Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GOIÂNIA
2023
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
2. BRUCELOSE...................................................................................................................... 5
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 13
1. INTRODUÇÃO
As zoonoses sempre foram situações preocupantes, mas ao longo dos anos algumas
estratégias ajudaram na redução, conhecer o perfil de cada doença e estabelecer medidas em
cada fase contribuem para o controle da doença, isto pode ser verificado por meio da história
natural daquela doença, no caso deste artigo: a brucelose (SOLA, 2014 citou POESTER et al.,
2009).
A brucelose é considerada uma das doenças que mais atingem o rebanho em todo
território nacional, gerando prejuízos e acometendo inclusive o homem. Devido a isso,
implementou-se programas para erradicar a doença e estabeleceu o Programa Nacional de
Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) em 2001 por meio do MAPA
(Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento). Este programa visa estabelecer ações
sanitárias para reduzir a prevalência da doença (MONTES, 2017 citou BRASIL, 2017).
2. BRUCELOSE
2.1. HISTÓRIA E DEFINIÇÃO
Descoberta e reconhecida pelo médico patologista David Bruce em 1895 uma bactéria
em restos fetais, na qual ele identificou como Bacillus abortus, devido ao seu formato e a
origem (SANTOS, 2019 citou POESTER, 2009). Em pouco tempo foi chamada de Brucella
melitensis e Brucella abortus, outros identificaram mais espécies contendo características
diferentes (PESSEGUEIRO et al., 2003).
Estas são Brucella melitensis (caprinos, ovinos e camelídeos), Brucella suis (suínos),
Brucella abortus (bovinos e bubalinos), Brucella ovis (ovinos), Brucella neotomae (rato do
deserto), Brucella canis (cães) e Brucella maris (mamíferos marinhos), sendo que destas quatro
são transmitidas aos humanos: B. melitensis, B. suis, B. abortus e B. canis (CARDOSO, 2016
citou POESTER, 2013). E três delas possuem alta patogenicidade (B. melitensis, B. suis, B.
abortus).
A Brucella spp sobrevive muito bem em ambientes de pastagem sob condições contendo
pH neutro, materiais orgânicos como fetos abortados e fezes úmidas, é sensível ao calor e ao
uso de produtos ácidos, no uso de desinfetantes com soluções de formaldeídos a 2% e fenólicos
a 2,5%. No uso do álcool, ele elimina 70% das bactérias. Na carne só poderá ser eliminada
mediante ação do calor, ou seja, após cozimento do alimento, sendo a forma mais cara de
infecção (ingestão de carne crua (SOLA et al., 2014 citou PESSEGUEIRO et al., 2003).
2.3. PERÍODOS
lidar com retos de abortos, alimentos, carcaças em necropsias, acidentes com a manipulação da
vacina. E como fator ambiental, a contaminação de pastagens, alimentos dos animais e próprios,
assim como a água (Figura 3) (SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2018).
Fonte: Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância em Saúde para Brucelose Humana no Estado do Paraná, 2018.
fagocitário, por exemplo, medula óssea. Além disso, elas podem se disseminar para órgãos
reprodutivos. A predileção para o útero se deve a produção do hormônio eritritol que pode atrair
as brucelas, funcionando como fator estimulante para seu crescimento (NETO et al., 2009).
Dentro da fase clínica da doença, em fêmeas gera queda na produção de leite, cios repetitivos,
bezerros prematuros ou mortos, corrimento vaginal e abortos no final da gestação, retenção da
placenta e infertilidade, este último inclusive nos machos, além disso leva a inflamação dos
testículos em touros (JORNAL ESTADÃO, 2020).
Levando a uma incapacidade de trabalho, nos seres humanos a brucelose causa sinais
clínicos evidentes de infecção, como febre alta acima de 38 ºC, sudorese predominantemente
noturna, apatia, astenia, cefaleia, anorexia, sudorese, dores no corpo, dor nas articulações
vasculites, náuseas e vômitos. Esta quantidade de sinais torna difícil a identificação no primeiro
momento. E quando o tratamento é interrompido gera casos de recidiva de 3 a 6 meses após
interrupção (LAWINSKY et al., 2011 citou PESSEGUEIRO, 2003).
O tratamento da fase residual da brucelose pode carecer de uma maior dificuldade, e então
solicitar uma interpretação multidisciplinar envolvendo diversos profissionais de saúde. O
tratamento habitual pode envolver o uso prolongado de antibióticos, logo também terapias de
suporte para então gerenciar os sintomas e suas possíveis complicações dentro do quadro da
doença (CORBEL MJ, et al. 2006).
A fase residual da brucelose animal se refere à presença da bactéria Brucella spp. mesmo
após a fase aguda da doença em animais infectados. Após a fase aguda, muitos animais parecem
saudáveis, mas ainda abrigam bactérias em seus tecidos, principalmente nas gônadas, como
testículos e útero. Isso significa que eles ainda podem transmitir doenças para outros animais e
para as pessoas que entram em contato com seus produtos, como leite não pasteurizado ou carne
mal cozida. Por esta razão, a detecção e o controle da brucelose residual são importantes para
10
Temos como medida de prevenção primária a vacinação das bezerras com idade entre 3
e 8 meses, sendo utilizada a amostra viva atenuada 19 (vacina S19) de Brucella abortus, com
uma proteção em torno de 65% a 80% dos animais durante a sua vida útil. Tem-se de evitar a
vacinação de animais adultos, porém em casos de alta taxa de aborto entre estes animais deve-
se considerar tal escolha utilizando a vacina RB51, ficando assim caracterizada como uma
medida de prevenção secundária. Quando são animais jovens vacinados marca-se do lado
esquerdo da face com um V e os dois últimos algarismos do ano em que se está vacinando e
animais adultos no lado esquerdo com a letra P. No caso da vacinação de animais adultos só
pode ser efetuada com autorização prévia do órgão estadual oficial que fiscaliza essa área
(MEIRELLES-BARTOLI; SOUSA; MATHIAS, 2014 citou PAULIN & FERREIRA, 2003).
Outra medida de prevenção primaria, seria o uso correto da vacina contra a Brucella
abortus, pois pelo fato de se tratar de um organismo vivo existe uma grande possibilidade de
passar para o humano que está manipulando a vacina. Há a necessidade de utilização de EPI’s
durante esta manipulação, desinfecção do local e utensílios contaminados e a eliminação de
carcaças e tecidos contaminados. Uma outra ação a ser considerada é a educação sanitária dos
profissionais que são mais expostos a este patógeno. (MEIRELLES-BARTOLI; SOUSA;
MATHIAS, 2014 citou PAULIN & FERREIRA, 2003)
se de doença contagiosa e que acomete animais de produção que tem grande valor comercial a
opção é a mais indicada para não se dizer a única (CARDOSO, 2016)
Como medidas de prevenção terciárias temos de voltar a nossa atenção aos produtos
alimentares que estão diretamente ligados ao ciclo contagioso deste patógeno como os laticínios
(que devem ser pasteurizados para eliminação da bactéria), evitar consumo de carne mal cozida,
avisar profissionais de análise laboratorial quando amostras potencialmente infectadas forem
enviadas para que precauções de nível de biossegurança III sejam tomadas. Logo para a
população em geral é indicado, o consumo apenas do leite que passou pelo processo de
pasteurização, consumir apenas os derivados de leite que foram preparados com leite
pasteurizado, ingerir apenas carne e seus derivados de forma cozida (MEIRELLES-BARTOLI;
SOUSA; MATHIAS, 2014 citou BRASIL, 2006).
Enfim, para que possamos ter sucesso na prevenção temos de ter ações tomadas em
conjunto em todos os níveis de medidas preventivas, ou seja, animais devidamente vacinados,
atitudes sanitárias efetivas principalmente na eliminação de animais positivos, uma campanha
de vacinação séria e bem administrada, educação dos profissionais de saúde que estão
diretamente ligados ao processo de produção alimentar e educação dos produtores pecuários
mostrando a seriedade desta doença dentro do ciclo produtivo, pois muitos desconhecem quão
sério é este patógeno dentro da cadeia produtiva pecuária.
PRÉ-PATOGENESE PATOGENESE
Em humanos
Em humanos Em humanos
Fator cultural: consumo de leite não pasteurizado
Febre, apatia, astenia, cefaleia, Quando não tratado tempo
e carne malcozidas contaminadas;
anorexia, sudorese, dores no correto ou interrompido, há
Fator ambiental: Contaminação de água e
corpo, vasculites e outros. recidiva da doença, partindo da
alimentos;
fase aguda para crônica.
Fator social: contato direto com retos fetais sem
proteção; falta conhecimento da doença;
13
3. CONCLUSÃO
A brucelose é uma zoonose que tem gerado grandes prejuízos aos produtores e
comerciantes dos produtos de origem animal. Sendo importante a disseminação do
conhecimento da história natural da doença, a fim de eliminar maiores danos à saúde do
trabalhador, pois se torna um propagador da doença que tem caráter ocupacional.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CORBEL MJ, et al. BRUCELLOSIS IN HUMANS AND ANIMALS. Geneva: World Health
Organization; 2006. Disponível em: https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/51770/retrieve.
Acesso em: 18 mar. 2023.
15
RESENDE, Iana Vilela et al. BRUCELOSE COMO UMA DOENÇA TRANSMITIDA POR
ALIMENTOS TENDO O LEITE COMO PRINCIPAL VEICULADOR. II CONGRESSO
NACIONAL DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR, [s. l.], 2019. Disponível em:
file:///C:/Users/yannc/Downloads/elenomarques,+B095%20(1).pdf. Acesso em: 4 mar. 2023.
JORNAL ESTADÃO. Brucelose bovina: o que é e como evitá-la. 31 mar. 2020. Disponível
em: https://summitagro.estadao.com.br/saude-no-campo/brucelose-bovina-o-que-e-e-como-
evita-la/. Acesso em: 23 mar. 2023.
16
LAWINSKY, Maria Luiza de Jesus et al. Estado da arte da brucelose em humanos. Artigo de
Revisão, Distrito Federal, p. 75-84, 2011. DOI 10.5123/S2176-62232010000400012.
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/pdf/rpas/v1n4/v1n4a12.pdf. Acesso em: 28 mar. 2023.