As articulações ficam sobrecarregadas, gerando artrite e por causa das


dores fortes, os gatos evitam saltar e até mesmo reduzem seus
movimentos normais.

 A diabetes é uma doença comum dos gatos obesos.

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 Doenças urinárias ocorrem com mais frequência em machos acima de


peso.
 A lipidose hepática (acúmulo de gordura no fígado) é uma complicação
grave.

Para prevenir, evite alimentá-lo em excesso quando filhote. Ao contrário da crença


popular, a ração não precisa ficar à disposição o dia inteiro. É possível estabelecer
horários para a alimentação do gato, regulando as porções. Além disso, quanto mais
cedo o gato for castrado, menor a chance de engordar. Enriquecimento ambiental é
essencial para manter o gato criado indoor ocupado, relaxado e ativo.

Alimentação de gatas gestantes:


Superalimentação ou subnutrição em certos momentos durante a gravidez da gata
pode ser prejudicial a ela, bem como para as crias em desenvolvimento. Ao alimentar
as gatas prenhes, as pessoas tendem a dar comer excessivamente no início da
gravidez e não dão o alimento suficiente quando a gata está à beira do trabalho de
parto.

Deve ser dado cálcio (sob orientação do veterinário) à gata gestante a partir de 15
dias antes do parto previsto, até a época do desmame (filhotes com 25 a 30 dias).
Alguns veterinários preferem a troca da ração nesse período, fornecendo teores de
cálcio mais altos no alimento. A quantidade de alimento oferecido deverá aumentar e,
principalmente nessa época, o animal deve consumir uma ração de boa qualidade. O
veterinário deve ser consultado para orientar os proprietários sobre a alimentação da
gata gestante.

Uma gata em período de lactação poderá necessitar até três vezes mais a
quantidade normal de alimento quando os filhotes atingirem 3 ou 4 semanas e
precisará ser alimentada com mais freqüência, variando a dieta para assegurar a
nutrição adequada. É aconselhável dar á gata tanto eite quanto ela queira beber,
desde que possa ser digerido convenientemente.

Alimentação dos gatos filhotes:


Quando em fase de crescimento, os gatinhos têm necessidades maiores de
alimentação, pois necessitam de proteínas para criar músculos, mais cálcio e fósforo
para o desenvolvimento dos ossos e uma enorme quantidade de outros sais minerais
e vitaminas. Pode ser dado alimento em grande quantidade, bem como leite.

Mesmo quando é dado leite aos filhotes, é importante que eles tenham sempre
água fresca disponível. Em geral os filhotes são suficientemente ativos e bem
constituídos para iniciar a ingestão de alimentos suplementares com quatro semanas
Nesta fase, a mãe terá menos leite para dar e os filhotes poderão comer ração
adicionado ao leite.

Os filhotes desmamados de 7 ou 8 semanas devem ser alimentados ao menos


três vezes ao dia. Lembre-se que os filhotes crescem muito rapidamente e que o seu
apetite e necessidade de alimentação aumentam também. É difícil super alimentar um
filhote em crescimento se as refeições forem fornecidas conforme o indicado. Alimente

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os filhotes sempre que achar conveniente e nunca menos que três vezes ao dia até
eles completarem 6 meses. Caso haja sobra de alimento no comedouro, o mesmo
deverá ser retirado em no máximo 15 minutos.

EXERCÍCIOS:

1- Quais são as necessidades nutricionais dos gatos?

2- Quais problemas são associados a excesso de peso em gatos?

3- Como prevenir a obesidade nos felinos?

AULA 27: A medicina


preventiva
Vários parasitas externos (ectoparasitos) de origem
animal, como as pulgas, sarnas, piolhos e ácaros, ou de
origem vegetal, como tinhas e ainda as sarnas, podem
modificar profundamente a pele e a pelagem do cão. As
infestações internas devidas a endoparasitos, que podem
ser veiculadas pelas pulgas, sarnas ou mosquitos, e as
doenças virais podem atingir gravemente a saúde do cão e desenvolver doenças
infecto-contagiosas, das quais algumas beneficiam hoje em dia de uma profilaxia por
vacinas. A vigilância, com consultas freqüentes ao veterinário e uma boa higiene de
vida podem evitar a maioria destas afecções da saúde do cão das quais algumas
podem tornar-se fatais.

A vacinação:
A vacinação é a forma mais eficaz de proteção. A vacina faz com que o animal
crie imunidade sobre a doença, ou seja, ela faz o organismo criar anticorpos
necessários para que se um dia, o animal entrar em contato com a doença, ele já
esteja preparado para combatê-la.

Os animais necessitam das vacinas para


terem uma vida longa e saudável. Um filhote
não vacinado conta com uma grande
possibilidade de não atingir a idade adulta,
vítima de uma doença infecciosa. Já os adultos
estão sujeitos a adoecerem a qualquer momento
quando não vacinados.

A importância na vacinação se dá no
contato homem - animal, porque a partir do
momento em que os cães e gatos foram
domesticados, os animais podem transmitir

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doenças aos homens, caso não esteja com sua saúde devidamente monitorada.

No mercado existem várias vacinas que precisam ser aplicadas para garantir a
saúde do seu animal.

Imunidade do cão:
A imunidade é a capacidade de resistir ao ataque de agentes
patógenos, isto é, agentes que têm a capacidade de produzir doenças. A
imunidade pode ser ativa ou passiva. A imunidade ativa é aquela que o animal
adquire quando entra em contato com um agente causador de doença e o
organismo produz anticorpos específicos, isto é substâncias químicas que se
ligam ao agente atacando e destruindo. Depois da cura aqueles anticorpos
permanecem no sangue por meses ou anos. Se ocorrer portanto, um novo
desafio pelo mesmo agente a ´´memória imunológica´´ entrará em ação
passando a informação para os linfócitos, a célula branca especializada na
produção de anticorpos, e o agente não terá tempo de iniciar a infecção.
Chamamos esta imunidade de imunidade ativa natural porque o organismo
precisa sofrer a infecção, vencê-la e produzir anticorpos naturalmente.Em
alguns casos, a imunidade ativa pode ser adquirida artificialmente pela
aplicação de vacinas. A imunidade passiva, como o próprio nome indica, não
exige esforço do organismo para ser produzida é conseguida quando
anticorpos produzidos em outro organismo são transferidos para outro
organismo. O cachorro recebe uma primeira imunidade da mãe: são os
anticorpos presentes no colostro. Estes são transmitidos pelo leite materno,
durante as primeiras horas de vida do cachorro (24 horas no máximo) e caso a
mãe possua uma boa imunidade. Estes anticorpos desaparecem entre a quarta
e a quinta semana. Então, o cachorro já não está protegido na ausência de
medidas de vacinação. Além disso, deve-se saber que o sistema imunológico
do cão não está completamente desenvolvido ao nascimento e só estará
maturo pela sexta semana. Nas primeiras semanas de vida, o cachorro só
pode combater as infecções através dos anticorpos fornecidos pela mãe.

Ao vacinar o cão pela primeira vez


deve-se tomar cuidado para não interferir
com os anticorpos maternos, fenômeno que
pode persistir até às 10 a 12 semanas de
idade. Portanto, pode-se começar a
implementar protocolos de vacinação a partir
das 8 a 10 semanas de idade.

A melhor forma de se adquirir


imunidade contra determinada
doença é através davacinação. É um
tipo de imunidade ativa adquirida
conseguida pela introdução de
microorganismos patógenos mortos
ou inativos ou alguma parte de suas
proteínas por via de injeção, provocando uma resposta imunológica ,

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estimulando os linfócitos a produzir anticorpos específicos,mas sem produzir a


doença.A vacinação consiste na mais efetiva proteção contra doenças
infecciosas como a raiva , a panleucopenia, a cinomose entre outras doenças
fatais.

Tipos de vacinas:
Algumas vacinas são ditas "de agentes vivos", o que significa que os
microrganismos ainda se podem multiplicar no organismo do cão, sem, no entanto,
provocar a doença. Além desse tipo de vacina, distinguem-se:

 As vacinas de agentes atenuados: composta por microrganismos – vírus ou


bactérias – cujo poder patogênico está diminuído após mutações obtidas, para
os vírus, por meio de passagens sucessivas em culturas de células
pertencentes a animais de outras espécies (galinha, porquinho-da-índia). A
capacidade do vírus em provocar uma reação no cão é, então, atenuada
progressivamente. No que diz respeito às bactérias, são utilizados outros
procedimentos visando obter esses mesmos efeitos.

As vacinas são classificadas como homólogas se os agentes com os quais se


pratica a vacinação forem os mesmos do que os responsáveis pela doença. São
denominadas heterólogas quando se utiliza um microrganismo diferente, menos
virulento que o primeiro, mais próximo do agente patogênico selvagem.

Também existem vacinas com agentes inertes incapazes de se multiplicar no


hospedeiro. São elas:

 Vacinas com agentes inativados: o agente patogênico foi morto por produtos
químicos.

 Vacinas sub-unitárias, que contêm apenas uma parte do microrganismo


responsável pelo aparecimento da doença.

Estas vacinas de agentes inativados


possuem uma maior inocuidade do que as
vacinas vivas, mas uma eficácia menor. Por
este motivo, são frequentemente
associadas a um adjuvante com a função
de prolongar o contato do agente com o
organismo e aumentar a resposta imune.
No caso da vacina anti-rábica, a presença
de um adjuvante dispensa uma segunda
injeção após a primeira vacinação.

Para evitar a aplicação de muitas


injeções, utilizam-se com freqüência várias
valências, ou seja, o cão é vacinado contra
várias doenças infecciosas ao mesmo
tempo.

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Acidentes pós vacinais:


A aplicação de vacinas deve sempre ser realizada pelo profissional médico
veterinário, pois devem ser avaliados diversos fatores antes da aplicação, tais como a
existência de interferência de anticorpos maternos, verminoses e doenças pré
existentes.

Podem ocorrer três formas principais de manifestações pós vacinais: reações


alérgicas locais, reações alérgicas sistêmicas (mais conhecido como choque
anafilático) e acidentes neuro-paralíticos. Cada um será esclarecido adiante.

Reações alérgicas locais: estão associadas à presença do adjuvante da vacina, que


é responsável por estimular a resposta imune e está presente na maioria das vacinas
inativas. Essas reações locais estão relacionadas a uma sensibilidade individual, e os
sintomas característicos são queda de pêlo no local de aplicação da vacina, e esta
região pode se apresentar hiperpigmentada.

Reações alérgicas sistêmicas (choque anafilático): reações anafiláticas


(hipersensibilidade do tipo I) e anafilactóides (reações semelhantes à anafilaxia
mediadas por complemento) podem ocorrer em animais após a administração de
qualquer material estranho ao organismo assim como vacinas. Estas reações podem
variar na gravidade, indo desde erupções cutâneas e alergias, até a severos riscos
respiratórios ou sinais cardiovasculares. Por serem raros, estes episódios são
aceitáveis como um provável risco do programa de vacinação. Contudo pode haver
variações no índice das reações de acordo com o tipo de vacina utilizada, raça dos
animais, predisposição individual. Vacinas que contenham bacterina (ex. Leptospira)
ou vacinas que contenham um adjuvante (ex. vacina anti-rábica) são mais prováveis
de causarem reações do tipo hipersensibilidade quando comparadas à vacinas que
contenham somente vírus vivos modificados.Porém devemos lembrar que podem
ocorrer com qualquer vacina que se utiliza, independente de sua marca.Animais muito
jovens podem mostrar sinais de anafilaxias, mesmo que nunca tenham sido expostos
a um antígeno. Isto se deve à transferência de anticorpos maternos do tipo IgE da mãe
para o neonato (cão ou gato) via colostro.Uma vez absorvida a IgE da mãe atrairá os
mastócitos do neonato sensibilizando este ao antígeno, numa exposição subsequente
a este antígeno (ex. primeira vacinação) o mastócito do neonato se degranulará e os
sinais clínicos serão então observados. Os sinais clínicos associados às reações
anafilactóides ou anafiláticas são devido à ação da histamina e de outros potentes
mediadores químicos liberados dos mastócitos. A gravidade da reação depende do
número e da localização dos mastócitos estimulados, o nível de sensibilização do
animal, da quantidade e da via de aplicação do antígeno. As duas apresentações
clínicas mais comuns de reações anafiláticas em animais de companhia são urticária e
anafilaxia aguda. Os sinais de anafilaxia aguda varia nas espécie. Em cães o maior
órgão afetado pela histamina é o fígado (veias hepáticas). Os cães apresentando
anafilaxia inicialmente mostram sinais de agitação, seguido por salivação, vômito,
defecação e micção. Os sinais progridem para fraqueza muscular, depressão
respiratória, colapso circulatório, convulsões, coma e morte. Os sinais são devido à
severa hipotensão causada pelo aporte de sangue no fígado e nos intestinos. Nos
gatos, os órgãos mais afetados pela anafilaxia são os pulmões. Gatos apresentando
anafilaxia coçam vigorosamente a face e a cabeça, seguido de dispnéia, salivação,

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vômito, ataxia, colapso e morte. Estes sinais são devido a hipotensão pulmonar com
hemorragia secundária pulmonar e severa broncoconstrição.

Acidentes neuro-paralíticos:

São afecções nervosas desmielinizantes ou mielinoclásticas, determinantes de


uma encefalomielite alérgica, cujo substrato é a desmielinização do Sistema Nervoso
Central. Estas afecções têm maior importância no cão, que é mais sujeito a tais
encefalites, pela frequência com que é imunizado com determinadas vacinas anti-
rábicas. Está evidenciado que a substância responsável pela encefalite alérgica existe
na substância branca do cérebro de mamíferos. Quando injetada esta substância,
haveria a formação de anticorpos que se ligariam a uma parte não determinada da
mielina, causando sua degradação e consequente estabelecimento da encefalite
alérgica. Em condições naturais, o processo aparece sobretudo em animais e em
seres humanos, que inesperadamente exibem sintomas de paralisia, alguns dias após
à administração de suspensões de tecido nervoso (vacinas antirábicas). A afecção se
inicia, comumente, por paralisia de um ou mais membros, com rápida progressão por
todo o corpo. A morte é o desfecho habitual, nas formas graves da enfermidade.

Algumas considerações sobre a vacinação de cães:


1- Fêmeas revacinadas antes da cobertura passam mais anticorpos para seus
filhotes pelo colostro do que as fêmeas não vacinadas, pois quanto mais alta
for a concentração de anticorpos contra doenças infecciosas na mãe, maior
será a proteção que ela passará para seus filhotes. A revacinação causa um
aumento na produção de anticorpos maternos. Os anticorpos recebidos da
mãe vão interferir na produção de anticorpos produzidos pelos filhotes por
algumas semanas após o nascimento.

2- Cães idosos (mais de sete anos de idade) podem ter uma diminuição na
habilidade de produzir anticorpos após vacinação, então devem ser
revacinados anualmente. A duração da proteção com uma vacinação única
será mais curta em animais idosos. A revacinação anual impede que os níveis
de anticorpos de proteção diminuam deixando o animal exposto a doenças.

3- A vacinação de animais doentes não irá prevenir a progressão da doença, pois


os anticorpos vacinais demoram vários dias até atingirem níveis de proteção
que impeçam a progressão da doença. 7 dias a duas semanas são
necessários para que o organismo produza quantidades suficientes de
anticorpos para proteger os animais contra as doenças. Os anticorpos devem
estar presentes antes da exposição do paciente ao agente causador da
doença.

EXERCÍCIOS:

1- Defina os tipos de imunidade que o animal pode adquirir ao longo da sua


vida.

2- Quais são os tipos de vacinas presentes no mercado atualmente?

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AULA 28: Programa de vacinação de cães


A vacinação é, sem dúvida, o cuidado mais importante tanto para o filhote
como para o cão adulto. Os animais devem ser imunizados antes de começarem a
freqüentar as ruas. Existem muitas doenças virais que podem acometer os cães e são
causadoras de um grande número de mortes, principalmente nos filhotes. Para ser
vacinado, o animal deve estar saudável, sem febre ou diarréia, e previamente
vermifugado. Se isso não for observado, pode ocorrer falha vacinal, ou seja, o
organismo não responder plenamente à vacinação.

As vacinas que seu cão deve receber e intervalos entre as doses devem ficar a
critério do veterinário que irá cuidar de seu animal. As vacinas múltipla (V8 ou V10) e
anti-rábica são obrigatórias em qualquer esquema de vacinação. Abaixo, um
calendário para a vacinação de filhotes, com as vacinas existentes no mercado:

CÃES:
vacinas - múltipla (V8, V10 ou similar), tosse dos canis, anti-rábica e
giardíase

1a. dose vacina múltipla*


- 45 a 60 dias: 1a. dose vacina contra Giardia
vacina contra a Tosse dos canis

- 21 dias após a 1a. 2a. dose vacina múltipla


dose: 2a. dose vacina contra Giardia

- 21 dias após a 2a.


3a. dose vacina múltipla
dose:

- a partir de 4 meses
anti-rábica
de idade:
Este quadro mostra todas as vacinas disponíveis no mercado. Cabe ao veterinário
decidir o melhor esquema para cada animal.

* cinomose, hepatite, parvovirose, 4 tipos de


leptospirose,coronavirose, parainfluenza, laringotraqueíte

Cães adultos que nunca foram vacinados ou filhotes que já passaram da época
de vacinação devem receber 2 doses de vacina múltipla (intervalo de 21 dias entre
elas) e 1 dose de vacina anti-rábica. Isso também vale para cães de procedência
desconhecida, quando não se tem conhecimento ou certeza sobre o histórico de
vacinação.

Além dessas vacinas, existe a imunização contra a leishmaniose ou calazar,


uma importante zoonose (doença que pode ser transmitida ao homem pelo animal).
Essa vacina é aplicada em regiões onde a doença é comum e deve ser antecedida de
exames para detectar se o cão já tem a doença.

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Não se deve vacinar filhotes com menos de 45 dias de idade, a menos que a
cadela nunca tenha sido vacinada, pois as vacinas podem ser inativadas pelos
anticorpos passados da mãe para a cria.

Doenças imunizadas:
Óctupla: vacina que imuniza cães contra cinomose, hepatite infecciosa, Adenovírus
tipo 2, parainfluenza, parvovirose, coronavirose e leptospirose, sendo esta contra a
Leptospira icterohaemorrhagiae e Leptospira canicola.

Décupla: imuniza conta as mesmas doenças da óctupla, porém contra mais 2


sorovares de leptospirose, sendo eles a Leptospira grippotyphosa e Leptospira
pomona.

Sextupla: imuniza contra cinomose, hepatite infecciosa, parvovirose, parainfluenza e 2


sorovares de leptospirose, sendo a Leptospira icterohaemorrhagiae e Leptospira
canicola.

Tríplice canina: vacina esta que imuniza contra cinomose, hepatite infecciosa e
leptospirose, sendo os sorovares Leptospira icterohaemorrhagiae e Leptospira
canicola.

Outras vacina importantes:


Tétano: doença causada por uma bactéria ciliada denominada Clostridium tetani, que
mede 2,5 por 0,5 micra, que tem suas extremidades arredondadas. Trata-se de
doença que acomete todos os animais de sangue quente (homeotermos), inclusive o
homem. Na terra contaminada com o germe, adquirindo este sua forma esporulada,
pode permanecer viável por lapso grande de tempo, chegando a algumas décadas. O
germe penetrando a través de um ferimento ou solução de continuidade da pele em
um organismo animal suscetível , ali permanece aguardando o momento que pela
cicatrização venha o ferimento se fechar, criando então ambiente de anaerobiose, ou
seja, com ausência de oxigênio, para se transformar em sua forma vegetativa. É então
nesta última forma que tem inicio a secreção de potente toxina pelo germe, sendo
essa toxina a responsável pelo desencadeamento dos sintomas da doença, toxina
essa denominada tetânica. Vacina-se cães de trabalho ou que freqüentam locais onde
podem se ferir, com vacina destinada a cavalos, que contém a toxina tetânica
purificada, já que não existe vacina específica para os cães. A primeira vacinação é
realizada em duas injeções com intervalos de duas semanas. Os reforços devem ser
feitos um ano mais tarde, depois a cada três anos e em
caso de traumatismo.

Tosse dos canis (traqueobronquite infecciosa):


traqueobronquite infecciosa é uma enfermidade de cães
que ataca o sistema respiratório dos animais produzindo
crises de tosse deixando os proprietários com a
impressão de que estão com algo preso na garganta.
Existem no mercado vacinas com valência para os
agentes envolvidos na traqueobronquite infecciosa
canina, especificamente a Bordetella bronchiseptica e o

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vírus da parainfluenza canina. Estas vacinas podem ser de aplicação intranasal ou


subcutânea, e o seu uso parece estar associado a uma redução significativa da
sintomatologia desta doença. A decisão de vacinação deve ser baseada na potencial
exposição de cada animal, devendo ser administrada pelo menos cinco dias antes da
altura de risco e ser reforçada cada seis a doze meses. A vacinação é essencial como
arma de prevenção, principalmente em animais de risco, competindo-lhe a si proteger
o seu animal de estimação.

Giardíase: a
giardíase é uma
doença comum
de cães, gatos e
humanos, que
freqüentemente
é subestimada.
É uma zoonose
importante e é
imperativo que
tanto o animal de
estimação
quanto a família
protejam-se da
infecção. Está provado que a vacina estimula o animal a resistir ao parasito, sendo
uma solução efetiva em longo prazo para o controle desta enfermidade parasitária, já
que a imunidade natural contra Giárdia é de curta duração. Mesmo que os tratamentos
se mostrem eficazes, a reinfecção em animais é muito freqüente , devido à dificuldade
de se eliminar os cistos infectantes do ambiente. Um animal vacinado, além de
protegido contra giardíase, não representará mais uma fonte de infecção a outros
animais e até mesmo a seres humanos. GiardiaVax Ò, a primeira vacina mundial
contra Giardíase Canina. Trata-se de uma vacina inativada que protege os cães contra
a infecção causada pelo protozoário giardia duodenalis. A vacinação com GiardiaVax
é indicado para filhotes (a partir de 2 meses) e adultos, sendo um reforço 21 dias após
a primeira dose, e reforços anuais.

Raiva: a raiva é uma doença infecciosa aguda que acomete homens e animais, sendo
causada por um vírus que se multiplica pelos nervos periféricos até o sistema nervoso
central. A vacinação anual de cachorros e gatos é fundamental para o controle da
raiva no meio urbano e rural. Somente a vacinação pode proteger os animais e
indiretamente o homem contra essa enfermidade mortal. Existem também as vacinas
humanas, indicadas para pessoas com alto risco de exposição ao vírus da raiva.

Calendário de vacinação de gatos:


A vacinação é, sem dúvida, o cuidado mais importante tanto para o filhote
como para o gato adulto. Os animais devem ser imunizados antes terem contato com
outros gatos adultos ou filhotes. Existem muitas doenças virais que podem acometê-
los e são causadoras de um grande número de mortes, principalmente nos animais
mais jovens. Para ser vacinado, o animal deve estar saudável, sem febre ou diarréia, e

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previamente vermifugado. Se isso não for observado, pode ocorrer falha vacinal, ou
seja, o organismo não responder plenamente à vacinação.

As vacinas que p gato deve receber e intervalos entre as doses devem ficar a
critério do veterinário que irá cuidar do animal. As vacinas múltipla (tríplice, quádrupla
ou quíntupla) e anti-rábica são obrigatórias em qualquer esquema de vacinação.
Abaixo, um calendário para a vacinação de filhotes, com as vacinas existentes no
mercado:

GATOS:
vacinas - múltipla (tríplice, quádrupla ou quíntupla) e anti-rábica

- 45 a 60 dias: 1a. dose vacina múltipla*

- 21 dias após a 1a.


2a. dose vacina múltipla
dose:

- a partir de 4 meses
anti-rábica
de idade:
Este quadro mostra todas as vacinas disponíveis no mercado. Cabe ao veterinário decidir o melhor esquema
para cada animal.

* (rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e leucemia felina, clamidiose)

Gatos adultos que nunca foram vacinados ou filhotes que já passaram da


época de vacinação devem receber 2 doses de vacina múltipla (intervalo de 21 dias
entre elas) e 1 dose de vacina anti-rábica. Isso também vale para gatos de
procedência desconhecida, quando não se tem conhecimento ou certeza sobre o
histórico de vacinação. Nunca atrase a vacina anual de seu gato mais que um mês. Se
acontecer isso, além da dose anual, pode ser que ele precise receber uma dose de
reforço também.

Não se deve vacinar filhotes com menos de 45 dias de idade, a menos que a
gata nunca tenha sido vacinada, pois as vacinas podem ser inativadas pelos
anticorpos passados da mãe para a cria.

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AULA 27: Endoparasitoses


Esôfago e estômago:

O esôfago e o estômago são acometidos principalmente pela espirocercose,


doença causado por um nematóide. Espirocercose é uma parasitose causada pelo
parasita spirocerca Lupi. Em sua forma adulta, o verme tem de 3 a 7 cm
de comprimento, é de cor avermelhada e é envolto por nódulos, alojados
principalmente no esôfago. Seus ovos são liberados nas fezes do hospedeiro. Quando
estes ovos são comidos por besouros que se alimentam de fezes (chamados
coprófagos, também conhecidos comorola-bosta), estes ovos eclodem e as larvas
evoluem para o estágio infectivo em 2 meses. O cão (ou qualquer outro animal
carnívoro) , é infectado ao comer um besouro infectado ou outro animal quecomeu um
besouro infectado.

Dentro do estômago do cão, as larvas penetram na mucosa gástrica e migram,


por dentro das paredes das artérias gástricas, para a aorta torácica em
aproximadamente 3 semanas após a ingestão. Cerca de 3 meses após a ingestão elas
migram para o esôfago, onde atingem a forma adulta em aproximadamente 3 meses.
Se um verme adulto ficar na aorta, o nódulo que ele forma ao seu redor pode causar
um aneurisma (dilatação) na aorta que, se romper, leva à morte súbita do cão por
hemorragia.Os nódulos também podem evoluir para um câncer (fibrosarcoma ou
osteosarcoma.) Podem ocorrer migrações anormais dos vermes, podendo ser
encontrados nódulos em outros orgãos torácicos e em tecidos subcutâneos.

Os animais atingidos apresentam sintomas digestivos esofágicos


(regurgitações, por vezes impossibilidade de deglutir) e gástricos (vômitos recorrentes,
aumento da sede). Podem ser observadas dificuldades respiratórias quando o parasita
se encontra na parede da aorta. O tratamento é muito difícil e baseia-se em anti-
helmínticos sob forma injetável, como a ivermectina. Dada a diversidade de
hospedeiros intermediários (vetores do parasita) responsáveis pela infestação do cão,
é praticamente impossível considerar a possibilidade de qualquer profilaxia.

Estômago e intestino:

Os parasitas que colonizam esses órgãos são os estrongilídeos, principalmente


Ancylostoma caninum, nas regiões quentes e Ancylostoma braziliense, nos países
tropicais. Afeta, principalmente, os animais que vivem em coletividade (fala-se,
frequentemente, de anemia de cães de matilha), mas outros cães também podem ser
infestados. As larvas dos estrôngilos do gênero Ancylostoma penetram através da pele
ou são ingeridas pelos cachorros com o leite materno. A infestação desenvolve-se em
várias fases, correspondentes às migrações das larvas no organismo. Inicia-se com
uma fase cutânea, durante a qual surgem pequenas bolhas no abdômen do cão, que
desaparecem após cerca de dez dias. A doença caracteriza-se pela presença do
helminto nos intestinos de suas vítimas, os quais por serem sugadores de sangue,
virão causar anemia do tipo espoliativa, de evolução lenta porém progressiva,
acompanhada de perturbações gastrointestinais, depressão física e mental, podendo
estas últimas serem muito acentuadas, obviamente os sintomas psíquicos acima
referidos, quando se trata de pessoas e não de animais.

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As medidas de prevenção consistem, primeiramente, numa desinfecção do


local. As fêmeas gestantes podem ser tratadas preventivamente com fenbendazole,
que destrói as larvas. Os cachorros com 10 a 45 dias de idade também podem ser
tratados uma vez por semana e, em seguida, na 8° e 12° semanas nas áreas
fortemente atingidas por estes parasitas.

Fig. 1: desenho esquemático do


ancylostoma. Observar as garras bucais
que o verme usa para espoliação de
Fig. 2: ciclo biológico do ancylostoma no cão.
sangue na parede intestinal.

Intestino delgado:

Os vermes que colonizam o intestino delgado de cães são da família dos


Ascarídeos (Toxascaris leonina) e Toxocarídeos (Toxocara canis). O Toxocara canis
encontra-se localizado no intestino delgado dos cães mas podem também afetar
crianças. Os sintomas são perda de peso, diarréias, tosse, falta de ar, lesões
pulmonares, problemas neurológicos e de visão.A infestação é realizada pela ingestão
de ovos embrionados, presentes na água ou nos alimentos, ou pela transmissão no
útero da mãe aos seus filhos, ou através do leite materno quando este contém
larvas.O diagnóstico pode ser feito através do exame de fezes e exame macroscópico.
A transmissão ocorre através de alimentos, água ou solo contaminado, a transmissão
transplacentária também é possível.

Uma infestação maciça é responsável por sintomas gerais, tais como atraso no
crescimento, emagrecimento, pois os parasitas ingerem sangue e conteúdo intestinal,
onde são presentes nutrientes importantes para o desenvolvimento do animal. Pode
também provocar mortalidade significativa nos cachorros de 3 a 7 semanas de idade
que foram maciçamente infestados antes do nascimento. Estes cachorros apresentam,
ainda, sintomas digestivos: diarréia alternada com períodos de prisão de ventre,
vômitos levando à eliminação de parte dos parasitas, bem como um inchaço
abdominal mais ou menos acentuado. Outras complicações podem surgir sob a forma
de obstrução intestinal (por uma bola de vermes), ou até mesmo por uma perfuração
intestinal que levará a uma hemorragia ou a uma peritonite.

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Como tratamento, existem vários antiparasitários disponíveis, tais como o


pamoato de pirantel, o nitroscanato e a ivermectina. A prevenção consiste em tratar os
cães jovens e destruir os vermes adultos presentes nas mães. A destruição dos ovos
no meio ambiente é extremamente difícil, pois são de uma grande resistência.

Outro verme que parasita essa porção do intestino é o cestódeo Dipylidium


caninum. A pulga da espécie Ctenophalides canis que parasita os cachorros é o vetor
de transmissão desse verme. As pulgas quando estão na fase larval, ao se
alimentarem das fezes de cachorros parasitados por pulgas contaminadas, acabam
ingerindo os ovos do Dipylidium existentes nestas fezes, pois os cachorros muitas
vezes ao reagirem a irritação causada pelas pulgas, tentam livrar-se delas pegando-as
com os dentes e as engolindo. E assim se inicia todo o processo em que o cachorro
adquire o parasita, desenvolve a doença suas consequências e sintomas e a
transmite e a dissemina através de suas fezes. Os ovos existentes nas pulgas
ingeridas pelo cachorro,vão se desenvolver e transformar-se em vermes dentro do seu
intestino, completando assim seu ciclo de vida e alcançando seu completo e pleno
desenvolvimento

Ocorrem sintomas digestivos associados, como a eliminação de anéis de


parasitas – com a forma de grãos de arroz – nas fezes, que podem ter um aspecto
mais ou menos diarréico. As reinfestações são freqüentes e favorecidas pelo fato dos
ovos poderem colar-se aos pêlos e serem assim ingeridos pelo cão. A ação de
espoliação é extremamente fraca, os parasitas exercem principalmente uma ação de
irritação e de inchaço das glândulas anais.

A profilaxia consiste, em primeiro lugar, na eliminação dos hospedeiros


intermediários, ou seja, as pulgas e, em menor grau, os piolhos. Nos animais
parasitados, aconselha-se a utilização de cestocidas específicos, tais como o
praziquantel, ou de anti-helmínticos polivalentes, como o nitroscanato.

Fig. 3: ciclo biológico do Dipylidium


caninum

Fig. 4: ovo de Dipylidium caninum

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Fig. 5: foto de microscopia do


verme Dipylidium caninum

Intestino grosso:

O principal verme que afeta essa porção do intestino do cão, mais exatamente
localizados no ceco e no cólon, é o Trichuris vulpis. Trichuris são parasitas, com forma
fina e alongada como a de um chicote, que geralmente se prendem ao intestino grosso
do cão. A transmissão do Trichuris ocorre quando o cão come terra contaminada por
ovos amadurecidos ao estágio infectivo. O processo dura aproximadamente um mês.
Os ovos infectivos são difíceis de eliminar e resistentes tanto ao calor quanto a secura,
podendo sobreviver na sujeira por longo tempo -de alguns meses a anos. Assim,
mesmo que o cão esteja sendo tratado, a reinfecção é comum se o ambiente não for
mantido limpo e livre de fezes.O Trichuris é perigoso por causar inflamação intestinal,
sangramento e, eventualmente, perda de proteína. Filhotes com infecção grave podem
ficar muito doentes. Ocasionalmente, nos casos mais graves de infestação, Trichuris
podem alterar o equilíbrio de sódio e potássio do cão, causando problemas no sistema
nervoso central como convulsões .

Os sinais clínicos da infecção são: diarréia, com sinais de muco e sangue,


perda de peso, e nos casos mais graves, anormalidades eletrolíticas como
hiponatremia e hipercalemia que podem causar convulsões.

Para o diagnóstico, o veterinário procederá ao exame de flutuação fecal, com


uso de microscópio para identificar os ovos de Trichuris.
Às vezes são necessárias amostras fecais múltiplas para achar os ovos, devido a duas
razões:

1) Nem sempre estes ovos aparecem a cada defecação do cão


2) Geralmente aparecem em menores quantidades que os ovos de outros parasitas.

O tratamento é feito através de vermífugos, como fenbedazol, administrado três


dias seguidos, repetido três ou quatro semanas depois e, novamente, após três
meses. As doses de reforço são necessárias porque a Trichuris leva três meses para
amadurecer. O veterinário prescreverá a medicação apropriada, dosagem e período
de tratamento de acordo com o tamanho e idade de seu animal.

A prevenção é feita através do tratamento dos animais infectados e pela


manutenção de um ambiente limpo e livre de fezes.

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Fig. 6: foto de microscopia do ovo de


Trichuris vulpis
Fig. 7: ciclo biológico do Trichuris vulpis.

Vermifugação:
Os cachorros podem tomar o vermífugo a partir das duas semanas de idade.
Utiliza-se um vermífugo que seja uma associação de vários anti-helmínticos, o que
permite obter um espectro de ação muito amplo – cuja dose é adaptada ao peso do
cão. Em seguida, trata-se o cão uma vez por mês até à idade de 6 meses, depois 3 a
4 vezes por ano, dependendo se o cão sai muito ou não. Também é possível proceder
a um exame coprológico de ovos de helmintos e, desta forma, identificar o
antihelmíntico mais adaptado ao caso observado.

Deve-se considerar também , na hora da escolha do vermífugo que será


utilizado, o temperamento do cão para adaptar a forma de administração do mesmo.
Alguns estão disponíveis sob a forma de comprimidos, outros sob a forma de pasta ou
de líquido; são administrados numa única ou em várias vezes, o que pode também
influenciar a escolha do vermífugo.

EXERCÍCIOS:

1- Explique o ciclo biológico do ancylostoma. De acordo com o seu ciclo, como


prevenir a entrada do verme no organismo do animal?

2- Qual a principal medida preventiva a ser tomada quando um cão é


diagnosticado com Dipylidium caninum?

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AULA 30: Ectoparasitos


Os ectoparasitos são responsáveis por diversas alterações cutâneas em cães e
gatos, tais como eczemas, prurido, queda de pêlo, causam estressa nos animais com
suas picadas, levando a queda no consumo de alimentos, e em casos tais como as
pulgas, podem causar dermatite alérgica (DAPP) ou transmitirem diversas doenças,
tais como a babesiose, transmitida pela picada do carrapato, como veremos mais
adiante. Com isso, os proprietários devem estar sempre atentos à presença desses
parasitos em seus animais de companhia.

Pulgas:

São insetos desprovidos de asas, cujo corpo é


achatado lateralmente. As pulgas do cão pertencem às
espécies Ctenocephalides canis ou Ctenocephalides felis,
dos quais somente os adultos são parasitas. É muito raro
encontrar um animal que ainda não tenha tido pulgas. E
como é difícil acabar com elas se reproduzem com uma
velocidade e facilidade incríveis e, se a infestação não for
combatida logo no início, o problema toma proporções assustadoras. Isso sem contar
com as doenças causadas pelas pulgas (dermatite alérgica a picada de pulgas,
anemia, estresse, verminoses). Para combatermos essa praga doméstica, temos que
entender bem como elas vivem e se reproduzem.

Os cães se infestam de pulgas nas ruas. Mas esta, normalmente, é uma


infestação pequena. Essas pulgas são levadas para casa e lá elas vão encontrar
muitos locais para fazer a desova (postura dos ovos). É importante saber que as
pulgas põem seus ovos no ambiente e é este o responsável pelas grandes infestações
de pulgas nos animais. A pulga apenas se alimenta no cão ou gato sugando seu
sangue. A presença de pulgas é revelada pelos seus excrementos: trata-se de
pequenos grãos pretos que se encontram na pele do animal, especialmente na região
dorso-lombar. Correspondem ao sangue absorvido e, depois, digerido pelas pulgas.
No ambiente, ela coloca ovos que podem permanecer viáveis por até um ano! Na
presença de calor e umidade (nas estações mais quentes, principalmente) esses ovos
eclodem, viram larvas que se alimentam de poeira e detritos; as larvas transformam-se
em adultos que atacam os animais em busca de alimento. Assim, o pobre animal é
apenas o culpado "indireto" por uma grande infestação de pulgas. Seu erro foi trazer a
pulga para casa. O ambiente é o responsável por "produzir" milhares de pulgas que
tiram o sossego dos animais de estimação e de seus donos. Sabendo disso, devemos
entender que tratar apenas o animal (cão ou gato) numa grande infestação é um erro.
Você vai matar algumas pulgas. A maior quantidade delas está nas frestas do piso,
pilhas de papéis, tapetes e carpetes, na forma de ovos, larvas ou pulgas adultas.

A pulga é espécie-específica, ou seja, existem pulgas que atacam humanos e


outras que picam animais. A pulga de cães e gatos não vai atacar as pessoas
enquanto ela tiver disponível uma fonte de alimento. Assim, quem sofre é o animal. E
o processo é tão rápido que quando você observa mais atentamente o cão por ele
estar se coçando muito, dezenas de pulgas já podem ser vistas, principalmente na
região do abdômen (barriga) e em volta do ânus e cauda. Grandes infestações de
pulga no ambiente fazem com que elas, na ausência de alimento suficiente, passem a
picar também as pessoas da casa. Resumindo, como as pulgas só atacam os animais,

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o problema passa desapercebido e, quando é descoberto, já tomou grandes


proporções com a infestação do ambiente.

Já vimos que o problema não é apenas o cão. Para avaliarmos a extensão da


infestação, podemos fazer um teste simples. Dê um banho antipulgas no animal e
procure certificar-se que foram mortas todas as pulgas. Após secá-lo bem, solte-o na
casa, mas não o leve para a rua. Uma hora mais tarde, verifique se o cão está com
pulgas. Considere:
- nenhuma, uma ou duas pulgas foram encontradas: seu cão tinha uma pequena
infestação e, provavelmente, pegou num passeio. Neste caso, o ambiente ainda não
está infestado.

- várias pulgas foram encontradas: sua casa possui um ou mais focos de pulga. O
ambiente tem que ser tratado, assim como o cão.

Sabendo agora o nível de infestação do cão e da casa, tomamos as medidas


necessárias:
Na casa: dedetização, 2 aplicações com intervalos de 3 a 4 semanas, ou uso
semanal, no ambiente, de produtos anti-pulgas da linha veterinária (consulte o seu
veterinário), até acabar com a infestação. No caso de optar por uma empresa que faça
a dedetização, procure retirar o animal do local por 48 horas, no mínimo.
No cão: banhos anti-pulga semanais e aplicação de produtos anti-pulga tópicos de
longa duração, a critério do seu veterinário.

Importante:
1- nunca aplique em seu animal produtos que são utilizados na casa contra insetos e
baratas;

2-filhotes, fêmeas gestantes e gatos, não devem ser banhados com produtos
inseticidas;

3-CONSULTE O VETERINÁRIO antes de usar qualquer produto anti-pulgas;

4-banhos anti-pulgas devem ser dados com o cuidado do animal não lamber o produto
durante o banho. O mesmo para o uso de talcos. A ingestão do produto pode causar
intoxicação;

5-animais com ferimentos abertos (feridas ou


queimaduras) não devem ser tratados com
produtos anti-pulgas tópicos (para passar,
banhar ou aspergir).

O controle da infestação por pulgas se


faz através de medidas simples: banhos
antipulgas freqüentes (quando for
possível), uso de produtos anti-pulgas de
longa duração em gotas para aplicar
topicamente, spray ou por via oral
(comprimidos), deve-se evitar o uso do
carpete em casas que têm animais. Pisos
"frios" e bem rejuntados, sem frestas, evitam
a proliferação das pulgas, usar produtos
antipulgas nas casinhas dos cães
periodicamente. Tapetes ou cobertores de

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uso dos animais devem ser lavados com freqüência, tosar os animais nas épocas
mais quentes, para se controlar melhor as pulgas e facilitar os banhos, alguns locais
como praças, canteiros e jardins, podem ter focos de pulgas, por serem freqüentados
por muitos animais. Se você perceber que o cão volta se coçando dos passeios, evite
esses locais.

Sempre que seu animal tiver uma infestação de pulgas, você deve consultar o
seu veterinário para que ele prescreva um vermífugo. As pulgas podem
transmitir vermes e causar anemia, além de perturbar e até mudar, temporariamente, o
comportamento do seu animal, que vai ficar mais irritado, impaciente e exausto de
tanto se coçar. Alguns cães chegam até a se mutilar, causando ferimentos graves pela
coceira, além de poder causar doenças.

Carrapatos:

Os carrapatos encontram-se
difundidos por toda a Terra, e
concomitantemente à sua atividade
hematófaga, intervém também como
transmissores de muitos outros agentes
causadores de doenças, como vírus,
bactérias, protozoários e riquétzias,
funcionando portanto como vetores de
doenças, tanto aos animais como ao
homem.

Geralmente têm a forma oval, e


quando em jejum são planos no sentido dorso-ventral, porém quando repletos de
sangue de seus hospedeiros, pois é o sangue seu alimento, apresentam-se então
convexos e até esféricos. Existe um grande dimorfismo sexual relacionado com o fato
do abdômen das fêmeas ser fortemente dilatável, ao contrário do que acontece com
os machos. O seu corpo, de cor vermelho acastanhado, é achatado, exceto depois de
se alimentarem, quando se torna globuloso.

Algumas espécies podem ter até 25 mm de diâmetro, e sua carapaça quitinosa


de revestimento, verdadeiro exo-esqueleto, é firme e resistente, relativamente à sua
pouca espessura.

O conhecimento do ciclo de desenvolvimento do carrapato é extremamente


importante para uma melhor eficácia do tratamento no ambiente. As fêmeas adultas
podem atingir até 11 mm de comprimento, possuem coloração marrom-avermelhada e
os machos medem cerca de 3,5 mm e são mais escuros. É uma espécie que parasita
três hospedeiros diferentes. A larva tem seis patas e após o período curto de ecdise,
perde a pele e se transforma em uma ninfa como oito patas, que busca outros
hospedeiros, e após fixar-se, alimenta-se por uma semana deixando-se cair
novamente no chão. Caso não encontre hospedeiros, as larvas podem sobreviver até
568 dias sem se alimentar, sendo, portanto, muito resistentes. As ninfas também
suportam longos períodos sem alimento, podendo sobreviver até 180 dias.

Dependendo da umidade e temperatura, as ninfas se transformam em adultos


entre duas e três semanas. Os adultos iniciam a cópula quatro dias após e sua fixação
nos hospedeiros e as fêmeas se tornam ingurgitadas entre 6 e 50 dias, quando então

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podem abandonar os cães e começam a postura, que pode durar até 29 dias,
depositando-se 4.000 a 5.000 ovos cada uma. A postura é feita em frestas, debaixo de
pedras, folhas secas, ou até na cobertura dos canis, já que as fêmeas podem escalar
até 4 metros de altura. Em 4 dias começa a eclosão dos ovos, que, em grupo de
milhares, recomeçam o processo, irritando cães e seus donos. Os adultos são a fase
mais resistente e podem sobreviver até 580 dias sem hospedeiro.

Os carrapatos provocam uma irritação local devido a penetração do carrapato e


ação local da sua saliva. A lesão local pode se tornar um foco para a penetração de
bactérias, o que leva a mais infecções. Em casos de infestação maciça por carrapatos,
o animal pode desenvolver quadro de anemia severa. Além da anemia, a infestação
provoca alterações imunes no animal, pois ocorre um reação de hipersensibilidade
(coceira) no local di fixação, o que elimina a presença de outros carrapatos, qu aos
poucos, vão diminuindo em número.

Os carrapatos também podem transmitir vários agentes causadores de


doenças, seja através de uma fêmea à sua descendência, seja de um estado de
desenvolvimento a outro, seja pela combinação dos dois. Os carrapatos são
responsáveis pela transmissão de:

· Babesia canis, agente da babesiose (também chamada piroplasmose)

· Hepatozoon canis, responsável pela hepatozoonose

· Ehrlichia canis, agente da erliquiose

· Zoonoses, (doenças transmissíveis aos seres humanos) tais como a febre


escaro-nodular da Ásia, da África e da Europa meridional, causada pela Rickettsia
conori, e a febre maculosa, doença que ocorre no Brasil e estados como Minas Gerais
e São Paulo, causado
pela Rickettsia
riquettsi.

Assim como
as pulgas, o carrapato
não é um problema só
do animal, mas sim
do ambiente. O
carrapato, em todos
os seus estágios de
vida (desde larva até
adulto), é muito
resistente. Assim,
combater o carrapato
é difícil.

Os inimigos
que os proprietários
de cães não vêem, ou
seja, os ovos e larvas,

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estão no ambiente e
nele sobrevivem
durante muitos meses.
Assim, muitos são os
casos de proprietários
que vivem
combatendo o
carrapato no cão, mas
nunca conseguem
exterminá-lo por
completo. Um outro
detalhe é que os
carrapatos colocam
seus ovos na
vegetação e também
em frestas das
paredes e piso. Dessa
forma, todos esses
lugares têm que ser tratados e não os cães somente.

As medidas de controles consistem em aplicações mensais de


ectoparasiticidas, concomitantemente a aplicações de produtos carrapaticidas no
ambiente. Animais de pêlos longos devem ser tosados no verão, época em que o calor
e umidade fazem com que a incidência de carrapatos aumente muito.

 Uso de carrapaticidas: aplicar nos canis, casinha dos cães, em plantas e


canteiros, atentando para frestas nas paredes ou pisos e ralos. Repetir o
tratamento a cada 15 dias no caso de infestações muito severas ou 21 dias;
devendo ser, no mínimo, três aplicações para interferir no ciclo reprodutivo e de
desenvolvimento do parasita de forma eficiente.

 Em canis de alvenaria, o uso da vassoura de fogo é muito eficaz. O calor irá


destruir todos os estágios do carrapato. Repetir o tratamento a cada 15 dias; se
possível, fechar todas as frestas existentes nos canis ou paredes dos quintais,
assim como no piso; a rotação de ativos a cada 2 ou 3 aplicações é muito
importante para que o carrapato não desenvolva resistência e o tratamento
passe a ser ineficaz.

EXERCÍCIOS:

1- Quais são os problemas que as pulgas podem trazer aos animais de


companhia?

2- Quais doenças são transmitidas através do carrapato para o cão? E para o ser
humano, quais doenças podem ser transmitidas?

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AULA 31: As doenças que são prevenidas por


vacinas
Leptospirose:

Essa é umas das importantes doenças transmitidas pelos animais ao homem


(zoonose). A leptospirose, também conhecida como "doença do xixi do rato", é
causada por uma bactéria que penetra pela pele (Leptospira icterohaemorragiae e
Leptospira canicola), mas que também pode ser ingerido junto com água e alimentos
contaminados. Os roedores são os grandes responsáveis pela transmissão da doença
através de sua urina. Esta doença ocorre no mundo inteiro, em particular nas regiões
úmidas e nos agrupamentos de cães.

Para transmitir, eles precisam estar contaminados pela bactéria. Portanto, se o


cão matou um rato, isso não quer dizer que ele, necessariamente, vá contrair
leptospirose. É preciso saber com veterinários da região se há muitos casos da
doença e se eles aconselham tratar o animal preventivamente. Nem sempre é
necessário.

Os ratos têm atração pela ração dos animais e podem contaminá-la ao urinar
nas proximidades. Por isso, é importante deixar o comedouro dos cães em locais
altos, assim como armazenar os sacos de ração em recipientes bem fechados ou em
locais inacessíveis aos roedores.

O cão contaminado pela leptospirose apresentará falta de apetite, vômito, febre


e um sintoma bastante característico, a urina de cor amarronzada. A bactéria atinge os
rins e o fígado do animal. Alterando a função hepática, a leptospirose causará icterícia,
notada pelo amarelamento das mucosas como olhos, gengivas, etc.

O tratamento da leptospirose é feito com antibióticos e há chance de cura,


porém, ele deve ser iniciado o mais rápido possível ou a vida do animal estará sob
risco.

Para evitar a leptospirose, é importante vacinar anualmente os cães. As


vacinas múltiplas mais modernas protegem os animais contra quatro tipos de
leptospirose, aqueles que mais comumente afetam os cães. No entanto, há vários
outros tipos que acometem outras espécies e podem, mais raramente, atingir também
o homem e o cão. Em regiões endêmicas, ou seja, onde sempre há casos de
leptospirose, é necessário vacinar o cão duas vezes
por ano contra a doença.

Na prevenção, também é importante evitar a


contaminação da água e alimentos pela urina do rato.
Não acumule lixo no interior ou na porta de casa, pois
isso atrai os roedores. Em épocas de chuvas, evite o
contato com as águas de enchentes, pois elas afloram
de bueiros que estão infestados de ratos.

O homem deve tomar as mesmas precauções


para não se contaminar com a doença. Também deve
evitar o contato direto com a urina e sangue de seu

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animal, se ele estiver com suspeita de leptospirose. Os casos de leptospirose em cães


devem ser notificados às autoridades sanitárias (vigilância sanitária) pelo seu potencial
de transmissão ao homem.

Vacine o seu cão e tome todos os cuidados para ele não se contaminar com a
leptospirose, principalmente na época das chuvas.

Parvovirose canina:

A parvovirose, também conhecida pelo nome de Enterite Canina Parvoviral, é


altamente contagiosa e causada por um vírus DNA que pertence à
família Parvoviridae. É considerada uma zoonose, pois ataca tanto o homem como o
cão, sendo que os sintomas nos humanos se manifestam sob a forma de infecção nas
vias aéreas e nos olhos, porém sem gravidade. Já nos cães essa enfermidade
geralmente é fatal, com uma taxa de mortalidade ao redor de 80%. Comumente, ataca
mais animais jovens do que adultos, pois este último possui imunidade adquirida
naturalmente.

As formas de transmissão deste vírus são: via aerógena e através de objetos


contaminados.

Os cães infectados que manifestam a doença, ficam doentes, geralmente,


cerca de 7 a 10 dias após a infecção inicial. A doença se estabelece principalmente,
no aparelho digestivo, sendo que os sintomas mais característicos são vômito e
diarréia fétida e sanguinolenta. Outros sintomas que os cães podem apresentar
são: anorexia, letargia e elevação de temperatura que pode chegar a 41°C. Alguns
animais podem apresentar tosse, inchaço nos olhos ou conjuntivite.

Outra forma de manifestação da doença é a miocárdica, que pode levar


à morte súbita do cão, devido a miocardite (inflamação do músculo do coração) gerada
neste caso.

Como a parvovirose pode ser confundida com uma gama enorme de enfermidades,
é necessário realizar exames laboratoriais, onde são detectados anticorpos anti-vírus
no sangue. É importante ressaltar que um resultado negativo não significa a ausência
da doença.

O tratamento deve ser realizado por um Médico Veterinário, através da


administração via parenteral e,
até mesmo oral, de soluções
isotônicas de sais minerais,
glicose e vitaminas, auxiliando
assim na recuperação do cão,
prevenindo sua
desidratação devido aos
vômitos e diarréias. Mesmo não
surtindo efeito algum sobre o
vírus, é feito também o uso de
antibióticos para prevenção e
combate de infecções
secundárias. O tratamento visa
dar suporte aos animais, para
que estes possam reagir,

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sendo que o animal que sobrevive a esta doença fica temporariamente imunizado.

A prevenção da doença é feita basicamente pela administração de vacinas.


São aplicadas, preferencialmente, em fêmeas antes da cobertura para que seja
assegurada uma boa imunidade aos filhotes, pois são transmitidos anticorpos aos
filhotes durante a gestação e, também, durante a amamentação, especialmente pelo
colostro. Nos filhotes, a primeira vacina deve ser aplicada 15 dias após o desmame,
(com cerca de 45 dias de vida). A revacinação anual é recomendada a todos os cães,
independente da idade.

Raiva:

A raiva canina é uma enfermidade infecto-contagiosa aguda, causada por um RNA-


vírus da família Rhabdoviridae do Gênero Lyssavirus, e acomete todas as espécies de
mamíferos, inclusive o homem, principalmente pela mordedura de um animal infectado
a um hospedeiro susceptível. O vírus se multiplica primeiro nos gânglios espinhais em
seguida começa a se multiplicar no encéfalo. O animal vai começar a apresentar
mudanças de comportamento como salivação intensa, latido rouco, parando de comer
e de beber água. A doença se caracteriza inicialmente por ansiedade, inquietude,
desorientação, alucinações, comportamento bizarro e até convulsões. Para
diagnosticar a raiva, o veterinário deve colher e armazenar corretamente as amostras
do animal suspeito e encaminhar para exame histológico do SNC, provas sorológicas
e a identificação do vírus.

O vírus da raiva não atravessa a pele intacta, mas pode ser adquirido pelo contato
através de mucosas íntegras. Em condições normais,
desempenham o papel principal no contágio, a mordedura de um animal em outro ou
de um animal no homem.Fundamentalmente, há três tipos de raiva nos animais
domésticos: raiva furiosa, raiva paralítica e a raiva muda ou atípica.

O tratamento da raiva clinicamente presente parece inútil. Devido ao perigo de


infecção para outros animais e para o homem, os animais doentes de raiva devem ser
sacrificados . No homem, o período de incubação varia de duas a dez semanas, sendo
a média de 45 dias, porém há relatos na literatura mencionando um período de
incubação de até seis anos, apresentando sintomas de comprometimento do Sistema
Nervoso Central, caracterizados inicialmente por ansiedade, inquietude,
desorientação, alucinações, comportamento bizarro e até convulsões. As crises
convulsivas podem ser desencadeadas por estímulos táteis, auditivos ou visuais. Na
ocorrência de animais suspeitos deve-se informar o centro de zoonoses e o
proprietário deve isolar o animal suspeito. Em caso de mordedura deve-se lavar
imediatamente com água e sabão, procurando imediatamente um serviço médico. Não
brincar e nem deixar o seu animal em contato com errantes.
A campanha de vacinação deve ser bem planejada com a procedência da quantidade
de animais, de doses, de equipes, de postos e de materiais que serão utilizados.
Essas equipes devem ser previamente treinadas e a campanha devidamente
informada à população.

Hepatite infecciosa canina:

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A Hepatite Infecciosa Canina (HIC), conhecida também como doença de


Rubarth é uma infecção viral causada pelo adenovírus canino tipo I (CAV-1) que
acomete principalmente cães jovens e não vacinados.

O adenovírus canino tipo I, é um DNA – vírus não envelopado. Além do


adenovírus canino tipo I, existe também o adenovírus canino tipo II (CAV-2) que causa
inflamação das vias áreas superiores associada à Traqueobronquite Infecciosa dos
Cães (Tosse dos Canis).

O CAV-I tem tropismo pelas células endoteliais e hepatócitos, causando


hepatite aguda fulminante frequentemente fatal em animais não imunizados.

Os cães adquirem o CAV-I através de exposição oronasal. O vírus é


encontrado em todos os tecidos sendo eliminado em todas as secreções durante a
fase aguda da infecção. Durante algum tempo após a recuperação o vírus ainda é
eliminado através da urina dos cães.

A Hepatite Infecciosa Canina frequentemente apresenta curso clínico agudo ou


superagudo.No curso superagudo da doença, a mesma não é diagnosticada antes do
animal vir a óbito. Isso ocorre, pois a evolução da doença dá-se em um espaço
curtíssimo de tempo.No curso aguda da enfermidade observa-se aparecimento de
sinais clínicos como apatia, letargia, inapetência, sede intensa, anorexia, vômito, dor
abdominal, diarréia com ou sem sangue, febre entre outros. Podem ocorrer também
sinais neurológicos (desorientação, depressão, coma, convulsões), tais sinais são
resultantes de encefalopatia hepática, hipoglicemia ou encefalite não supurativa.
Sinais oftálmicos provenientes de edema de córnea e uveíte anterior também podem
ser observados.

A prevenção é feita através da vacinação, com esquema prescrito por Médico


Veterinário. Pelo fato de a Hepatite Infecciosa Canina ser uma doença de fácil
transmissão, é importante tomar alguns cuidados para preveni-la além da vacinação,
como por exemplo, a
desinfecção dos locais
onde o animal habita
fazendo uso de vapor
quente, vassouras de
fogo e desinfetantes a
base de amônia e se
desfazendo dos objetos
do animal (camas,
brinquedos,
comedouros,
bebedouros).

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Giardíase canina:

A Giardíase Canina é uma das causas mais comuns de problemas intestinais em cães
e seres humanos. É uma doença causada por um protozoário flagelado, Giardia
lamblia que infecta o intestino delgado de cães e outros mamíferos, incluindo o
homem. No mundo todo, cerca de 250 milhões de pessoas apresentam giardíase
sintomática, estimando-se que ocorram 500.000 novos casos por ano (OMS, 1996).
Como muitos animais, incluindo os de estimação (como cães e gatos), também são
infectados por giardia, eles podem tornar-se uma fonte da doença para humanos.
Em cães os principais sintomas são diarréias, vômito, depressão e perda de peso.
Uma vez instalada a doença, o animal fica mais suscetível a outras enfermidades mais
graves e até fatais.

A infecção ocorre quando o animal ingere o cisto( forma em que o protozoário


se encontra nas fezes), seja através do contato com outros animais como pela água e
outros alimentos contaminados. É importante lembrar que os seres humanos também
podem desenvolver a doença e, neste caso, hábitos de higiene e programas anuais de
vacinação dos cães são fundamentais para a proteção de toda sua família.
Os cistos de giárdia sobrevivem no ambiente e, desta forma, são fonte de
contaminação e principalmente reinfestação para os cães, sobretudo de canis.
A remoção imediata das fezes limitará a contaminação ambiental.
O s cistos são inativados pela maioria dos compostos de amônio quaternário, água
sanitária, vapor e água fervente.Os cistos contaminam também os pêlos dos cães,
representando uma fonte de infecção, principalmente para as pessoas que tem um
contato mais freqüente com seus animais.

A giardíase é
uma doença comum de
cães, gatos e
humanos, que
freqüentemente é
subestimada. É uma
zoonose importante e é
imperativo que tanto o
animal de estimação
quanto a família
protejam-se da
infecção.

O tratamento pode
fornecer um controle
eficaz, mas, em muitas
situações, as
reinfestações são
comuns, devido à

Fig. 8: ciclo biológico da giárdia

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dificuldade em se eliminar a fonte de infecção do meio ambiente. Os sinais clínicos


podem ser severos, mas uma grande parcela dos infectados pode permanecer
assintomática, e os animais jovens são os que, mais freqüentemente desenvolvem os
sintomas. Os sinais clínicos da giardíase incluem diarréia mal cheirosa aguda ou
crônica, vômito, dor abdominal , desidratação, perda de peso ou redução do ganho do
mesmo.

Tosse dos canis:

A traqueobronquite infecciosa canina,


também chamada de tosse dos canis, é uma
infecção que ataca o sistema respiratório dos cães,
resultando em crises de tosse. O agente causador
desta doença, na maioria das vezes, é a
bactéria Bordetella bronchiseptica, embora outros
agentes infecciosos possam estar relacionados,
como por exemplo, o vírus da parainfluenza canina
(CPiV), o adenovírus canino tipo II, herpesvírus
canino e vírus da cinomose canina. Quando há o
envolvimento de mais de um agente, a doença se
apresenta de forma mais grave.

No Brasil, não se sabe muito a respeito desta doença, apenas que ela é uma
das principais enfermidades respiratórias em cães, podendo haver surtos de
dimensões epizoóticas em locais de alta densidade populacional de cães que
mantenham estreito contato, pois a transmissão de dá através do contato direto com
os animais infectados, ou ainda, do contato com perdigotos contaminados, eliminados
por aerossol.

No período de incubação desta bactéria, que dura cerca de 6 dias, estas ficam
aderidas aos cílios presentes no trato respiratório, através de moléculas de adesina.
Após a B.bronchiseptica instalar-se nas células, ela irá produzir toxinas que irão
causar uma estase nos cílios, levando à uma diminuição na barreira protetora do
sistema respiratório, facilitando a colonização deste por outros agentes infecciosos.

Os sinais clínicos apresentados pelos cães nem sempre são causados


pela Bordetella, e sim pelos patógenos oportunistas. Na forma mais leve da doença, o
sintoma mais comum é a repetida tosse curta e seca, acompanhada de engasgos ou
movimentos similares ao de vômito ou sufocamento. Quando o animal realiza
exercícios, fica excitado ou sofre alguma pressão sobre a traquéia, a tosse torna-se
mais frequente. Apesar destes sintomas, o animal come bem, continua vivaz e não
apresenta febre.

Os casos mais graves da doença, geralmente resultam de infecções mistas de


cães não vacinados, em grande parte dos casos, vindos de canis, lojas ou abrigos.
Aparentemente, o que torna o quadro clínico do animal mais grave é a
broncopneumonia bacteriana. A tosse se tornará produtiva em consequência da
traqueobronquite acompanhada de broncopneumonia e o animal passa a apresentar

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anorexia, depressão, febre e descarga nasocular. Este caso é mais difícil de ser
diferenciado da cinomose e pode levar o animal à óbito.

Cinomose canina:

A cinomose canina acomete cães em qualquer idade, e a sensibilidade á


infecção varia de indivíduo para indivíduo. Os animais se curam após a apresentação
de sintomas discretos, porém animais com imunidade fraca apresentam sintomas
característicos da doença.

Os cães contaminam-se na maioria dos casos de forma direta, sendo que o


vírus é inalado e atravessa as vias respiratórias. Depois da penetração do vírus no
organismo, este multiplica-se nas amídalas e nos brônquios, disseminando-se a seguir
por todo o organismo em, aproximadamente, oito dias. A partir desse momento,
existem três modalidades de evolução. Em metade dos cães, a resposta imunológica
desenvolvida depois da infecção é suficiente e o vírus desaparece.

A forma mais clássica da doença ocorre da seguinte forma: a incubação dura entre
três a sete dias; durante esta fase, o cão não apresenta nenhuma manifestação da
infecção. Depois, o vírus dissemina-se pelo organismo e observa-se uma hipertermia
(40° C), um corrimento de líquido localizado nos olhos e no nariz, por vezes, o
aparecimento de pequenas pústulas no abdômen. Esta eta pa, que dura dois a três
dias, é seguida por uma fase durante a qual o cão parece voltar ao estado normal,
exceto pela conjuntivite. Em seguida, entra-se na fase crítica, em que a temperatura
permanece elevada (aproximadamente 39,5° C), as mucosas estão inflamadas,
observa-se um corrimento nasal e ocular, diarréia e uma inflamação traqueobronqueal
que se traduz em tosse. O vírus pode localizar-se em diferentes locais: quando
ocorrem complicações devidas à presença de bactérias, estaremos em presença de
uma rinite e de uma conjuntivite, de uma broncopneumonia (que se traduz por tosse e
dificuldades respiratórias), de uma gastroenterite (provocando diarréia e vômitos) e de
uma ceratite (inflamação da córnea), podendo ocorrer complicações pelo
aparecimento de úlceras. Mais tarde, após a reação do sistema imunológico, o cão
apresenta sintomas nervosos: dificuldades de coordenação locomotora, paralisias,
convulsões e contrações musculares involuntárias. Quando o aparecimento destes
sintomas é mais demorado (até alguns
meses), o cão também tem dificuldades
em coordenar os seus movimentos
locomotores e esta ataxia evolui
progressivamente para a paralisia; além
disso, o cão apresenta contrações
musculares involuntárias e perturbações
da visão.

Existem diferentes modos de


evolução: o cão pode curar-se sem
seqüelas e sem ter passado pela fase
crítica; ele pode curar-se, porém com
seqüelas da doença, que podem ser
nervosas, respiratórias ou dentárias.

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Existem formas diferentes da doença, que são chamadas de formas atípicas.


Uma variação é conhecida como uma forma cutâneo-nervosa, que se traduz por um
espessamento da trufa e das almofadinhas, escorrimento nasal e ocular e uma
hipertermia persistente. A evolução é lenta: em algumas semanas surge uma
encefalite que evolui para a morte. Existe também uma outra forma de encefalite que
se instala progressivamente nos cães idosos.

Outras doenças que acometem cães:


Babesiose canina:

A babesiose canina é uma doença causada por um protozoário


do gênero Babesia, espécie B. canis e tem distribuição mundial. Nos dias de hoje,
sabemos que existem três tipos subespécies desta babesia:

 B. canis canis, encontrada na Europa e transmitida pelo carrapato Dermacentor


reticulatus;
 B. canis vogeli, presente no norte da América e nordeste africano, transmitida
pelo Rhipicephalus sanguineus;
 B. canis rossi, encontrada no sul da África e transmitida pelo Haemaphysalis
leachi.

No Brasil, o carrapato transmissor da B. canis é o Rhipicephalus sanguineus e,


até os dias de hoje, não há relatos de estudos sobre a subespécie desta babesia.

Este protozoário é transmitido através da picada de um carrapato infectado, junto


às secreções salivares destes artrópodes. Ao entrarem na corrente sanguínea dos
cães parasitam os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias) do sangue
multiplicam-se e, devido à falta de espaço dentro dos glóbulos, eles acabam rompendo
(momento em que ocorre a febre) e as babesias procuram novos eritrócitos para
parasitarem.

Devido à grande destruição das células vermelhas do sangue, o animal


irá apresentar anemia, podendo também apresentar problemas na coagulação
sanguínea. Outros sinais clínicos observados em cães afetados são: febre, letargia,
perda de apetite, depressão, icterícia ou palidez nas mucosas (comum em animais
anêmicos).

O diagnóstico é feito através de uma boa anamnese, observando os sintomas,


vendo se há ou se houve uma infestação por carrapatos no animal em questão e
também através de exames laboratoriais, como o esfregaço sanguíneo que detectam
a presença do parasita.

Ultimamente, o tratamento tem sido feito com o uso de derivados de diamidas e


imidocarb. Pode também ser feito o tratamento profilático em animais que
irão viajar para áreas endêmicas, ou que vivem nelas, com o uso do imodocarb e
doxiciclina.

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O principal método de prevenção é o combate ao vetor da babesia, o carrapato,


com o uso de carrapaticidas nos animais e no ambiente.

Fig. 9: ciclo biológico da babesia

Erlichiose canina:

A erliquiose ou erlichiose é uma


enfermidade infecciosa que acomete os cães e é
causada por uma bactéria que pertence à família
das Rickettsiaceae, gênero Ehrlichia e,
geralmente, pela espécie Ehrlichia canis, agente
da erliquiose monocítica canina. Esta bactéria é
um parasita intracelular obrigatório que invade
os glóbulos brancos e é considerada uma
zoonose, ou seja, há transmissão do animal
para o homem.
Fig. 10: foto de microscopia mostrando célula
Sua transmissão se dá, principalmente,
sanguínea parasitada pela erlichia
pela picada do carrapato Rhipicephalus
sanguineus infectados com a bactéria, na fase aguda da doença. No momento da
picada, o vetor biológico pode transmitir, além da E. canis outros parasitas, como
a Babesia sp. (babesiose) e o Hepatozoon sp.

Os sinais clínicos apresentados pelo animal variam de acordo com a fase em


que ele se encontra. Na fase aguda da doença é possível ser observado febre (39,5 a
41,5°C), anorexia, redução de peso, fraqueza muscular, letargia, petéquias
hemorrágica, secreção nasal purulenta, epistaxe, relutância em realizar movimentos,
tremores musculares, sinais pulmonares e insuficiência hepática e renal.

A fase subclínica, na maioria das vezes, é assintomática, mas algumas


complicações podem ser observadas em alguns casos, como: depressão,
hemorragias, edema de membros, anorexia e mucosas pálidas.

A fase crônica comporta-se como uma doença auto-imune. Normalmente, o


animal apresenta os mesmos sintomas da fase aguda, só que em menor grau,
encontrando-se apático, caquético e mais susceptível à infecções secundárias. Nos
exames laboratoriais, pode ser observado uma anemia aplástica, monocitose,
linfocitose e leucopenia.

A prevenção é feita através do controle da população de carrapatos nos


animais, bem como no meio ambiente, através do uso de produtos acaricidas. Existem
autores que propõe tratar os animais provenientes de áreas endêmicas de carrapatos

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com doses terapêuticas de doxiciclina, por mais de uma geração do carrapato


transmissor.

Diabetes:

O Diabetes Mellitus é um distúrbio complexo que resulta da incapacidade das


ilhotas pancreáticas secretar insulina e/ou de ação deficiente da insulina nos tecidos. É
uma endocrinopatia muito comum em cães e gatos e pode ser fatal se for
incorretamente diagnosticada ou inadequadamente tratada.

A grande maioria das células do organismo são dependentes de insulina


para captar glicose, com exceção dos neurônios e dos hepatócitos, que não possuem
receptores específicos para insulina, sendo a glicose absorvida por difusão.

Diabetes Tipo I:

O Diabetes tipo I, insulino –dependente (DMID), é a forma mais comum encontrada


nos cães, caracterizando-se por hipoinsulinemia e elevação mínima ou inexistente na
insulina endógena após a administração de glicose;

Diabetes Tipo II:

O Diabetes Tipo II, não insulino-dependente (DMNID), é uma forma raramente


encontrada nos cães, nesse caso ocorre prejuízo da secreção de insulina por parte
das células beta, resistência à insulina nos tecidos responsivos e/ou aceleração da
produção de glicose hepática.

Os sinais clínicos de um animal com diabetes são:

- Diurese osmótica que causa a poliúria, ou seja, eleva a ingestão de água pelo
animal;

- Polidipsia compensatória que impede a desidratação, ou seja, o animal por urinar


muito, aumenta ingestão de água.

- Intenso catabolismo, devido à não utilização da glicose, causando emagrecimento


progressivo, embora o animal coma em demasia (polifagia), o centro saciedade não é
inibido, pois no cão diabético, com deficiência de insulina, a glicose que entra nas
células da região ventromedial do hipotálamo (centro da
saciedade) é insuficiente, o centro da saciedade não é
inibido e o animal torna-se polifágico.

O paciente deve ser avaliado através de um


hemograma completo, painel bioquímico e urináliseantes
de se estipular o tratamento adequado.

O sucesso da terapia do Diabetes Mellitus depende


do entendimento e da cooperação do proprietário, além de
um perfeito manejo alimentar e acompanhamento
periódico do animal pelo médico veterinário.

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Diarréias:

A diarréia é um sinal clínico muito comum em cães e pode ter diversas causas.
Em animais jovens, é comum a diarréia por parasitas intestinais (vermes e
protozoários), mudanças alimentares ou fornecimento de alimentos que não fazem
parte da dieta (doces, massas, etc..), viroses e excesso de ingestão de alimentos.
Normalmente, a diarréia alimentar caracteriza-se por fezes pastosas e amareladas.

As viroses, que não só acometem filhotes como também cães adultos, causam
diarréias líquidas, marrons avermelhadas e de odor muito fétido. Os parasitas
intestinais, quando em grande quantidade, podem causar diarréias tão intensas quanto
nos casos de viroses, e com o mesmo aspecto.

Os cães adultos podem ter diarréia pelas mesmas causas dos filhotes, mas
também por doenças sistêmicas. É o caso de animais com insuficiência hepática ou
renal, pancreatites, tumores intestinais, deficiência no funcionamento da glândula
adrenal, dentre outros. Nestes casos a diarréia é "mais um sintoma", e está associada
a outras manifestações. Muitas drogas (medicamentos) podem causar diarréia, por
isso, nunca medique o cão sem orientação veterinária. As doses são diferentes das
usadas em humanos, e há medicamentos que não podem ser usados em animais.
Em alguns tipos de intoxicações ou envenenamentos, a diarréia pode estar presente.
Tome cuidado com dedetizações, venenos e iscas para baratas e ratos.

Existem também as diarréias de origem psicogênica. Mudanças ambientais,


morte ou ausência de uma pessoa muito chegada ao cão, e até mudanças na rotina
da casa podem causar estresse no animal e diarréia.

Em resumo, a diarréia é um sinal clínico de muitas doenças, e quando ela se


torna intensa, causa desidratação e até a morte do animal. Consulte o veterinário e
não tente tratar a diarréia com receitas caseiras para que o cão possa ser socorrido a
tempo.

Afecções oculares:
Entrópio: esta má-formação manifesta-se por uma
inversão para dentro do bordo palpebral. Pode
afetar tanto a pálpebra superior como a inferior. As
pestanas ou os pêlos (a pálpebra inferior do cão não
tem pestanas) em contato permanente com a
córnea, irritam-na, provocando um lacrimejar
constante.

Ectrópio: é a má-formação inversa do entrópio. O


bordo palpebral, virado para o exterior, deixa de
proteger a conjuntiva. O ectrópio afeta apenas a
pálpebra inferior. Pode ser congênito ou adquirido.

A intervenção cirúrgica só se impõe


realmente em caso de doença grave. A maioria dos
animais acostuma-se a viver com um ectrópio leve.
A operação, realizada com anestesia, consiste em
elevar a pálpebra inferior por diversos processos. As
suturas de pequeno tamanho, frágeis, devem ficar

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protegidas durante o tempo de cicatrização. Nos casos complicados, podem coexistir


entrópio e ectrópio, em particular no São Bernardo e no Dogue Alemão: é o que se
chama de 'olho de diamante', cuja correção cirúrgica se torna particularmente difícil.

Cataratas: a catarata, que é a opacificação do cristalino, pode ser classificada de


acordo com sua etiologia, e a maioria das cataratas, em cães, é de caráter hereditário
e de manifestação bilateral. Em gatos, o processo geralmente é secundário a outras
oftalmopatias, como as uveítes, por exemplo. A catarata pode ser desencadeada por
doenças como o diabetes e as uveítes, pelo contato com substâncias tóxicas e pela
presença de tumores intra-oculares. O tratamento para a catarata é essencialmente
cirúrgico, através de métodos tradicionais ou, atualmente, por meio de
facoemulsificação, no qual o emprego de caneta com poder ultrassônico permite
quebrar e aspirar a catarata, possibilitando a obtenção de excelentes resultados.

Glaucoma: o glaucoma não é caracterizado apenas por um aumento na pressão intra-


ocular, mas como uma doença com múltiplas etiologias que resulta na destruição da
função e estrutura ocular. Pode ser decorrente da má formação ou obstrução do
ângulo de drenagem; bloqueio pupilar (nos casos de uveíte) e luxação ou sub-luxação
do cristalino. Estes fatores acarretam a não eliminação do humor aquoso e
conseqüente aumento da PIO (pressão intra-ocular), que é detectada por meio de
tonômetro eletrônico. A predisposição para o glaucoma pode ser detectada à
gonioscopia (exame do ângulo de drenagem do humor aquoso). A doença se
manifesta por sinais clínicos como edema de córnea, congestão de vasos oculares,
midríase (dilatação da pupila), aumento da PIO (pressão intra-ocular) e do bulbo do
olho, dor e blefaroespasmo. A terapia visa a diminuir a produção do humor aquoso ou
a aumentar a sua drenagem, podendo ser clínica ou cirúrgica. O prognóstico em
animais é bastante reservado, sendo o tratamento raramente curativo e nem sempre
eficaz.

Conjuntivites: os animais que sofrem mais desse mau normalmente são aqueles que
andam no carro com o rosto para fora do vidro, isso faz com que entrem corpos
estranhos irritando a mucosa. Outro fator que devemos ficar atento é que conjuntivite é
sintoma de cinomose, além do que isso pode ocorrer também devido alergias que
levam o animal a desenvolver a conjuntivite, porém, isso é mais raro. E vale lembrar
que possuem animais que têm os olhos excessivamente lacrimejantes e com remelas
devido a grande infestação de vermes por isso de 6
em 6 meses ou 1 vez ao ano é recomendado o
vermífugo.O animal que estiver com conjuntivite
provavelmente apresentará inchaço nas pálpebras,
vermelhidão, edema e corrimento ocular que pode ser
seroso, mucoso ou purulento. É necessário levar o
animal para avaliação no veterinário para que o
mesmo possa indicar um colírio adequado e a
freqüência de uso e dependendo do caso até
antibióticos.

Úlcera de córnea: a úlcera de córnea acontece


quando algo “arranha” a superfície do olho. As
condições mais comuns incluem contato com plantas
e galhos de árvore, arranhão por um outro animal
(especialmente gatos) ou por si mesmo (ao coçar ou
esfregar o olho contra móveis e chão), produtos
químicos e corpo estranho.Um colírio corante especial
é utilizado pelo veterinário para confirmar a lesão

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(úlcera) de córnea. Quando a córnea está danificada, esse colírio colante se adere ao
redor da lesão corando apenas a região afetada. Uma úlcera de córnea não
complicada deve ser capaz de se regenerar facilmente. Uma vez que a córnea
danificada está sujeita a infecções, um antibiótico local é aplicado até 4 vezes por dia.
A segunda parte do tratamento é o alívio e controle da dor. Isso é feito com a
aplicação de um colírio que reduz a contração e espasmos da pupila uma vez que
essa é a responsável pela dor. Essa medicação causa a dilatação da pupila e por isso
alguns animais ficam mais sensíveis à luz enquanto usam essa medicação.

AULA 33: As principais enfermidades que


acometem os gatos
Imunodeficiência felina: o vírus da imunodeficiência felina (FIV) pertence a
mesma subfamília do vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS,
porém é espécie-específico, ou seja, infecta apenas felinos. O principal meio de
transmissão se dá através de mordeduras, através de transfusão de sangue, da mãe
para o filhote, caso ela se infecte durante a gestação, e através da amamentação.
Acredita-se que ele também possa ser transmitido pelo contato prolongado com
animais soropositivos, por compartilhar vasilhas de comida e água, possibilitando o
contato com a saliva dos animais contaminados.

Os animais mais suscetíveis são os machos inteiros (não castrados) e gatos de


vida livre ou domésticos que têm acesso a rua, pois a transmissão por ferimento de
mordedura pode ocorrer durante as brigas. Gatos que vivem em ambientes com
muitos animais, com introdução frequente de gatos novos, também estão expostos.

O vírus infecta primariamente as células de defesa (linfócitos), destruindo-as


lenta e gradualmente. O animal passa por cinco fases da doença até chegar na
imunodepressão, que é a última fase, chamada fase AIDS. Isto demora anos, e uma
das características da doença é o longo período de latência, ou seja, o animal
infectado não apresenta nenhum sintoma durante anos (portador assintomático). Não
existe um sintoma específico, o que vai chamar a atenção são sintomas de baixa
imunidade. Animal que apresenta infecções frequentes, ou recorrentes, doenças
incomuns, perda de peso, febre de origem desconhecida, são prováveis soropositivos.
Pode também apresentar anemia e alguns tipos de tumor.

Leucemia felina: é causada por um


retrovírus, transmitido através de mordidas,
lambidas ou da mãe para o filhote via útero
ou amamentação. Após a infecção pelo vírus,
a habilidade do sistema imune do animal
determinará a forma clínica da doença (que
são quatro) e influenciará nos resultados dos
testes para detecção dos antígenos virais.

O vírus da Leucemia Felina causa


várias alterações proliferativas e
degenerativas. Os sintomas variam de
acordo com os órgãos envolvidos e incluem

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dificuldade para respirar, apatia, perda de apetite, febre, gengivite, estomatite.

O vírus é pouco resistente ao ambiente, desaparecendo em uma semana.

Peritonite infecciosa felina: a peritonite infecciosa felina (PIF) é uma doença viral, de
caráter imunomediado, causada por uma variante mutante do coronavírus entérico
felino (RNA vírus), que acomete os gatos domésticos e felinos selvagens como leões e
leopardos. O agente é sensível a detergentes e desinfetantes comuns e resiste no
ambiente por semanas. Pode ser transmitido por via transplacentária ou através do
contato direto e contínuo de secreções orais e respiratórias. A eliminação do vírus se
dá pela saliva, urina e fezes.

Alguns fatores são predisponentes tais como: faixa etária (animais de 6 meses
a 2 anos de idade e gatos idosos), predisposição racial (persa, abssínio, bengal,
birmanês, himalaio), superpopulação em gatis e abrigos, desnutrição, doenças
infecciosas crônicas e concomitantes como FeLV e FIV e o uso de fármacos
imunossupressores. O período de incubação é indeterminado podendo ser de
semanas a meses.Por se tratar de uma doença imunomediada, o animal infectado
pode desenvolver a doença quando possuir uma imunidade celular parcial (PIF seca)
ou fraca (PIF efusiva).Na PIF efusiva a evolução ocorre de 2 a 6 semanas após o
aparecimento dos sintomas que incluem: febre, apatia e anorexia, aumento do volume
abdominal (ascite), efusão torácica e/ou pericárdica, dispnéia, taquipnéia e cianose,
perda de peso, icterícia, linfoadenomegalia mesentérica. Já na forma não efusiva
(seca) a evolução da doença é lenta e os sintomas são: febre, apatia e anorexia, perda
de peso, uveíte, icterícia, linfoadenomegalia e alterações no sistema nervoso central
(SNC).

Afecções respiratórias dos felinos:


As doenças do trato respiratório são muito comuns em medicina felina, e
podem ser causadas por bactérias, fungos, vírus ou processos alérgicos. Vamos dar
enfoque a doenças provocadas por vírus. Os dois tipos de vírus mais comuns nas
doenças respiratórias dos felinos são: o Herpesvirus e o Calicivirus. Ambos provocam
sintomas muito semelhantes. O
Herpesvirus causa uma doença
chamada rinotraqueíte,
conhecida como "a gripe do
gato", pois os sintomas são
parecidos com os de uma
gripe. Os animais afetados com
um destes vírus apresentam
espirros, conjuntivite (podendo
ou não ter úlceras na córnea),
febre, falta de apetite, tosse,
lesões na boca (úlceras),
pneumonia.

Gatos de qualquer idade


podem ser afetados, mas os
filhotes são mais susceptíveis e
ficam mais debilitados,
podendo vir a óbito ou ficar
cegos em decorrência das
lesões oculares. As úlceras na

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boca causam dor e impedem o animal de comer, portanto, quanto mais cedo se iniciar
o tratamento melhor as chances de recuperação do animal.

A transmissão ocorre através do contato direto entre gatos saudáveis e


doentes, e o espirro é a maior fonte de infecção, pois libera partículas virais para uma
área de até meio metro. Os animais que se recuperam tornam-se portadores do vírus,
podendo apresentar recidivas freqüentes da doença, principalmente após períodos de
stress.

Para o controle deve-se manter o ambiente limpo e desinfetado, com


densidade populacional baixa e o local onde os animais permanecem deve ser bem
ventilado. Os gatos doentes devem ser isolados dos saudáveis. A doença não é
transmissível para cães ou pessoas. A vacina é o melhor meio de prevenção contra os
dois tipos de vírus, e somente animais saudáveis devem ser vacinados.

Asma felina: a asma é uma doença causada por alergia que obstrui o fluxo
aéreo deixando os canais respiratórios muito estreitos, impedindo com que o ar saia
normalmente dos pulmões. Respirar torna-se um incomodo constante, essa doença
deve ser tratada com medicamentos apropriados, caso contrário pode agravar-s e ao
ponto de o paciente chegar a um estado grave em que ocorre falta de oxigenação
seguida de morte.

Os sintomas incluem uma tosse que é tão violenta que acaba por desencadear
o vômito ou a rejeição de líquidos digestivos. Um gato em crise fica prostrado no solo,
com os cotovelos afastados, o pescoço esticado, de boca aberta e língua de fora,
evidenciando por vezes umacoloração azulada por efeito da cianose (oxigenação
insuficiente). A afecção resulta de uma hiperatividade das vias respiratórias que se
traduz pela contração dos músculos lisos (broncoespasmo) e uma inflamação por
contacto com alérgenos aéreos. Os antibióticos possuem fraca utilidade neste tipo de
afecção respiratória devido ao fato de não possuir caráter infeccioso, exceto em casos
de infecção secundária. Os anti-inflamatórios esteróides geralmente permitem
controlar a crise e a melhorar o estado do doente.

Fig. 11: alterações que ocorrem a nível de


brônquios em episódios de asma.

Hemobartonelose felina: A Hemobartonelose é também conhecida como Anemia


Infecciosa Felina (AIF), é causada pelo parasita Haemobartonella felis, que ataca a

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superfície das células vermelhas. Quando estas células são detectadas como
anormais pelo sistema imunológico, são destruídas no baço. Não se acredita em
predileção por sexo ou idade, entretanto machos são mais afetados nas populações
com a doença, possivelmente pelo estilo de vida. Gatos afetados geralmente
apresentam letargia e anorexia de duração de 1 ou 2 dias. O exame clínico é muito
importante, revela mucosas pálidas e/ou ictéricas, temperatura normal, taquipnéia e
aumento considerável do baço. O modo de transmissão ainda não é conhecido
completamente, mas suspeita-se de que qualquer via
sanguínea transmite de um gato ao outro. Transfusões com sangue infectado
mostraram uma transmissão efetiva, mas parasitas hematófagos como mosquitos e
pulgas, demonstraram resultados diferenciados na forma de transmissão. O
diagnóstico é dado a partir da detecção de anemia, com baixa de células vermelhas e
hemoglobina. Uma resposta da medula é presente e evidenciada com policromasia
(eritrócitos imaturos) e anisocitose (eritrócitos com tamanhos variados).

Toxoplasmose: a toxoplasmose é uma zoonose parasitária causada pelo protozoário


Toxoplasma gondii, responsável por causar lesões clínicas polissistêmicas. Este
parasita possui distribuição em todas as áreas do mundo onde há gatos, pois estes
são hospedeiros definitivos do parasita, isto é, são os únicos que completam a fase
sexuada do parasita, a qual leva à excreção de oocistos nas fezes. Este padrão de
multiplicação denomina-se ciclo enteroepitelial.Os hospedeiros intermediários, que
podem ser a maioria das aves, anfíbios, peixes, répteis e mamíferos (incluindo os
seres humanos), se infectam pela ingestão de oocistos esporulados oriundos das
fezes dos gatos infectados, fechando assim, o ciclo evolutivo parasitário.

Os gatos tornam-se infectados pela ingestão de oocistos esporulados, ou pela


ingestão de cistos extra-intestinais nos tecidos dos hospedeiros intermediários(ex:
caça, carne crua).

Os sinais e sintomas clínicos geralmente não estão associados ao ciclo


enteroepitelial nos gatos. Após a infecção, excretam oocistos em suas fezes durante
três semanas, aproximadamente e tornam-se infectantes (esporulados) em dois ou
três dias. Os sinais e sintomas clínicos da toxoplasmose podem ocorrer em
hospedeiros intermediários, inclusive os gatos, durante a fase aguda da infecção extra
intestinal. As síndromes clínicas mais comuns são : deficiências neurológicas,
retinocoroidite, polimiosite (inflamação com dor e degeneração dos músculos),
linfadenopatia, hepatite, pancreatite, granuloma intestinal, abortamento e moléstia
neonatal.

INFORMAÇÕES DE IMPORTÂNCIA E PREVENÇÃO NA INFECÇÃO HUMANA

Infecções extra-intestinais ocorrem em seres humanos, e os sintomas são


similares aos ocorrentes nos cães e gatos.

A infecção humana ocorre com a ingestão de trofozoítos na carne crua ou mal


cozida, ingestão de oocistos proveniente das fezes de gato e pela via transplacentária.

As infecções humanas em sua maioria são assintomáticas, mas a infecção


congênita do feto humano, através da transmissão placentária representa a maior
ameaça aos seres humanos. Podem resultar em morte fetal e em abortamento no

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primeiro trimestre de gravidez, ou em deficiências neurológicas e visuais no último


trimestre de gravidez. Visto que a infecção humana pode ocorrer em decorrência da
exposição aos oocistos nas fezes do gato, mulheres grávidas não devem limpar as
caixas de necessidades. Estas caixas devem ser higienizadas diariamente para que se
impeça que os oocistos se tornem infectantes.

Os gatos não devem receber carne crua e nem devem caçar (passarinhos,
ratos, etc.), quando houver uma gestação. Deve-se lembrar também que, a infecção
humana pode ser contraída pela ingestão de carne crua ou mal cozida, e não apenas
a partir das fezes de gato.

AULA 34: Zoonoses


Zoonose é um termo da medicina que designa as doenças e infecções
transmitidas para o homem através dos animais. É uma palavra de origem grega
formada por “zoo”, que significa "animal" e “noso”, que significa "doença".
As zoonoses são transmitidas pelos animais através de vírus, bactérias, fungos e
outros microorganismos diversos. As zoonoses mais comuns são:

 Toxoplasmose (transmitida principalmente pelos felinos que são hospedeiros


definitivos do protozoário da doença);
 Leptospirose (muito comum em época de chuvas porque é transmitida através
do contato com a pele ou pela ingestão de alimentos contaminados com a
bactéria);
 Raiva (doença provocada por vírus e transmitida através da mordida de um
animal contaminado);
 Dengue (transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti);
 Histoplasmose (os fungos presentes em fezes secas de passarinhos, pombos
ou morcegos são causadores dessa doença).
Das diversas zoonoses existentes, há aquelas que raramente afetam o homem,
por exemplo, a Febre Aftosa ou
a Leishmaniose, mas são
muito graves quando afetam os
animais. Há outras zoonoses
que, de forma contrária,
raramente afetam os animas,
no entanto são muito graves
para a saúde humana, por
exemplo, Brucelose e
Hidatidose. Doenças como
Raiva ou Tuberculose bovina
são igualmente graves para o
animal e para o homem.

A Saúde Pública
Veterinária é a área
responsável pela criação de
medidas de controle e combate
de zoonoses.

Pessoas que possuem


animais domésticos devem

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levá-los constantemente ao veterinário com o objetivo de checar a existência de


zoonoses. Além disso estas pessoas também devem levar seus animais para tomar
todas as vacinas necessárias. Não entrar em contato com animais doentes e evitar se
expor em locais (matas, florestas, bosques) com grande presença de animais
silvestres.

A transmissão das zoonoses pode ocorrer através das seguintes vias:

1) TRANSMISSÃO DIRETA: um hospedeiro ertebrado infectado transmite o


parasita outro hospedeiro vertebrado suscetível através do contato direto.
Ex.: a raiva, brucelose, carbúnculo hemático, sarnas, microsporidioses,
tricofitoses.

2) TRANSMISSÃO INDIRETA: Pode ocorrer através de diferentes vias:

2.1) Alimentos - Ex.: leptospirose, botulismo, carbúnculo hemático, brucelose,

tuberculose, salmoneloses, teníases, triquinelose.

2.2) Secreções - Ex.: Raiva, brucelose.

2.3) Vômitos - Ex.: leptospirose, peste, sarna, brucelose.

2.4) Artrópodes - Ex.: febre amarela, encefalomielite equina, tifo e peste.

A importância das zoonoses na saúde pública reside na prevenção do evento


denominado “ciclo econômico da doença”. Isso ocorre nos países em
desenvolvimento, onde a canalização de recursos é dirigida para a assistência médica,
resultando em pouco investimento na área da medicina preventiva. A ocorrência de
"doença" na população acarreta a baixa produção de bens e serviços com a
conseqüente redução dos níveis salariais. O baixo poder aquisitivo da população
conduz a padrões deficientes de alimentação, moradia inadequada e à diminuição do
nível de educação. Esse ciclo viciosa fecha-se com a ocorrência de mais doença,
diminuindo ainda mais o potencial de trabalho da população humana.

Das doenças obrigatoriamente notificáveis


de acordo com as Normas Técnicas Especiais
relativas à Preservação da Saúde, dez
pertencem ao Grupo de Zoonoses a saber:
Febre Amarela, Peste, Leptospiros e, Raiva
Humana, Carbúnculo Hemático, Tuberculose,
Brucelose, Ricktesioses, Arboviroses e Doença
de Chagas.

No Brasil não existem muitos dados


confiáveis e disponíveis a respeito dos índices
de ocorrências de zoonoses. Isso ocorre devido
á grande extensão territorial, escassez de
serviços de saúde e de recursos médicos em
muitas regiões a deficiente educação sanitária
de grande parte da população e diversos
problemas de esfera administrativa e política.

Algumas zoonoses não constituem


problema de saúde pública propriamente
dito,porque raros são os casos humanos até
hoje descritos. A Febre Aftosa enquadra-se

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neste contexto; embora não acarrete prejuízos diretamente à saúde pública é


responsável por grandes perdas na pecuária, e, implicitamente, à economia nacional.

Por outro lado, a raiva urbana apresenta coeficientes de morbidade e mortalidade


baixos, porém, constitui um grande problema para a Saúde Pública em função de
letalidade no homem ser de100%. Nos casos de acidentes com animais suspeitos,
várias pessoas são envolvidas, o que acarreta um grande ônus ao Estado com o
tratamento preventivo aos expostos ao risco de infecção. Em saúde animal, na raiva
silvestre (rural) os prejuízos são decorrentes da perda, às vezes, de grande número de
animais de um mesmo rebanho.

O homem recebe o vírus da raiva através do contato com a saliva do animal


enfermo. Isto quer dizer que, para ser inoculado, não precisa necessariamente ser
mordido - basta que um corte, ferida, arranhão profundo ou queimadura em sua pele
entrem em contato com a saliva do raivoso. Independente da forma de penetração, o
vírus se dirige sempre para o sistema nervoso central. O tempo de incubação, porém,
varia com a natureza do vírus, o local da inoculação e a quantidade inoculada. Se o
ponto de contágio tiver sido a cabeça, o pescoço ou os membros superiores, o período
de incubação será mais breve, porque o vírus atingirá a região predileta com maior
rigidez. A partir daí, o vírus migra para os tecidos, mas sobretudo para as glândulas
salivares, de onde é excretado juntamente com a saliva.

Tanto no homem como nos animais, quando os sintomas da moléstia se


manifestam, já não há mais cura possível - a morte é certa. Assim, todo tratamento
tem que ser feito durante o período de incubação, quando o paciente não apresenta
sintomas e não manifesta queixas. No homem, o primeiro sintoma é uma febre pouco
intensa (38 graus centígrados) acompanhada de dor de cabeça e depressão nervosa.
Em seguida, a temperatura torna-se mais elevada, atingindo 40 a 42 graus. Logo a
vítima começa a ficar inquieta e agitada, sofre espasmos dolorosos na laringe e
faringe e passa a respirar e engolir com dificuldade. Os espasmos estendem-se depois
aos músculos do tronco e das extremidades dos membros, de forma intermitente e
acompanhados de tremores generalizados, taquicardia e parada respiratória.

Qualquer tipo de excitação pode provocá-los (luminosa, sonora, aérea, etc.). O


homem, ao contrário do cão, torna-se hidrófobo (sofre espasmos violentos quando vê
ou tenta beber água). Freqüentemente experimenta ataques de terror e depressão
nervosa, apresentando tendência à vociferação, à gritaria e à agressividade, com
acessos de fúria, alucinações visuais e auditivas, baba e delírio.

Esse período de extrema excitação dura cerca de três dias, vindo, a seguir, a
fase de paralisia, mais rápida e menos comum nos homens do que nos animais. É
então que se nota paralisia flácida da face, da língua, dos músculos da deglutição, dos
oculares e das extremidades dos membros. Mais tarde, a condição pode atingir todo o
corpo.

Às vezes, a moléstia pode manifestar evolução


diferente: surge com a paralisia progressiva das
extremidades e logo se generaliza. Mas, seja qual for o
tipo, a raiva sempre apresenta uma evolução fatal para o
paciente.

A Leptospirose, a Raiva, as Salmoneloses, a


Brucelose e as Teníases ocorrem em todos os Estados da
Federação. As arboviroses apresentam elevada
prevalência nas zonas de matas, Amazônia principalmente,

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mas, levantamentos epidemiológicos demonstram infecções humanas com ou sem


manifestações clínicas, em outras regiões, tal como o sul do país, Mato Grosso, Minas
Gerais e Rio de Janeiro.

A Hidatidose tem incidência primordial no Rio Grande do Sul atingindo ainda


Santa Catarina e Paraná e representa um grave problema de Saúde Pública. O
mesmo ocorre com a Cisticercose, que ainda constitui um risco permanente para os
consumidores de carne suína.

A Leptospirose apresenta prevalência moderada nos rebanhos bovino e suíno. A


distribuição geográfica da leptospirose é cosmopolita, no entanto a sua ocorrência é
favorecida pelas condições ambientais vigentes nas regiões de clima tropical e
subtropical, onde a elevada temperatura e os períodos do ano com altos índices
pluviométricos favorecem o aparecimento de surtos epidêmicos de caráter sazonal. É
uma zoonose de alta importância devido aos prejuízos que acarreta, não só em nível
de saúde pública, face à alta incidência de casos humanos, como também
econômicos, em virtude do alto custo hospitalar dos pacientes, da perda de dias de
trabalho e das alterações na esfera reprodutiva dos animais infectados.

A Brucelose apresenta alta morbidade e baixa mortalidade; todavia é um problema de


saúde ao nível de grupos profissionais, tais como empregados de matadouros, granjas
leiteiras, veterinários e tratadores de animais, embora acarrete, anualmente,
consideráveis prejuízos à pecuária e a suinocultura. Sintomas no humano: pode variar,
desde casos leves quase sem sintomas, até outros com dor de cabeça, ebre, vômitos,
mal estar geral, conjuntivite, “manchas escuras “na pele (petéquias hemorrágicas), as
vezes icterícia (“pele amarelada”), meningite, encefalite, e casos que podem chegar
até a morte.

A tuberculose é uma das principais zoonoses transmitidas pelo bovino ao homem.


O controle desta enfermidade depende da constante vigilância sanitária veterinária
dentro de um contexto de um programa nacional de controle da doença. A tuberculose
ressurge hoje como a doença infecciosa que mais mata em todo o mundo, causando
aproximadamente três milhões de mortes a cada ano. São diagnosticados dez milhões
de casos novos a cada ano, principalmente nos países do Terceiro Mundo. O advento
da síndrome de imunodeficiência adquirida -AIDS, em muito colaborou para o aumento
no número de casos de tuberculose nos grandes centros urbanos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a tuberculose como zoonose é


preocupante, principalmente nos países em desenvolvimento, onde o conhecimento
do problema é escasso. Assim, são necessárias melhorias nos aspectos de saúde
pública veterinária em relação à
infecção por M.bovis, especialmente
nas populações de risco. Grupos
ocupacionais, como magarefes e
tratadores de animais são os
principalmente afetados.

A tuberculose bovina era


considerada como o maior problema
em saúde pública por sua
transmissão ao homem através do
leite de vacas infectadas. Contudo, o
desenvolvimento da pasteurização

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contribuiu intensamente para minimizar esse problema.

A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição universal muito importante e


freqüente em nosso meio, e alguns autores citam que 1/3 da população humana
mundial esteja afetada, a grande maioria de forma benigna, crônica e assintomática .
Esta zoonose constitui-se em grave problema para saúde humana podendo causar
lesões sistêmicas principalmente neurológicas e oculares que resultam em graves
seqüelas como cegueira, retardo mental e deformidades congênitas.

Os principais sintomas caracterizam-se por problemas oculares, musculares,


articulares, cardíacos e cerebrais. A toxoplasmose não se manifesta com muita
freqüência: na maior parte das vezes assume a forma benigna. Porém, quando
adquirida durante a vida intra-uterina, pelo via trans-placentária, provoca lesões
severas.

A transmissão pode acontecer pelas vias placentárias (da mãe infectada para o
feto), transfusões de sangue, transplantes ou acidentes em laboratórios, pela ingestão
de cistos presentes em carnes cruas ou mal cozidas e também pela ingestão ou
inalação de oocistos presentes no solo, alimentos, fezes e manuseio de fezes de gatos
sem posterior higienização

EXERCÍCIO:

1- Discurse sobre a importância da medicina preventiva para a saúde


pública.

AULA 35: Monitoramento dos sinais


vitais
Os sinais vitais dão informações importantes sobre funções básicas do
corpo. Através deles diagnosticamos alterações da função corporal.
Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o
auxílio do exame clínico do animal, destacam-se pela sua importância e
por nós serão abordados: a auscultação cardíaca, o pulso, a temperatura
corpórea e a respiração. Vale lembrar que qualquer diagnóstico baseado
nos sinais vitais só pode ser dado pelo médico veterinário.

Auscultação cárdica:
O instrumento utilizado para a auscultação cardíaca é o
estetoscópio, que também pode ser utilizado na auscultação
pulmonar, dentre outras situações. Os principais componentes
são:

 Olivas auriculares: peças em formato anatômico, que se


encaixam ao canal auditivo do examinador.
 Tubo(s) de condução: haste(s) em forma de Y que
permitem a transmissão do som com pouca distorção da
campânula ou diafragma aos ouvidos do examinador.
 Campânula: Peça de contato com o corpo do examinado,

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com formato de campânula, mais apropriado para percepção de sons graves.


 Diafragma: Peça de contato com o corpo do examinado, com formato de
campânula, mas limitada por uma membrana, mais apropriado para percepção
de sons agudos.
Técnica:

Realize a auscultação em uma sala quieta, sem barulho e com o paciente


calmo. Posicione o paciente em pé, se possível, de forma que o coração fique em sua
posição normal. Avalie o coração independentemente dos

pulmões; se for preciso segure o focinho do


animal para prender a respiração por alguns
segundos. Primeiro ausculte do lado
esquerdo do tórax, depois do lado direito. O
local correto de se colocar o diafragma do
estetoscópio é embaixo das axilas do
animal, ou onde você sentir a pulsação do
coração (faça isso colocando a mão sobre a
parede do tórax e procurando onde o
coração “bate mais forte”).

Conte as batidas durante 15


segundos e depois multiplique por 4 para
saber quantas batidas por minuto (bpm)
aquele animal apresenta. Se auscultar
algum ruído estranho (um sopro por
exemplo) avise ao veterinário.

Frequência cardíaca

Cão Gato

Calmo 50 a 90 bpm 90 a 120 bpm

Durante o exame 80 a 160 bpm 140 a 220 bpm

Exercício 230 bpm 230 bpm

Pulso:
A pulsação ocorre com a contração
do ventrículo esquerdo, havendo uma
ejeção de um volume de sangue na
aorta, e dali, para as demais artérias
do corpo, sendo que uma onda de
pressão desloca-se rapidamente pelo
sistema arterial, onde pode ser
percebido como pulso arterial.
Portanto o pulso é a contração e
expansão alternada de uma artéria. O
melhor local para aferir o pulso nos

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animais é na artéria femoral, do lado interno da coxa. Pode-se tentar


aferir também nas carótidas (ao lado da veia jugular) no pescoço e cinco
centímetros atrás do cotovelo do cachorro, no meio do peito, assim como
na figura ao lado. Conte as pulsações também em 15 segundos e
multiplique por 4. É importante também verificar se o pulso é forte ou se
está fraco.

Temperatura:
Os cães têm uma temperatura corporal
mais alta do que os humanos. Para
adultos, a temperatura ronda os 38 ºC,
sem que isso indique que estejam com
febre. Temperaturas mais baixas ou
mais altas podem ser perigosas.
Nestes casos deve ligar ou levar o cão
ao veterinário. No veterinário, a
temperatura dos cães pode estar mais
alta devido à ansiedade, mas valores
normais não ultrapassam os 39 ºC.

Num cachorro recém-nascido, a temperatura é geralmente mais baixa. Logo após o


nascimento, a temperatura pode ser tão baixa quanto 35,5, mas tende
progressivamente a aumentar até 36,5/37 ºC. Para medir a temperatura do cão pode
utilizar um termômetro de humanos, mas como nos animais se mede a temperatura
retal, convém que o termômetro seja só utilizado no cão.

Antes de inserir o termômetro no reto, deve lubrificá-lo com vaselina ou um produto


semelhante para não causar incômodo no animal. Depois, levante a cauda do cão e
mantenha-a segura para que o cão não se consiga sentar. Insira o termômetro no reto
do animal cerca de 2/3 cm em cães pequenos. Em cães gigantes poderá ter de inserir
até 5/6 cm.

Retire o termômetro 1 a 2 minutos depois, limpe com um pano e veja quantos graus
marca. Depois limpe o termômetro com álcool e guarde-o.

É necessário algum cuidado para que cão não faça movimentos bruscos ou se sente
enquanto lhe mede a temperatura e podem ser necessárias duas pessoas, uma para
segurar o cão e outra para segurar o termômetro, caso não tenha experiência. Existe o
risco de o termômetro se partir. Nesse caso não tente retirá-lo. Ligue imediatamente
ao veterinário e siga as indicações.

Frequência respiratória:

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Os cães adultos respiram, inspiram e expiram, cerca de 10 a 30 vezes por


minuto, em repouso, podendo ser mais alta, 40 por minuto, quando em exercício. Os
recém-nascidos têm em média por 15 a 35 respirações em 60 segundos. Mais uma
vez, os cães pequenos têm geralmente uma respiração mais acelerada do que os
cães de maior porte. É fácil contar o número de respirações nos cães, basta observar
os movimentos da caixa torácica ou colocar a mão sobre o peito para os sentir.

AULA 36: Primeiros socorros para cães e


gatos:
Primeiro socorro é o tratamento imediato e provisório dado em caso de
acidente ou enfermidade imprevista. Geralmente se presta no local do acidente e, com
exceção de certos casos leves, até que se possa por o animal a cargo de um
veterinário para tratamento definitivo.

O intuito é orientar sobre como agir em situações em que o socorro imediato


ao animal se faz necessário. E disso, muitas vezes, irá depender a vida do animal até
que o socorro veterinário seja possível. Aprenda como agir em casos como
atropelamentos, convulsões, envenenamentos, picadas de cobra, etc.

A primeira providência a ser tomada é examinar o animal. Geralmente se vê de


imediato qual é o sintoma e/ou a lesão presente, mas apesar disso, sempre é
conveniente um breve exame do animal para observar outros sintomas e/ou lesões
importantes, além daquelas evidentes. Com uma observação mais cuidadosa,
rapidamente se poderá determinar se há hemorragia, vômitos, diarréia, perturbação na
respiração, batimentos cardíacos fracos, perda dos sentidos, estado de choque.
Obviamente deve se dar uma prioridade de atenção aos sintomas mais graves, em
vez de se buscar outras lesões de menor gravidade.

Primeiramente observe qualquer mudança de comportamento: se o animal é


normalmente assustado e passa a querer ficar ao lado do proprietário, pode ser que
não esteja se sentindo bem.

Examine a pelagem e os pêlos do animal, veja se está uniforme, se apresenta


regiões com falhas, prurido, lesões, aumentos de volume, odor, etc.

Observe a posição do corpo, examine os membros. Se um membro apresenta


posição muito anormal, provavelmente há fratura ou luxação. Se a fratura for de
coluna, o caso é bastante sério podendo haver perda de movimentos dos membros
posteriores ou mesmo anteriores.

Examine o pescoço, a cabeça, se há ferimentos, saliências, depressões,


hemorragia. Observe os olhos, a boca, se há dentes quebrados, coloração das
gengivas, o hálito do animal, presença de queimaduras provocadas por algum produto
cáustico, corpos estranhos que possam prejudicar a respiração de um animal semi-
consciente, os quais devem ser retirados imediatamente, se visualizados. Se o animal
não perdeu os sentidos e estiver com muita dor, cuidado ao tocá-lo. Mesmo que seja
bastante manso, se a sensibilidade for grande, animal pode se tornar perigoso.
Sempre é bom salientar que nestes casos de animais assustados ou sentindo dores,

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convém limitar seus movimentos, aproximando-se com calma e tranqüilizando-os com


palavras de carinho. A primeira providência, em caso de cães, é amordaçá-los com
uma tira de tecido macio, barbante ou algo semelhante. No caso de um gato
assustado, o mesmo pode ser contido com auxílio de uma toalha, deixando uma
pequena abertura para respirar e evitando que ele arranhe, enrolando-o
completamente.

Observe o tórax, poucas vezes se vêem deformações do tórax por


afundamento das costelas, mas com freqüência, se houver fraturas das mesmas num
caso de atropelamento, por exemplo, produzirão muita dor até quando o animal
respirar.

No abdômen um dos pontos mais importantes de ser observado é se há ou


não rigidez dos músculos da parede abdominal. Se houver poderemos estar diante de
um caso grave de ruptura de alguma víscera oca. Neste caso somente uma cirurgia
urgente poderá salvar o animal.

Examine a cauda, o ânus, os órgãos genitais de seu animal quando ele


estiver saudável para reconhecer odores normais e a anatomia das regiões. Qualquer
aumento de sensibilidade, variação na cor ou alteração nos odores é importante de ser
avaliado.

Analise se o caso é de emergência ou urgência.

Emergência: requer medidas imediatas das quais a vida do animal irá depender.
Exemplo - hemorragia, parada cardíaca e/ou respiratória, atropelamento,
envenenamento, choque elétrico, afogamento, inalação de fumaça em incêndio, etc..

Urgência: são casos de menor gravidade, mas que devem ser socorridos a tempo
para que o animal não tenha complicações mais graves. Exemplo: vômito ou diarréia
intensos, piometra (infecção uterina nas cadelas), ausência de urina por mais de 24hs,
convulsão e outros.

Seja qual for o caos, sempre devemos procurar manter a calma, para que erros
não sejam cometidos e práticas simples possam ser colocadas em prática. Devemos
também procurar perceber se o animal entrou em choque (deficiente suorimento de
sangue para os órgãos vitais, que pode ser fatal). Os sintomas que um animal em
estado de choque apresenta são: temperatura do corpo baixa, principalmente nas
extremidades como patas e orelhas, batimentos
cardíacos acelerados, respiração acelerada pode
ou não haver perda da consciência e gengivas
muito pálidas.

O animal pode entrar em choque em casos


de hemorragia grave, atropelamento,
envenenamento, choque elétrico intenso,
desidratação grave, queimaduras graves e outras
situações de emergência.

O que fazer:

1. manter o animal deitado de lado

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2. manter a cabeça e região do tronco mais baixos do que a parte traseira do corpo.
Isso garantirá que o sangue chegue ao cérebro e coração.
3. aquecer o animal: enrole-o em um cobertor e coloque uma bolsa de água quente ou
garrafa com água quente próximo ao animal, se for possível.
4. coloque a língua do animal para fora de um dos lados da boca, para garantir que a
respiração não seja obstruída.
5. estanque qualquer hemorragia (ver conduta em casos dehemorragia)

Sempre deve-se procurar transportar ou movimentar o animal delicadamente para


evitar traumatismos maiores e evitar que ele sinta dores. Se possível, improvise uma
maca com uma toalha grande ou cobertor. Procure auxílio veterinário o mais rápido
possível.

Emergências:
Parada cardíaca e/ou pulmonar: podem ocorrer isoladas ou conjuntamente.

 quando ocorre: em casos de animais que receberam forte choque ao morder fio
elétrico, atropelamentos, quedas ou traumatismos graves, animais cardíacos,
afogamentos, etc...
 sinais: colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito do animal, não há
sinais de batimentos cardíacos e/ou observando o tórax do animal, não há
movimentos respiratórios.
 o que fazer: deve-se proceder a massagem cardíaca e respiração artificial
dentro de, no máximo, 5 minutos. Deitar o animal sobre o lado direito.

Respiração artificial: com a sua mão, feche a boca do


animal segurando firmemente o focinho. Eleve a
cabeça do animal e encoste sua boca no focinho dele
(você pode usar um lenço fino para evitar o contato
direto). Sopre para dentro das narinas até sentir que o
peito do animal se eleva. Deite a cabeça do animal e
pressione o peito dele delicadamente para que o ar
saia. Em 1 minuto, repita o procedimento 8 a 10 vezes.
Verifique se o animal volta a respirar. Continue a respiração artificial, caso ele ainda
não esteja respirando. Alterne o procedimento com outra pessoa quando você se
cansar.

Massagem cardíaca: o cão deve estar deitado sobre o


lado direito. Coloque a palma da sua mão sobre o
coração do animal (veja a ilustração). Faça uma
pressão firme e rápida sobre a região e solte. Você
deve pressionar rapidamente e soltar uma vez por
segundo. No caso de cães muito pequenos ou gatos,
usar as pontas dos dedos para pressionar o coração. Massagear por um minuto e
observar se os batimentos cardíacos voltam.

OBS: no caso de você ter que realizar conjuntamente a massagem cardíaca e


respiração artificial, faça uma seqüência de 5 ou 6 pressões sobre o coração,
intercaladas por uma respiração.

Continue realizando esse procedimento a caminho do veterinário, caso o animal ainda


não tenha voltado a mostrar sinais respiratórios ou cardíacos. Se você não tiver

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acesso rápido a um veterinário e já realizou a ressuscitação por mais de 30 minutos,


sem sucesso, dificilmente o animal sobreviverá.

Choque anafilático:
O choque anafilático pode ser causado por picadas de insetos, medicamentos
ou até alimentos… e pode ocorrer se o cão acabou de tomar uma injeção ou de ingerir
algum medicamento. Ficará com dificuldade de respirar, vomita, apresenta uma
diarréia repentina, as gengivas ficam azuladas, dentre outros sintomas sugestivos.

Em caso de suspeita de choque anafilático, deve:

1. Manter as vias respiratórias do animal desimpedidas.

2. Se necessário, aplique respiração artificial e massagem cardíaca.

3. Se os pulmões do cão se encherem de líquido, ele começará a emitir sons


gorgolejantes quando tenta respirar. Suspenda o animal por 10 segundos pelas patas
traseiras (se ele for grande terá de pedir ajuda a alguém) para tentar desimpedir as
vias respiratórias.

4. Procure a ajuda de um veterinário imediatamente, pois o tratamento urgente é


essencial. O veterinário ministrar-lhe-á medicamentos que interromperão a
dilatação alérgica das vias respiratórias.

Reações alérgicas podem evoluir repentinamente para um choque anafilático fatal, por
isso convém não desvalorizar os sintomas e ter o animal sob observação.

AULA 37: Primeiros socorros para cães e


gatos
Afecções dos olhos:
Qualquer coisa que ocorra nos olhos
pode trazer grandes prejuízos para a visão
do animal. Um simples arranhão pode
evoluir para uma úlcera de córnea, que
causará muita dor para o animal.

Quando o olho sai da órbita, não


tente recolocar o olho no lugar. Cubra com

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uma esponja ou pano limpo embebido em solução de água açucarada e mantenha


preso levemente à cabeça. Mantenha o animal mais imóvel possível e procure ajuda
veterinária rápida.

Caso seja observado uma secreção verde ou amarela, é um sinal e infecção.


Sendo assim, limpe os olhos com água morna ou colírio e fique atento a outros sinais
de doença.

Se for constatado que ocorreu queimaduras com produtos químicos, lave o


olho afetado com água limpa durante vários minutos e proteja o olho com uma atadura
até a chegada do
veterinário

Afogamento:
Em caso de
afogamento, erga o
cachorro pelas patas
traseiras. Assim, o líquido
sairá pelas vias
respiratórias. Caso a
respiração esteja
comprometida e o animal
esteja inconsciente, abra
a boca dele e puxe a língua para frente e para baixo. Com isso, você promoverá a
abertura da laringe e facilitará a passagem de ar. Tentar secar o fundo da garganta
com uma gaze ou uma toalha também pode ajudar. Este procedimento só deve ser
realizado com o animal inconsciente, para que não haja risco de ferimento por
mordedura. O animal deve ser mantido aquecido.

Se depois disso não houver movimentos respiratórios, pode-se tentar a respiração


artificial (boca a boca): feche a boca do animal e respire diretamente dentro do focinho
do mesmo - não da boca - e espere até o tórax se expandir. É preciso repetir esse
procedimento de 12 a 15 vezes por minuto. Sopre para dentro das narinas até sentir o
peito do animal se elevar e, em seguida, pressione o peito delicadamente para que o
ar saia. Este procedimento deve ser realizado de 8 a 10 vezes por minuto.

Se o animal não apresentar batimentos cardíacos, execute a massagem cardíaca.


Para isso, o animal deve estar deitado de lado. As mãos devem se cruzar na parte
inferior do tórax dele, imediatamente atrás do cotovelo, e devemos pressionar as mãos
flexionando o cotovelo e empurrando o tórax para baixo (contra o piso) por volta de 80
a 120 vezes por minuto em animais maiores e 100 a 150 em menores. No caso de
cães muito pequenos ou gatos, usa-se as pontas dos dedos para pressionar o
coração. Alternar 5 a 6 pressões sobre o coração - massagem cardíaca - com uma
respiração artificial e observar se há recuperação dos batimentos cardíacos.

Asfixia:
É um quadro que pode ser muito grave e ocasionar a morte do animal.
Com isso, devemos rapidamente descobrir a causa da asfixia e procurar fazer com
que o animal volte a respirar rapidamente. As seguintes medidas devem ser tomadas
nesse caso:

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 Abra a boca do animal com cuidado para descobrir se há algum corpo


estranho e remova-o se possível. Às vezes um cabo de colher pode
ajudar a arrancar um osso preso no céu da boca.

 Se o cão estiver inconsciente e for de pequeno porte, segure-o pelos


quadris e balance-o de cabeça para baixo para que a gravidade auxilie.

 Faça respiração artificial e/ou massagem cardíaca se perceber que o


caso é grave.

Choque elétrico:
Caso seu cão sofra um choque elétrico, você não pode, em
hipótese alguma, tocá-lo. Desligue a eletricidade e chame o
veterinário imediatamente.

Nesse caso, as medidas a serem tomadas devem ser:

 Verifique se os movimentos cardíacos e respiratórios estão


presentes, caso contrário faça respiração artificial
pressionando o costado do animal em movimentos rítmicos
por alguns minutos;
 Se houver apenas lesões ou queimaduras na mucosa oral,
trate com compressas de água fria.

Para diminuir as chances de que seu animal receba um choque


elétrico, evite deixar fios conectados à tomada em aparelhos que não
estão em uso.

Miíases (bicheira):
A miíase, ou bicheira (nome popular), é uma infestação de larvas de mosca
que ocorre principalmente em animais mantidos fora de casa, e animais que se
mostram incapazes de fazer sua higienização ou por serem idosos ou por estarem
enfermos. As larvas provocam destruição da pele, escavam tecido cutâneo e migram
para os locais corporais preferidos. As áreas geralmente envolvidas incluem a região
cervical ventral e as regiões inguinal do quarto posterior e axilar. A incidência é mais
alta no verão e no outono.

Os animais podem apresentar dor, relutar em se mover ou claudicar.No exame


clínico, encontram-se presentes um ou mais inchaços subcutâneos firmes e fistulados.
Frequentemente se observam as larvas na fístula, circundadas por tecido necrosado.
Na disposição dos ovos ou larvas de moscas nas lesões cutâneas úmidas,
comumente está presente uma ferida aberta com odor freqüentemente fétido e
característico.As infecções bacterianas secundárias das lesões são comuns e se
caracterizam por um macerado, por fístulas e úlceras. É visível grande quantidade de
larvas. Os animais podem apresentar sinais de enfermidade sistêmica em decorrência
da toxemia.As larvas também podem envolver o olho, isso é conhecido como
oftalmiíase.

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O tratamento, obviamente dependendo do tamanho da lesão, é relativamente


fácil de ser feito. Entretanto muitas pessoas querendo tratar o animal sem o saber ou
seguindo palpites de leigos pioram o quadro utilizando produtos cáusticos, cuja ação
agrava ainda mais o processo. Deve-se tentar retirar o máximo de larvas possíveis,
com o auxilio de uma pinça e de produtos larvicidas. Dependendo do local e da
agressividade do animal, o mesmo deve ser sedado.

Constipação:
A causa mais comum de constipação é a ingestão de um objeto indigerível,
como um pedaço de osso, que seja muito grande ou seco para passar facilmente pelo
ânus. Pode ser provocada também por movimentos intestinais mais lentos, hérnias,
próstatas aumentadas nos machos ou ingestão de pêlo ou grama. Uma diarréia grave
pode resultar em muito esforço e provocar confusão com constipação.

Com prevenção, deve-se evitar alimentos secos (ração, pão). Como medida a
ser tomada, pode ser dado leite de magnésio. Uma colher de chá para cada 5 kg de
peso ou qualquer outro óleo de origem vegetal. Uma colher é suficiente para pequenos
animais; para grandes animais, usar como laxante um frasco de 250 ml, que é
suficiente.Não dar qualquer laxante indicado por leigos ou balconistas mal
informados.Não dar laxante, se suspeitar que o problema é causado por qualquer
objeto ingerido (engolido), porque os laxantes podem ocasionar um aumento de força,
causando contração da parede intestinal. Em casos graves, em que há evidente
distensão abdominal e esforço abdominal para evacuar sem sucesso, deve-se
procurar rapidamente auxílio veterinário.

Convulsões:
As convulsões são comuns a uma variedade enorme de situações que
provocam o distúrbio neurológico, porém quando os quadros aparecem de forma
freqüente podemos estar diante de uma epilepsia. Outras possibilidades que poderiam
causar as convulsões são intoxicações, alterações metabólicas como hipoglicemia
(diminuição do teor de glicose do sangue), infecções virais ou
bacterianas, tumores cerebrais etc, de qualquer forma muitas
vezes fica difícil determinar a causa com exatidão, sendo somente
possível através de exames.

Em primeiro lugar, se o cão tiver uma convulsão você deve


manter a calma. Apesar de assustadoras, a maioria das
convulsões não leva a óbito.

Durante a crise convulsiva, certifique-se de que o animal


fique em um lugar onde ele não possa se ferir ou do qual ele não
possa cair. Proteja-o com almofadas para que não ocorra atritos e
ferimentos com superfícies duras. Não tente prestar nenhuma
medida de socorro além desta. Não estique ou puxe a língua do
animal.

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE

Observe a duração da crise convulsiva: em caso de crise com rápida recuperação


dos sentidos, buscar atendimento veterinário para esclarecer a causa e tratamento
para a convulsão.

Se a crise durar mais que 5 minutos ou se houver mais de quatro crises no


mesmo dia, procurar imediatamente o veterinário, em caráter de urgência, já que há
risco de sequelas graves e até mesmo de óbito.

AULA 38: Primeiros socorros para cães e


gatos
Hemorragias:
Hemorragia é toda a perda de sangue que o organismo possa sofrer, seja ela
rápida (aguda) ou de forma lenta e gradativa (crônica). Uma perda de grande volume
de sangue em pouco tempo irá provocar uma parada cardíaca, pois o coração não
terá líquido suficiente dentro dos grandes vasos sanguíneos para bombear.

 Hemorragias externas: fáceis de detectar, pois você visualiza a perda de


sangue. Normalmente, ela é provocada por um corte, perfuração ou brigas
entre cães.
 Superficiais: atingem só a pele. Os pequenos vasos que irrigam a pele são
rompidos e a perda de sangue é considerável, mas raramente fatal.

Aplique um pano limpo ou compressas de gaze sobre o corte e pressione por


alguns minutos. Mantenha a pressão até o sangramento parar. O tempo para que isso
ocorra é variável e está relacionado com a região do corte e a extensão da lesão.
Orelhas e patas sangram bastante.

Encaminhe o animal para o veterinário para a desinfecção e sutura do corte. Se


isso não for possível imediatamente, após o sangramento diminuir, limpe o local com
água oxigenada. Curativos com gaze e esparadrapo são difíceis de se manter, pois o
animal costuma retirá-los imediatamente. Desinfete e mantenha o local protegido por
uma gaze ou pano para
impedir o acesso de moscas na
lesão (podem causar miíase ou
bicheira).

 Vasos sanguíneos: se
um vaso sanguíneo for
atingido (veia ou
artéria), a hemorragia
pode ser grave e deve
ser estancada
imediatamente. Os
vasos que podem ser
atingidos mais
facilmente localizam-se
nas patas, cauda,
orelhas e pescoço.

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A mesma técnica deve ser empregada: aplica-se um pano


limpo sobre a lesão pressionando firmemente. No caso de
vasos maiores, o sangue não irá parar facilmente. Mantenha a
pressão sobre a região até chegar ao veterinário. No caso de
patas ou cauda, você pode aplicar um torniquete (foto), ou
seja, com um barbante, cordão ou até cadarço de sapato,
amarre o membro um pouco antes da região do corte. O
torniquete estancará a hemorragia imediatamente, mas não de
deve mantê-lo por mais de 15 minutos ou apertá-lo muito, sob
o risco de gangrenar o membro por falta de suprimento de sangue. Se usar o
torniquete, afrouxe-o a cada 15 minutos e depois volte a apertar.

 Hemorragia interna: esse tipo de hemorragia é difícil de detectar, por não se


poder visualizar. Após uma queda ou um acidente, o animal pode perder

Se o animal estiver com uma hemorragia interna, ele perderá


temperatura rapidamente e suas mucosas (gengivas e conjuntivas) ficarão
muito pálidas. O animal pode perder a consciência e entrar em choque. Como
não temos como diagnosticar a hemorragia interna, em casos de acidentes ou
quedas, se houver perda de temperatura, palidez e perda de consciência,
tratar o animal como no caso de choque e encaminhá-lo ao veterinário

Cortes profundos:
É comum ocorrerem e, geralmente, são causados por brigas entre cães, cacos
de vidro, cercas de arame farpado e outros. A pele é irrigada por pequenos vasos
sanguíneos e as lesões causam sangramento considerável. Não se apavore com o
sangue, ele pode ser controlado facilmente.

Primeiramente, estanque a hemorragia pressionando o local com compressas


de gaze ou com um pano limpo. Orelhas e patas costumam sangrar bastante e por
longo tempo. Certifique-se que nenhum vaso foi atingido (caso tenham sido, haverá
muito sangue e você não conseguirá estancar). Após controlar a saída de sangue,
limpe bem o ferimento aplicando água oxigenada nas bordas e dentro da ferida.

Esse procedimento pode causar desconforto ao animal. Assegure-se que


alguém esteja segurando o cão enquanto você trabalha ou amarre o focinho dele.
Com dor, mesmo cães e gatos dóceis podem morder. Após a limpeza, proteja o local
contra moscas aplicando uma gaze ou pano limpo sobre o ferimento. Gaze e
esparadrapo não são suportados pelos cães e gatos, mas você pode colocar um
curativo leve até a chegada do veterinário.

Os cortes podem ser suturados até 6 horas após a lesão. Assim, o cão de ser
levado para o veterinário no mesmo dia. Caso isso não seja possível, deve-se manter
o ferimento limpo e protegido até que a sutura possa ser feita. Corte os pêlos em volta
do ferimento.

As moscas podem depositar ovos nos ferimentos abertos e suas larvas podem
se desenvolver dentro do corte (miíase ou bicheira). Se você estiver no campo (sítio
ou fazenda) ou perceber as moscas pousando no ferimento, use um repelente para
moscas (Lepecid ou Matabicheira) ao redor da ferida até 2 vezes ao dia antes e após
a sutura da lesão.Os ferimentos não fechados por sutura irão cicatrizar muito
lentamente, deixando cicatrizes maiores e grande risco de uma miíase.

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Fraturas:

As fraturas em cachorros costumam atingir principalmente as pernas. Podem


ser causadas por quedas, brigas, atropelamentos, etc. A fratura pode ser exposta
(quando a pele fica aberta), geralmente mais grave pois pode infeccionar ou fratura
comum, em que o osso não atravessa a pele. Existem também os entorses, quando a
articulação é apenas forçada, mas não há desarticulação e a luxação, em que o osso
escapa da articulação, provocando uma verdadeira desarticulação e neste caso o
processo é tão doloroso e perigoso quanto uma fratura. Sempre é aconselhável se
evitar que uma fratura comum fique se torne uma fratura exposta.

A fratura provoca muitas dores nos cães, por isso, antes de transportá-lo para
um veterinário, ou para qualquer outro lugar, prepare uma tala para imobilizar a perna
fraturada. Um pau ou um jornal enrolado podem muito bem fazer
as vezes de uma tala. Certifique-se de o objeto escolhido tenha
um comprimento maior do que a perna a ser imobilizada. Amarre
a tala à perna, com a ajuda de uma gaze. Não tente colocar o
membro fraturado no lugar, já que o animal sente muitas dores, e
somente um médico veterinário pode realizar a tarefa da melhor
maneira para que o cão não sofra tanto. Em casos de cães
bravos, antes de colocar a tala, coloque ma focinheira no animal.

Fig. 12: imagem radiográfica de fratura no terço


médio do fêmur provocada por atropelamento
Acidentes por animais peçonhentos:
Cobra:

Os cães são picados, geralmente, na região do focinho, peito e pescoço. Isto


ocorre porque o cão, muitas vezes, aproxima-se para cheirar a cobra por curiosidade.
A ocorrência em gatos é rara. É importante ter noção do tipo de cobra que picou o
animal, e para isso devemos conhecer os sintomas que a picada de cada cobra
provoca.

A picada geralmente é muito dolorosa. O local pode


apresentar as marcas de dentes, embora os pêlos
atrapalhem muito a visualização. A região pode incha
bastante e a pele tornar-se arroxeada. Os pêlos podem
começar a descolar. Alguns animais podem entrar
em choque se muito veneno for injetado. Nem todas as
picadas de cobras venenosas podem conter uma grande
quantidade de veneno, portanto, os sintomas podem variar
de leves a graves. A pele poderá cair próximo ao local da
picada. Um inchaço grande na região do pescoço pode

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causar dificuldade respiratória no animal.

Independente do tipo de cobra que picou o animal,


o atendimento de emergência é o mesmo. Mantenha o
animal calmo e não deixe que ele se movimente muito.
Encaminhe o cão ao veterinário para que ele receba o
soro específico, que é o único método eficaz de combater
o envenenamento.

Você pode colocar um saco plástico com gelo


sobre o local da picada, na tentativa de conter o inchaço,
até chegar ao veterinário. Isso nem sempre é possível
devido à dor na região. Se o animal entrar em choque,
mantenha-o aquecido.

Se o seu cão está numa região onde é freqüente o


aparecimento de cobras, converse com o seu veterinário e
procure ter estocado em geladeira o soro específico para
uso em animais (veterinário). O soro deve ser aplicado
assim que for possível. Em casos de sintomas mais leves,
a aplicação é subcutânea. Em casos graves, ela deve ser feita por via endovenosa (na
veia). Informe-se com o veterinário da região para que ele lhe oriente como aplicar o
soro e em caso de emergência.

 não corte o local da picada: O veneno da jararaca, por exemplo, causa


hemorragia; se você cortar o local, o sangramento se agravará;
 não faça torniquete: até pouco tempo, o torniquete era usado para evitar que
o veneno se difundisse para o resto do corpo. Porém, fazendo o torniquete, a
alta concentração de veneno no local da picada pode causar gangrena.
Assim, NÃO se deve fazer torniquete, seja em humanos ou animais, sob o
risco de gangrena no local da picada ou até a perda do membro;
 não coloque remédios caseiros sobre a picada (terra , fumo, etc..), isso só
possibilitará a infecção do local e pode irritar ainda mais o ferimento.

Aranhas e escorpiões:

As aranhas e escorpiões picam com mais dificuldade os animais do que as


cobras devido à proteção que os pelos proporcionam. Entretanto em casos de
acidentes com estes artrópodes os sintomas mais comuns são dor intensa no local,
inflamação, vômitos, convulsões, espasmos musculares,
dificuldades respiratórias e em casos mais graves até
paralisia.

Em todos estes casos de Mordeduras e Picadas, as


principais providências a serem tomadas são as seguintes:

- Procure reduzir ao mínimo o movimento do animal.

- Se souber onde foi o acidente lavar o ferimento


cuidadosamente com água fria.

- Mantenha o animal calmo e chame rapidamente um


veterinário para uso de soro anti-ofídico (no caso das

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picadas de cobra) e medicamentos apropriados, os quais se forem ministrados a


tempo podem salvar a vida do animal.

Parada cardíaca:
O coração dos cães pode parar de bater quando eles enfrentam uma situação
de estresse extremo, quando mordem fios, são atropelados, entre outras
possibilidades. Ao colocar a mão sobre o lado esquerdo do peito do cão não há sinais
de batimentos. Nestes casos, se o socorro não for imediato podem ocorrer danos
neurológicos sem volta para o animal.

Coloque então o cão deitado do lado direito e faça pressões, com as duas
mãos, sobre o coração do animal, com movimentos firmes e rápidos por volta de um
segundo entre um e outro movimento. Primeiramente realize uma série de trinta
pressões e em seguida verifique se o coração do animal voltou a bater. O
procedimento deve ser realizado repetidamente a caminho da clínica veterinária.

Perda dos sentidos:

Situações de excitação extrema, que podem acontecer quando o dono chega


do trabalho, ingestão de objetos que obstruem a passagem do ar, além do uso de
coleiras muito apertadas podem ocasionar desmaios em cães.

Antes de socorrer o animal verifique se ele respira normalmente e se o coração


está batendo. Em seguida o coloque em uma posição em que a cabeça fique mais
baixa do que o restante do corpo, o que pode ser feito com o levantamento das
patinhas traseiras. Assim que isto for feito aguarda alguns segundos até que ele
acorde e volte ao normal.

Queimaduras:
As queimaduras são classificadas em graus, de acordo com a gravidade da
lesão:

1º. GRAU: lesão superficial que cicatriza em média após 10 dias


2º. GRAU: lesão da pele mais profunda que a anterior. Há perda dos pêlos e formação
de vesículas (bolhas). A pele cicatriza em 15 dias.
3º. GRAU: lesão grave em que toda a espessura da pele é destruída. É um processo
muito doloroso e de cicatrização muito lenta.

As causas comuns são: agentes térmicos (água ou superfícies muito quentes,


fogo) ou agentes químicos (ácidos, substâncias cáusticas).

Animais que comem comida caseira muito quente podem ter queimaduras de
grau leve na boca e "lábios"; acidentes envolvendo água fervendo derramada sobre os

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animais resultam em queimaduras de 3º. grau; animais que lambem ou ingerem


substâncias cáusticas presentes em produtos de limpeza podem queimar a boca e
esôfago; choques elétricos podem resultar em queimaduras na boca e língua;
queimaduras de sol podem ocorrer em animais de pele e focinho muito claros (róseos)

Queimaduras de 1º e 2º graus podem ser tratadas com pomadas cicatrizantes


e antibióticas. Não usar produtos como pasta de dente e outros, sobre a área lesada.
Lavar a lesão com soro fisiológico frio, aplicar uma pomada cicatrizante e uma
bandagem de gaze até a tomada de medidas pelo veterinário. Se a lesão for de 3º
grau, esse procedimento é muito doloroso e, portanto, deve ser feito sob tranqüilização
ou anestesia por um profissional. Neste caso, aplique soro fisiológico frio e leve o
animal ao veterinário, pois toda a manipulação da queimadura é muito dolorosa.

Queimaduras de sol ocorrem em animais expostos por muito tempo aos raios
solares, e podem ser evitadas com o uso de um protetor solar sobre a região rósea do
focinho. Evitar a exposição prolongada ao sol em animais de pele e pêlos muito claros.

Ingestão de venenos:
Não é raro um animal, cão ou gato, ingerir um produto que possa causar-lhe
intoxicação. A maioria dos princípios tóxicos causa vômitos, diarréia, dilatação ou
contração das pupilas, apatia e, em casos mais graves, convulsões ou outros sinais
neurológicos (incoordenação, mudança de comportamento, etc.). A intoxicação pode
ocorrer também se o tóxico for absorvido pela pele.Assim, cães e gatos com
ferimentos não devem receber tratamento
antipulgas, carrapaticida ou acaricida (contra sarna), usando produtos inseticidas. Não
deixe que o animal lamba a espuma ou a água durante o banho com esse tipo de
produto.

É importante socorrer o animal imediatamente, caso


se tenha observado a ingestão de um tóxico, ou quando do
aparecimento de sinais clínicos que nos levem a suspeitar de
intoxicação (p.ex., se houve um banho antipulgas ou
carrapaticida recente, dedetização na casa ou uso de
inseticida doméstico, tintas, etc.).

A indução do vômito, logo após a ingestão de


produtos como inseticidas, raticidas ou plantas tóxicas é uma
medida eficaz para ajudar a eliminar o veneno. Isso pode ser
conseguido administrando ao animal por via oral, 5 a 10 ml
de água oxigenada (3%) ou água morna com sal em
intervalos de 5 ou 10 minutos. No entanto, nem sempre a
indução do vômito é recomendada, como no caso de
ingestão de substâncias extremamente irritantes ou
cáusticas (produtos de limpeza, alvejantes, sabão em pó,
etc.). Nesses casos, recorre-se à lavagem gástrica, feita na
clínica veterinária.

Uma outra medida eficaz nas intoxicações é impedir


que o tóxico seja absorvido pelo organismo. Para isso, faz-se
uso de substâncias como o carvão ativado, misturado à água do animal. Ele se "ligará"
ao veneno, impedindo que o mesmo seja absorvido. Mas essa medida só tem efeito

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que realizada logo após à ingestão do tóxico. O uso de diuréticos ajuda a eliminar
substâncias tóxicas já absorvidas pelo organismo.

Sempre que possível, levar a embalagem do produto que, suspeita-se, tenha


intoxicado o animal. Existem várias substâncias que causam sintomas semelhantes. O
veterinário, conhecendo o princípio tóxico, poderá instituir um tratamento adequado.

Nunca tente tratar um animal intoxicado por conta própria ou demore para
procurar auxílio veterinário. Você pode induzir o vômito caso tenha presenciado a
ingestão (exceto em caso de substâncias irritantes ou cáusticas), mas leve-o à clínica,
logo em seguida, para que o animal seja avaliado e fique em observação.

Em caso de suspeita de crime (tentativa de envenenamento), urina, vômito,


excreções e sangue, devem ser colhidos para análise. Se houver morte do animal,
fragmentos de órgãos como rim e fígado devem ser coletados e congelados para
análise. A perícia, feita por um veterinário capacitado, necessitará desses elementos
para emitir um laudo e concluir se houve crime.

Substâncias que comumente causam intoxicação em animais domésticos se


ingeridos ou absorvidos pela pele lesada: inseticidas domésticos, carrapaticidas,
produtos contra sarna, pós antipulgas, veneno contra ratos ou formigas, inseticidas
para plantas, plantas tóxicas e produtos de limpeza.

AULA 39: Princípios cirúrgicos gerais


Uma cirurgia bem sucedida depende não apenas do conhecimento sobre os
princípios básicos de divisão de tecidos, hemostasia e fechamento da ferida (atributos
do médico veterinário cirurgião), como também de um centro cirúrgico bem equipado,
mantido por equipe treinada, que tem uma rotina organizada e estabelecida para
esterilização de instrumentos e para preparo e assistência durante as operações.

Nenhum centro cirúrgico fornece todas as exigências ideais, mas mesmo assim
deve-se procurar os padrões de assepsia, os mais aceitáveis possíveis, dentro das
instalações do centro e do equipamento disponível.

Nenhuma pessoa poderá ter permissão para entrar no centro cirúrgico sem
primeiro vestir a indumentária protetora apropriada, que deve incluir sapatilhas, gorro,
máscara e avental.

Preparação do pessoal:
Todos que adentrarem o centro cirúrgico devem passar por uma rigorosa
assepsia, que inclui limpeza com escova, sabão iodado, colocação de avental e luvas.
Primeiramente deve-se retirar todos os anéis, alianças, pulseiras, relógios, ou qualquer
outro objeto que seja potencialmente contaminante. Os antebraços e mãos são
esfregados com uma escova de unhas convencional, no mínimo 3 minutos, com
atenção especial às unhas e entre os dedos. Deve-se enxaguar as mãos e antebraços
de cima para baixo, de modo que o fluxo de água vá das mãos para o cotovelo.

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Efeitos mecânicos da anti-sepsia:

 a flora transitória das mãos pode ser completamente removida com 5 a 10


minutos de escovação com sabão desinfetante e água. Estas bactérias podem
ser mortas facilmente com desinfetantes.
 a flora residente das mãos é reduzida em forma logarítimica com escovação
com sabão e água, isto é, reduzida pela metade a cada 6 minutos de
escovação vigorosa.
 a flora localizada superficialmente pode ser removida com regularidade, porém
a localizada profunda na pele não é significativamente afetada a não ser após
15 minutos de escovação.
 a regeneração das bactérias cutâneas inicia imediatamente após a pele ser
escovada e desinfetada. O crescimento é ao redor de 25% completo em 24
horas, 73% em 3 dias e 100% em uma semana. Este crescimento é acelerado
quando são vestidos aventais e luvas.

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Preparação das mesas e instrumentos:


As mesas de instrumentos devem ser preparadas antes de cada operação.
Deve-se limpar a superfície da mesa com solução anti-séptica, como por exemplo
álcool 70%, álcool iodado, solução de cloro, etc. Depois cobre-se a mesa com um
pano de campo esterilizado.

A bandeja esterilizadas com todos os instrumentos necessários para aquele


tipo de cirurgia só deve ser aberta no momento da preparação dos instrumentos na
mesa. Estes devem ser “derramados” sobre a mesa já coberta pelo pano de campo,
para só depois, alguém já com luvas estéreis, possa arrumar os instrumentos de forma
adequada.

Produtos usados para desinfecção:


Peróxido de hidrogênio:

O peróxido de hidrogênio, que em solução aquosa, é conhecido


comercialmente como água oxigenada, é um líquido claro de fórmula química H2O2. A
sua ação efeverscente ajuda a remover mecanicamente o pus e resíduos celulares
dos ferimentos e é valiosa para limpeza e desodorização de tecido infectado. A sua
ação antimicrobiana possui curta duração e é limitada á camada superficial da
superfície aplicada, pois não ocorre nenhuma. Peróxido de hidrogênio ou água
oxigenada é um agente oxidante e a uma concentração de 3 a 6% tem poder
desinfetante e esterilizante, porém pode ser usado na pele em feridas.

Permanganato de potássio:

O permanganato de potássio é formado como cristais escuros. Ele se dissolve


em água resultando em soluções roxo- escuras, que tingem os tecidos vivos e roupas
de marrom. A solução a 1:100 mata muitos microorganismos em 1h. As concentrações
mais altas tendem a irritar os tecidos. As soluções velhas assumem coloração
marrom- chocolate e perdem sua atividade.

Clorexidine:

Sua ação, praticamente, imediata (cerca de 15 segundos após fricção),


apresenta baixo potencial de toxicidade, atividade antimicrobiana in vitro contra
bactérias gram- positivas, gramnegativas e fungos, bem como baixa irritabilidade. Para
casos de alergia ao iodo, pode-se fazer a degermação prévia com solução detergente
de clorhexidina a 4%. As formulações para uso satisfatório são: solução de gluconato
de clorhexidina a 0,5 %, em álcool a 70% e solução detergente não iônica de
clorhexidina a 4 %, contendo 4 % de álcool isopropílico ou álcool etílico para evitar a
contaminação com Proteus e Pseudomonas.

Glutaraldeído:

O Glutaraldeido é um aldeído relativamente novo, sendo menos tóxico que o


formol. O glutaraldeido tem largo espectro de ação, e é ativo na presença de matéria
orgânica. É biodegradável, e seus resíduos contaminam alimentos. É usado na

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desinfecção de instrumento cirúrgico, na instalação dos animais, equipamentos e salas


de incubação. São formulados para exibir máxima atividade em diferentes pHs. São
efetivos contra todos os microorganimos, incluindo o M. tuberculosis. Sua baixa tensão
superficial permite que penetre em sangue e exsudatos e alcancem a superfície do
instrumento com maior facilidade que os demais desinfetantes. A utilização do
glutaraldeído apresenta as seguintes vantagens: pode ser utilizado na
descontaminação de artigos infectados antes da esterilização, pois age na presença
de matéria orgânica; não altera materiais como plástico e borracha, nem dissolve o
cimento de lentes de instrumentos ópticos e não interfere na condutividade elétrica de
equipamentos de anestesia gasosa, pois possui em sua formulação antioxidantes; não
é contaminado por microrganismos; não descolore os materiais; à temperatura
ambiente mantém sua estabilidade; por ser menos volátil que o formaldeído, libera
menos vapores irritantes e odor forte; não é irritante para pele e mucosas, mas pode
provocar dermatite de contato.

Formaldeído:

O formaldeído é o mais abundante e importante aldeído no ambiente,


caracterizando-se por ser um gás incolor com um forte odor irritante, muito solúvel em
água, produzindo um hidrato e possuindo alta reatividade química. É usado como
desinfetante ou esterilizante nas formas gasosa ou líquida. É comumente encontrado
como formalina, sendo esta sua diluição aquosa a 37%. A formalina é bactericida
potente, fungicida, agindo também contra vírus, bacilos da tuberculose e esporos
bacterianos. Tem seu uso limitado por se tratar de composto cancerígeno. O formol é
tóxico quando ingerido, inalado ou quando entra em contato com a pele, por via
intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea. Em concentrações de 20 ppm (partes por
milhão) no ar causa rapidamente irritação nos olhos. Sob a forma de gás é mais
perigoso do que em estado de vapor. O uso do formaldeído tem como desvantagens:
perde atividade com a presença de matéria orgânica; odor forte e irritante;a
formulação alcoólica corroi metais, danifica lentes, instrumentos ópticos, artigos
plásticos e de borracha; deixa resíduos tóxicos em equipamentos;possui alta
toxicidade. No ar sua concentração máxima permitida é de 1ppm por 30 minutos,
podendo após esse limite provocar irritação de mucosas, dermatite, asma, bronquite e
pneumonite; é considerado carcinogênico pelo National Institute of Occupational
Safety Health (NIOSH). Com relação ao uso, primeiramente o artigo deve ser lavado
cuidadosamente e depois seco para evitar que não altere a concentração do produto
esterilizante; o material pode então ser imerso na solução, o recipiente que contém a
solução deve ser tampado; marcar a hora de início do processo; o recipiente deve
permanecer fechado durante todo o processo - 30 minutos para desinfecção e 18
horas para esterilização; para manusear os materiais, usar luvas ou pinças, se
possível utilizar máscara; enxaguar abundantemente os artigos com água ou soro
fisiológico estéril ou álcool, tomar cuidado para evitar contaminação do material;
durante o manuseio do produto, ter cuidado para evitar ingestão acidental do mesmo

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Álcool:

Os álcool etílico e isopropílico, em solução aquosa a 70%, são germicidas, têm


um tempo de ação imediato e praticamente nenhuma ação residual. Na redução da
tensão superficial da célula bacteriana, a solução aquosa de álcool é mais efetiva do
que o álcool absoluto. O álcool etílico é bactericida (destrói formas vegetativas),
fungicida e virucida para alguns vírus, razão pela qual é usado na composição de
outros antisépticos. A ação bactericida dos álcoois primários está relacionada com o
seu peso molecular, e pode ser aumentada através da lavagem prévia das mãos com
água e sabão.

Hipoclorito de sódio:

O cloro exerce efeito germicida contra a maioria das bactérias, vírus,


protozoários e fungos pela formação de ácido hipocloroso (HOCL) em água com ph
ácido a neutro. Ele é eficaz contra a maioria dos microorganismos em concentração de
0,1 ppm, mas exigem-se concentrações muito mais altas na presença de material
orgânico. Na presença de restos necróticos e sangue, a sua atividade bactericida
diminui, indicando-se portanto, a limpeza prévia dos objetos. São corrosivos a alguns
metais e o contato não deve exceder 30 minutos, devendo se proceder o enxágüe e a
secagem.

Iodo:

O iodo elementar e um germicida potente, com largo espectro de atividade e de


baixa toxicidade para os tecidos. A solução que contenha 50 ppm de iodo mata
bactérias em 1 minuto e esporos em 15 minutos. O iodo e fracamente hidrossolúvel,
mas se dissolve com facilidade, em etanol, que potencializa sua atividade
antibactericida. Preparações: A tintura de iodo contém iodo a 2% com iodeto de
potássio (KI) a 2,4%, dissolvidos em etanol a 50%; ela é utilizada como desinfetante
cutâneo. A tintura de iodo forte contém iodo a 7% e KI a 5%, dissolvidos em etanol a
85%; ela é mais potente, mas também é mais irritante que a tintura de iodo. A solução
de iodo contém iodo a 2% e KI a 2,4%, dissolvidos em solução aquosa; ela é utilizada
como antiséptico não irritante em ferimentos e abrasões. A solução de iodo forte
contém iodo a 5% e KI a 10% em solução aquosa . Os compostos contendo iodo são
reconhecidos como potentes germicidas, sendo ativos em relação a uma larga
variedade de microrganismos, tais como bactérias, fungos, leveduras, protozoários e,
inclusive vírus. Os fatores negativos do iodo, que contribuem para que novas
alternativas sejam buscadas são: afinidade por matéria orgânica, que reduz seu
potencial oxidante e, conseqüentemente, seu poder germicida, absorção do iodo pela
vagina e peritôneo e, eventualmente, irritação de pele, sendo as vezes associado à
dermatite de contato.

Preparação para a cirurgia:


Tendo o (a) enfermeiro(a) ou auxiliar preparado a mesa de instrumentos,
colocado o avental esterilizado e calçado as luvas, deve agora arrumar os
instrumentos. Estes devem ser dispostos de maneira que se possa dar assistência ao

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cirurgião durante toda a operação. A mesa deve conter pinças hemostáticas (também
chamadas “mosquito”), pinças de Allis, pinças de Kocher, cabos de bisturi, tesouras de
Mayo (retas e curvas), pinças de dissecação (lisas e denteadas), afastadores, porta-
agulhas além de compressas de reserva e materiais de sutura para o fechamento.

Instrumentos cirúrgicos mais utilizados:


Afastador de Farabeuf:

Cabo de bisturi:

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Pinça Kelly:

Pinça de Kochner:

Afastador de Weitlaner:

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Pinça de Halstead reta (mosquito):

Pinça de Halstead curva (hemostática):

Pinça Backhaus:

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Pinça dente de rato:

Pinça Allis:

Pinça Mayo-Robson:

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Tesoura Mayo reta:

Tesoura Metzembaum curva:

AULA 40: Aplicação de medicamentos


Os medicamentos podem ser administrados pelas vias oral, intravenosa,
intramuscular, subcutânea, retal, ocular, nasal, inalatória, tópica ou transdérmica, e
cada uma dessas vias possui suas finalidades, vantagens e desvantagens, como
veremos a seguir.

Via oral:
A administração de fármacos pela boca é a via de administração mais comum,
entretanto é também a mais variável e envolve o trajeto mais complicado de acesso
aos tecidos. Certos fármacos são absorvidos no estômago, em geral, porém o
principal sítio de entrada para a circulação sistêmica é o duodeno, em razão de sua
maior superfície de absorção. A maioria dos fármacos absorvidos no trato
gastrintestinal (TGI) entra na circulação porta e passa pelo fígado antes de ser

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distribuída Pela circulação geral. O metabolismo de primeira passagem no intestino ou


fígado limita a eficácia de muitos fármacos tomados por via oral, p.ex., mais de 90%
da nitroglicerina são eliminados durante uma única passagem pelo fígado. A ingestão
de fármacos com alimentos pode influenciar a absorção.

A absorção pelo trato gastrintestinal é regulada pelos fatores geralmente


aplicáveis, tais como estado físico da droga, área de superfície para a absorção e o
fluxo sangüíneo e a concentração no local da absorção.

Vantagens

A via oral é a mais segura, além disso é conveniente e econômica.

Desvantagens

1- O meio ácido do estômago e as enzimas digestivas podem destruir a droga. Em


ruminantes, as enzimas bacterianas podem inativar a droga ou os processos
digestivos podem ser alterados pela droga, p.ex., como ocorre com os
antimicrobianos.
2- Algumas drogas irritam a mucosa gastrointestinal, podendo provocar vômitos.

A presença de alimento pode prejudicar a


absorção.

Algumas drogas, p.ex., propranolol, são


extensivamente metabolizadas pela mucosa
gastrointestinal e pelo fígado antes de alcançar a
circulação sistêmica. Isto é referido como metabolismo
de primeira passagem.

Um intestino hiperativo pode reduzir o tempo de


trânsito e assim reduzir o tempo de contato droga-
intestino levando a absorção reduzida.

Comprimidos entéricos revestidos podem


proteger a droga da destruição pelo ácido do estômago
e aumentar a absorção.

Em casos de administração de comprimidos, tente colocá-los dentro de uma


pequena porção do alimento preferido do cão. Ele vai engolir sem mastigar e não
perceberá a medicação. Se não for possível fazer isso, a segunda opção é mais
agressiva. Abra a boca do cão, segure a sua língua e coloque o comprimido bem
próximo da garganta. Feche a boca, mantenha-a assim por um tempo, de forma que
fique um pouco elevada. Faça uma ligeira pressão na região da garganta, até que
você perceba que ele tenha engolido.

Já em caso de medicação líquida, coloque a medicação em uma seringa


descartável (plástica), sem a agulha. Segure o focinho do animal, com a boca fechada,
puxe a bochecha para o lado, para formar uma bolsa, introduza a seringa e vá
empurrando o êmbulo, e liberando o líquido, lateralmente aos dentes. Como a cabeça
deve estar elevada, o líquido chegará mais fácil à garganta e estimulará a deglutição.

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Mantenha a boca segura, fechada, e a cabeça elevada até perceber que a medicação
foi engolida.

Vias injetáveis:
A administração parenteral
(injetável) é usada para fármacos que
são de difícil absorção pelo TGI e para
agentes como a insulina que são
instáveis no TGI (esta via evita o TGI).
Esta administração usada também
para pacientes inconscientes e em
circunstâncias que se requer rápido
início de ação. A administração
parenteral permite o melhor controle
sobre a dose real do fármaco
dispensada ao organismo. As 3
principais vias parenterais são
aintravascular (intravenosae intra-
arterial), intramuscular e subcutânea. Cada uma delas tem suas vantagens e
desvantagens.

Tipos

Intravascular(intravenosa, intra-arterial)

Intramuscular

Subcutânea

Intraperitonial

Intratecal

Vantagens

 Início rápido (a via IV é mais rápida do que a IM a qual é mais do que a


subcutânea).

Desvantagens

 É necessário assepsia.

 Pode provocar dor.

 A velocidade de início é muito rápida, podendo causar uma resposta


cardiovascular com drogas que normalmente tem efeitos mínimos no sistema
cardiovascular.

 Em animais destinados ao consumo humano pode ocorrer alteração na cor da


carne ou a formação de abcessos com desvalorização da carcaça.

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Endovenosa

A injeção intravenosa (IV)é a via parenteral mais comum. Para fármacos não
absorvidos por via oral, usualmente não há alternativa. Na administração IV, o fármaco
não tem contato com o TGI, e portanto, não sofre metabolismo de primeira passagem
pelo fígado. Esta via permite pronto efeito e grau máximo de controle quanto aos
níveis circulantes de medicamento. Entretanto, diferentemente dos fármacos
presentes no TGI, os fármacos injetados não podem ser removidos por manobras
como a provocação de vômitos ou a união a carvão ativado. A injeção IV pode
introduzir bactérias por contaminação do material , causar hemólise ou outras reações
adversas em função da chegada de altas concentrações do fármaco no plasma e no
tecido. Assim a velocidade de infusão deve ser cuidadosamente controlada. Cuidados
semelhantes aplicam-se aos medicamentos injetados por via intra-arterial (IA).

Intramuscular (IM)

Os fármacos administrados intramuscularmente podem ser soluções aquosas


ou preparações de depósito especiais - em geral uma suspensão do fármaco em
veículo não-aquoso, tal como etileno-glicol ou óleo de amendoim. A absorção de
fármaco em solução aquosa é rápida, enquanto a de preparação de depósito é lenta.
A medida que o veículo sedifunde, deixando o músculo o fármaco precipita no local da
injeção. O fármaco então se dissolve lentamente, fornecendo dose sustentada por um
período de tempo prolongado.

3- Subcutânea (SC)

Esta via só pode ser utilizada para fármacos que não irritam o tecido; caso
contrário, pode sobrevir dor intensa, necrose e descamação .

Esta via de administração, assim como a injeção IM, requer absorção e é algo
mais lenta do que a via IV. A injeção SC minimiza os riscos associados com a injeção
intravascular. Pequenas quantidades de adrenalina são, às vezes, associadas com um
fármaco de modo a restringi-lo a sua área de atuação. A adrenalina atua como
vasoconstritor local e diminui a remoção de fármaco, como a lidocaína, do seu local de
administração.

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Via retal:
Cinqüenta por cento da drenagem da região retal contorna a circulação porta,
assim, a biotransformação hepática de fármacos é mínima. Tanto a via sublingual
como a retal tem a vantagem adicional de evitarem a destruição do fármaco por
enzimas digestivas ou pelo baixo pH do estômago. A via retal é útil se o fármaco induz
o vômito quando administrado por via oral ou se o paciente já está em crise emética (a
via retal também é usada para administrar agentes antieméticos). Esta via tem
como desvantagem o fato de que a absorção retal ser geralmente irregular e
incompleta, sendo que muitos fármacos irritam a mucosa do reto.

Via transdérmica:
Esta via de administração determina efeitos sistêmicos por aplicação do
fármaco à pele, usualmente por meio de um adesivo transdérmico (emplastros). Essas
substâncias, às vezes misturadas a um agente químico que facilita a penetração
cutânea, atravessam a pele e chegam à corrente sangüínea. A velocidade de
absorção pode variar amplamente, na dependência das características físicas da pele
no local de aplicação. Esta via é mais usada para o fornecimento contínuo de
fármacos, tais como o antiaginoso nitroglicerina. Alguns animais podem sofrer
irritações no local de aplicação do emplastro.

Inalação:
A inalação proporciona rápido contato do fármaco com a grande área de
superfície das membranas mucosas do trato respiratório e do epitélio pulmonar,
produzindo um efeito quase tão rápido (devido a grande superfície dos pulmões e do
grande fluxo sangüíneo) quanto por injeção IV. Esta via de administração é usada para
fármacos na forma de gases (p.ex., alguns anestésicos) ou aqueles que podem ser
dispersos na forma de aerossol. A via é particularmente eficiente e conveniente para
pacientes com distúrbios respiratórios (p.ex., asma ou doença pulmonar obstrutiva
crônica), pois o fármaco é aplicado diretamente no local da ação, e os efeitos adversos
sistêmicos são minimizados.

AULA 41: Aplicação de medicamentos


Via endovenosa:
A aplicação de medicamentos através da via endovenosa só deve ser realizada
pelo médico veterinário ou por pessoas capacitadas, com treinamento prévio, pois
aplicações incorretas podem acarretar em diversas conseqüências para o animal, tais
como morte por embolia, tromboembolia, choque anafilático ou intoxicação, pois uma
vez que o medicamento foi introduzido no organismo, não existem mais meios de
retira-lo. Os medicamentos que serão administrados por essa via devem ser
transcritos por um médico veterinário, pois são medicamentos específicos para esse
modo de aplicação

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Antes da aplicação em qualquer vaso, a área deve ser tricotomizada e deve ser
feita adequada anti-sepsia.

O acesso venoso periférico, com cânula metálica (escalpe ou agulhas) ou


plástica (cateter), de preferência em membros anteriores (veia cefálica
principalmente), possibilita a infusão de medicamentos como antibióticos,
antiinflamatórios, vitaminas, soros, etc. Na impossibilidade de uma veia periférica (por
exemplo em casos de emergência), esses fármacos podem ser administrados por um
vaso de maior calibre, como a jugular; nos filhotes
existe ainda a alternativa da via intra-óssea. Os
escalpes metálicos devem ser trocados a cada 48
horas, já os cateteres podem permanecer no vaso do
animal por até 4 dias, dependendo da marca.

Para a fluidoterapia, além de um escalpe ou


um cateter, é necessário o equipo do soro e o frasco do
soro. Existe 2 tipos de equipos: o macro-gotas
(possibilita uma maior infusão de fluidos por minuto) e o
micro-gotas (permite uma menor infusão de fluidos por
minuto).

Existem diversos tipos de soros, cada um com


fórmula diferente, e a determinação do tipo de soro que
o animal vai utilizar quem faz é o médico veterinário.
Um soro errado pode até levar o animal à morte. Os
mais comuns e mais utilizados na rotina de uma clínica
veterinária são: solução fisiológica 0,9 % de cloreto de
sódio, solução glicosada 5%, solução de Ringer
simples e solução de Ringer-Lactato. Existe também
diferentes tamanhos de frascos, sendo que a maioria
das marcas comerciais varia de 100 ml a 1litro.

As principais complicações da cateterização de veias são:

a) hematomas: ocorre pelo insucesso da punção sem a devida compressão do local


abordado, ou quando a coagulação sanguínea do paciente está seriamente
comprometida;

b) infiltração: observada quando a cânula se encontra fora da veia ou uma punção


posterior sem sucesso foi realizada proximal à mesma;

c) celulite e flebites: que podem ser prevenidas com o emprego da boa técnica de
punção, assepsia local, cateter adequado e menor tempo de uso;

d) sepse: especialmente por germes de pele, podendose diminuir a chance dessa


complicação com emprego de técnica correta de punção, reconhecimento de infecção,
tratamento com antibióticos e retirada do acesso precocemente, bem como da
formação de eventuais abscessos;

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e) embolia gasosa: evitada com o uso de sistemas fechados. A punção venosa pode
ser realizada por agulhas hipodérmicas, agulhas tipo borboleta ou cateter plástico, que
pode ser inserido sobre ou dentro da agulha.

Na rotina de tratamento do paciente grave, os cateteres plásticos são os


eleitos, já que ficam mais bem ancorados, permitem ao paciente melhor mobilização
sem trauma de parede dos vasos, e na reposição volêmica de emergência poderá ser
usado cateter de grande calibre e curto, que são os que possibilitam maiores fluxos.

Tricotomia:
Tricotomia é depilar uma certa área do corpo do
animal para a realização de alguma intervenção
médica, como cirurgias, cateterização de vasos,
realização de curativos, etc. Pode ser feito com
máquina de tosa ou com lâminas de gilete.

Fig. 13: tricotomia em um cão.

Curativos:
Os curativos recobrem uma ferida e possuem a função de prevenir a
contaminação da mesma, facilitar sua cicatrização, protege-la, facilitar sua drenagem e
aliviar a dor.

Os curativos são feitos de acordo com as características da lesão, e podem


ser:

 Aberto: curativo em feridas sem infecção, que após tratamento permanecem


abertos (sem proteção de gaze).

 Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é


fechado ou ocluído com gaze ou atadura.

 Compressivo: é o que faz compressão para estancar hemorragia ou vedar bem


uma incisão.

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 Com irrigação: nos ferimentos com infecção dentro da cavidade ou fistula, com
indicação de irrigação com soluções salinas ou anti-séptico. A irrigação é feita
com seringa.

 Com drenagem: nos ferimentos com grande quantidade de exsudato. Coloca-


se dreno (Penrose, Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.

Como fazer curativos:

 Prepare o local que receberá o curativo (use luvas).


 Corte ou raspe com lâmina de barbear a pelagem em volta da ferida.Isso
facilitará a visualização, limpeza e fixação do curativo.
 A limpeza de um ferimento deve ser feita com soro fisiológico. Fure a bisnaga
com de soro o líquido com uma agulha grossa ou um pequeno corte é feito
com a tesoura. Lave a lesão com jatos de soro. Esse procedimento permite
que o local seja limpo, pois os pelos e todo tipo de sujeira serão eliminados.
 Seque o ferimento com gaze após ter feito a lavagem.
 Para desinfetar a ferida, podemos usar vários tipos de antissépticos. Há
aqueles que preferem usar água e sabão para eliminar bactérias. Também é
eficaz. Água oxigenada, líquido de Dakin (cuidado, pois ele mancha a roupa!) e
iodo Povidine são muito utilizados nos curativos. Não use iodo em gatos, pois
ele pode se intoxicar!
 Aplique o anti-séptico sobre o ferimento e vá secando com uma gaze.
 Pomadas antibióticas podem ser usadas no final e ajudam a evitar infecções. O
ferimento deve estar limpo e seco, sem sangue, pus ou sujeira para que o
antibiótico atue bem. Se optar por usar a pomada, aplique uma boa quantidade
sobre uma gaze e cubra o ferimento com ela.
 Após a desinfecção da ferida, mantenha o local protegido. Use ataduras de
gaze limpas e secas para esse fim. Aplique-as sobre o ferimento já limpo.
 Para fixar a gaze, uma faixa crepe é o mais indicado, pois o esparadrapo ficará
aderido aos pelos e causará incômodo. Quando possível, enfaixe o local e fixe
a faixa crepe com esparadrapo. Se o curativo começar a sair do lugar, você
terá que fixá-lo na pelagem usando faixas de esparadrapo.
 Quando for trocar um curativo, observe se a gaze está aderida ao ferimento.
 Se estiver, umedeça o local com soro fisiológico até que a gaze de desprenda.
Isso evita que o ferimento sangre.
 Os animais detestam curativos e a primeira reação será tentar arrancar tudo
com a boca.
 É importante usar um colar de contenção para garantir a integridade do
curativo que você fizer. Troque o curativo diariamente ou em dias alternados.
 Apenas o veterinário poderá indicar os produtos a serem usados nos curativos
e a freqüência com que deve trocá-los.

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Principais substâncias utilizadas no tratamento de feridas


de cães e gatos:
 Açúcar cristal ou fino – utilizado como cicatrizante, bactericida das feridas
infectadas. Em regiões de difícil aderência dos cristais, como proeminências
ósseas, região perineal e inguinal, utiliza-se uma pasta constituída de 10% de
furacin ou vaselina e 90% de açúcar cristal.
 Água e sabão – emoliente utilizado para limpeza.
 Benzina – utilizada para desprendimento do adesivo.
 Clorexedine – anti-séptico.
 Éter – anestesia levemente a superfície da pele e serve também para
desprender o adesivo. Por ser volátil precisa ficar sempre em recipiente bem
fechado.
 Nitrato de prata – utilizado na cicatrização de pequenas lesões; apresenta-se
especialmente em forma de spray.
 Permanganato de Potássio – anti-séptico útil nas supurações com infecção
secundária. É oxidante e cicatrizante. Remove exsudatos e odores.
 Solução fisiológica – usada para limpeza de lesões.
 Vaselina – emoliente utilizado para retirar crostas e impermeabilizar a pele.
 Violeta de Genciana 1 ou 2% - substância germicida e fungicida utilizada em
micoses ou lesões da pele e mucosas.

Cuidados com o lixo hospitalar:


Processo de identificação e separação dos resíduos de serviço de saúde são
indispensáveis para a eficácia do tratamento no aterro sanitário. Identificar, classificar
e separar resíduos hospitalares são funções dos próprios geradores, sejam estes
farmácias, laboratórios, hospitais, clínicas médicas ou odontológicos, desde 2004,
quando publicada a norma 307, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Além da separação do material por grupo; se cortante, radioativo ou reciclável; as
empresas devem se preocupar com o encaminhamento e tratamento dos resíduos, a
fim de que, uma vez descartados, não ofereçam riscos à saúde pública.
O que se quer dizer como lixo hospitalar é aquela porção que pode estar
contaminada com vírus ou bactérias patogênicas das salas de cirurgia e curativos, das
clínicas dentárias, dos laboratórios de análises, dos ambulatórios e até de clínicas e
laboratórios não localizados em hospitais, além de biotérios e veterinárias.

A composição de tal lixo é a mais variada possível, podendo ser constituída de


restos de alimentos de enfermos, restos de limpeza de salas de cirurgia e curativos,
gazes, ataduras, peças anatômicas etc. É importante estar atento ao manuseio deste
lixo, pois as pessoas que o manipulam podem ficar sujeitas a doenças e levarem para
outras, vários tipos de contaminação.

O lixo hospitalar contaminado deve ser embalado de forma especial, segundo a


Norma EB 588/1977 (sacos plásticos branco-leitosos, grossos e resistentes). O

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depósito desses sacos deve ser em vasilhames bem vedados e estes colocados fora
do alcance de pessoas, até a chegada do carro próprio para a coleta. Nunca tais lixos
devem aguardar a coleta em locais públicos; nas calçadas, por exemplo.

A melhor forma de destruir o lixo hospitalar é a incineração, desde que os


incineradores possuam tecnologia adequada e estejam em locais que não causem
incômodos à população. A pior forma, e que deve ser evitada, é levar o lixo hospitalar
para usinas de lixo urbano, aterros sanitários e lixões, o que é praxe. Os custos do
tratamento do lixo hospitalar são elevados e seria, de todo interessante, a formação de
consórcios de geradores, para a adoção de uma solução comum na destinação.

EXERCÍCIOS:

1- Por que uma aplicação endovenosa de medicamentos deve ser feita


apenas por pessoas treinadas? Quais as conseqüências de uma aplicação
incorreta para o animal?

2- Cite os motivos pelo qual o curativo em feridas é tão importante.

AULA 42: Tipos de estabelecimentos


veterinários
De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, os
estabelecimentos são classificados da seguinte maneira:

1- Consultórios veterinários: são os estabelecimentos nos quais


os veterinários podem apenas efetuar consultas, apresentar o
diagnóstico e indicar tratamento. A eles estão vedadas
internações e intervenções cirúrgicas, as quais devem ser
realizadas em locais devidamente apropriados.

A) Setor de Atendimento: sala de recepção, mesa


impermeabilizada de fácil higienização, consultórios, pias
convencionais, arquivo médico.

B) Equipamentos necessários para manutenção exclusiva de


vacinas, antígenos e outros produtos biológicos, secagem e
esterilização de materiais.

2- Clínica Veterinária: neste local, além do atendimento de praxe,


pode ser realizado o ato cirúrgico e eventuais internações. Funciona
em horário restrito, previsto na norma acima, preestabelecido pelo
proprietário ou seja: das 9 às 18 horas, podendo estender-se até as
22 horas e sábados das 9 às 18 horas.

A) Setor de atendimento: sala de recepção, consultório, sala de


ambulatório, arquivo médico.

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B) Setor Cirúrgico: sala de esterilização de materiais, local para


preparo dos pacientes, local de antissepsia de uso exclusivo com
pias de higienização,

 sala cirúrgica: mesa cirúgica impermeabilizada e de fácil


higienização, oxigenoterapia, sistema de iluminação
emergencial próprio, mesas auxiliares.

C) Setor de
Internamento
(opcional), deve
dispor de: mesa
e pia
convencionais,
baias, boxes ou
outras
acomodações
individuais e de
isolamento, para
as espécies
destinadas e de
fácil
higienização e
com coleta
diferenciada de
lixo.

D) Setor de sustentação: local para manuseio de

Alimentos, instalações para repouso de plantonista e auxiliar


(quando houver internamento), sanitários e vestiários compatíveis
com o número de funcionários, lavanderia (quando houver
internamento); setor de estocagem de drogas e medicamentos.

E) Equipamentos
indispensáveis para:
manutenção
exclusiva de vacinas,
antígenos e outros
produtos biológicos,
secagem e
conservação de
animais mortos e
restos de tecidos.

3- Hospital
Veterinário: este
estabelecimento tem,
basicamente, as
mesmas

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características da clínica. A diferença está na restrição de horário


que há para ela. No hospital o atendimento é feito em qualquer hora
do dia ou da noite (24 horas), pois sempre tem um clínico veterinário
de plantão para o pronto atendimento.

A) Setor de Atendimento: sala de recepção, consultório, sala de


ambulatório, arquivo médico.

B) Setor Cirúrgico: sala de


esterilização, local de
antissepsia com pias de
higienização, local de preparo
de pacientes, sala cirúrgica
(mesa cirúrgica impermeável de
fácil higienização,
oxigenoterapia e anestesia
inalatória, sistema iluminação
emergencial própria, mesas
auxiliares) .

C) Setor de Internamento: mesa


e pia convencionais, baias,
boxes ou outras acomendações individuais e de isolamento
compatíveis com os animais a elas destinadas, de fácil de isolamento
compatíveis com os animais e elas destinadas, de fácil higienização,
obedecidas as normas sanitárias municipais e/ou estaduais.

D) Setor de Sustenção: lavanderia, cozinha, depósito/almoxarifado,


instalações para repouso de plantonistas sanitários/vestiários
compatíveis com o número de funcionários, setor de estocagem de
medicamentos e drogas
(farmácia)

E) Setor Auxiliar de
Diagnóstico: serviço de
radiologia e/ou análises
clínicas próprio ou
conveniado, realizados
nas dependências do
hospital, obedecendo
as normas para
instalação e
funcionamento da
Secretaria de Saúde do
município ou estado.

F) Equipamentos
Indispensáveis para: manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e
outros produtos biológico, secagem e esterilização de materiais,

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respiração artificial, conservação de animais mortos e restos de


tecidos.

4- Ambulatório Veterinário: É a dependência de estabelecimento


industrial, comercial, de recreação (ex.: circos, clubes etc.) ou de
ensino e pesquisa (universidades), nos quais são atendidos os
animais pertencentes ao mesmo ou sob sua guarda, para exames
clínicos , curativos e pequenas cirurgias. Neste caso, o ambulatório
deve ter um médico veterinário do próprio local, e não necessitar dos
serviços de profissional externo. Porém, em caso de cirurgias mais
graves ou complicadas, este pode ser solicitado. Ex. universidades
como a Universidade São Paulo - Usp e Universidade Estadual
Paulista - Unesp - possuem ambulatório veterinário.

6- Serviço Veterinário: Exerce as mesmas atividades do


ambulatório, porém só atende os animais pertencentes ao
proprietário, não atendendo os de outros sob sua guarda, como
ocorre no ambulatório.

AULA 43: Pet Shops e Banho e Tosa:


Pet Shops:
Pet Shop ou loja de animais é o nome dado a um estabelecimento
comercial especializado em vender filhotes de animais, alimentos e acessórios, além
de oferecer serviços de embelezamento como banho, tosa e perfumaria. Pode ou não
ter em anexo uma clínica veterinária. Os principais animais comercializados nesses
estabelecimentos são cães, gatos, pássaros e peixes ornamentais. Porém, muitas
lojas também trabalham com espécimes exóticos
como chinchilas, esquilos, furões, lagartos, cobras e tartarugas.

Os estabelecimentos
veterinários devem ser mantidos em
ótimas condições de ordem e
higiene, inclusive no que se refere
ao pessoal e material. É necessário
que conste no quadro de
funcionários do Pet Shop,
obrigatoriamente, faxineiro que
deverá estar presente durante todo o
período de expediente.

As instalações mínimas
necessárias para funcionamento dos
Pet Shops são:

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1. loja com piso impermeável;

2. sala para tosa (“trimming”);

3. sala para banho com piso impermeável;

4. sala para secagem e penteado (“grooming”);

5. as instalações para abrigo dos animais expostos à venda deverão ser separadas
das demais dependências;

6. abrigo para resíduos sólidos.

Banho e tosa:
Os animais de estimação
exigem cada vez mais cuidados. E
isso inclui o item beleza. Muitas
vezes os proprietários adquirem um
“animalzinho” e acreditam que os
mesmos necessitam somente de
alimentação, vacinas e carinho.
Não sabem, porém que seu cão
necessita de ter higiene de uma
forma ampla, que inclui
periodicamente banhos e tosas,
corte de unhas, limpeza dos
ouvidos, dos olhos e escovação dos
dentes.

A tosa ou grooming é uma arte que se desenvolveu com o passar do tempo, e


possui as funções de estética (como esconder alguns defeitos e ressaltar outras
qualidades), higiene e conforto para o animal. Banho, tosa, condicionamento do pêlo e
tratamento das orelhas e unhas são os itens básicos de qualquer tratamento de beleza
de pets. No caso de algumas raças, o banho talvez seja um dos mais importantes,
pois nessas raças o banho inadequado pode prejudicar o aspecto dos pêlos e sua
tosa.

O ideal é que o animal vá desde cedo (filhote) para os serviços de banho e


tosa, com o intuito de adaptar ao manuseio, ao tosador e as práticas de higiene. A
partir de 3 meses ele já pode frequentar fazendo tosa higiênica. Não se recomenda
mais de um banho por semana, sendo em animais de pêlos longos (poodle, shi-tzu,
lhasa apso etc) a necessidade semanal para evitar que se embole os pêlos, e nos
animais de pêlos curtos (dachshund, pinsher, basset hound) pode ser espassar para
cada 10-15 dias.

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O banho:
O banho pode ser dado no cão ou gato
a partir de 45 dias de idade, contanto que a
temperatura esteja quente. Jamais banhe um
filhote novo em dias extremamente frios. O
banho pode ser dado semanalmente, mas a
freqüência irá depender da raça e da
tolerância do animal. Se ele começar a
apresentar muitos problemas de pelagem e/ou
pele, deve-se diminuir a frequência dos
banhos. O poodle, por exemplo, deve ser
banhado a cada quatro ou seis semanas. Já o pointer pode esperar aproximadamente
três meses por um bom banho. Em geral, cães mantidos em casa pedem banhos
freqüentes por questões de higiene.

Antes de começar o banho é importante a proteção dos ouvidos. Coloque


chumaços de algodão para que a água não entre e cause otite. Se o seu animal tiver
pelagem longa, escove-o muito bem e procure investigar possíveis nós na pelagem.
Se existirem, tente removê-los com um pente especial (desembolador). Mas, cuidado,
se você puxar os nós excessivamente irá machucar a pele do seu animal, causando
feridas. Os nós mais difíceis devem ser deixados para a aplicação do condicionador.
Antes de começar, você pode cortar as unhas do seu cão ou gato. Mas só faça isso se
estiver orientado pelo veterinário e souber como fazer. Do contrário, você machucará o
animal e as unhas poderão sangrar muito

Os utensílios normalmente usados para a prática são xampu (existem aqueles


especiais para acondicionar o pêlo e os próprios para cada cor de pelagem), escova
de cerdas, esponja, esteira de borracha para a banheira, duas toalhas de tamanho
grande, corrente e “enforcador” (para não deixar que o animal escape da banheira),
mangueira com spray (esguicho) e creme rinse (para cães de pêlo longo, exceto
poodles e terriers).

A secagem:
Depois de secar bem com a toalha, os petshops usam o soprador, um aparelho
que lança um forte jato de ar frio sobre a pelagem, expulsando toda a água retida. Isso
diminui em muito o tempo de uso do secador. Na falta do soprador, capriche na
secagem com a toalha, assim você gasta menos energia elétrica e tempo com o
secador.

Seque a pelagem com o secador. É claro que os petshops usam secadores


profissionais, muito potentes. Se você não tiver um bom secador em casa, terá um
grande trabalho e um enorme gasto de energia... Jamais use o secador muito quente
ou próximo à pele do animal. Você poderá causar queimaduras! Para secar animais de
pelagem longa, deve-se usar a escova de arame. Escove os pêlos em todos os
sentidos. Não esqueça de secar as patas e entre os dedos. Se quiser deixar o animal
secar ao ar livre, faça isso somente se o dia estiver muito quente e ele tiver pelagem
curta, do contrário ele ficará com o pêlo cheio de nós e com um cheiro bastante

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desagradável ("cachorro molhado"). Um


segundo método de secagem é conhecido
como secagem em canil ou gaiola e é
geralmente usado em cães de pêlo curto ou
em cães que não exijam uma aparência de
pêlo esticada ou felpuda. O terceiro método é
a toalha e é adotado para raças pequenas e
de pêlo duro, como o chihuahua, o pinscher
miniatura e o manchester terrier toy.

A tosa:
Existem dois tipos de tosa: o trimming (especial para exposição) e o grooming
(mais usado para cães domésticos). Para o grooming, ou tosa comum, usa-se tanto a
tesoura como o cortador. Quando for usar o cortador, é importante manter o pulso
flexível no caso de o cão mover-se subitamente. Usa-se o cortador, em geral,
seguindo a direção do pêlo. Cortar com a tesoura é uma arte um pouco mais lenta de
se adquirir e requer mais horas de prática.

Limpe os ouvidos com algodão umedecido em álcool. Passe um perfume


específico para animais, evitando a região do focinho. Na verdade, os cães detestam
esses perfumes... Se o seu animal for alérgico, dispense qualquer essência.

Caso queira aplicar algum produto anti pulgas em gotas ou spray, faça isso no
dia seguinte ao banho, quando pele e pelagem estarão 100% secos.

Contenção e transporte de animais:


Conter um animal significa limitar seus movimentos em diversos graus ou, até
mesmo, sua completa imobilização. Desde seus primórdios, o homem procurou
adaptar os métodos de contenção às suas necessidades com o propósito de obter
comodidade e segurança na lida com os animais. Dentre esses princípios, ao se lidar
com animais domésticos ou silvestres, devem-se reduzir as possibilidades de
acidentes, utilizando-se métodos de contenção seguros.

A contenção física dos animais deve ocorrer de maneira que visem o bem estar
dos mesmos durante todo procedimento de contenção e transporte, proporcionando-
lhes tranqüilidade e evitando ferimentos neles e nos membros da equipe de trabalho.

Equipamentos usados:

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Guia/corda ou laço de contenção: pode ser de tecido em fibra de


algodão ou qualquer outro material macio e resistente, com espessura
que não ultrapasse 1,5, para que o animal não sofra ferimentos. O
contato com o animal deve ser realizado de maneira calma,
acompanhando seus movimentos, mantendo a corda feito um arco na
mão direita. Ao se perceber que o animal está mais calmo, passar o
laço por sua cabeça até o pescoço e puxar rapidamente a ponta livre
para segurar o animal, deixando que ele ande alguns metros para se
sentir seguro.

Mordaça: deve ser feita com corda macia em fibra de algodão, com 1,5 m de
comprimento, utilizada para cães. A mordaça
deve ser colocada segurando-se a corda com
a mão esquerda, passando-a pela região
dorsal do pescoço e, com a mão direita, passar
a outra ponta da corda em volta do focinho por
três vezes. Na última volta, posicionar o braço
embaixo da cabeça do animal. Segurar as
duas pontas da corda com a mão direita;
libera-se a mão esquerda, que passa embaixo
do ventre do animal para pegá-lo no colo;

Cambão: é um tubo rígido produzido com


diferentes materiais, resistente ao peso dos
animais, devendo ser leve, revestido na
extremidade de contato com o animal por
borracha ou outro material resistente, que não
machuque o animal e macio. No interior do
tubo rígido é inserida uma corda de material
flexível, como couro, algodão, aço, borracha
ou outro similar. A corda, quando de aço,

deverá ter um revestimento de


Fig. 14: outra técnica para fazer uma
material confortável para o animal
mordaça em um cão.
resistente. Deverá, preferencialmente, possuir uma trava de
segurança para facilitar o manejo e evitar o enforcamento
do animal. O material deve ser leve e ergonômico.

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Puçá: rede de malha de algodão trançado, fixa a um aro de


material leve e rígido, com cabo, geralmente confeccionado
em alumínio. Este equipamento é utilizado para manejar
gatos em situações especiais e, também, alguns animais
silvestres de pequeno porte. Ao retirar o animal da malha
deve-se escolher ambiente calmo e fechado e utilizar luvas
de material resistente (borracha grossa ou raspa de couro)
para evitar acidentes com unhas ou dentes de felinos.

Luvas: podem ser de diversos materiais, tais como raspa


de couro, borracha, silicone, tecidos tipo lona ou mistos.
Devem ser utilizadas as que são de material resistente,
espesso, macio e flexível, podendo apresentar diferentes
comprimentos de cano (curto a longo), e ser aprovadas pelo
Ministério do Trabalho. São empregadas na contenção de
animais como proteção individual, devendo ser utilizadas
para recolhimento de animais de pequeno porte, filhotes,
gatos adultos em locais de difícil acesso ou com
pequeno espaço para manipulação, em especial de
animais agressivos ou arredios, a fim de evitar
mordeduras e arranhaduras.

Gaiola de contenção: utilizada para


administração de medicamentos injetáveis ou
tratamento de ferimentos. Possui parede retrátil
para restringir ao mínimo a movimentação do
animal.

Gaiola ou caixa de transporte: feita em material


leve, lavável, preferencialmente impermeável,
resistente e com ventilação, sistema externo de
fechamento seguro e alças para facilitar o
Fig 15: gaiola de contenção. transporte. Sendo utilizada para o alojamento
temporário ou transporte do animal recolhido. O
tamanho da caixa ou gaiola deve ser compatível com o do animal, de forma a permitir
movimentos naturais e transporte confortável.

Focinheiras: devem ser de material flexível, macio e adaptáveis aos diferentes tipos
de focinhos, mantendo a respiração e salivação normais. Seu emprego será
necessário em diversas situações e existem no mercado vários modelos.

Contenção de gatos:
Os felinos oferecem riscos com os dentes e as unhas, e deve-se lembrar que
possuem a pele elástica, de tal forma que podem dar um giro com o corpo de até 180º,
quando mal contidos. Para gatos pode-se utilizar uma toalha de rosto ou pano largo

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dobrado, colocado ao redor do pescoço, e unidas suas pontas pela mão do funcionário
no alto da cabeça, mantendo as patas imóveis por outro operador. Deve-se sempre
observar que as narinas do animal permaneçam livres. Também existem máscaras
especiais para os gatos.

Fig. 16: o animal pode ser imobilizado


sobre uma mesa.

Fig. 17: a toalha enrolada no pescoço


auxilia na imobilização de gatos
Fig. 18: a mordaça é imprescindível na
contenção de felinos.

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O veículo usado para


o transporte de animais:
O recomendado para veículos
de transporte de animais, tanto doentes
quanto destinados a banho e tosa são
que esses veículo devem estar em
perfeitas condições para utilização, com
manutenção em dia, corretamente
higienizado, o compartimento destinado
ao transporte de animais (carroceria)
deve ser fechado, com sistema de
ventilação permanente para circulação
de ar, proporcionando conforto e
segurança, seja adaptado para desembarque no local

44: de alojamento dos animais recolhidos (em casos de veículos sem sistema
de controle de temperatura e ventilação interna, o recolhimento dos animais deve ser
realizado somente nos períodos mais frescos do dia), a altura do veículo seja
compatível com a atividade, para que não haja dificuldades no embarque e
desembarque dos animais e que o veículo exiba: a identificação do órgão a que
pertence (logotipo, nome),telefone e endereço empresa.

Pontos a serem observados durante o transporte de


animais:
Recomenda-se o transporte de pequeno número de animais em cada viagem
realizada, não excedendo a capacidade prevista. Deve-se evitar a permanência
prolongada dos animais nos veículo. Os cães devem ser transportados em
caixas/gaiolas ou compartimentos individuais, de tamanho adequado ao porte,
permitindo que possam realizar pequenos movimentos de acomodação no seu interior,
essas gaiolas ou caixas de transporte devem ser removíveis e, durante o transporte,
mantidas fixas no veículo.

Gatos devem ser transportados apenas em gaiolas ou caixas de transporte ,


nunca soltos nos compartimentos específicos destinados ao transporte de animais dos
veículos. O ideal é que não sejam transportadas espécies diferentes na mesma
viagem, que as mães sejam mantidas com as ninhadas, que animais acidentados,
com suspeita de doenças infecto-contagiosas, feridos, idosos ou cegos sejam
rapidamente encaminhados para a clínica veterinária.

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AULA 44: Pássaros e demais espécies


exóticas criadas como animais de companhia
Furão ou ferret:

O furão é um mamífero carnívoro da família dos Mustelídeos. Existem diversas


espécies de mustelídeos, sendo a mais conhecida o furão-doméstico (Mustela putorius
furo), utilizado como animal de
estimação em vários países do mundo.

Primos de gambás e lontras, o furão


ganhou a domesticação a muitos anos atrás,
sendo um animal com temperamento
brincalhão, tanto em bando quanto com
humanos. São animais extremamente
curiosos e não perdem esse temperamento
com o passar da idade.

Eles são capazes de reconhecer o


dono, e gostam muito de passear, precisam
brincar e correr, o que faz se assemelharem
em alguns aspectos com cães e gatos.

Existem rações especializadas para


eles, não sendo aconselhado alimentá-los com rações de outros animais, já que os
valores nutricionais de um e de outro são diferentes. O alimento, assim como a água,
deve estar a disposição do animal o dia inteiro, é aconselhável também dar algumas
frutas, em sua maioria frutas secas, sem semente, como uva passa, banana, também
pêra. Mas se notar qualquer alteração nas fezes suspenda o que você havia dado de
diferente.

Para sua higienização, eles podem ser ensinados a utilizar a caixa de areia, pode não
ser uma tarefa tão simples e exige um pouco da sua compreensão, porém são animais
inteligentes e aprendem. Gostam muito de banhos, mas não se recomenda a
freqüência, sendo mensalmente o ideal, já que sua pele é extremamente seca. É
recomendado o uso de xampus próprios e sempre banhar o animal em água morna,
secando-o após, não esquecendo de cortar as unhas, mas com cuidado para não
cortar a veia, se necessário peça auxilio a outra pessoa ou vá ao veterinário.

Os ferrets são animais que costumam morder quando provocamos dor, e com
isso a sua contenção é muito importante para o exame. Devemos segura-lo pela prega
do pescoço, assim como fazemos com o gato. Mas é importante mantê-lo sem o apoio
das patas traseiras, em posição vertical. Não devemos estranhar seu comportamento
nessa posição, pois adquirem um certo ar sonolento, facilitando a anamnese. A

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aplicação do medicamento deve ser feita segurando os membros posteriores e


esticando o animal, o que impede seus movimentos. As vias de administração de
medicamentos podem ser oral, intra-muscular, intra-venosa, ou sub-cutânea.
Podemos utilizar, também, a via intraóssea. Para aplicação de medicamento SC,
deve-se utilizar a prega do pescoço, facilitando a aplicação do medicamento pelo
próprio médico veterinário que o está contendo. Para aplicação de medicamento IM
deve-se ter muito cuidado ou usar pequenos volumes de medicamentos, pois eles
possuem pouca massa muscular. Para aplicação de medicamento IV, podemos
utilizar a veia jugular. Em machos, por serem maiores pode-se tentar a cefálica.

Papagaios:

Papagaios são tidos como animais de estimação há séculos. Devido a grande


docilidade e capacidade de imitar sons, estas aves praticamente estão sendo extintas
da natureza. Na natureza esses animais vivem bandos, mas podem separar-se em
casais na época reprodutiva. Dormem empoleirados e gostam de brincar com objetos.
São aves inteligentes que necessitam de muita atividade, caso contrário se entendiam
e podem apresentar comportamentos anormais.

Em cativeiro, a alimentação a ser fornecida deve ser balanceada


nutricionalmente para permitir uma vida saudável e longa à
ave . O termo dieta aqui utilizado refere-se à soma de
alimentos e nutrientes que formam a alimentação de uma
ave. Portanto, não tem nada a haver com aquele regime
alimentar elaborado para o emagrecimento ("fazer uma
dieta"). É muito comum encontrar pessoas que fornecem
às suas aves café, pão, fubá, sementes de girassol, doces
ou somente frutas. Não é preciso ser um especialista para
saber que essa alimentação é incorreta e trará sérios
prejuízos à saúde da pobre ave de estimação.
Infelizmente, grande parte das aves tratada em clínicas
veterinária apresenta alguma patologia decorrente da
desnutrição. Podemos citar as doenças respiratórias e
renais decorrentes da hipovitaminose-A (deficiência de
vitamina A), o raquitismo (em decorrência da falta de cálcio
e vitamina D), mau empenamento, emagrecimento,
obesidade, distúrbios e tumores hepáticos, infecções,
parasitismo e tantos outros problemas diretos ou indiretos.
Sabe-se que sementes de girassol e amendoim são normalmente contaminadas com
aflatoxinas, ou seja, toxinas produzidas por fungos que crescem naturalmente nas
sementes. Em longo prazo, as aflatoxinas podem causar degeneração e mesmo
tumores no fígado. Além disso, essas sementes são ricas em gordura, que podem
levar ao aparecimento de aterosclerose, ou seja, a deposição de colesterol nos vasos
do coração. Outros alimentos usualmente fornecidos aos papagaios são pobres em
nutrientes. É o caso das frutas, que têm algumas vitaminas, mas são pobres em
proteínas, gorduras e outros nutrientes essenciais. O pão e fubá são alimentos ricos
em carboidratos (energéticos), mas pobres em nutrientes essências para o
crescimento da ave. Filhotes criados com fubá não crescem satisfatoriamente e
podem morrer logo nas primeiras semanas de vida. As dietas balanceadas para

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papagaios (tipo ração) são fabricadas no Brasil e podem ser encontradas nas lojas
especializadas.

Canários:

Há mais de 5 séculos estes belos e


coloridos, capazes de formar duetos e
quartetos musicais, tem encantado milhares
de pessoas no mundo todo.

São originários das Ilhas Canárias,


localizadas na costa oeste da África, que
curiosamente receberam este nome dos
romanos não pelos Canários, mas devido aos
cães ( canis em latim) de grande porte que ali habitavam. Acredita-se que os primeiros
registros sobre Canários datem do ano 1402.

Atualmente existem 4 agrupamentos de raças de Canários: Canários silvestres,


Canários de cor, Canários de canto e Canários de porte ou postura.

Dentre os Canários silvestres, encontramos no Brasil o Canário-da-terra, assim


chamado em oposição aos Canários-do-reino, trazidos pela corte portuguesa quando
aqui se instalaram.

Em relação aos Canários de cor, existem hoje mais de 300 cores catalogadas,
sendo agrupadas em: cores melânicas preto-castanho, melânicas castanho,
lipocrômicas, ágatas e Isabel.

Já entre os Canários de canto, destacam-se algumas raças como a Harzer ,


também conhecida por Harz ou Belga de origem alemã, a Malinolis , descendente de
Canários belgas da região de Flandres (cidade de Malines) e o Timbrado Espanhol,
criado na Espanha desde 1700.

Canários de porte ou postura recebem esta designação devido à forma do


corpo e a posição que adquirem no poleiro. Os Canários de porte dividem-se em
Ingleses ( Norwich e Yorkshire ) e Frisados (do Norte e do Sul).

A limpeza da gaiola onde os canários ficam é fundamental para a prevenção de


doenças. Por isso, é interessante que a gaiola tenha uma bandeja removível que
facilite o processo. Você pode optar por forrá-la com algum papel absorvente (tipo
jornal) que deve ser trocado diariamente. Troque também a água diariamente e limpe
os demais recipientes. Faça a desinfecção do bebedouro, comedouro, banheira e
fundo da gaiola no mínimo duas vezes por semana. É interessante a retirada da
banheira para evitar banhos à tarde. Evitar correntes de vento e locais úmidos e muito
movimentados são cuidados que também auxiliam no bem estar destes canoros
pássaros.

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Répteis como animais de


estimação:

Os registros dos primeiros


répteis datam de aproximadamente
300 milhões de anos atrás. Possui
6000 espécies e estão melhor
adaptados a vida em terra seca que
os anfíbios. Das 23 ordens existentes
naquela época, apenas 4
sobreviveram até hoje: CHELONIA
(tartarugas, cágados e jabutis),
CROCODYLIA (jacarés, aligatores e
crocodilos), RHYNCHOCEPHALA
(tuatara), e SQUAMATA (cobras e
lagartos).

Apresentam corpo coberto com pele seca e coriácea, geralmente com escamas
ou escudos córneos, com poucas glândulas superficiais. A camada mais externa é
substituída a medida que de desgasta (tartarugas e crocodilos) ou é mudada
completamente (cobras e lagartos). O esqueleto é completamente ossificado. A boca é
provida de dentes, exceto nos quelônios, que apresentam bico córneo. Os lagartos se
locomovem sobre quatro patas, enquanto que as serpentes deslocam-se através de
ondulações do corpo e possuem largas escamas ventrais que auxiliam na aderência
do terreno. Os olhos possuem pálpebras que, nas serpentes, são transparentes e
sólidas; portanto não possuindo pálpebras. A audição é aguda, principalmente nos
lagartos que ouvem sons transmitidos pelo ar, graças a abertura do ouvido externo. As
serpentes ouvem através de ossos do crânio os quais transmitem vibrações do solo. O
olfato é realizado pelas narinas e pelo órgão de jacobson (menos nos crocodilos),
localizado no ''céu'' da boca (palato). Esse órgão detecta os odores levados a ele pela
língua a medida que ela sai e entra na boca. O cérebro possui 12 pares de nervos
cranianos. A fecundação é interna, geralmente por órgão copulador.

Os répteis são ectotérmicos ou pecilotérmicos pois não possuem a capacidade


de gerar seu próprio calor corpóreo. Seu metabolismo está diretamente relacionado
com a temperatura. Ao contrário dos homeotérmicos, a oscilação de temperatura
durante o dia e a noite é
importante, pois o animal depende
dela para ajustar a sua temperatura
corpórea ideal.

De uma maneira simplificada, os


répteis necessitam de alguns
fatores para que sua manutenção
em cativeiro seja a melhor possível
ou o mais próximo do natural, para
que se evitem posteriores
problemas (doenças). A
temperatura é fundamental para o
bom funcionamento metabólico do
animal. A umidade é essencial para
as trocas de pele, manutenção da
hidratação e regulação térmica. A
luz é antes de mais nada, uma

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fonte energética primordial. Ela possibilita e desencadeia uma série de reações


químicas no metabolismo de certos animais que, simplesmente, o tornam
dependentes de determinados raios luminosos.Uma das principais funções de certos
raios luminosos é a fixação do cálcio nos ossos dos animais (raios ultravioletas do tipo
B) e a manutenção da cor esverdeada em certos animais (raios ultravioletas do tipo A).
A alimentação que fornecemos aos répteis cativos, salvo raras exceções, são
incompletas comparada com o rico suprimento alimentar exigido pelo animal.
Dependendo da espécie, o "cardápio" pode variar desde uma flor até um outro réptil. É
de suma importância que se conheça bem o animal a ser criado, para que se evitem
erros de manejo... O espaço físico ou área interna do terrário (local de criação) é muito
importante para evitar-se condições estressantes.

Roedores:

Hamsters foram utilizados inicialmente como animais


de laboratório, e embora essa prática ainda exista, nos
últimos anos foram adotados como animais de companhia
em função de sua inteligência e sua capacidade de interagir
com os seres humanos.

Hamsters utilizam-se de seu aguçado faro e de seu


tato para identificar território, objetos, inimigos e parceiros
sexuais. Reconhecem seus donos em pouco tempo de
convivência, especialmente se manuseados com alguma
regularidade, sendo que esse contato deve ser estabelecido
principalmente à noite, horário em que são mais ativos e
dispostos a brincadeiras.

A maioria dos hamsters pode se tornar dócil em um espaço muito pequeno de


tempo com manipulação regular e gentil, e normalmente só mordem quando estão
assustados.

Criar chinchila não é uma atividade difícil, mas requer


dedicação, paciência e sobretudo amor pela chinchila.Este
simpático bichinho é um animal muito dócil, se alimenta pouco
e não incomoda com ruídos ou com cheiros desagradáveis.

A chinchila é um animal tranquilo e tímido por natureza


portanto o meio ambiente que lhe proporcionamos deve ser
tranquilo, longe de ruídos. A tranquilidade que se proporciona à
chinchila será em função da sua
característica de ser um animal de
hábitos noturnos que, sem requerer
muitos cuidados, deve descansar
durante o dia e à noite estar ativo.

O porquinho-da-índia doméstico tem origem


desconhecida. Acredita-se que tenha sido domesticado na
América do Sul desde os tempos pré-incas. Foram levados
para Europa no século XVI, e durante os quatro séculos
seguintes foram conservados na maioria dos países europeus
e América do Norte como animais domésticos e foram usados
como alimento nos países Mediterrâneos e na América do
Norte. Na América do Sul são encontrados na Colômbia,

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Venezuela, norte da Argentina. Já no Brasil ele é encontrado em vários Estados,


principalmente no Nordeste.

Os porquinhos-da-índia são animais rústicos e muito resistentes, adaptando-se


bem sob diversas condições climáticas e vivem de acordo com o habitat em que se
encontram. São bastante tímidos e ariscos e quando afugentados correm aos pulinhos
emitando pequeninos gritinhos ou guinchos.

Os coelhos são animais mamíferos que


podem ser encontrados em várias regiões do
mundo.São herbívoros, ou seja, alimentam-se de
folhas, caules, raízes e alguns tipos de grãos. Um
coelho saudável, em boas condições de vida, pode
viver entre 5 e 10 anos. Uma fêmea, em fase
reprodutiva, pode dar de 3 a 6 ninhadas por ano.
Em cada ninhada podem nascer de 3 a 12 filhotes.
Nas matas e florestas, vivem em buracos ou em
tocos de árvores. Os coelhos que vivem nas matas
(coelho selvagem) tem hábitos noturnos. Para fugir
de seus predadores, procuram alimentos durante a
noite. Já os coelhos domésticos possuem hábitos
noturnos e diurnos

AULA 45: Trabalho em equipe – juntos somos


muito melhores do que sozinhos
Um conceito cada vez mais valorizado no ambiente profissional é o trabalho
em equipe. Ter agilidade para desenvolver trabalhos em conjunto tem sido um das
qualidades mais exigidas nos processos de contratação. Trabalhar em equipe significa
criar um esforço coletivo para resolver um problema, são pessoas que se dedicam a
realizar uma tarefa visando concluir determinado trabalho, cada um desempenhando
uma função específica, mas todos unidos por um só objetivo, alcançar o tão almejado
sucesso.

A atividade em equipe deve ser entendida como resultado de um esforço


conjunto e, portanto as vitórias e fracassos são responsabilidades de todos os
membros envolvidos. Muitas pessoas, que
atuam em diversas organizações, estão
trabalhando em grupo e não em equipe , como
se estivessem em uma linha de produção, onde
o trabalho é individual e cada um se preocupa
em realizar apenas sua tarefa e pronto.

No trabalho em equipe, cada membro sabe


o que os outros estão fazendo e reconhecem
sua importância para o sucesso da tarefa. Os
objetivos são comuns e as metas coletivas são

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desenvolvidas para ir além daquilo que foi pré-determinado. O trabalho em equipe


possibilita trocar conhecimentos e agilidade no cumprimento de metas e objetivos
compartilhados. Na sociedade em que vivemos, o trabalho em equipe é muito
importante, pois cada um precisa da ajuda do outro.
Pense numa vela acesa, ela é bonita, envolvente, ilumina tudo ao seu redor. Uma
vela acesa simboliza esperança, harmonia, fé. Por si só é bonita, porque ela mesma
tem a sua luz. Mas a vela por outro lado é muito frágil, e qualquer vento ou sopro pode
apagá-la.
Transferindo isso para o trabalho em equipe podemos concluir, que por mais que
tenhamos luz própria, que brilhemos e tenhamos talento, é preciso lembrar que
sozinhos nós somos muito frágeis e é exatamente por isso que qualquer problema do
dia-a-dia pode ofuscar o nosso brilho. Daí a importância de entendermos o poder da
ajuda mútua, sempre lembrando de que líderes e equipes superam crises quando se
unem.
Saiba que quando pegamos os nossos sonhos e juntamos com os sonhos de
outras pessoas, tudo se torna mais forte, iluminado e por mais escuro que o mundo
pareça ser, quando o ser humano se junta consegue milagres extraordinários. O ser
humano trabalhando em equipe, colaborando uns com os outros, cooperando.
Consegue com certeza, afastar a escuridão e todos os problemas que possam afligir a
organização.
Na vida temos que enfrentar muitas adversidades, mas quando nos juntamos um
ao outro a coragem aumenta, o nosso potencial se duplica e os nossos objetivos se
tornam mais passíveis de realização.

Práticas de equipes vencedoras:


Quando um cliente chega a uma empresa, a diferença proporcionada pela
atuação em equipe é sentida já no próprio ambiente, caracterizado por profissionais
entusiasmados, otimistas e dinâmicos e reflete-se em todos os processos. Desde a
anotação clara de um simples recado, até a busca de auxílio junto a um colega de
trabalho, quando não se tem certeza de uma informação a ser passada para o cliente.
E essa diferença contribui, e muito,
para a realização de negócios. Essa
atmosfera de equipe, de confiança e
de compartilhamento, é conseguida
por um árduo trabalho de liderança,
capaz de conciliar os aspectos
individuais dos profissionais com as
expectativas da empresa e dos
clientes. E cada empresa tem o seu
estilo, as suas peculiaridades.
Assim, não existe uma receita
pronta. Entretanto, algumas práticas
podem ser inspiradoras para o

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desenvolvimento de equipes vencedoras:

1- Definição de metas:

Esse é um fator relevante em qualquer organização. As metas são importantes


porque definem para a equipe o que se espera dela. Geralmente não são muitas. Não
adianta que apenas um seja excelente, pois o sucesso da empresa é condicionado
aos bons resultados de todos. As metas devem ser passíveis de serem atingidas,
desafiadoras e acompanhadas periodicamente. Além disso, a própria equipe pode ser
encarregada de encontrar soluções quando as coisas não vão bem. Para isso,
também é importante incentivar a participação em encontros e reuniões, que podem
ser bem rápidos e constantes, por exemplo, 15 minutos no início do expediente ou da
semana. Essa participação contribui para a motivação dos profissionais e para o
compartilhamento de informações.

2- Praticar constantemente o "feedback":

Uma palavra colocada de forma correta faz toda a diferença; comunicação é


tudo. Alguma coisa não deu certo, um cliente reclamou, um balconista não está
em condições de desempenhar bem sua função por algum motivo, ou então é
preciso dar uma boa notícia. Situações como essas podem ser resolvidas pelo
exercício do "feedback", palavra que quer dizer "retorno" e que é a alma da
comunicação empresarial. Não é fácil realizá-lo, tanto por quem emite, quanto por
quem recebe, mas tudo é uma questão de treino e consciência. O importante é
comunicar, de uma forma transparente e honesta, visando melhorias dos
processos e das pessoas.

3- Reconhecimento: satisfação pessoal e profissional.

Reconhecer, premiar e investir nos profissionais da empresa é também


muito importante. Isso pode ser feito de várias formas: participação nos lucros
ou resultados (verificar legislação), homenagens (colaborador do mês), apoio
para participação em cursos de atualização e de desenvolvimento pessoal - e
também em atitudes simples, como por exemplo, dar os parabéns quando algo
tiver sido bem feito. O
reconhecimento tem um forte
significado para o funcionário,
pois dá sentido de utilidade e
valorização, aumenta a auto-
estima e também cria energias
para que ele vença os próximos
desafios.

4- Liberdade para pedir ajuda:

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Quantas vendas são perdidas por falta de


uma orientação correta, decorrente de
desconhecimento sobre o produto? Uma equipe
plena consegue desenvolver um ambiente de
confiança, no qual o resultado do conjunto de
profissionais é maior do que a soma individual.
Pedir ajuda significa a intenção de não errar, e a
atenção dispensada por quem pode ajudar
significa ensinamento e apoio. Esse efeito se
multiplica e reflete-se em processos eficazes e
clientes satisfeitos.

5- Delegar responsabilidades e apoiar


realizações:

Em uma equipe vencedora, as funções


são distribuídas entre seus integrantes, que
assumem a responsabilidade de executá-las.
Também são estabelecidos graus de autonomia
para tomada de decisão, como por exemplo, as
possibilidades de descontos e condições
especiais. Essas atitudes facilitam a realização
de negócios, além de conferirem transparência e segurança ao negociador. Essas
práticas de equipes vencedoras deixam claros os benefícios para a organização,
principalmente no que diz respeito à melhoria das condições para realização de
negócios, aumento da sinergia entre os funcionários, melhoria no ambiente de trabalho
e aumento da satisfação dos clientes. Por outro lado, as empresas que não atuam
com o sentido de equipe têm maior propensão para desenvolverem aspectos como
burocracia interna e confusão, em uma atmosfera de desconfiança e individualismo, o
que pode influenciar negativamente em seu relacionamento com os clientes,
diminuindo as suas condições de competitividade. É por isso que desenvolver equipes
nas organizações é tão importante no acirrado mercado contemporâneo.

Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe:


Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a criatividade e
quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho individual, já que "1+1=
3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar bem em equipe.

1. Seja paciente

Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma sentença".
Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com
moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros,
mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.

2. Aceite as idéias dos outros

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As vezes é
difícil aceitar
idéias novas ou
admitir que não
temos razão;
mas é
importante
saber
reconhecer que
a idéia de um
colega pode ser
melhor do que a
nossa. Afinal de
contas, mais
importante do
que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar.

3. Não critique os colegas

As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não
deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as idéias do colega,
independentemente daquilo que achar dele. Critique as idéias, nunca a pessoa.

4. Saiba dividir

Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o


único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar
responsabilidades e informação é fundamental.

5. Trabalhe

Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é
uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente.

6. Seja participativo e solidário

Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja
necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar
pedir ajuda.

7. Dialogue

Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido
atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma
solução de compromisso, que agrade a todos.

8. Planeje

Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência
para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes
para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço

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entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo


previsto.

9. Evite cair no "pensamento de grupo"

Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e


homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões
discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a idéia de
que pode errar.

10. Aproveite o trabalho em equipe

Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de
seus colegas, e também de aprender com eles.

Características de um bom profissional:


As empresas são cada vez mais exigentes em relação aos seus
colaboradores, procurando pessoas dinâmicas, quase completas. Hoje em dia, não
basta cumprir os requisitos técnicos para determinada função, e são muitas as
características de um bom profissional. Deixamos algumas como exemplo:

1. Afinidade com a empresa:


Partilha os objetivos da empresa, e por isso sente que os sucessos da empresa são os
seus próprios sucessos.

2. Ambição:
Um bom profissional ambiciona ir mais além na sua atividade.

3. Auto-motivação:
Não espera estímulos externos para desenvolver a sua atividade. Não necessita de
motivação contínua.

4. Autonomia:
Tem iniciativa própria; não espera que as coisas aconteçam. Para além disso, planeia
as suas atividades.

5. Comunicação:
Um bom profissional sabe exprimir as suas idéias. Tem a capacidade de se fazer
entender.

6. Cumprimento de objetivos:
Estabelece e compromete-se com objetivos, e faz tudo o que pode para cumpri-los. É
orientado para os resultados.

7. Flexibilidade:
Procura adaptar-se a mudanças, que encara como oportunidades, e não como
ameaças. Está aberto a desafios.

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8. Inovação:
Procura apresentar novas idéias. Procura ser criativo e encontrar novos métodos de
trabalho.

9. Integração:
Procura integrar-se no espírito da empresa, procura assimilar a cultura e valores da
mesma.

10. Trabalho em equipe:


Gosta de trabalhar em equipe. Não se importa de ajudar os outros (embora não
descuide de seu trabalho).

11. Sabe gerenciar o tempo:


Define prioridades, e não "perde" o seu tempo com questões pouco importantes.

Bom atendimento ao cliente:


Em um cenário em que, cada vez
mais, as empresas disputam pela
preferência de um mesmo cliente, a
qualidade no atendimento se tornou
fundamental.Os clientes se tornaram
mais exigentes e conscientes não só de
seus direitos, como também dos “mimos”
que deverão receber para prestigiar uma
empresa com sua preferência.

Nesse contexto, algumas


expectativas dos clientes se tornaram
elementares e, em qualquer que seja o
segmento de mercado, elas estão
presentes.

Em primeiro lugar, os clientes


esperam que os profissionais que o atendam se comprometam a ajudá-los a atingir
seus objetivos. Em segundo, esperam obter sugestões e propostas de melhorias em
suas atividades e seus processos.Esperam também que o profissional de vendas não
coloque seus interesses acima dos deles, que se mantenham comprometidos ao longo
do tempo - ainda que não haja uma oportunidade imediata de venda ou de negócio. E,
finalmente, os clientes querem ter garantia de acesso e de atendimento sempre
quando necessitarem.

Embora pareça simples atender a essas expectativas, pesquisas recentes


demonstram que 97% das empresas não conseguem satisfazer mais do que 60% de
seus clientes.

Uma das principais razões apontadas é que os profissionais responsáveis pelo


atendimento não têm as competências exigidas para o bom desempenho da função.

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Como atender clientes:


Você é a primeira pessoa a manter contato com o público. Sua maneira de falar
e agir vai contribuir muito para a imagem que irão formar sobre sua empresa. Você é
o cartão de visita da empresa. Preste atenção a todos os detalhes do seu trabalho:

1- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possível.

2- Calma: às vezes pode não ser fácil, mais é muito importante que você
mantenha a calma e a paciência.

3- Interesse e iniciativa: cada pessoa que você atende merece atenção especial.

4- Polidez: seja simpática, atenciosa e procure demonstrar interesse em ajudar.

5- Tratamento adequado: não use de intimidade seja formal (Sr., Sra., Por favor,
Queira desculpar).

6- Evite gírias e conotações de intimidade.

7- Sigilo: às vezes é preciso saber de detalhes importantes, lembre-se, eles são


confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Seja discreta e
mantenha tudo em segredo.

8- Postura / Apresentação pessoal: Atenda as pessoas com um sorriso, olhe nos


olhos.

Ao atender a um cliente devemos ter em mente:

 O bom atendimento deve gerar auto-realização

 Uma reclamação é uma nova oportunidade de se fazer certo na


próxima vez.

 Uma reclamação é uma ajuda e não um transtorno

 Uma reclamação bem atendida vale mais do que uma boa venda

 O cliente é a razão da existência da empresa

 O atendente é a empresa perante o cliente

 O bom atendimento envolve: presteza, bom humor, boa vontade


e COMPROMETIMENTO.

 Atender ao cliente é responsabilidade de todos nós.

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Fonte:
http://cursocoachingpnl.com.br/ler_artigos.php?id_ler=2

Direitos do consumidor:
Muitas vezes o consumidor é vítima de abusos
por parte do fornecedor de produtos ou serviços e deixa
de defender seus direitos por desconhecer o alcance da
proteção a esses direitos pelo CÓDIGO de DEFESA do
CONSUMIDOR.

Abaixo listamos algumas dicas elaboradas pelo MJ


sobre como se prevenir das PRÁTICAS ABUSIVAS (Art.
39, CDC) :

1. O fornecedor não pode condicionar a venda de um


produto à compra de outro produto, ou seja, para levar
um produto, você não pode ser obrigado a comprar
outro, por exemplo, para levar o pão, você tem de comprar um litro de leite. Isto se
chama VENDA CASADA e é proibido por lei. É crime: Lei nº 8.137/90, art. 5º, II.

2. É proibido ao fornecedor esconder um produto e dizer que o produto está em falta.

3. Se algum fornecedor enviar-lhe um produto que você não pediu, não se preocupe!
Receba como se fosse uma amostra grátis.

E se alguém prestar a você um serviço que não foi contratado, não pague. A lei
garante que você não é obrigado a pagar (art. 39, parágrafo único, CDC).

4. O fornecedor não pode prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,


tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou posição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços.

5. O fornecedor não pode exigir do consumidor vantagens exageradas ou


desproporcionais em relação ao compromisso que ele esteja assumindo na compra de
um produto ou na contratação de um serviço. Antes de comprar, pesquise o preço em
outras lojas.

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6. Quem vai prestar-lhe um serviço é obrigado a apresentar, antes da realização do


trabalho, um orçamento (Art. 40, CDC).

Neste orçamento tem de estar escrito o preço da mão-de-obra, o material a ser usado,
a forma de pagamento, a data da entrega e qualquer outro custo.

7. O fornecedor não pode difamar o consumidor só porque ele praticou um ato no


exercício de um direito seu.

8. Existem leis que explicam como um produto ou um serviço devem ser feitos. O
fornecedor não pode vender produtos ou realizar serviços que não obedeçam a essas
leis.

9. O fornecedor é obrigado a marcar um prazo para entregar um produto ou terminar


um serviço.

10. Elevar, sem justa causa, os preços de produtos e serviços.

11. O fornecedor poderá aumentar o preço de um produto ou serviço apenas se


houver uma razão justificada para o aumento.

12. O fornecedor é obrigado a obedecer ao valor do contrato que foi feito. Não pode
aumentar o valor do produto ou serviço se o aumento não estiver previsto no contrato.

Razões para um bom tratamento dedicado ao cliente:


 O cliente bem tratado volta sempre.

 O profissional de atendimento tem 70% da responsabilidade sobre a satisfação


do cliente .

 Nem sempre se tem uma segunda chance de causar boa impressão.

 Relações eficazes com os clientes, aliadas à qualidade técnica e preço justo,


fortalecem a opinião pública favorável à Empresa.

 Opinião pública favorável suscita lucros e boas relações profissionais geram


produtividade.

 Recuperar o cliente custará pelo menos 10 vezes mais do que mantê-lo.

 Cada cliente insatisfeito conta para aproximadamente 20 pessoas , enquanto


que os satisfeitos contam apenas para cinco.

As 15 competências fundamentais para a linha de frente:

1 - Desenvolver a confiança e fidelidade dos clientes.

2 - Colocar-se no lugar do cliente = empatia.

3 - Comunicar-se bem.

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4 - Dominar a tensão.

5- Prestar atenção.

6 - Estar sempre alerta.

7 - Trabalhar bem em equipe.

8 - Demonstrar confiança e lealdade.

9 - Demonstrar motivação pessoal.

10- Resolver problemas.

11- Manter o profissionalismo.

12- Entender a empresa e o setor.

13- Conservar a energia.

14- Aplicar conhecimentos e habilidades técnicas.

15- Organizar as atividades de trabalho.

O que não devemos fazer?

 PROMETER E NÃO CUMPRIR

 INDIFERENÇA E ATITUDES
INDELICADAS

 NÃO OUVIR O CLIENTE

 DIZER QUE ELE NÃO TEM O DIREITO DE


ESTAR “IRADO”

 AGIR COM SARCASMO E PREPOTÊNCIA

 QUESTIONAR A INTEGRIDADE DO CLIENTE

 DISCUTIR COM O CLIENTE

 NÃO DAR RETORNO AO CLIENTE

 USAR PALAVRAS INADEQUADAS

 APRESENTAR APARÊNCIA E POSTURA POUCO PROFISSIONAIS

Quais os desejos de clientes insatisfeitos?

 SEREM LEVADOS A SÉRIO.

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 SEREM TRATADOS COM RESPEITO.

 QUE SE TOME UMA AÇÃO IMEDIATA.

 GANHAR COMPENSAÇÃO/ RESTITUIÇÃO.

 VER PUNIDO OU REPREENDIDO QUEM ERROU COM


ELES.

 TIRAR A LIMPO O PROBLEMA, PARA QUE NUNCA


ACONTEÇA OUTRA VEZ.

 SEREM OUVIDOS.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 DE CICCO, Lúcia H. S. Como cuidar do seu gato. Disponível em:
http://www.saudeanimal.com.br/artigo38.htm. Acesso em: 13 de nov. de 2012.

 RIBEIRO, Regis Christiano. Compêndio de rações para cães e


gatos: indicador de produtos nutricionais para medicina veterinária
destinadas a ações e gatos. São Paulo: Varela Editora e Livraria, 1998. 111p.

 LEVISCHI, Beatriz. Descubra o tipo de ração ideal para o seu cão.


Disponível em:
http://mdemulher.abril.com.br/casa/reportagem/bichos/descubra-tipo-racao-
ideal-seu-cao-622067.shtml. Acesso em 13 de nov. de 2012.

 VENTURA, Juliana. Cadela prenhe precisa de cuidados especiais na


alimentação. Folha de São Paulo. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u529198.shtml. Acesso em
14 de nov. de 2012.

 DE CICCO, Lúcia H. S. Alimentação das cadelas durante a gestação.


Disponível em: http://www.saudeanimal.com.br/artigo37.htm. Acesso em: 15 de
nov. de 2012.

 TEIXEIRA, Vanessa M. C. Alimentando filhotes recém nascidos. Disponível


em: http://www.petshopauqmia.com.br/2009/11/amamentando-filhotes-recem-
nascidos/. Acesso em 15 de nov. de 2012.

 NELSON, Richard W.; COUTO, C. Guillermo. Medicina interna de pequenos


animais. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 1324p.

 LONG, R. D. Clínica de pequenos animais. São Paulo: Manole, 1997. 197p.

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 PARISI, Silvia C. Gestação. Disponível em:


http://www.webanimal.com.br/gato/index2.asp?menu=gestacaogato.htm.
Acesso em 15 de Nov. de 2012.

 SÄMY, Paulo Guilherme. Criatividade em equipe: e suas leis de


marketing. São Paulo: Suma Econômica, 1999. 87p.

 GRAY, COLIN; SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS


DE MINAS GERAIS. Empresa em crescimento: como administrar melhor
sua equipe. Belo Horizonte: SEBRAE, 1998. 85p.

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