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INSTITUTO POLIITÉCNICO DE VISEU

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE VISEU

BRUCELOSE: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE


COMUNITÁRIA

TRABALHO REALIZADO NO ÂMBITO DA UNIDADE CURRICULAR DE


E N F E R M A G E M C O M U N I T Á R I A S O B A O R I E N TA Ç Ã O D A P R O F E S S O R A
D O U T O R A C L Á U D I A C H AV E S

6º CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA

7 º C U R S O D E   P Ó S - L I C E N C I AT U R A D E E S P E C I A L I Z A Ç Ã O E M
ENFERMAGEM DE SAÚDE COMUNITÁRIA
DISCENTES: CÁTIA MANO 20407

RAQUEL GIL 21896

TELMA MANO 21897


PLANO DE AULA
Estratégias
Objetivos Específicos Conteúdos Programáticos Tempo
Metodologia Recursos
Parte I:
• Enquadramento teórico:
brucelose;
•Conhecer os fatores que influenciam a
infeção humana por Brucelose; • Promoção da saúde;
• Computador;
• Educação para a saúde;
•Conhecer as suas implicações • Diapositivos
socioeconómicas, em termos da segurança • Literacia em saúde; realizados no
• Expositivo 15 min
alimentar; Microsoft
• Planeamento em saúde. PowerPoint
•Reconhecer a Educação para a Saúde como
estratégia de intervenção em saúde Parte II: • Bibliografia
comunitária
• Proposta de intervenção.

Conclusão
INTRODUÇÃO

• A saúde humana e animal está profundamente ligada, quer pela interdependência alimentar,
quer pela partilha de território, questões socioeconómicas e culturais. 

• São inúmeras as vantagens deste binómio, funcionando como suporte para o crescimento
económico das sociedades. 

• Porém esta proximidade também comporta riscos, como seja a existência de doenças animais
transmissíveis ao homem, as denominadas zoonoses.

(Gomes, 2021)
INTRODUÇÃO • As zoonoses são doenças e/ou infeções transmitidas entre humanos e
animais. A brucelose, doença zoonótica, é causada por bactérias do
género Brucella.

• No nosso país é a zoonose mais frequente, afetando maioritariamente


jovens adultos, em idade ativa, ligados às atividades de produção
pecuária. 

•  A origem são os reservatórios animais, domésticos ou selvagens, e o


Homem é o último ela da cadeia epidemiológica. 

• A infeção ocorre mais frequentemente pelo contato direto com


animais infetados ou por via alimentar.
(Brito, 2007)
INTRODUÇÃO

• O interesse de trabalhar este tema prende-se com o impacto da saúde animal na


saúde pública quer em termos da prevalência de infeção e suas implicações
socioeconómicas quer em termos da segurança alimentar. 

• A persistência de doenças como a brucelose oferece um campo de intervenção para


os profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros e particularmente o
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Comunitária.
(Brito, 2007; DGAV 2020)
ENQUADRAMENTO
TEÓRICO • 1887 David Bruce isola o micro-organismo,
Micrococcus mellitensis em seres humanos.

• 1905, demonstra-se a natureza zoonótica da


B. mellitensis realizando o isolamento da
bactéria no leite de cabras.
(Brito, 2007)
ENQUADRAMENTO
TEÓRICO
• Os microorganismos do género Brucella são
cocobacilos Gram negativos.

• Estão identificadas 11 espécies de


Brucella, cinco das quais provocam doença
no homem.
(Gomes, 2021) 
ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Tabela 1. Taxonomia de Brucella (Gomes, 2021)

Espécies Hospedeiro Doença em humanos

B. abortus Ovinos, caprinos, bovinos, Segundo agente infeção em humanos


camelos, búfalos, alces
B. suis Porcos, javalis, renas, Grupos de risco: caçadores de javalis
roedores, caribus
B.canis Canídeos Casos raros
B.ovis Ovelhas Casos raros
B. mellitensis Ovinos, caprinos, bovinos, Principal agente de infeção por brucelose em humanos
camelos
VIAS DE
Ingestão

TRANSMISSÃO

Inoculação Contato Direto

Inalação

 (Brito, 2007)
EPIDEMIOLOGIA
• A Brucelose é uma zoonose com elevada
incidência, com ocorrências registadas em
todas as regiões de Portugal continental.

• Como critérios epidemiológicos para


identificação da infeção por Brucella o
Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica (SINAVE) aponta os
seguintes critérios:
(SINAVE, 2015). 
EPIDEMIOLOGIA

1.Exposição a alimentos/água confirmados como contaminados;

2.Exposição a produtos de um animal confirmado como contaminado (leite ou


laticínios);

3.Contágio de pessoa por  animais confirmados como infetados (secreções ou


órgãos contaminados, por exemplo, leucorreia, placenta)(SINAVE, 2015)
PATOGENIA A B. Mellitensis é, a espécie que causa geralmente formas mais graves de
doença aguda com sintomatologia incapacitante. A anemia surge em cerca de 75%
dos casos, a trombocitopenia em 40% e pancitopenia em 6%. O estudo da medula
óssea pode revelar achados de fagocitose eritrocitária.

Após a infeção, o sistema imunitário, células T, é rapidamente mobilizado e


algumas Brucella são fagocitadas pelos leucócitos e  macrófagos porém outras
multiplicam-se a nível intracelular destruindo a célula.

A bacteriémia pode resultar em focos nas células do sistema reticuloendotelial


(SRE): fígado, baço, medula óssea e outros órgãos como os rins. A reação
tecidular à infeção por Brucella é a formação de granulomas.

O mecanismo provável de cura espontânea e imunidade é a destruição das


Brucella pelos macrófagos ativados, porém como as Brucella têm uma resistência
relativa à destruição por macrófagos ativados a cronicidade da infeção é possível.
Os granulomas da brucelose podem cicatrizar por fibrose ou por
calcificação (Fabricio, 2019).
MANIFESTAÇÕES A Brucelose pode ser assintomática, evidências
serológicas da infeção, ou  sintomas transversais
CLÍNICAS hipertermia ligeira, indisposição, fadiga, anorexia,
cefaleias

Sudorese, sobretudo noturna,  são sintomas


característicos da infeção

Reumatismo brucélico, artralgias e mialgias resultante


da difusão de Brucella e das endotoxinas libertadas
(Brito, 2007).
DIAGNÓSTICO

• O diagnóstico da brucelose humana não pode ser efetuado exclusivamente


pelos achados clínicos devido à grande variedade de manifestações clínicas
da doença. 

• É essencial a realização de testes bacteriológicos e serológicos. 

• Assim o disgnóstico laboratorial desenvolve-se através de três abordagens:


Quadro clínico 
 Isolamento de (artralgias, febre,
Brucella (culturas) sudorese, cefaleias,
anticorpos específicos

DIAGNÓSTICO

Deteção de ácido
nucleico
TRATAMENTO

• O elemento essencial no tratamento de todas as formas de brucelose


humana é a administração de antibióticos durante pelo menos seis semanas
de forma a reduzir o risco de recorrência.

• A antibioterapia deve ser instaurada precocemente, mesmo em pacientes


que apresentem melhora clínica espontânea, sendo a combinação de
rifampicina e doxiciclina a mais usada.
PREVENÇÃO E CONTROLO

• O controlo da brucelose requer colaboração multidisciplinar na vigilância e monitorização.

• Até à data, não foi desenvolvida vacina anti Brucella aprovada para administração humana
(Ribeiro et al., 2020). 

• A estratégia mais efetiva de prevenção da brucelose em humanos depende, sobretudo, do


controle e erradicação da doença nos animais e reduzir a transmissão zoonótica. 

• Para tal é imperativo intervir nas áreas do saneamento, higiene e segurança alimentar em
termos de promoção da saúde.
PROMOÇÃO DA SAÚDE

01 02 03
O enfermeiro Especialista em No sentido da capacitação com Nos domínios da manutenção,
Enfermagem de Saúde recurso a projetos de saúde que restabelecimento, coordenação,
Comunitária tem uma intervenção exigem atividades de Promoção e gestão e avaliação dos cuidados,
centrada na comunidade; Educação para a Saúde; conforme o regulamento de
competências específicas do
enfermeiro especialista (OE,
2018).
PROMOÇÃO DA SAÚDE

Enfermeiro Especialista em Saúde


Conhecer fatores de risco e
Comunitária recorre às suas competências
vulnerabilidades para adequar cuidados
específicas de intervenção comunitária (OE,
antecipatórios reduzindo a exposição a
2018) por forma a estruturar ações e
riscos evitáveis.
intervenções adequadas.
PROMOÇÃO Estabelecer, com base na metodologia do
DA SAÚDE Planeamento em Saúde, a avaliação do estado de
saúde de uma comunidade;

Contribuir para o processo de capacitação de grupos


e comunidades;

Integrar a coordenação dos Programas de Saúde de


âmbito comunitário e na consecução dos objetivos
do Plano Nacional de Saúde;

Realizar e cooperar na vigilância epidemiológica de


âmbito geodemográfico.
PROMOÇÃO Depois de conhecidos os mecanismos de infeção e transmissão da

DA SAÚDE doença, é papel do Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária


promover intervenções dirigidas à comunidade

Promotoras de medidas de adesão da prevenção.

Aumento da Literacia em Saúde

Educação para a Saúde


EDUCAÇÃO
PARA A
SAÚDE
capacitação 

• indivíduos
• grupos, 
• comunidades e famílias

(Ordem dos Enfermeiros, 2018)


Conhecimentos adequados para informar
devidamente o indivíduo e a comunidade
de modo a aumentarem os seus níveis de
ENFERMEIRO Literacia em Saúde.
ESPECIALISTA
EM
ENFERMAGEM
COMUNITÁRIA Decisões fundamentadas e adequadas
sobre a sua saúde.
“o processo que visa criar condições para que as
pessoas aumentem a sua capacidade de
controlar os fatores determinantes da saúde
(estilos de vida individuais, redes sociais
comunitárias e condições socioeconómicas,
culturais e ambientes gerais), no sentido de
melhorá-la”
LITERACIA
EM SAÚDE (Costa et al., 2016)
LITERACIA EM SAÚDE
Diversos estudos confirmam que populações com níveis mais elevados de LS
evidenciam um conjunto de indicadores positivos:

• melhor utilização dos serviços de saúde,

•  participação ativa e informada nos cuidados de saúde,

•  diminuição dos gastos com a saúde, 

• redução das desigualdades em saúde e melhores resultados de saúde, 

• aumento do bem-estar.

 (Almeida, 2022) 
PLANEAMENTO elaboração do plano 
EM SAÚDE

execução 

avaliação
DIAGNÓSTICO Colheita de dados  Identificar necessidades
DE SITUAÇÃO

Alvo de intervenção
OBJETIVOS

Meta ou resultado desejável de alcançar. 

A sua definição permite traçar a estratégia e o rumo a seguir


para o conseguir atingir. 
DETERMINAÇÃO
DE
PRIORIDADES 

• Priorização rigorosa dos


diagnósticos 
DETERMINAÇÃO
DE
ESTRATÉGIAS E
INTERVENÇÕES •  Escolha de um conjunto de técnicas específicas,
de gestão ou operacionais, organizadas com o
fim de definir o processo mais adequado para
alcançar os objetivos fixados e assim reduzir os
problemas de saúde prioritários.
AVALIAÇÃO DE RESULTADOS

• “Depois de avaliados os resultados, comparam-se com as metas estabelecidas


e analisa-se se foram atingidas as metas, se não foram atingidas ou se
foram superadas...."

(Melo, 2020)
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Com base no projeto de investigação desenvolvido em 2007 por Irma


Brito, “Intervenção de conscientização para prevenção da brucelose em
área endémica” (Brito, 2007), e tendo em consideração que uma das
formas de transmissão de Brucella é a ingestão de produtos lácteos frescos
contaminados, apresenta-se uma proposta de intervenção de Promoção e
Educação para a Saúde, através de sessões de formação, em articulação
com os recursos da comunidade, para a população em geral.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Apresenta-se na tabela 2 a intervenção de educação para a saúde que


tem como objetivos:

reduzir a incidência de brucelose em indivíduos potencialmente


expostos capacitando a comunidade para a eliminação de
reservatórios de infeção e adesão às medidas preventivas;

reduzir a prevalência de brucelose nos indivíduos residentes em zonas


endémicas capacitando a comunidade para a vigilância da saúde
INTERVENÇÃO DE EDUCAÇÃO PARA A
SAÚDE
Tabela 2. Proposta de Intervenção de educação para a saúde na prevenção da brucelose

Grupo alvo  Objetivo  Conteúdos a abordar 

• Brucelose: definição 
• Adotar comportamentos
                   Transmissão animal-animal 
preventivos 
                   Transmissão animal-humanos                
• Reconhecer o consumo alimentar
• Características da doença nos animais 
como fator de risco para infeção
• População em Geral  • Características da doença nos humanos 
por Brucella 
• Riscos para a saúde no ser humano 
• Participar nos programas de
• Medidas de prevenção do contágio por via
controlo da brucelose 
alimentar 
CONCLUSÃO

O impacto da infeção por Brucella representa crescente importância devido à sua


elevada capacidade de resistência em condições naturais, extensão de
contaminação produzida por apenas um animal, e consequências para a saúde
humana sendo que a infeção provoca sintomatologia incapacitante com longos
períodos de recuperação situação que acarreta elevado absentismo laboral.

O Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Comunitária encontra-


se numa posição privilegiada para desenvolver intervenções de promoção da
saúde, capacitando as comunidades para a tomada de decisão competente e
habilitada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Almeida, C. V. de. (2020). COLETÂNEA DE COMUNICAÇÕES. In LITERACIA EM SAÚDE: UM DESAFIO EMERGENTE. CONTRIBUTOS PARA A
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
• Almeida, C. V. de. (2022). Literacia em saúde: o conhecimento que salva vidas e reduz gastos. Https://Vidasustentavel.Sabado.Pt/.
• Brito, I. (2007). Intervenção de conscientização para prevenção da brucelose em área endémica. https://hdl.handle.net/10216/7216
• Carcel, C. (2000). Paradigma holístico. Revista Trajectos e Projectos, 2, 31–35.
• Cequinel, J. C., Cerchiari, N., Costa, T. P., Droppa, E. E. H., Handar, A. M., Moreira, S. D. R., Navarro, A. P. B., Souza, M. N., & Tuon, F. F. (2017). Technical
Report Guidelines for the management of human brucellosis in the State of Paraná , Brazil. 50(September 2016), 458–464.
https://doi.org/10.1590/0037-8682-0319-2016
• Costa, A., Saboga-Nunes, L., & Costa, L. (2016). Avaliação do nível de literacia para a saúde numa amostra portuguesa. Boletim Epidemiológico: Instituto
Nacional de Saúde Dro Ricardo Jorge, 17 (2), 38–40.
• Dias, J. R. (1993). Filosofia da Educação. Pressupostos, funções, método, estatuto. Revista Portuguesa de Filosofia, 49, 3–28.
• DGAV. (2020). Programa de Vigilância da Brucelose Bovina Plurianual 2020-2024.
https://www.dgav.pt/wp-content/uploads/2021/01/Prog-Vig_BB-Centro-2020_2024-homologado.pdf
• DGS. (2017). Referencial de Educação para a Saúde.
• Despacho no 1150/2021 do Ministério da Saúde (2021) Diário da República n o19/2021, Série II de 2021-01-08, 137 (2021).
https://dre.pt/dre/detalhe/despacho/1150-2021-155575942
• Fabricio, B. (2019). Caracterização epidemiológica dos casos notificados de brucelose em bovinos e humanos na região oeste do estado de santa catarina.
https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/3210/1/BERNARDI.pdf
• Gomes, A. (2021). Brucelose em Portugal: A propósito de um caso clínico atual. In Repositório da Faculdade de Medicina de Lisboa (Vol. 59).
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/51214/1/AlexiaCGomes.pdf
• Melo, P. (2020). Enfermagem de Saúde Comunitária e de Saúde Pública.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• OE. (2018). Regulamento no 428/2018. Diário Da República, 2a série(135), 19354–19356.


https://dre.pt/dre/detalhe/regulamento/428-2018-115698616
• OMS. (1978). Declaração de Alma-Ata. Conferencia Internacional de Cuidados Primarios, 3.
• OMS. (1986). Carta de Ottawa: Promoção da saúde nos países industrializados. Conferência Internacional Sobre Promoção Da Saúde,
1(1), 1. https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/carta-de-otawa-pdf1.aspx
• Portugal. (2018). Decreto-Lei N.o 113 — 14 de junho de 2018Regulamento da Competência Acrescida Diferenciada e Avançada em
Supervisão Clínica. https://files.dre.pt/2s/2018/06/113000000/1665616663.pdf
• Ribeiro, M. I., Antão, C., & Fernandes, A. (2020). Tendências temporais da brucelose humana: Um estudo comparativo entre Portugal e a
União Europeia. Revista Egitania Sciencia, 27(2), 9–19. https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/22933
• Sanches, L. (2012). Análise comparativa da evolução da brucelose humana e animal, em Portugal Continental de 2002 a 2011. In
Repositório da Faculdade de Medicina da Unidersidade do Porto.
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-PT&as_sdt=0%2C5&q=brucelose+portugal&btnG=

• Sousa, F. A. M. do R., Goulart, M. J. G., Braga, A. M. dos S., Medeiros, C. M. O., Rego, D. C. M., Vieira, F. G., Pereira, H. J. A. da R.,
Tavares, H. M. C. V., & Loura, M. M. P. (2017). Estabelecimento de prioridades em saúde numa comunidade: análise de um percurso.
Revista de Saúde Pública, 51(0), 1–10.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102017000100207&lng=en&tlng=en
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OBRIGADA

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