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Emergências cardiovasculares e respiratórias

EMERGENCIAS CARDIOVASCULARES

ARRITMIAS

Arritmias Cardíacas
 Para o coração contrair, ele precisa despolarizar
 Sistema de condução: começa pelo nó sinoatrial, passa pelos átrios, chega ao nó sinusal, se espalha pelos
ventrículos passando pelas fibras do feixe de his.
 Arritmias ventriculares: pode levar a morte súbita
 Arritmias supraventriculares: ocorrem na região de junção – passagem do átrio para o ventrículo. Pode piorar
quadros de ascite, por exemplo. Costumam ser menos letais.
 Parada sinusal
 Bloqueio AV

 Eletro normal

 Arritmia sinusal = onda R um pouco mais espaçada

Arritmias Ventriculares
 Extrassístoles ventriculares (VPCs)
 Taquicardia ventricular
 Fibrilação ventricular
 Ritmo idioventricular
 Bradiarritmias
Emergências cardiovasculares e respiratórias
Qual tratar?

A. Complexo acontece antes do tempo. Extra-sístole ventricular secundária. Não


trata quando for isolada. Uremia, sepse, dor, alterações esplênicas
B. Conjunto de extra-sístole, trio ou pares não se trata
C. Mais de 3 extrasistoles ventriculares já precisa tratar.
Taquicardia Ventricular
Sustentada: dura mais que 30 s. Pode levar a morte. Trata
Não sustentada: dura menos que 30 s. Pode trar ou não, depende do
comprometimento hemodinâmico
D. Bigeminismo ventricular: normal + bizarro
E. Extrasistole com formatos diferentes e constante. Trata.
F. Taquicardia ventricular sustentada – trata com lidocaína, amiodarona.
Desfibrilação
G. Fibrilação atrial

Morte súbita

Ritmo sinusal com algumas extra-sístoles, entra em taquicardia ventricular, volta sinusal, entra em ventricular de novo,
entra em fibrilação, assistolia e morre
Taquicardia ventricular sustentada: precisa de intervenção

Tratamento
Lidocaína

 Cães: 2,2 –8,8 mg/kg IV lenta, repetir a cada 10 min. Infusão contínua 25-80μg/kg/min
 Felinos: 0,25-1,0 mg/kg IV bolus. Infusão contínua: 10-40 μg/kg/min
Sotalol

 Cão: 0,5-2,0 mg/kg BID VO


 Felino: 10 mg/animal BID VO
Amiodarona
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 VO: 10-20 mg/kg SID (Dose de ataque) 7-10 dias; após 3-15 mg/kg SID VO (dose de manutenção)
 IV: 5-10 mg/kg (bolusbem lento)
 Dose de ataque e dose de manutenção – injeção bem lenta
o IV: dose fixa. Infusão lenta para evitar hipotensão
o Se sai da veia – necrose tecidual
 Pode levar a hepatite aguda

BRADIARRITMIAS/BLOQUEIOS
Bloqueio atrioventricular: nó atrioventricular não deixa o impulso passar corretamente

 Primeiro grau: intervalo entre P e R maior


 Segundo grau: não passa o impulso. Não tem QRS em algum momento.
 Terceiro grau ou completo: tem momentos que não passa e não tem complexo QRS.

Tratamento
Animais Sintomáticos

 Emergencial –Atropina 0,01 -0,04 mg/Kg


 Uso Crônico –Isoproterenol0,04 –0,09 μg/Kg/min
Cães que não respondem a terapia (Marcapasso Artificial)
Bloqueios AV

Tem QRS -> indica despolarização do ventrículo, mas de forma desordenada -> RITMO DE ESCAPE. Ventriculo
despolariza sozinho para tentar manter débito cardíaco. Sintomas: diminuição da FC, palidez, sincope, hipotensão, cansaço,
TPC aumentado, hipotermia e animal pode chocar.

EFUSÃO PERICÁRDICA

 Emergência – uso de ECG


 Neoplasia 57%: Leva ao tamponamento cardíaco (não consegue receber adequadamente o sangue, não se enche
devido a pressão pericárdica, não relaxa para receber o sangue. Não tem um débito cardíaco adequado. Causa
mais comum. Diminui débito, cansaço, prostrado.
 Inflamatória idiopática, infecciosa, traumática
 Congênita (malformação, hérnia)
 Insuficiência cardíaca congestiva: não recebe sangue e consequentemente acumula sangue que desembocam no
pulmão, principalmente no lado direito. Secundário ou primário (felinos). Ascite, efusão pleural.
 Distúrbios sistêmicos (uremia, hipoalbuminemia)
 Hemorragia (hemopericárdio)
 Inflamatória: pericardite
 Hérnia peritoneo pericárdica: má formação congênita
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 Felinos (raro): Peritonite infecciosa felina

Aumento global da silhueta cardíaca


Diagnóstico diferencial: cardiomiopatia dilatada

Pelo exame físico, consegue ver a diferença. Se não ouvir as bulhas, é efusão (pode estar
ausente ou abafado)

Tratamento
 Pericardiocentese
 Guia com US
 Monitor cardíaco
 Quarto espaço intercostal –lado direito
 Cateter; torneira de três vias; equipo
 Tubo
Pericardiocentese:

 Drenar pericárdio com auxílio do eco


 Geralmente liquido sanguinolento
 Cateter com calibre pequeno
 Fazer o hematócrito. Caso tenha dúvidas se realmente é liquido: se o valor der muito baixo, é efusão
 Comparar com o ht do sangue
 Não administra diurético: fica mais tamponado e piora o quadro
 Quando o cateter roça no coração, o monitor mostra uma extrasistole
 Sedação. Realiza entre ¾º EIC. Animal em decúbito. Torneira de três vias.

EMERGENCIAS RESPIRATÓRIAS

Máscara facial

Perda de O2 para o ambiente

Colar

Cuidado com hipertemia

Sonda nasal

Necessita a dessensibilização com anestésicolocal. Mensurar o comprimento da


sonda desde a entrada da narina até o canto medial do olho do animal
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Gaiola de oxigênio

Cuidado com hipertemia

EDEMA PULMONAR
Tipos:

 Cardiogênico: Insuficiência cardíaca congestiva esquerda


 Não cardiogênico: choque elétrico; convulsão; anafilaxia; SIRS; sepse; neoplasia; hipoalbuminemia;
glomerulopatias; pancreatite; sobrecarga hídrica; tromboembolismo. Costuma ser mais difuso no RX

Manifestações clinicas
Dispnéia expiratória
Ortopneia

Pulso normal/fraco: devido a diminuição do débito


Estertores crepitantes: lobos caudais do pulmão

Sopros/ arritmias a auscultação

Opacificação de região perihilar e lobos pulmonares caudais


Gatos difuso

T-FAST: linhas B ou rocket sign


Linhas B

Cardiogênico: mais dorsal


Não cardiogênico: em mais de um ponto

Tratamento
Abordagem Inicial

 Acesso venoso
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 Glicose 5% -cuidado com a fluido! Não dar nenhum fluido com sódio. Precisa ser lento. Usado para manter um
acesso venoso no paciente
 Oxigenioterapia
 Cuidado com hipertermia
Sedação

 Butorfanol 0,1 a 0,3 mg/kg/IM


 Acepromazina 0,02 a 0,05 mg/kg/IM – cuidado com hipotensõa
 Morfinal 0,1 mg/kg IV
Mensuração da PA

Diurético IV

 Furosemida cães 2 a 8 mg/kg IV (a cada 2 horas); gatos 1 a 4 mg/kg IV ( a cada 4 horas)


 Acesso a agua
 Animais com uso crônico de furosemida não responde bem na emergência, parte para a torosemida
Furosemida infusão continua 0,25 a 0,50 mg/kg/hora

 Máximo de 4 horas
 Cuidado com a desidratação
Torasemida: 0,1 a 0,2 mg/kg. Mais potente. Chance de fazer IRA, logo só utiliza em paciente que não respondem a furosemida.

Vasodilatadores: nitroglicerina sublingual –0,2 a 1,1 mg/kg a cada 24 horas -; hidralazina–0,5 a 3 mg/kg a cada 12 horas
(risco de hipotensão); nitroprussiato: 1 a 10 ug/kg/min (cão); 0,5 a 5 ug/kg/min (gato).

Devido a vasoconstrição presente. Ajuda o coração a escoar melhor o sangue. Usado mais quando o diurético não
ta sendo bem usado.

Dobutamina: 2,5 a 10 ug/kg/min. Na bomba de infusão. Cuidado com arritmia. Mais usado em cardiogênicos.
Noradrenalina: paciente com hipotensão.

EFUSÃO PLEURAL
Etiologia

 Piotórax
 Neoplasias linfáticas
 Guilotórax
 Hemotórax
 ICC
 Torção de lobo pulmonar
 Ruptura diafragmática
 PIF

Sintomatologia
Dependente da causa, rapidez do acúmulo e quantidade de líquido:

 Expressão facial de ansiedade/ inquietude


 Posição ortopnéica/ dispneia inspiratória
 Anorexia / emagrecimento progressivo
 Febre
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 Tosse
 Mucosas pálidas ou cianóticas
 Movimento exagerado do abdômen
Exame Físico

 Taquipnéia: FR > 60 mpm


 ACP: sons cardíacos abafados
 Sons respiratórios: aumento na porção dorsal e diminui na porção ventral
 Percussão: linha de macicez

Diagnóstico
 Histórico / anamnese
 Inspeção: padrão respiratório
 Exame físico
 Toracocentese exploratória
 Rxtorácico
 US
 Análise do líquido / cultura
Colher 5 a 10 ml

Esfregaços (coloração: gram / w rights


Seringa estéril: cultura / antibiograma

Líquido tubo c / edta : citologia


Líquido tubo seco: bioquímica

Exame Radiográfico
 SOMENTE APÓS ESTABILIZAÇÃO DO PACIENTE
 Lateral em estação
 Ventro-dorsal ortostática
 Dorso-ventral
 Aumenta densidade intra-torácica
 Retração das bordas dos lobos pulmonares
 Silhueta cardíaca obscurecida
 Visualização das incisuras inter-lobares
 Líquido é visível após acúmulo de 50 a 100 ml
Exame Ultrassonográfico/T Fast

 Líquida janela acústica


 Aumenta visualização das estruturas torácicas (massas torácicas, ruptura diafragmática, torção de lobo
pulmonar e doença cardíaca)
 Guiar biópsia e toracocentese
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US de Tórax – T Fast

Hidrotórax
Transudato modificado –células e proteínas

 Avermelhado
 Aumento da pressão hidrostática –cardiopatias
Transudato puro –baixa quantidade de proteínas e células

 Límpido e incolor
 Diminuição da pressão oncótica
Quilotórax

Cor: branca
Proteínas: 2,5 a 6 g/dl

Citologia: linfócitos/ macrófagos/ neutrófilos


Triglicérides presente

 Triglicérides efusão > soro


 Colesterol efusão < soro
Causas:

 Massas mediastinais craniais (linfoma)


 Doenças cardíacas:
o CMO (gatos)
o Dirofilariose
o Efusões pericárdicas
 Trauma (ruptura de duto torácico)
 Idiopático
Tratamento Clínico:

 Identificar / tratar a causa primária


 Dieta ( gordura)
 Toracocentese
 Rutina
o Dose: 50 - 100 mg/kg, TID,PO

Hemotórax
Cor: vermelho
Proteína: > 3g/dl
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Células nucleadas ~ sg periférico

Causas:

 Neoplasias primárias ou metastáticas


 Hemangiossarcomas
 Linfoma e carcinoma
 Traumatismo
 Alterações hematológicas (fatores coagulação/plaquetas
Efusão hemorrágica:

 Volume mínimo para causar sintomas


 Volume sanguíneo de gatos: 65 ml/kg
 Hematócrito da efusão hemorrágica -comparar com sangue periférico
Diferenciar contaminação sanguínea pela punção:

 Presença de eritrofagocitose, cristais de hemossiderina e hematoidina


 Ausência de plaquetas
Tratamento:

 Clínico: identificar/ tratar causa primária


 Cirúrgico: retirada de massas torácicas; tto da
 Hemorragia; transfusão
Piotórax
Exsudato séptico

Cor: variada

Células: predomínio de neutrófilos tóxicos, fagocitose por neutrófilos e macrófagos, macrófagos reativos e presença de
bactérias
Causas:

 Pneumonia/ CRF
 CE / feridas
 Iatrogênica
Tratamento
Clínico:

 Drenagem do piotórax
 Lavagem
 Antibioticoterapia
 Terapia de suporte: (fluidoterapia/eletrólitos)
 Cirúrgico: dreno torácico
 Realizar 2x/dia
 Remover qualquer líquido da cavidade
 Infundir lentamente sol. Salina estéril morna
o → volume : 10ml/kg
 Movimentos gentis de rolamento do animal
Emergências cardiovasculares e respiratórias
 Remover o líquido (75%)
 Remover a sonda ou interromper a drenagem:
o Líquido obtido < 2ml/kg/dia
o Avaliação citológica (s/ bactérias ou nøs degenerados)

TORACOCENTESE TERAPÊUTICA
Indicações:

 Remover o fluido do espaço pleural


 Aliviar o desconforto respiratório
OBS: se a remoção não resolve o problema:

 Nem todo o fluido foi removido –quantificar o liquido


 Outra causa para o problema respiratório

PNEUMOTÓRAX
Causas:

 Objetos cortantes
 Fratura de costela
 Ruptura de vias aéreas
 Trauma contuso

Diagnóstico

 Dispnéia
 Dilatação nasal
 Abafamento dos sons pulmonares
 Enfisema subcutâneo
 Mucosas pálidas/cianóticas
 Pulso fraco
 T-fast –ausência do glide sign
 Percussão –som timpânico
Tratamento
Toracocentese:

 O2 –10L/min –mascara, cateter nasal; colar


 Decúbito esternal
 Oitavo/novo
 Terço dorsal
PARALISIA DE LARINGE
Distúrbio respiratório unilateral ou bilateral
Comum em cães mais idosos (> 9 anos) de raças grandes e gigantes

Etiologias:
 Lesão do nervo laríngeo recorrente ou dos músculos intrínsecos da laringe
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o Polimiopatia
o Trauma acidental ou iatrogênico
o Massas intratorácicas ou extratorácicas
o Neuropatias metabólicas / hipotireoidismo (Concomitante em 30 % dos cães?)
Manifestações clínicas:

 Iniciais: alteração da voz e tosse leve e engasgos.


 Obstrução grave das vias aéreas: dispneia, cianose e colapso
Exame físico: estridor nas vias aéreas superiores

Diagnóstico
Avaliação metabólica de triagem

Avaliação funcional:

 Endoscopia
 Videofluoroscopia
Tratamento emergencial

 Melhorar a ventilação / controle térmico


 Reduzir o edema laríngeo
o Glicocorticóide: dexametasona0,1 mg/kg IV
 Minimizar o estresse do animal (sedação)
o Butorfanol(0,2 mg/kg IV)
 Traqueostomia
Tratamento cirúrgico

 Lateralização unilateral da aritenóide


 Lateralização bilateral (não recomendada, maior morbidade)
 Pneumonia aspirativa é a complicação mais comum em cães tratados cirurgicamente

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