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ABDOME AGUDO

INFLAMATÓRIO
Alunas: Juliana Braga e
Urhyany Kruger
O abdome agudo é uma condição
clínica caracterizada por uma dor
intensa e súbita e que requer
tratamento clínico imediato e, na
maioria das vezes, cirúrgico.
É uma das principais emergências da
prática médica ao apresentar uma alta
incidência e elevado risco de gravidade
que, muitas vezes, pela difi culdade de
estabelecimento de diagnóstico,
acarreta o óbito do indivíduo.

Deve-se levar em consideração a idade


do paciente, o sexo, doenças e cirurgias
prévias, local e características da dor,
irradiação, tempo em horas de
evolução, alterações intestinais, febre e
vômitos para fechar um bom diagnostico
APENDICITE AGUDA
É a causa mais frequente de abdome agudo. Ocorre devido
a obstrução do lúmen do apêndice, por um fecálito, por
hiperplasia linfática ou ate por vermes intestinais ou
parasitas.

Com isso o muco produzido por esse órgão, ele se acumula


provocando a distensão da parede e aumento da pressão.

A persistência dessa obstrução leva a formação de trombos


e posteriormente á infecção bacteriana.

Com a progressão do quadro pode levar á necrose,


perfuração, abscesso e peritonite
SINAIS E SINTOMAS
 Classicamente a dor se inicia em de modo insidioso
no epigástrio ou na região periumbilical e
posteriormente migra para o quadrante inferior
direito. (FID)

 Pode vir acompanhada de náuseas, vômitos e


anorexia.

 Passando á caráter continuo pode ter sinais


imfl amatorios como taquicardia, febre e tosse.

 Pode ter sintomas inespecífi cos como dispepsia,


alteração do habito intestinal, diarreia e mal estar
generalizado.

 Sinais específi cos: Dor á palpação do ponto de


Mcburney com descompressão brusca +(BLUMBERG)
EXAMES COMPLEMENTARES
LABORATORIAS: Urina: Hematúria pode estar presente.
Hemograma: Leucocitose >10.000 e aumento de neutrófi los –
verifi car se há desvio para a esquerda

Proteina C Reativa. Bhcg em mulheres de idade fér til.

IMAGEM:

 US: ótimo para gestante e crianças, não há exposição á radiação.


Achados: estrutura em fundo cego, ímovel, com lumen anecoico,
parede muscular espessada e hipoecoica com diâmetro >6mm.

 TC: Melhor exame para diagnostico de apendicite. Auxilio em


outros diagnósticos. Especifi cidade e sensibilidade alta.

 LAPAROSCOPIA: Outro exame para diagnostico e terapêutica.


Vantagem em pacientes que tem idade fér til, tubas diagnosticas
e obesos. A tendencia daqui pra frente é começar todos os
pacientes com ela.
DIAGNÓSTICO
CONDUTA E TRATAMENTO
Abordagem no PS: Hidratação,analgesia /antiemético(ate operação).
Antibiotico: sugerida para alguns casos iniciais para
pacientes hígidos. Não complicada(CEFOXITINA), outras(CEF TRIAXONA,
CIPROFLOXACINO) e pode associar com(METRONIDAZOL e AMPICILINA)

Apendicectomia: tratamento padrão com evolução para laparoscopia.


Normalmente é utilizada sempre que o apêndice se encontra muito dilatado ou
rompeu. s pacientes tratados com uma apendicectomia laparoscópica têm
menos infecções da ferida , menos dor e uma duração mais cur ta de internação.
Contudo, tem mais abscessos intra-abdominais e um tempo de operação mais
longo.

Apendicectomia aber ta: é considerada em mulheres gravidas mais


frequentemente, uma vez que é a opção mais segura á elas. A apendicectomia
aber ta em adultos pode ser realizada sob anestesia geral ou regional
(raquianestesia). A incisão deve ser centralizada sobre o ponto de McBurney,

.
DIVERTICULITE
 Se caracteriza pelo aparecimento de saliências saculiformes na parede
intestinal. Prevalente em pacientes com mais de 80 anos.

 Os principais fatores para seu aparecimento é a dieta pobre em fi bras, rica


em carne vermelha, açúcar e gordura, Idade e alterações da motilidade
intestinal.

 Afeta o colon sigmoide em mais de 95% dos casos.

 O inicio do processo infl amatório ocorre na ponta do diver tículo e se deve á


obstrução por material fecal no seu interior. Posteriormente ocorre acumulo
de secreção mucosa e crescimento bacteriano no interior do diver tículo.

 A infl amação pode melhorar espontaneamente ou evoluir para uma


complicação com formação de abscesso, per furação em peritônio livre,
fi stula para outros órgãos ou evoluir para uma forma pseudotumoral
ocasionando obstrução intestiral.
FORMA HIPOTÔNICA :camada
muscular delgada, hipotrófi ca, ocorre
na maioria dos casos e mais comum
em idoso, tem como complicação o
sangramento(osteo largo) e é mais
presente em colon direito.

FORMA HIPERTÔNICA : camada


muscular mais espessa, hipertônica,
acomete mais jovens e constipados,
tem como complicação
diverticulite(osteo estreito), e é mais
presente em colon esquerdo.
QUADRO CLINICO: dor abdominal localizada em
FIE ou fl anco esquerdo, podendo irradiar para
lombar, mesogástrio e hipogástrio. Pode ocorrer
infl amação de outros órgãos e pode ter formação
de massa abdominal (crônica).

DIAGNOSTICO: quadro clinico e laboratorial


(leucocitose), pode elevar PCR também.

Imagem: TC de abdome(recomendada quando há


comprometimento de outros órgãos, guia para
drenagem de coleções, presença e local do
abscesso.

RX (observar cúpulas diafragmáticas e sinais de


obstrução)
CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY

I: Abscesso pericolico(microabscesso)- Antibiotico oral /EV

II: Abscesso á distancia localizado (retroperitoneal e


pélvico)- Drenagem do abscesso + Antibiotico EV

III: Peritonite difusa purulenta- Cirurgia

IV: Peritonite difusa fecal- Cirurgia

OBS: abscesso <2cm- Drenagem


TRATAMENTO
 AMBU LATO RIAL : q uad ro s l e ve s e não c o m p l ic ad a. Di e t a l iq ui d a,
Ant i b io t ic o s(m in 7 a 10 d ias ), analgé si c o s e ant ii nfl am at o rio

 H OSPITALAR : je jum 24-48hs , Ant i b io t ic o s p are nt e rais , H i d rat ac ao,


anal ge si a, o b s e r vaç ão d a e vo l uç ão

 INVASIVO NÃO C IRU RG IC O : H inc he y I e I I . Punc ao o u d re n age m d o


ab s c e ss o, Ant ib i o t i c o p are n t e ral , t rat am e nt o c irúrgi c o e l e t ivo ap ó s
m e l ho ra d o q uad ro

 C IRU RG IC O : H inc he y I I I e I V, o u fal ha no t rat am e n t o c o ns e r vad o r.


Li m p e z a p o r vi d e o l ap aro s c o p i a o u d re nage m , Re s se c c ao o u
anas t o m o s e , O p e racao d e H ar t m ann (re ss e c c ao +c o l o s t o m ia
t e rm inal ). S igm o id e c t o m ia / he m ic o le c t o m ia e sq ue rd a. Lavage m d a
c avi d ad e p o r vid e o lap aro s c o p i a e d re nage m

 ELETIVO : Ap o s um a c ri se c o m p l ic ad a(ab s ce ss o, o b st ruç ão o u


fi st ula), Ap ó s cris e s re ic i d ivas , ne c e s s it an d o d e ho s p it al iz ac ao,
in c ap ac id ad e d e e xc l uir d o e nç a ne o p lás i ca. Vis a m e l ho ra na q uali d ad e
d e vid a. Re al iz ad o d e 6 a 8 s e m anas ap ó s a c ri s e
PANCREATITE AGUDA
É um processo infl amatório do pâncreas
que ocorre de maneira súbita. A
incidência é maior em pacientes de 25 a
75 anos.

As enzimas digestivas que deveriam ser


liberadas no TGI, acabam por danifi car o
próprio pâncreas e outros órgãos
adjacentes ao provocar uma auto digestão
tecidual.

Dentre as causas temos a litíase biliar, a


ingesta excessiva de álcool,
Hipertrigliceceridemia(>1000 mg /dl),
neoplasia, causa medicamentosa e etc.
TIPOS:

 Pancreatite intersticial edematosa : edema do pâncreas,


liquido peripancreatico e infl amação do tecido
peripancreatico.

 Pancreatite Necrotizante : Tecido pancreático, extrapancreatico


ou ambos.

 Pode evoluir para estéril ou infectada , reabsorção ou coleção.

FASES:

 Aguda <1 semana / Tardia >1 semana

QUADRO CLINICO:

 Dor epigástrica podendo ter irradiação dorsal, tórax e fl ancos.

 Acompanhada de náuseas e vômitos

 Na sua forma grave pode ser: SIRS/sepse, instabilidade


hemodinamica e insufi ciência respiratória
EXAMES COMPLEMENTARES:
A M I L A S E : a u m e n t a em a l g u m a s h o ra s e d i m i n ui em 3 a 5 d i a s . Po d e s e r no r m a l em he p a t i t e
a l c o o l i c a e hi p e r t r i g l i c er i d em i a .

L I PA S E : m a i s e s p e c i fi c a e m a n t e m el eva ç ã o p o r m a i s t em p o.

E l e s i s o l a d o s nã o f e c ha m d i a g no s t i c o. 1 / 5 d o s p a c i e nt es t em a m i l a s e no r m a l .

S o l i c i t a r t a m b é m P C R , s ó d i o, p ot á s s i o, ur ei a , c r ea t i ni n a , g a s o m et r i a .

I M AG E M :

 TC c o m c o n t ra te E V : N em t od o s o s p a c i e nt es c om p a n c r ea t i t e a g u d a ne c e s s i t a , a p en a s
a q ue l e s c om q u a d ro s g raves ( E d em a , ne c r os e, a b s c es s o ) . I n d i c a d a a p ós 4 8 h s s em m e l ho ra .

 R X : A c ha d o s : A l c a s en t i ne l a , D i l a t a c a o d o c o l o n d i re i t o, d er ra m e p l eura l a e s q u er d a , a um ent o
d o a r c o d uo d e na l .

 U S : Pa ra p e s q u i s a d e c o l el i t i a s e, ava l i a ç ã o d e c o l e ç õ es p o r em t em m a ava l i a ç ã o d o p â nc re a s .

 R M : M e l ho r n a f a s e a g u d a p a ra c o l eç õ es het e ro g e nea s , us a d o em p a c i ent e c o m a l er g i a a o


i o d o e i d e n t i fi c a ç ã o d e c o l e c o l i t i a s e

DI AG N Ó ST I VO ( > / = 2 c r i t é r i o s ) :

 D o r a b d o m i na l c o ns i s t en t e c o m p a n c r ea t i t e a g u d a , a m i l a s e e / o u l i p a s e > 3 x o l i m i t e m a i x i m o
n or m a l . A c ha d o s c a ra c t er í s t i c os d e i m a g em .
CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE

CLASSIFICAÇÃO DE BALTHAZAR:

 Grade A: o pnts (pâncreas normal)

 Grade B: 1 pnt (aumento de volume do pâncreas,


edematoso)

 Grade C: 2 pnts (edema peripancreatico)

 Grade D: 3 pnts (uma coleção peripancreatica)

 Grade E: 4 pnts (duas ou mais coleções


peripancreaticas ou presenças de bolha de gas)

CLASSIFICACAO DE ATLANTA:

 LEVE: ausência de falência orgânica ou complicações


locais.

 MODERADA: complicações locais ou sistêmicas e /ou


falência orgânica transitória <48hs.

 GRAVE: falência orgânica persistente >48hs.


TRATAMENTO
PANCREATITE AGUDA LEVE: melhora signifi cativa em 48 hs.
Jejum, Hidratacao, IBP(ex: Pantoprazol), antiemético e
analgesia.

PANCREATITE AGUDA GRAVE: uti, jejum (SNG), reposição


volêmica, controle de eletrólito, analgesia, supor te nutricional,
bloq da bomba de H+, antibióticos não usados de
rotina(apenas em caso de infecção)

CIRURGICO: em pacientes com quadros abdominais graves e


TC inconclusiva.Infeccao da necrose pancreática, catástrofes
abdominais, complicações como hemorragia digestiva sem
causa aparente.

Calculos biliares: Colecistectomia após resolução do quadro


agudo, na mesma internação.
COLECISTITE AGUDA
É a infl amação da vesícula por impactacão
de calculo no ducto cístico, ou seja, a bile se
acumula na vesícula causando pressão na
sua parede.

A impactação de um cálculo no ducto cístico


leva a estase biliar, resultando em um
aumento da pressão intraluminal e
danifi cação da mucosa da vesícula.

Tem como causa mais comum os cálculos


biliares. (de colesterol: 75%dos casos e de
pigmento)

É mais comum em mulheres de meia


idade(devido a questão hormonal),
sobrepeso, multiparidade.
SINAIS E SINTOMAS
 Os pacientes com colecistite aguda, geralmente, referem uma dor contínua em
abdome superior, sobretudo em hipocôndrio direito e epigástrio, podendo irradiar
para o dorso.
 Essa dor costuma piorar após ingesta de alimentos gordurosos, devido ao
estímulo de contração da vesícula biliar. Além do quadro álgico, náuseas,
vômitos, anorexia e febre também são sinais e sintomas comuns.
 É impor tante ressaltar que a colecistite aguda não causa icterícia, logo, quando
esse sinal clínico está presente, devemos pensar em outras complicações, como
coledocolitíase, colangite ou síndrome de Mirizzi, por exemplo.
 Raramente, nos casos de maior gravidade, os pacientes podem apresentar sinais
de sepse e peritonite generalizada.
 No exame físico abdominal de um paciente com colecistite aguda, o sinal de
Murphy pode estar presente, sugerindo o diagnóstico.
 Esse sinal é positivo quando o paciente interrompe a inspiração profunda devido
uma dor intensa durante a palpação do ponto cístico, realizada pelo examinador.
DIAGNÓSTICO:
A: Sinais locais de infl amações
 Sinal de Murphy
 Massa no quadrante superior direito /dor /sensibilidade.
B: Sinais sistêmicos de infl amações:
 Febre
 PCR elevada
 Contagem elevada de leucócitos
C: Achados de imagem
Diagnostico suspeito: 1 item em A + 1 item em B
Diagnostico defi nitivo: 1 item em A + 1 item em B + 1 item em C
EXAMES DE IMAGEM:
 Exames de imagem como a ultrassom abdominal, além de evidenciar os cálculos pode
mostrar as paredes espessadas da vesícula biliar decorrente da infl amação e tem alta
sensibilidade para detectar a colecistite aguda.
 Entretanto a tomografi a computadorizada além de obser var paredes espessadas com
mais de 4mm , evidência líquido pericolecístico, edema subseroso quando a ascite
TRATAMENTO
 C erca de 50% do s caso s t em reso l u çã o espo n t â n ea em u m perí o do de
7 a 10 dia s sem ci ru rgia . Al gu n s caso s t em co m pl i ca çõ es co m o
per fu ração e /o u peri to n it e l o ca li za da.

 O qu a dro da co l ecist it e a gu da cal cu l o sa t en de a ceder co m jeju m ,


a n a lgesia , h i dra ta ção ven o sa , e an t ibi ó t ico s co m espect ro pa ra G ra m -
n ega ti vo s. Para evi ta r a reci diva reco m en da - se a co leci st ect o m ia em
gera l l apa ro scó pi ca .

 E m pa cien t es qu e n ã o po dem real izar a ciru rgi a po de- se l a n ça r m ã o


da aspira ção po r a gu lh a fi n a gu i a da po r u l t ra sso m o u a
co l eci sto st o m ia percu tâ n ea.

 Qu an do o co rre gan gren a o u per fu ração a rea l i za çã o da


co l eci stecto m i a é m a n da tó ria . D eve- se t am bém rea l iz a r a ex plo ra çã o
do du ct o bi l ia r co m u m para rem o ção de cá lcu l o s ca so s seja m
evi den ci a do s.

 Tan to n a co l eci sti te acal cu lo sa co m o n a cal cu l o sa reco m en da - se qu e o


tra ta m en to deve ser ci rú rgi co através da co l eci st ect o m i a de u rg ên cia
CLASSIFICAÇÃO DE ASA:
Para pacientes com colecistite calculosa aguda estratificados
como ASA I ou II, isto é, de baixo risco cirúrgico, e que não
possuem indicação cirúrgica de emergência, está indicada
a c o l e c i s t e c t o m i a v i d e o l a p a ro s c ó p i c a n u m i n t e r v a l o p r e f e r e n c i a l
de até 3 dias (72h) desde o início dos sintomas

Com relação aos pacientes com colecistite calculosa


aguda estratificados como ASA III, IV ou V, isto é, de alto risco
cirúrgico, e que não possuem indicação de cirurgia de colecistite
a g u d a , é d e s c r i t o q u e o m a n e j o n ã o o p e r a t ó r i o p re c o c e s e
s o b re p õ e à c o l e c i s t e c t o m i a i m e d i a t a . E o q u e s e r i a e s s e m a n e j o
precoce? Ele consiste basicamente em:

•A N T I B I O T I C O T E R A P I A ( n o i n t u i t o d e l i m i t a r a i n f l a m a ç ã o l o c a l
e a resposta séptica sistêmica e prevenir a formação de abscesso
intra-hepático e pericolecístico) e repouso intestinal;

•D R E N A G E M D A V E S Í C U L A B I L I A R ( p a r a t o d o s o s p a c i e n t e s
sépticos ou criticamente enfermos e pacientes não críticos que não
respondem após 1 a 3 dias de antibioticoterapia) – descomprime a
bile ou o pus infectado da vesícula biliar e permite que a
inflamação local e a doença sistêmica sejam resolvidas antes que a
remoção da vesícula biliar possa ser realizada com menor risco

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