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HERNIAS

São defeitos na parede externa do abdome que permitem a protrusão do conteúdo abdominal; hérnias abdominais
internas são aquelas que ocorrem através de um anel de tecido confinado dentro do abdome ou do tórax (p. ex., hérnia
diafragmática e hérnia de hiato). Hérnias abdominais externas podem envolver a parede abdominal em qualquer local
diferente do umbigo, anel inguinal, canal femoral ou escroto. Hérnias umbilicais ocorrem através do anel umbilical. O
conteúdo das hérnias verdadeiras geralmente está incluso em um saco peritoneal; as hérnias falsas permitem a
protrusão de órgãos fora de uma abertura abdominal normal; por isso, o conteúdo também está contido em um saco
peritoneal. Onfaloceles são grandes defeitos de pele da linha média umbilical. Hérnias abdominais podem ser definidas
de acordo com sua localização (i.e., ventral, pré-púbica, subcostal, hipocondral, paracostal ou lateral). O ligamento
púbico cranial antigamente era chamado de tendão pré-púbico.
FISIOPATOLOGIA CLINICAMENTE RELEVANTE: Hérnias abdominais
geralmente ocorrem secundariamente a um trauma, como os acidentes veiculares ou
as feridas por mordidas; entretanto, elas ocasionalmente ocorrem como lesões
congênitas. Hérnias abdominais craniais congênitas (i.e., craniais ao umbigo) têm
sido relatadas em associação a hérnias peritônio-pericárdicas em cães e gatos. As
hérnias abdominais são hérnias falsas, pois elas não contêm um saco herniário.
Quando associadas a traumas sem corte, elas surgem como resultado de ruptura da
parede interna, a qual é causada por um aumento da pressão intra-abdominal
enquanto os músculos abdominais são contraídos. Os locais mais comuns para
hérnias abdominais traumáticas são a região pré-púbica e o flanco. Hérnias do ligamento púbico cranial frequentemente
ocorrem em associação a fraturas púbicas. As hérnias paracostais podem permitir a migração do conteúdo abdominal
ao longo da parede torácica. Em casos raros, o conteúdo abdominal entra no tórax através de defeitos nos músculos
intercostais. Quase a metade dos animais que sofrem de hérnia abdominal traumática tem lesões simultâneas graves,
incluindo ortopédicas (p. ex., pelve) e lesões dos tecidos moles; assim, um exame físico completo de todos os animais

afetados deve ser executado. Hérnias umbilicais geralmente são congênitas, causadas por embriogênese defeituosa. Os
vasos umbilicais, o ducto vitelínico e a haste do alantoide passam através do anel umbilical no feto, mas esta abertura se
fecha no nascimento, deixando uma cicatriz umbilical. Se houver falha na contração da abertura ou se ela for muito
larga ou inapropriadamente formada, resulta uma hérnia. Estas hérnias são cercadas por um saco peritoneal e são
consideradas hérnias verdadeiras. A causa das hérnias umbilicais raramente é conhecida, mas acredita-se que a maioria
seja hereditária. Muitos cães machos com hérnias umbilicais são criptorquidas. A onfalocele permite que os órgãos
abdominais se protruam externamente (eviscerem). Os conteúdos abdominais inicialmente são cobertos por tecido
amniótico, mas esta membrana de cobertura é facilmente rompida. A maioria dos neonatos acometidos morre ou sofre
eutanásia ao nascer.

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