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SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Enfª Mara Bastos


Especialista em Urgência e Emergência
Enfermeira intervencionista SAMU – PVH
Enfermeira assistencialista HPSJP II
Docente UNIRON
Coordenadora NEP COREN 1
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
(SBV)

 OBJETIVOS:

 Definir Parada Cardiorrespiratória (PCR).


 Identificar os sinais clínicos de uma PCR.
 Realizar manobras de ressuscitação cardiopulmonar. -
Suspender os esforços da reanimação.
 Atendimento a OVACE

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PRINCIPAIS CONCEITOS DO SBV

 O Suporte Básico de Vida (SBV) compreende o conjunto de medidas


utilizadas no atendimento a uma vítima em parada cardiorrespiratória
(PCR);

 Prioriza à manutenção de seus sinais vitais e à preservação da vida, além


de evitar o agravamento das lesões existentes, até que uma equipe
especializada possa transportá-la ao hospital e oferecer um tratamento
definitivo.

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SBV- 2020
A cadeia de sobrevivência é composta por SEIS elos que
representam, simbolicamente, o conjunto de procedimentos
que permitem salvar vítimas em parada cardiorrespiratória.

Para que o resultado final possa ser, efetivamente, uma vida


salva, cada um dos elos da cadeia é vital e todos devem ter a
mesma força. Todos eles são igualmente importantes.

De nada serve ter o melhor Reenfatizada a importância


Suporte Avançado de Vida da RCP por socorristas
se quem presenciar a PCR
leigos.
não souber ligar para o
serviço de emergência. 4
SBV- 2020

Apesar dos avanços recentes, menos de 40% dos


adultos recebem RCP iniciada por leigos e menos
de 12% têm um DEA aplicado antes da chegada da
chegada do SME.

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Cadeia de sobrevivência - 2020
 A AHA manteve na publicação das novas Diretrizes 2020 cadeias
de sobrevivência distintas que identifiquem as diferentes vias de
cuidado dos pacientes que sofrem uma PCR no hospital ou no
ambiente extra-hospitalar. E acrescentou o 6°ELO

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Cadeia de sobrevivência – PCREH

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Cadeia de sobrevivência – PCRIH

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Cadeia de sobrevivência –
PCRIH
6º ELO: RECUPERAÇÃO
Recomendamos que os sobreviventes de PCR tenham avaliação de
reabilitação multimodal e tto. Para prejuízos fisiológicos,
neurológicos e cognitivos antes da alta do hospital.

Recomendamos avaliação estruturada para ansiedade, depressão,


estresse pós traumático e fadiga para os sobreviventes de PCR e seus
cuidadores.
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Parada Cardiorrespiratória (PCR)

Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação da


atividade mecânica do coração determinada pela
ausência de pulso central palpável, ausência de
respiração ou respiração anormal e não responsividade
do paciente, com grave repercussão no Sistema
Nervoso Central (GRASSIA, 2018, p. 526).
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
Cessação súbita de batimentos cardíacos e
movimentos respiratórios.

Ausência de
Inconsciência pulso

Ausência de
respiração ou
gasping agônico
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RÍTMOS CARDÍACOS

• Fibrilação ventricular;
• Taquicardia ventricular sem pulso;
• Atividade elétrica sem pulso;
• Assistolia.

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RÍTMOS CHOCÁVEIS
 FV:
• Principal causa de PCR, no adulto,
• É o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum nos primeiros dois minutos de
PCR;
• A FV é um ritmo que evolui, rapidamente, para assistolia, caso não sejam
estabelecidas medidas de SBV.
• Se inicia nos ventrículos fazendo com que estes com que estes tremulem ao
invés de se contraírem de forma efetiva.

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ECG: ocorre a ausência de complexos ventriculares individualizados que são substituídos por
ondas irregulares em zigue-zague, com amplitude e duração variáveis.
RÍTMOS CHOCÁVEIS
 TVSP:
• Sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares, que podem levar à
deterioração hemodinâmica, chegando 6 à ausência de pulso arterial
palpável;
• Ocorre principalmente em indivíduos com doença arterial coronariana,
como isquemia miocárdica;
• A pessoa apresenta como sinais e sintomas iniciais tontura, palidez,
sudorese fria e o clássico sinal do coração parecendo uma “batedeira” ou
“britadeira”,

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ECG: Apresentam-se com frequência maior que 100 bpm, não superior a 220
bpm e com complexo QRS maior que 0,12 segundos.
RÍTMOS CHOCÁVEIS

A TVSP deve ser tratada igual à FV, ou seja, com


desfibrilação! “Choque”! Para isso, você deve instalar
o DEA assim que prontamente disponível, mas não se
preocupe em diagnosticar, deixe esse papel para o
DEA, você apenas precisará obedecer aos seus
comandos e apertar o botão de choque quando
solicitado! Não esqueça que imediatamente após o
choque deverá sempre realizar compressões torácicas!

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RÍTMOS NÃO CHOCÁVEIS
 AESP
 Constitui um ritmo com complexos QRS que não produzem respostas
de contração miocárdica suficiente e detectável.
 O importante é identificar que, apesar de existir um ritmo organizado
no monitor, não existe acoplamento do ritmo com pulsação efetiva
(com débito cardíaco);
 Garanta o SBV, com ênfase em compressões torácicas de alta qualidade
e ventilações de resgate, enquanto aguarda a equipe de suporte
avançado chegar.

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RÍTMOS NÃO CHOCÁVEIS
 ASSISTOLIA
 Ritmo de pior prognóstico;
 Total ausência de atividade ventricular contrátil associada à
inatividade elétrica cardíaca;
 O coração encontra-se mesmo parado, sem ritmo algum;
 A principal causa de assistolia é a hipóxia, o que justifica as ofertas
de oxigênio e ventilação efetivas, como prioritárias no atendimento.

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Desfibrilador externo automático -
DEA
• Simples utilização;
• Foi programado para analisar o ritmo cardíaco do paciente e
reconhecer um ritmo chocável (FV/TVSP);
• Indica o choque sempre que necessário;
• Pode ser utilizado em Unidades de Pronto Atendimento (UPA),
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e áreas do hospital onde não
existem pessoas treinadas para ministrar um suporte de vida
avançado.
• Pás autoexplicativas;

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Desfibrilador externo automático -
DEA

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DEA em situações especiais
1) Paciente que faz uso de marca-
passo (MP) ou cardioversor-
desfibrilador-implantável: o MP
estiver na região onde é indicado o
local para aplicação das pás, afaste-as,
pelo menos, 8 cm ou opte por outro
posicionamento das pás
(anteroposterior, por exemplo), pois,
estando muito próximas, pode
prejudicar a análise do ritmo pelo
DEA.

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DEA em situações especiais

2) Tórax Molhado

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DEA em situações especiais

3)Adesivos de
medicamentos/hormonais;

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DEA em situações especiais

4) Crianças de 1 a 8 anos;

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DEA em situações especiais
5) Lactentes (0 a 1 ano);
 Desfibrilador manual preferível;
 DEA com pás pediátricas e/ou
atenuador de carga;
 Caso não tenha usar pás
ADULTO;
 Prejuízo para o miocárdio é
mínimo e há bons benefícios
neurológicos.

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DEA em situações especiais
6) Gestantes:
indica-se seu uso em qualquer estágio da gestação como método
seguro, considerando ainda como barreira e proteção fetal o líquido
amniótico

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Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP)

Conjunto de procedimentos realizados pós PCR


objetivando manter artificialmente a circulação de
sangue arterial no cérebro e outros órgãos vitais até
a ocorrência do retorno da circulação espontânea.

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Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP)

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Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP)
Realizada de maneira organizada e eficaz.

Objetivo: ganhar tempo, mantendo parte das funções


vitais até à chegada do Suporte Avançado de Vida.

CABD ( Circulação, Vias aéreas, Respiração e


Desfibrilação) que foi alterada em 2015 para priorizar as
compressões torácicas;

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Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP)

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Sequência do SBV
 Segurança do Local

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Sequência do SBV
 Checar Responsividade

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Sequência do SBV
 Solicitar Ajuda

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Sequência do SBV
 Checar Pulso e Respiração da vítima.

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Sequência do SBV
 RCP de Alta Qualidade

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Sequência do SBV
 RCP de Alta Qualidade, consiste em:
 Aplicação rítmica de pressão sobre o tórax, com uma frequência de 100 a 120x
por minuto.
 As mãos dever ser posicionas sobre a metade inferior do esterno, no ponto em que
a linha mamilar cruza com o esterno, não dobrar os cotovelos durante as
compressões.
 Profundidade de no min 5 cm e no máx. 6 cm
 Permitir retorno total do tórax entre as compressões
 Minimiza as interrupções das compressões
 Reveze com outro socorrista
 VAS deve ser realizadas compressões continuas, sendo 1 ventilação a cada 6s(10
por min) 35
Sequência do SBV
 Abertura de Via aérea

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Sequência do SBV
 Ventilação

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Sequência do SBV

 ATENÇÃO: Para adultos caso a vítima não respire, mas


apresente pulso, ofertar 1 ventilação a cada 5 a 6s, aprox. 10 a
12 por min, na criança ofertar 1 ventilação a cada 3 a 5s,
aprox. 15 a 20 por min

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OBSTRUÇÃO POR CORPO ESTRANHO -
OVACE

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OBSTRUÇÃO POR CORPO ESTRANHO - OVACE
OBJETIVOS
- Identificar os sinais de obstrução parcial e
total em adultos, crianças e bebês.

- Realizar manobras de desengasgo em adultos,


crianças e bebês
conscientes e inconscientes.

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SINAIS DE OBSTRUÇÃO PARCIAL
 Boa troca de ar;

 Capaz de tossir de maneira forçada;  CONDUTA


 Presença de sibilos ou estridores;
 Incentivar a vítima a
 Inquietação;
continuar tossindo e
esforçando-se para respirar
 Rubor facial; espontaneamente;

 Taquicardia (coração acelerado);

 Respiração forçada e rápida.


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SINAIS DE OBSTRUÇÃO TOTAL

• O risco de obstrução total das vias aéreas


por um corpo estranho alojado na laringe
está associado a uma mortalidade em
torno de 45%.

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SINAIS DE OBSTRUÇÃO TOTAL

 Troca de ar deficiente ou ausente;  Maior dificuldade respiratória;

 Possível cianose;
 Tosse fraca ou ineficaz ou incapaz de
tossir;
 Incapacidade de falar;

 Ruídos agudos durante a inspiração;  Mostra o sinal universal de


asfixia.
 ou absoluta ausência de ruído;
 CONDUTA
 MANOBRA DE HEIMLICH

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MANOBRA DE HEIMLICH

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MANOBRA DE HEIMLICH
 Técnica que consiste na realização de uma série de compressões a nível superior do abdômen,
mais precisamente abaixo do esterno.
 Objetivo desse procedimento é levantar suficientemente o diafragma de forma a forçar o ar a sair
dos pulmões para criar uma tosse artificial.
PASSOS AÇÃO
1 Apresente-se rapidamente à vítima, dizendo que vai ajudá-la (isso
vai reduzir a ansiedade e o consumo de oxigênio).
2 Fique de pé ou ajoelhe-se atrás da vítima e enrole seus braços em
torno da sua cintura
3 Feche uma das mãos.
4 Coloque o lado do polegar da mão fechada contra o abdome da
vítima, na linha média, ligeiramente acima do umbigo e bem
abaixo do externo.
5 Agarre a mão fechada com a outra mão e pressione-a contra o
abdome da vítima, de maneira rápida e forte, 45
para dentro e para cima.
Se a vítima estiver grávida ou for obesa, aplique
compressões torácicas ao invés de abdominais, uma
vez que compressões abdominais em gestantes
podem provocar danos ao bebê, e em obesos, a
estrutura espessa de tecido adiposo pode dificultar o
efeito da manobra de Heimlich.

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OVACE EM ADULTOS E CRIANÇAS INCONSCIENTES
 Deite a vítima no chão ou superfície rígida e inicie RCP, comece
pelas compressões.
 Causa da parada possível OVACE não checar pulso.
 Parada Respiratória evoluíra para PCR.

Segundo a American Heart Association (2015), em caso de vítima


adulta ou pediátrica, atente-se para que toda vez que você abrir a via
aérea para administrar ventilações, abra bem a boca da vítima e
procure o objeto. Se conseguir ver um objeto que possa ser
removido facilmente, remova-o com seus dedos.
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OVACE EM BEBÊ
 OBSTRUÇÃO TOTAL DAS
 OBSTRUÇÃO PARCIAL
VIAS AÉREAS
DAS VIAS AÉREAS
 Boa troca de ar
 Boa troca de ar
 Capaz de tossir de
 Capaz de tossir de maneira
maneira forçada
forçada
 Pode sibilar entre as
 Pode sibilar entre as tosses
tosses

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CONDUTA
 Bebê não emite som ou respira?
 Bebê inconsciente, irresponsivo?
 Não realizar varredura digital
 Iniciar RCP

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
- ACLS – . American Heart Association, Suporte Avançado de Vida Cardiovascular – Manual para
profissionais de saúde.4.a ed. 2020
- AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das Diretrizes da AHA 2020 para RCP e ACE.
- Brasil. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção as urgências/Ministério da Saúde. – 3.ed.
ampl. – Brasilia: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 256 p.: il. – ( Série E. Legislação de Saúde)
ISBN 85-334-1166-9 - Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 / Intervention Protocols for
SAMU 192. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília; Brasil. Ministério
da Saúde. – 2.ed; 2016. Tab, ilus
- SOUSA, Lucila Medeiros Minichello de. Primeiros Socorros-Condutas Técnicas. São Paulo: Editora
Saraiva, 2018.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- FERREIRA, Maria das Graças Nogueira. et al. O leigo em Primeiros Socorros uma revisão
integrativa. Revsta de Ciências da Saúde Nova Esperança, v.15, n.3, 2017. p.12-20.
- KAREN, Keith J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10.ed. São Paulo: Manole, 2010.
- NAEMT - National Association of Emergency Medical Technicians. Atendimento Pré-hospitalar ao
Traumatizado - PHTLS. 9.ed. Porto Alegre: Grupo a, 2018.
- SILVA, Maria Beatriz Silveira Schmitt et al. Urgência e emergência: módulo 3: emergências
pediátricas. Projeto Itinerários do Saber – Observatório do Cuidado. Blumenau, 2018.

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OBRIGADA!

“Conheça todas as teorias, domine todas as


técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja
apenas outra alma humana” (Carl Jung).

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@MARABASTOS10

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