Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Definição ....................................................................... 3
2. Epidemiologia .............................................................. 3
3. Fatores de risco .......................................................... 3
4. Revisando a anatomia ............................................. 4
5. Classificação das hérnias......................................11
6. Quadro clínico.............................................................13
7. Diagnóstico ................................................................14
8. Tratamento .................................................................15
Referências Bibliográficas .........................................24
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 3
SAIBA MAIS!
A prevalência das hérnias aumenta com a idade, bem como a probabilidade de estrangula-
mento e a necessidade de hospitalização.
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 4
Histórico familiar
Sexo masculino
Doenças colagenosas
DPOC
Aumento da pressão abdominal
Ascite
Figura 1. Camadas da parede abdominal. Fonte: Adaptado de Netter & Machado. Atlas interativo de Anatomia Hu-
mana. 2004.
Aponeurose do m.
oblíquo externo
Funículo
espermático
Anel inguinal
externo
Figura 2. Região inguinal com pele e tecido subcutâneo rebatidos. Fonte: Adaptado de Netter & Machado. Atlas inte-
rativo de Anatomia Humana. 2004.
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 6
O canal inguinal é um ducto que par- sua descida dentro da bolsa escrotal.
te de lateral para medial, de dentro Após isso, esse conduto citado acima
para fora, obliquamente. Ele é uma se oblitera e encerra, em um indivíduo
comunicação entre a cavidade ab- saudável, a comunicação entre a ca-
dominal e o testículo/bolsa escrotal. vidade abdominal e a bolsa escrotal,
Diante disso, é importante recordar restando apenas estruturas que co-
sobre alguns aspectos embriológicos, municam os testículos com essa ca-
como o da formação testicular, que vidade, passando através do canal
ocorre dentro da cavidade abdomi- inguinal, sendo que essas estruturas
nal e desce através do conduto peri- são: funículo espermático, os nervos,
tônio-vaginal a partir da 28ª semana o músculo cremaster e outras estru-
de gestação, até se alocar e terminar turas importantes.
Peritônio
Fáscia transversalis
Músculo transverso
Músculo oblíquo
interno
Aponeurose do m.
oblíquo externo
Figura 3. Camadas da parede abdominal no nível da região inguinal. Fonte: Adaptado de Netter & Machado. Atlas
interativo de Anatomia Humana. 2004.
Tendão
conjunto
Ligamento inguinal
(Poupart)
Canal femoral
Tubérculo
púbico
Figura 4. Estruturas relacionadas ao canal inguinal. Fonte: Adaptado de Netter & Machado. Atlas interativo de Anato-
mia Humana. 2004
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 8
Aponeurose do m.
oblíquo externo
Músculo oblíquo
interno
Músculo
transverso
Funículo espermático
(M. cremáster)
Tendão
conjunto
Fáscia
transversalis
Figura 5. Funículo espermático rebatido para evidenciar a camada posterior do canal inguinal. Fonte: Adaptado de
Netter & Machado. Atlas interativo de Anatomia Humana. 2004
Vasos epigástricos
Músculo reto
inferiores
abdominal
Tendão
conjunto
Anel inguinal
interno
Músculo psoas
Canal femoral
Ligamento pectíneo
(Cooper)
Ligamento inguinal
(Poupart) Ligamento lacunar
(Gimbernat)
Figura 6. Região inguinal de uma visão interna, “visão laparoscópica”. Fonte: Adaptado de Netter & Machado. Atlas
interativo de Anatomia Humana. 2004
Ainda, uma outra estrutura anatômi- região pode ser dividida, pois sabe-
ca importante, quando pensamos em -se que três tipos de hérnias podem
hérnias, é o óstio miopectíneo de Fru- surgir aqui, a inguinal indireta, a ingui-
chaud, região inguino-femoral ilus- nal direta e a femoral. A direta surge
trada na figura abaixo, que é caracte- no famoso trígono de Hesselbach (li-
rizada por ser um local propenso ao mitado por: músculo reto abdominal,
surgimento de hérnias. Possui como ligamento inguinal e vasos epigástri-
limites o músculo reto abdominal (me- cos inferiores), pois ele é a região de
dialmente), inferiormente o ligamento fraqueza na parede abdominal. Os
pectíneo ou de Cooper, lateralmen- outros dois sítios são os canais ingui-
te o músculo psoas e superiormente nal (local de surgimento da indireta)
o tendão conjunto (obliquo interno e o femoral (local de surgimento da
com o transverso do abdome). Essa hérnia femoral).
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 10
Músculo reto
abdominal
Tendão
conjunto
Músculo psoas
Ligamento pectíneo
(Cooper)
Vasos epigástricos
Músculo reto
inferiores
abdominal
Ligamento inguinal
Figura 8. Trígono inguinal de Hesselbach – Local de
(Poupart) surgimento da hérnia inguinal direta. Fonte: Adaptado
de Netter & Machado. Atlas interativo de Anatomia
Humana. 2004
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 11
Vasos epigástricos
inferiores
Medial
Lateral
CLASSIFICAÇÃO DE NYHUS
IV – Recorrentes
A – Direta
B – Indireta
C – Crural (Femoral)
D – Qualquer combinação das 3
Pele
Saco
herniário
disso, vale lembrar que o quadro nor- peso no local. Diante disso, lembre-se
malmente é oligossintomático e não é que se o paciente chega se queixan-
marcado por pacientes com queixas do de dor intensa, pense nas possí-
de dores intensas, eles se queixam veis complicações (encarceramento
de uma dor moderada e sensação de ou estrangulamento).
estrangulada, não tente reduzir, esse método tinha uma altíssima taxa de
paciente merece cirurgia de urgência. recidiva, justamente por essa tensão,
além de não ser útil para as hérnias
SE LIGA! Qual o motivo de não reduzir
femorais. Seguindo a linha do tempo
a hérnia estrangulada? O fato de com a da cirurgia, Mc Vay propôs uma nova
redução, uma porção isquemiada do in- técnica que seria capaz de solucionar
testino ir para dentro da cavidade abdo- as hérnias femorais, suturando o ten-
minal, podendo perfurar e causar uma
peritonite fecal. dão conjunto com o ligamento pectí-
neo, porém foi marcada por altas ta-
xas de recidiva também. Muitos anos
As técnicas cirúrgicas utilizadas no depois, outra técnica surgiu, a técni-
tratamento das hérnias mudaram ca de Shouldice, que foi caracteriza-
muito com o tempo. A primeira téc- da por uma menor taxa de recidivas,
nica utilizada foi em 1884, com o sendo marcada pelo imbricamento de
Bassini, baseada em suturar o ten- camadas, ou seja, suturando as ca-
dão conjunto no ligamento inguinal, madas uma sobre a outra.
com muita tensão. No entanto, esse
Por fim, em 1986, Lichtenstein ino- essa técnica é específica para as hér-
vou, com sua técnica que é baseada nia inguino-femoral, porém a sua me-
na utilização de telas, utilizada até os todologia revolucionou o tratamento
dias de hoje, sem tensão e com bai- das hérnias.
xa taxa de recidivas. Vale lembrar que
1884 BASSINI
• Início da Era Moderna
• Sutura no ligamento inguinal
• Alta recidiva
MC VAY
• Hérnia Femoral
• Sutura no ligamento de pectíneo
• Alta recidiva
SHOULDICE
• Menor recidiva
• Imbricamento de camadas
1986
LICHTENSTEIN = LichtensTELA
• Uso de tela
• Sem tensão
Tela
Aponeurose do músculo Fascia transversalis
oblíquo externo
Figura 15. Colocação de tela para reparo de hérnia inguinal. Técnica de Lichtenstein.
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 18
Figura 17. Hérnia umbilical sendo corrigida com tela sem tensão
Pré aponeurose
Pré peritoneal
Peritônio
Tela
Incisional Tipos
Manobra de
Dor aos esforços Casos complexos Estrangulada McVay
Landivar
Sensação Abaulamento ao
repouso ou à manobra
de peso de Valsava
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 24
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
RODRIGUES G, MACHADO M.C.C., RASSLAN S. Clínica Cirúrgica FMUSP. Editora Mano-
le. 2008.
TOWNSEND C.D., BEUCHAMP R.D., EVERS B.M., MATTOX K.L. Sabiston: Tratado de Ci-
rurgia, A Base da Prática Cirúrgica Moderna. 18ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 25