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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

INGREDY BARRETO OLIVEIRA

JANAÍNA COSTA

MARIA PEREIRA

MARLENE MENDES

ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES E SONDAS NASOGÁSTRICA,


NASOENTERAL, GASTROSTOMIAS, BOLSAS DE COLOSTOMIAS, DECÚBITOS:
CONCEITO, TIPOS E INDICAÇÕES

CUIABÁ/MT
2023
1
INGREDY BARRETO OLIVEIRA

JANAÍNA COSTA

MARIA PEREIRA

MARLENE MENDES

ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES E SONDAS NASOGÁSTRICA,


NASOENTERAL, GASTROSTOMIAS, BOLSAS DE COLOSTOMIAS, DECÚBITOS:
CONCEITO, TIPOS E INDICAÇÕES

Trabalho escrito apresentado sob a


orientação da Profª Jussara Conceição
Santos Pires como requisitos necessários
para aprovação parcial.

CUIABÁ/MT
2023
2
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 5
2 OBJETIVOS............................................................................................................................... 5

3 ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉ REAS SUPE RIORES ....................................................................... 6

3.1 CONCEITO ............................................................................................................................ 6


3.2 TIPOS E INDICAÇÕES............................................................................................................... 6
3.3 MATERIAIS E PROCEDIMENTO .................................................................................................. 8
3.3.1 Materiais....................................................................................................................... 8
3.3.2 Procedimento ............................................................................................................... 8
3.4 PRINCIPAIS CUIDADOS NA ASPIRAÇÃO ........................................................................................ 9
4 SONDA NAS OGÁSTRI CA........................................................................................................ 10

4.1 CONCEITO.......................................................................................................................... 10
4.2 TIPOS E INDICAÇÕES ............................................................................................................ 11
4.3 MATERIAIS E PROCEDIMENTO ............................................................................................... 13
4.3.1 Materiais.................................................................................................................... 13
4.3.2 Procedimento ............................................................................................................ 13
5 SONDA NAS OENTE RAL ......................................................................................................... 18

5.1 CONCEITO .......................................................................................................................... 18


5.2 TIPOS E INDICAÇÕES............................................................................................................. 18
5.3 MATERIAIS E PROCEDIMENTO ................................................................................................ 20
5.3.1 Materiais..................................................................................................................... 20
5.4.1 Procedimento ............................................................................................................. 20
6 PRINCIPAIS CUI DADOS P ARA SONDA NASOENTERAL E NASOG ÁSTRI CA ......................... 23

7 GASTROSTOMIAS .................................................................................................................. 24
7.1 CONCEITO.......................................................................................................................... 24
7.2 TIPOS E INDICAÇÕES............................................................................................................. 25
7.3 MATERIAIS E PROCEDIMENTO ................................................................................................ 27
7.3.1 Materiais.................................................................................................................... 27
7.3.2 Procedimento com o estoma ...................................................................................... 27
7.3.3 Procedimento para a manutenção do cateter ............................................................... 27
7.3.4 Considerações Gerais ................................................................................................ 28

8 BOLS AS DE COLOSTOMIAS .................................................................................................. 29


8.1 CONCEITO.......................................................................................................................... 29
8.2 TIPOS E INDICAÇÕES ............................................................................................................ 29
8.3 MATERIAIS E PROCEDIMENTO ................................................................................................ 30
8.3.1 Materiais..................................................................................................................... 30
8.3.2 Procedimento ............................................................................................................. 31
8.3.3 Observações .............................................................................................................. 33
9 DECÚBITO E LESÕES POR PRESSÃO ................................................................................... 34

9.1 CONCEITO .......................................................................................................................... 34

3
9.2 MATERIAIS E PROCEDIMENTO................................................................................................ 35
9.2.1 Materiais .................................................................................................................... 35
9.2.2 Procedimento ............................................................................................................. 36
9.2.3 Observações .............................................................................................................. 37

10 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 37

REFERÊ NCI AS BIBLI OGRÁFI CAS ............................................................................................. 38

4
1 INTRODUÇÃO

A enfermagem é uma área da saúde que possui um papel fundamental no


cuidado de pacientes que necessitam de intervenções específicas, como a
aspiração das vias aéreas superiores, sondas e dispositivos médicos, tratamento de
decúbitos e feridas. Essas intervenções requerem conhecimento e habilidades
específicas do enfermeiro para garantir a segurança e eficácia no tratamento do
paciente (CAVALCANTI et al. 2019).
A aspiração das vias aéreas superiores é um procedimento médico que
envolve a remoção de secreções das vias aéreas superiores por meio de sucção.
Este procedimento é realizado para prevenir a obstrução das vias aéreas e infecções
respiratórias (CAVALCANTI et al. 2019).
As sondas nasogástrica e nasoenteral são tubos flexíveis que são inseridos
através do nariz e passam pelo esôfago até o estômago ou intestino delgado. Esses
tubos são usados para fornecer nutrição ou medicação diretamente ao trato
gastrointestinal. Por sua vez as gastrostomias são aberturas cirúrgicas criadas no
estômago para permitir a alimentação através de um tubo. Esses procedimentos são
realizados em pacientes que não conseguem se alimentar por via oral (ALMEIDA et
al., 2012).
As bolsas de colostomia são dispositivos usados para coletar fezes após uma
cirurgia de colostomia. Os decúbitos são úlceras de pressão que se desenvolvem
em áreas do corpo que estão sob pressão constante (BARROS et al., 2020).
É muito importante que os profissionais da enfermagem estejam bem
preparados para realizar essa atividade com segurança e eficácia (CAVALCANTI et
al. 2019).

2 OBJETIVOS

• Apresentar e descrever a aspiração das vias aéreas superiores para prevenção


de complicações respiratórias em pacientes internados.

5
• Descrever as técnicas e cuidados necessários para a inserção e manutenção de
sondas nasogástricas, nasoenterais, gastrostomias e estomias.

• Estudar os conceitos e tipos de decúbitos, bem como suas indicações para


prevenção de úlceras de pressão.

3 ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

3.1 Conceito

A aspiração das vias aéreas superiores é um procedimento que envolve a


remoção de secreções das vias aéreas superiores por meio de sucção. Esse
procedimento é indicado para prevenir a obstrução das vias aéreas e in fecções
respiratórias em pacientes que apresentam acúmulo excessivo de secreções, como
aqueles que estão em ventilação mecânica ou em coma. A aspiração pode ser
realizada através de um cateter ou tubo de sucção inserido pelo nariz ou boca até a
traqueia, com o objetivo de remover secreções das vias respiratórias (PERRY;
POTTER et al., 2022).

3.2 Tipos e indicações

Existem dois tipos principais de aspiração das vias aéreas superiores: a


aspiração orofaríngea e a aspiração traqueal.
A aspiração orofaríngea é realizada através da passagem de um cateter de
sucção através da boca ou do nariz, até a região posterior da faringe, com o objetivo
de remover secreções das vias respiratórias superiores. Já a aspiração traqueal é
indicada quando há acúmulo de secreções na traqueia e brônquios, e é realizada
através da inserção de um tubo de aspiração direto na traqueia (PERRY; POTTER
et al., 2022).
De acordo com a resolução 557/2017 do Conselho Federal de Enfermagem,
pacientes graves, submetidos a intubação orotraqueal ou traqueostomia, devem ter
suas vias aéreas privativamente aspiradas por profissional Enfermeiro. Pacientes
6
não graves, em unidades de repouso/observação, unidades de internação e em
atendimento domiciliar, poderão ter esse procedimento realizado por Técnico de
Enfermagem, desde que avaliado e prescrito pelo Enfermeiro, como parte integrante
do Processo de Enfermagem (COFEN, 2017).
Para realizar essa técnica o profissional de enfermagem ainda deve se
atentar para os dois tipos de sistema de aspiração, o aberto e o fechado. O sistema
de aspiração aberto é o mais comum, onde a sonda de aspiração de calibre
adequado é conectada na fonte de vácuo e a outra extremidade é introduzida na via
aérea do paciente; já no sistema de aspiração fechado é utilizado um cateter
múltiplo, o que permite realizar o procedimento sem retirar o paciente da ventilação
mecânica (SANTANA et al., 2019).
O profissional de enfermagem também deve se atentar para as diversas
indicações para realização dessa técnica, entre elas:
• Presença de sons adventícios à ausculta pulmonar;
• Sons ou movimentações audíveis de secreções;
• Suspeita de broncoaspiração gástrica ou de via aérea superior;
• Secreção visível no tubo orotraqueal ou cânula de traqueostomia;
• Crise súbita de insuficiência respiratória, quando a permeabilidade da via aérea é
questionada;
• Queda da saturação de oxigênio, alteração do padrão respiratório;
• Aumento do pico de pressão na ventilação mecânica.
• Entretanto, essa técnica possui alguns riscos e complicações que devem ser
levadas em consideração, sendo elas:
• Hipoxemia/ desaturação;
• Arritmias cardíacas;
• Broncoespasmo;
• Traumatismo da mucosa traqueal;
• Alteração da Pa CO2;
• Hipertensão arterial;
• Aumento da pressão intracraniana (APIC);
• Ansiedade;
• Infecções.
7
3.3 Materiais e Procedimento

3.3.1 Materiais

1. Bandeja inox média;


2. EPIs (Luvas estéreis ou uma luva estéril e luvas de procedimento, máscara
convencional, óculos protetores, capote exclusivo);
3. Sonda aspira (nº 12 ou 14) ou sonda uretral (nº 12 ou 14);
4. Extensão de Látex para a aspiração;
5. Pacote de gazes;
6. Ressuscitador manual (AMBU), conectado a fonte de oxigênio;
7. Aspirador portátil ou de parede;
8. Estetoscópio;
9. SF0,9% frasco de 10ml;
10. Seringa de 5 ml;
11. Biombo.

3.3.2 Procedimento

1. Preparar todo o material necessário;


2. Lavar as mãos;
3. Colocar os EPIs;
4. Adaptar o látex no aspirador e na sonda de aspiração deixando-a protegida
na embalagem preservando a sua esterilidade;
5. Monitorar a oximetria de pulso;
6. Hiper oxigene o paciente antes do procedimento e o reoxigene a cada nova
7. aspiração;
8. Calçar luvas de procedimento e a luva estéril na mão dominante;
9. Introduzir a sonda com a mão dominante (estéril) no orifício interno da cânula;
10. Realizar a sucção após a inserção da sonda;
11. Proceder à aspiração girando a sonda com movimentos circulares durante em
torno de 10 segundos;

8
12. Repetir o procedimento de aspiração se necessário;
13. Se o paciente apresentar cianose de extremidade, tosse ou agitação,
conectar fonte de oxigênio deixando-o descansar até que esteja favorável
para repetir o procedimento novamente ou se necessário;
14. Lavar a sonda de aspiração com Soro Fisiológico (SF 0,9%) ou Água Bi-
destilada (ABD);
15. A sequência da aspiração deve ser: primeiro a aspiração endotraqueal (tu bo
ou traqueostomia), em segundo lugar a aspiração nasofaríngea e
posteriormente a orofaríngea, porém sempre limpando a sonda com gaze
estéril da parte proximal para a distal sem contaminar;
16. Retirar as luvas e desprezar a sonda sem contaminar;
17. Lavar as mãos após a realização do procedimento;
18. Proceder as anotações no prontuário

3.4 Principais cuidados na aspiração

Uso de cateter de aspiração deve ser introduzido com cautela pois possui
múltiplos orifícios e produz menor dano, tendo em vista que os orifícios laterais
sugam as secreções, enquanto o cateter com um único orifício tanto aspira
secreções, como suga a mucosa, aumentando o risco de lesões. Recomenda-se,
que se evite dobrar e soltar o cateter na mucosa, uma vez que tal procedimento
resulta na aplicação de vácuo muito forte podendo causar maiores danos. O tempo
de sucção, deve ser até 15 segundos e, no máximo, com três repetições (FURTADO
et al., 2013).
Não oferecer dieta nas 2 horas antes da aspiração, ou se ocorrer uma
situação de emergência, fechar a oferta da dieta; promover medidas de estimulo a
tosse para diminuição da necessidade de aspiração, como nebulização, oferta de
oxigênio, hidratação adequada e fisioterapia respiratória sempre que possível.
Executar a técnica limpa (cuidador) ou técnica asséptica rigorosa para profissional
da saúde. Estimular que o paciente tenha a hidratação adequada (que é necessária
para manter as secreções finas e móveis) (FURTADO et al., 2013).

9
Proceder a aspiração apenas quando não for possível a expulsão por meios
naturais como estimulo a tosse, nebulização, fisioterapia respiratória. Entretanto
também não deixar acumulo de secreções ou que estas fiquem compactas formando
rolhas e favorecendo proliferação de bactérias
Hiperoxigenar o paciente, ou seja, administrar uma fração inspiratória de
oxigênio (FiO2) maior do que a ofertada previamente à aspiração, com o intuito de
melhorar o volume pulmonar, promover a ventilação, mobilizar secreções e
minimizar os riscos de complicações relacionadas ao procedimento de aspiração).
Isto significa oferecer oxigênio a 100% a pacientes adultos e pediátricos por 30 a 60
s antes do evento da aspiração. Escolher com cuidado o diâmetro do cateter, pois,
se for pequeno, não vai aspirar as secreções e, se for grande, poderá causar hipóxia
(FURTADO et al., 2013).

4 SONDA NASOGÁSTRICA

4.1 Conceito

A sonda nasogástrica é um dispositivo médico flexível que é inserido através


do nariz e passa pelo esôfago até o estômago. Essa sonda é usada para fornecer
nutrição, medicação ou para remover conteúdo gástrico do estômago. A sonda
nasogástrica pode ser indicada em casos de incapacidade de ingestão oral ou
quando se deseja evitar que o paciente engula ar durante procedimentos cirúrgicos
ou diagnósticos. Existem vários tipos de sondas nasogástricas, e a seleção do tipo
mais adequado depende das necessidades específicas do paciente e da finalidade
do procedimento (SANTANA et al., 2019).
A Resolução COFEN 535/2017 estabelece as diretrizes para a atuação do
enfermeiro na realização da sondagem nasogástrica e nasoenteral. De acordo com
essa resolução, a sondagem nasogástrica e nasoenteral são procedimentos
privativos do enfermeiro, ou seja, somente esse profissional está habilitado a realizar
essas técnicas.

10
4.2 Tipos e indicações

Existem diferentes tipos de sondas nasogástricas, cada uma adequada para


diferentes finalidades e necessidades clínicas.
Sonda nasogástrica de alimentação: É a sonda mais comumente utilizada
para fornecer alimentação enteral a pacientes que não podem se alimentar
adequadamente pela via oral. Essa sonda é inserida pelo nariz e passa pelo esôfago
até o estômago, permitindo a administração de fórmulas nutricionais diretamente no
sistema digestivo (PINTO et al., 2016).
Sonda nasogástrica de drenagem: Essa sonda é utilizada para remover
líquidos acumulados no estômago, como conteúdo gástrico ou sangue. Ela pode ser
necessária em casos de obstrução, hemorragia digestiva ou outras condições que
exijam a retirada de fluidos gástricos (PINTO et al., 2016).
Sonda nasogástrica de descompressão: Essa sonda é utilizada para aliviar a
pressão e remover o ar e os gases acumulados no estômago, geralmente em
situações de distensão gástrica. Ela é inserida através do nariz e conectada a um
sistema de drenagem que permite a saída dos gases e alívio da pressão no
estômago (PINTO et al., 2016).
Sonda nasogástrica de lavagem: Também conhecida como sonda de lavagem
gástrica, é utilizada para irrigar e limpar o estômago, removendo substâncias
indesejadas ou tóxicas, como em casos de envenenamento ou overdose de
medicamentos. A lavagem gástrica é realizada através da introdução de soluções
adequadas pelo tubo, seguida de aspiração para retirada dos conteúdos indesejados
(SILVA et al., 2013).
É importante ressaltar que o uso e a escolha do tipo de sonda nasogástrica
devem ser determinados por um profissional de saúde, levando em consideração a
necessidade clínica específica de cada paciente. O posicionamento correto da
sonda nasogástrica também deve ser verificado regularmente para evitar
complicações e garantir a eficácia do procedimento (BRASPEN, 2019).
O quadro 1, descreve os principais tipos de sondas nasogástricas utilizadas
na prática clínica. Os tipos mencionados são: sonda de Levine, sonda gástrica
simples ("Salem-VENTROL"), sonda Nutriflex, e a sonda S-B.

11
Quadro 1. Tipos de Sondas Gástricas.

Tipo de sonda Descrição Sonda


nasogástrica

Tubo de plástico ou borracha com


orifícios laterais próximos à ponta.
Apresenta uma única luz. Utilizada
Sonda de para remover líquidos e gases do
Levine trato gastrointestinal superior, obter
amostras do conteúdo gástrico e
administrar alimentos e
medicamentos.

Sonda gástrica Sonda radiopaca de plástico claro


simples com duas luzes. Utilizada para
("Salem- descomprimir o estômago e mantê-
VENTROL") lo vazio.

Sonda Nutriflex Sonda para nutrição enteral com


76 cm de comprimento e uma
ponta pesada de mercúrio. Possui
lubrificante ativado pela umidade.

Sonda S-B Utilizada no tratamento de


sangramento de varizes
esofagianas. Possui três luzes e
dois balões. Duas luzes são
usadas para inflar os balões,
enquanto a terceira é utilizada para
lavagem gástrica e monitoramento
do sangramento.

Fonte. Minuto Enf ermagem. Sondagem nasogástrica, 2014.

12
4.3 Materiais e Procedimento

4.3.1 Materiais

1. Sonda gástrica de calibre adequado;


2. Coletor para drenagem não estéril;
3. Solução para lubrificação da sonda (Xilocaína gel);
4. Bandeja;
5. Seringa de 20 ml com bico;
6. Estetoscópio;
7. Adesivo tipo micropore;
8. Compressa;
9. Gaze;
10. Máscara
11. óculos de proteção;
12. Biombo;
13. Cuba rim;
14. Luva de procedimento.

4.3.2 Procedimento

Fonte. Santana et. al., 2022.

1. Conferir a prescrição médica;


13
2. Preparar o material;
3. Explicar ao paciente e aos familiares sobre o procedimento;
4. Lavar as mãos e colocar os equipamentos de proteção individual;

Fonte. Santana et. al., 2022.

5. Posicionar o paciente com a cabeceira elevada;


6. Proteger o tórax do paciente com uma toalha;
7. Mensuração da sonda: métodos: *NEX (nariz- lóbulo da orelha – apêndice
xifóide); *EXU (lóbulo da orelha- apêndice xifoide- ponto médio da cicatriz
umbilical); *NEX+XU (NEX- apêndice xifóide- ponto médio da cicatriz umbilical).
Os dois últimos se mostram mais eficazes;

Fonte. Santana et. al., 2022.

8. Realizar a marcação da sonda;


14
Fonte. Santana et. al., 2022.

9. Lubrificar a extremidade da sonda com Xilocaína gel;


10. Solicitar a colaboração do paciente, pedindo para que faça movimentos de
deglutição sempre que for possível;

Fonte. Santana et. al., 2022.

11. Introduzir a sonda em uma das narinas com cautela até sentir uma pequena
resistência, neste momento solicitar que ao paciente que flexione a cabeça para
frente;
12. Continuar introduzindo a sonda, acompanhando os movimentos de deglutição
do paciente até o ponto marcado;
13. Observar presença de cianose, dispnéia e tosse, caso ocorra a sonda está nas
vias aéreas;

15
Fonte. Santana et. al., 2022.

14. Realizar o teste para conferir o posicionamento adequado da sonda (examinar


cavidade bucal verificando se a sonda não está na boca, usando uma seringa,
injetar de 10 a 20 ml de ar na sonda, auscultando os ruídos hidroaéreos
produzidos, aspiração de conteúdo gástrico com seringa de 20 ml);

Fonte. Santana et. al., 2022.

16
15. Realizar a fixação da sonda com micropore na narina do paciente, observan do a
marca delimitada inicialmente;

Fonte. Santana et. al., 2022.


16. Reposicionar o paciente no leito;
17. Recompor a unidade;

Fonte. Santana et. al., 2022

18. Lavar as mãos;


19. Registrar no prontuário do paciente procedimento realizado, com data, hora,
sonda e calibre que foi utilizado, intercorrências, volume e coloração do liquido
drenado.

17
5 SONDA NASOENTERAL

5.1 Conceito

A sonda nasoenteral é um dispositivo utilizado para alimentação,


administração de medicamentos ou líquidos diretamente no trato gastrointestinal de
pacientes que não conseguem se alimentar pela via oral. Esse tipo de sonda é
inserido pelo nariz e passa pelo esôfago até o estômago ou intestin o delgado.
(BRASPEN, 2019).

A Resolução COFEN 535/2017 estabelece as diretrizes para a atuação do


enfermeiro na realização da sondagem nasogástrica e nasoenteral. De acordo com
essa resolução, a sondagem nasogástrica e nasoenteral são procedimentos
privativos do enfermeiro, ou seja, somente esse profissional está habilitado a realizar
essas técnicas.

5.2 Tipos e indicações

Existem diferentes tipos de sondas nasoenterais e a escolha do tipo mais


adequado depende da condição clínica e das necessidades do paciente. As
principais indicações para o uso de sonda nasoenteral são, segundo Gomes et
al., (2018):
• Alimentação: a sonda nasoenteral é usada para fornecer nutrição a pacientes qu e
não conseguem se alimentar pela via oral, como no caso de pacientes com
câncer, doenças neurológicas, doenças inflamatórias intestinais, desnutrição,
entre outros.
• Administração de medicamentos: a sonda nasoenteral também pode ser utilizada
para administração de medicamentos ou suplementos, como no caso de
pacientes com deficiências nutricionais ou com dificuldade para engolir
medicamentos.

18
• Drenagem: em algumas situações, a sonda nasoenteral é utilizada para drenar
líquidos do trato gastrointestinal, como no caso de pacientes com obstrução
intestinal ou com acúmulo de líquidos no estômago ou intestino.
• Quanto aos tipos de sondas nasoenterais, podem ser citados:
• Sonda nasoduodenal: é uma sonda mais longa que a nasogástrica e é utilizada
para alimentação ou administração de medicamentos no duodeno.
• Sonda nasojejunal: é uma sonda mais longa que a nasoduodenal e é utilizada
para alimentação ou administração de medicamentos no jejuno.
• Sonda nasoentérica com balão de retenção: é uma sonda que possui um balão na
extremidade para fixação na parede do estômago ou intestino, sendo indicada em
casos de refluxo gastroesofágico ou para evitar o deslocamento da sonda.
Algumas das sondas nasoenterais disponíveis no mercado possuem
características específicas que se adequam a diferentes necessidades clínicas e
pacientes, são descritas no quadro 2.

Quadro 2. Tipos de Sondas nasoenterais.


Tipo de Sonda Descrição Exemplo de Sonda
Nasoenteral
Sonda de Dobhoff ou Sonda f lexível utilizada para
nutrif lex alimentação e administração de
medicamentos no duodeno ou
jejuno. Possui uma ponta f lexível
que ajuda a evitar lesões nas vias
aéreas e f acilita a passagem pelo
trato gastrointestinal.
Sonda de Miller- Sonda nasoenteral utilizada para
Abbott descompressão e drenagem do
estômago, bem como para
administração de líquidos e
medicamentos. Possui um balão
insuf lável na ponta que ajuda a
f ixar a sonda no local desejado no
trato gastrointestinal.
Sonda de Andersen Sonda nasoenteral utilizada para
alimentação enteral e
administração de medicamentos no
duodeno ou jejuno. Possui uma
ponta macia e um orif ício lateral
que ajuda a evitar a obstrução e a
f acilitar a passagem pelo trato
gastrointestinal.

Fonte. Minuto Enf ermagem. Sondagem nasogástrica, 2014.


19
5.3 Materiais e procedimento

5.3.1 Materiais

1. Sonda nasoentérica;
2. Xilocaína gel a 2%;
3. Bandeja;
4. Seringa de 20 ml com bico;
5. Estetoscópio;
6. Esparadrapo;
7. Compressa;
8. Gaze;
9. EPIs (capote, luvas de procedimentos, máscara e óculos de proteção);
10. Biombo.

5.4.1 Procedimento

Fonte. Santana et. al., 2022.

1. Conferir a prescrição médica;


2. Lavar as mãos;
3. Preparar todo material;
4. Informar ao paciente sobre o procedimento;
5. Colocar o paciente em posição de Fowler ou sentado;
6. Cortar o esparadrapo para: fixação e para marcação da sonda;

20
Fonte. Santana et. al., 2022.

7. Mensurar a sonda do ápice do nariz ao lóbulo da orelha, descer até o apêndice


xifoide, adicionando mais 10 a 15 cm,
8. Iniciar da ponta do nariz até parte final do lóbulo orelha e deste até o apêndice
xifóide e seguir até a cicatriz umbilical, adicionando mais 10 a 15 cm;

Fonte. Santana et. al., 2022.

9. Calçar as luvas de procedimento;


10. Lubrificar a ponta da sonda com anestésico tópico gel;
11. Introduzir a sonda delicadamente e sem forçar até o local demarcado com
esparadrapo. Ao ultrapassar o primeiro obstáculo deve flexionar a cabeça do
paciente, ou solicitar para o paciente fazer movimento de deglutição enquanto a
sonda é introduzida;

21
Fonte. Santana et. al., 2022.

12. Remover o fio guia do interior da sonda e proceder à confirmação da


localização gástrica por meio dos seguintes procedimentos;
13. Colocar 15 ml de ar na seringa e conecta-la à sonda;
14. Colocar o estetoscópio no quadrante superior esquerdo do abdômen e
introduzir o ar, auscultando os respectivos ruídos hidroaéreos; aspirar ao
conteúdo gástrico, se necessário;

Fonte. Santana et. al., 2022.

15. Fixar a sonda com esparadrapo, sem comprimir a narina, de modo que fique
segura;
16. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;

22
Fonte. Santana et. al., 2022.

17. Realizar a limpeza e desinfecção dos materiais;


18. Lavar as mãos;
19. Registrar o procedimento no prontuário do paciente horário, nº da sonda e
intercorrências durante o procedimento e assinar;
20. Comunicar anormalidades ao médico/enfermeiro. OBS: Deve iniciar a
administração da dieta após a confirmação da localização radiológica.

6 PRINCIPAIS CUIDADOS PARA SONDA NASOENTERAL E NASOGÁSTRICA

A sondagem é um procedimento invasivo que requer cuidados específicos por


parte da equipe de enfermagem. Entre os principais cuidados, destacam-se a
verificação da tolerância da dieta e/ou medicamentos a serem administrados pela
sonda, aspiração do conteúdo gástrico antes da administração para verificar
presença de resíduos, infusão de água após a administração para evitar obstru ções,
realização de troca em caso de danos na sonda, fixação adequada da sonda à pele
do paciente, monitorização do posicionamento da sonda, administração da dieta
com o paciente em postura elevada, infusão da dieta lentamente por gotejamento
para evitar diarreia e vômitos, correr água após cada frasco de dieta para evitar
acúmulo de resíduos e manter a pinça da sonda fechada quando não estiver em uso
(SILVA; OLIVEIRA, 2012).

23
Além disso, é importante que a equipe de enfermagem fique atenta a
possíveis complicações, como vômitos persistentes, hemorragia digestiva aguda,
íleo paralítico ou obstrução intestinal, obstrução nasofaríngea ou esofágica e
presença ou suspeita de varizes esofágicas. Em caso de qualquer alteração ou
complicação, é necessário comunicar imediatamente a equipe para avaliação e
intervenção adequadas (SILVA; OLIVEIRA, 2012).

7 GASTROSTOMIAS

7.1 Conceito

Gastrostomia é um procedimento cirúrgico que envolve a criação de uma


abertura no estômago para permitir a alimentação ou administração de
medicamentos diretamente no trato gastrointestinal. A gastrostomia é realizada em
pacientes que não conseguem se alimentar por via oral ou que têm dificuldade em
engolir alimentos ou medicamentos. A abertura criada na cirurgia é chamada de
estoma e é mantida aberta com o uso de um tubo de gastrostomia, que é inserido
através do estoma e conectado a uma bolsa ou seringa para a alimentação ou
administração de medicamentos.
A gastrostomia pode ser realizada por diferentes técnicas cirúrgicas, como a
gastrostomia percutânea endoscópica (PEG), que é uma técnica minimamente
invasiva, ou a gastrostomia aberta, que é uma técnica mais invasiva e que envolve
uma incisão cirúrgica no abdômen (BARROS et al., 2020).
A utilização da gastrostomia pode melhorar a nutrição e a hidratação de
pacientes que não conseguem se alimentar adequadamente, reduzir o risco de
aspiração de alimentos e líquidos para os pulmões e melhorar a qualidade de vida
do paciente e de seus cuidadores (BARROS et al., 2020).

24
7.2 Tipos e indicações

Existem diferentes tipos de gastrostomia, que podem ser escolhidos de


acordo com as necessidades e características individuais de cada paciente. Entre os
tipos mais comuns, podemos citar:
Gastrostomia percutânea endoscópica (PEG): é o tipo mais comum de
gastrostomia e é realizada com a ajuda de um endoscópio. O procedimento consiste
em inserir um tubo de gastrostomia através da parede abdominal até o estômago,
sob visão endoscópica.
Gastrostomia laparoscópica: é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva,
que envolve a utilização de um laparoscópio para a criação do estoma.
Gastrostomia aberta: é uma técnica cirúrgica mais invasiva, que envolve uma
incisão cirúrgica no abdômen para a criação do estoma. O quadro 3 ilustra as
sondas mais utilizadas.

Quadro 3. Tipos de Sondas Utilizadas na Gastrostomia.


Tipo de Características Sondas
Sonda

Sonda de Sonda de alimentação inserida


Gastrostomia percutaneamente através da pele e do
Percutânea estômago. . É apresentada em dif erentes
diâmetros e balão de ancoragem em dois
volumes (5 mL e 20 mL).

Sonda de A Sonda tipo PEG é um método simples e


Gastrostomia seguro para administração de nutrição
Percutânea enteral prolongada em pacientes com trato
Endoscópica gastrointestinal f uncionante, incapazes de
receber aporte nutricional suf iciente por via
oral. É composta por: silicone grau médico;
suporte interno desenvolvido para reduzir
acidentes com retiradas não intencionais;
linha radiopaca ao longo do tubo

25
Sonda de Sonda com balão inf lável na extremidade
Gastrostomia para f ixação no estômago.
Balão

Sonda Sonda que se estende até o jejuno para


Gastro- alimentação mais distante do estômago.
Jejunal

Sonda de Sonda de baixo perf il e botão externo para


Gastrostomia conexão de alimentação.
Button

Extensores
de sonda

Fonte. www.shoppingprohospital.com.br. Perry; Potter, 2017.

As indicações para a realização da gastrostomia inclu em:


• Incapacidade de se alimentar por via oral devido a problemas neurológicos,
motoras ou outras doenças;
• Dificuldade para deglutir alimentos ou medicamentos;
• Necessidade de alimentação ou administração de medicamentos a longo prazo;
• Risco de aspiração de alimentos ou líquidos para os pulmões;
• Perda de peso significativa ou desnutrição.

26
É importante ressaltar que a decisão de realizar uma gastrostomia deve ser
tomada em conjunto com a equipe médica, levando em consideração os benefícios
e riscos do procedimento, as necessidades do paciente e suas preferências
individuais (DRENNAN, 2015).

7.3 Materiais e procedimento

7.3.1 Materiais

1. Água morna
2. Sabão neutro
3. Gazes ou pano macio e limpo
4. Luvas para procedimento
5. Protetores cutâneos
6. Curativos para dermatites e ou granulomas
7. Seringa de 20 ml e de 50ml.

7.3.2 Procedimento com o estoma

1. Higienizar as mãos
2. Preparar o material
3. Orientar o usuário sobre o procedimento
4. Limpar a pele ao redor do estoma podendo ser durante o banho
5. Secar bem a pele ao redor
6. Aplicar curativos se for o caso (ver capitulo de curativos)
7. Aplicar protetores (gazes, chumaço de gaze ou hidro polímeros)
8. Certificar-se que o cateter esteja bem inserido e na marca correta
9. Registrar o procedimento no instrumento de produção e prontuário do usuário.

7.3.3 Procedimento para a manutenção do cateter

1. Higienizar as mãos

27
2. Preparar o material
3. Orientar o usuário sobre o procedimento
4. Lavar o cateter internamente com 50 ml de água filtrada morna utilizando a
seringa de 50ml em único jato
5. Limpar área externa do cateter com águ a e sabão neutro podendo fazê-lo
durante o banho
6. Certificar-se de que o cateter está bem localizado (aspirar conteúdo gástrico)
7. Verificar o balão, quando houver, se está adequadamente fixo e insuflado
8. Fazer uma rotação 360º semanalmente do cateter
9. Registrar o procedimento (instrumento de produção e prontuário do usuário).

7.3.4 Considerações Gerais

No cuidado com o estoma deve-se observar as seguintes alterações:


• Dermatite Peri-estoma
• Granuloma
• Sangramento
• Peritonite
• Aspiração
• Fístula
• Deslocamento, vazamento, dor
• Febre
• Perda de peso
• Edemas de face e MMII
Caso ocorra alguma dessas anormalidades comunicar imediatamente ao
médico ou enfermeiro da unidade e seguir as orientações fornecidas.
ATENÇÃO: os cateteres costumam ter 3 vias:
a) Central para administrar nutrientes,
b) Lateral para administrar medicamentos,
c) Colorida ou sem tampa, que é para controlar o balão.

28
Com relação à administração da dieta sempre manter o decúbito elevado
durante a infusão. Se o cateter sair, imediatamente (no máximo 2 horas) deve ser
colocada uma sonda (pode ser a do tipo Folley) no local até reinserção de outro
cateter ideal para não perder o pertuito. Caso contrário deverá ser encaminhado a
um local para nova inserção.
Em relação ao tempo de uso/permanência do cateter-> atentar ao seu estado
geral, pois pode ser trocado antes do tempo estimado, ou de acordo a prescrição
médica.
De acordo com o tipo de cateter, se de longa permanência tem uma duração
de 1 ano, se de curta permanência, 6 meses. Evitar uso de adesivos na pele para
fixar o cateter.

8 BOLSAS DE COLOSTOMIAS

8.1 Conceito

As bolsas de colostomia são dispositivos utilizados para coletar as fezes em


pacientes que passaram por uma cirurgia de colostomia, onde um trecho do cólon é
trazido à superfície abdominal para formar uma abertura, chamada de estoma, para
eliminar as fezes (LIMA, 2020). .
As bolsas de colostomia são fixadas na pele ao redor do estoma e coletam as
fezes, proporcionando uma maneira segura e higiênica para descartá-las. Esses
dispositivos podem ser de um único uso ou reutilizáveis, e estão disponíveis em
vários tamanhos e formatos para se adequarem às diferentes necessidades dos
pacientes (LIMA, 2020).

8.2 Tipos e indicações

Existem diferentes tipos de bolsas de colostomia, e a escolha do tipo de bolsa


depende das necessidades e características individuais do paciente. As principais
variações são:

29
Bolsa de colostomia drenável: é a bolsa mais comum, que permite que o
conteúdo seja esvaziado em um recipiente sem a necessidade de remover a bolsa.
É indicada para pacientes que apresentam fezes com consistência pastosa ou
sólida.
Bolsa de colostomia fechada: é uma bolsa que não pode ser esvaziada,
sendo descartada após o uso. É indicada para pacientes com fezes líquidas ou
pastosas que são eliminadas com menor frequência.
Bolsa de colostomia de uma peça: possui uma única peça que une o adesivo
à bolsa. É indicada para pacientes com estomas regulares e com pouca ou
nenhuma irritação ao redor do estoma.
Bolsa de colostomia de duas peças: é composta por uma base adesiva e uma
bolsa que pode ser desconectada e substituída sem remover a base adesiva. É
indicada para pacientes com estomas irregulares ou que precisam trocar a bolsa
com frequência.
As indicações para o uso de bolsas de colostomia incluem:
• Doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn;
• Câncer colorretal;
• Diverticulite;
• Fístulas;
• Trauma abdominal;
• Incontinência fecal grave;
• Malformações congênitas do trato gastrointestinal.
É importante que o tipo de bolsa de colostomia escolhido seja adequado para
as necessidades do paciente e que o enfermeiro oriente corretamente sobre a
higiene e manutenção da bolsa para evitar complicações (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2015).

8.3 Materiais e procedimento

8.3.1 Materiais

1. Bandeja;
30
2. Carro de curativo;
3. Biombo;
4. Saco de lixo branco;
5. Luvas de procedimento;
6. Máscara descartável;
7. Gazes (preferencialmente não estéreis);
8. Um copo descartável com água morna (pode-se utilizar AD ou SF0,9%
- frasco 250 ml)
9. Sabonete;
10. Comadre;
11. Escala de medição de estoma plástico ou régua;
12. Caneta;
13. Tesoura;
14. Bolsa coletora de fezes (1 ou 2 peças) e presilha para fechamento de
bolsa coletora.

8.3.2 Procedimento

1. Lavar as mãos água e sabão;


2. Reúna o material na bandeja, coloque no carro de curativos e leve-os ao
quarto do paciente;
3. Confirme o paciente e o procedimento a ser realizado;
4. Explique o procedimento ao paciente;
5. Promova a privacidade do paciente colocando o biombo e/ou fechando a
porta do quarto;
6. Higienize as mãos;
7. Posicione o paciente em decúbito dorsal;
8. Colocar equipamentos de proteção individual: gorro, máscara, capote não
estéril e óculos de proteção;
9. Esvazie a bolsa, se houver fezes, em comadre;

31
10. Remova a bolsa coletora, descolando uma pequena parte do adesivo na
parte superior. Ampare a pele com gaze umedecida com água morna e
descole suavemente o adesivo e a barreira protetora de cima para baixo;
11. Descarte o material em lixeira de saco branco;
12. Limpe o estoma e a pele ao redor com gaze umedecida em água morna e
sabonete, removendo todas as fezes e resíduos de placa da pele;
13. Seque toda a área da pele ao redor do estoma;
14. Apare os pelos em pele próxima ao estoma utilizando tesoura ou
tricotomizador, se necessário;
15. Meça o estoma com escala de medição de estoma, régua ou faça um
molde, colocando um plástico sobre o estoma, desenhando seu contorno;
16. Desenhe o molde da medida do estoma sobre o papel protetor da placa
adesiva;
17. Caso seja sistema coletor de 1 peça, afaste a parte plástica da bolsa da
placa adesiva, evitando recorte acidental do plástico quando recortar a
placa, recortando a placa adesiva de acordo com o desenho do molde;
18. Retire o papel que protege a barreira;
19. Caso seja sistema coletor de 1 peça:
a. Ajuste a placa ao estoma, segurando-a pela borda da barreira ou
adesivo, se houver;
b. A parte drenável da bolsa deve estar voltada para os pés (em
pacientes que deambulam) ou voltada para o flanco do mesmo
lado do estoma ou em sentido diagonal (em pacientes
acamados).
20. Caso sistema coletor de 2 peças:
a. Ajuste a placa ao estoma, segurando-a pela borda da barreira ou
adesivo, se houver;
b. Encaixe a bolsa sobre o flange da placa, segurando-a pela pestana
com a abertura voltada para os pés (em pacientes que deambulam)
ou voltada para o flanco do mesmo lado do estoma ou em sentido
diagonal (em pacientes acamados);
c. Faça pressão sobre o aro da bolsa coletora e a flange da placa;

32
d. No flange flutuante colocar os dedos sob esta e os polegares sobre
o aro da bolsa para finalizar o encaixe da bolsa na placa.
21. Faça pressão suave sobre a placa adesiva para melhor aderir à pele;
22. Retire o papel que protege o adesivo microporoso, se houver e faça leve
pressão sobre este, para melhor aderir à pele;
23. Feche a abertura da bolsa coletora com a presilha, fazendo uma dobra na
extremidade desta sobre a haste interna da presilha;
24. Retire as luvas de procedimento e a máscara;
25. Deixe o paciente confortável;
26. Recolha o material do quarto, mantendo a unidade organizada;
27. Encaminhe o material permanente e os resíduos para o expurgo,
descartando-os adequadamente;
28. Lavar a bandeja com água e sabão, seque com papel toalha e aplique
álcool 70%;
29. Lavar as mãos com água e sabão;
30. Cheque a prescrição de enfermagem e anote o procedimento realizado
registrando o aspecto do estoma, pele ao redor e do efluente drenado no
espaço de anotação de enfermagem na prescrição de enfermagem.

8.3.3 Observações

• A bolsa deve ser trocada sempre que houver saturação da barreira


protetora de pele ao redor do estoma
• (placa começar a descolar da pele);
• Para o procedimento não é necessário material e técnica estéreis.
Utilizar, preferencialmente, material não estéril;
• A troca de bolsa de coletora deve ser realizada distante dos horários
das refeições;
• O recorte da placa não deve ultrapassar 3 mm entre o estoma e a
placa adesiva da bolsa coletora
• evitando, assim, o contato de fezes na pele.

33
9 DECÚBITO E LESÕES POR PRESSÃO

9.1 Conceito

Segundo Perry e Potter (2017) as posições de decúbito são diferentes


posições em que um paciente pode ser colocado durante procedimentos médicos,
cirúrgicos ou para melhorar o conforto e prevenir complicações. Algumas das
posições de decúbito mais comuns incluem:
1. Decúbito dorsal: o paciente fica deitado de costas, com o abdômen voltado
para cima. É uma posição amplamente utilizada em exames, cirurgias
abdominais e procedimentos de acesso venoso central.
2. Decúbito lateral: o paciente deita-se de lado, com uma das laterais do corpo
apoiada na cama. Existem duas variações principais:
• Decúbito lateral esquerdo: o paciente deita-se sobre o lado esquerdo,
utilizado frequentemente para ciru rgias do lado direito do abdômen e para
prevenir a aspiração em pacientes com risco de refluxo gastroesofágico.
• Decúbito lateral direito: o paciente deita-se sobre o lado direito, utilizado
em cirurgias do lado esquerdo do abdômen e para prevenir a compressão
da veia cava inferior em gestantes.
3. Decúbito ventral: o paciente deita-se com o abdômen voltado para baixo.
Essa posição é usada principalmente em procedimentos cirúrgicos na região
posterior do corpo, como cirurgias de coluna.
4. Decúbito de Trendelenburg: o paciente fica deitado em posição supina (de
costas) com a cabeça mais baixa que os pés. Essa posição é frequentemente
usada em cirurgias abdominais e pélvicas para melhorar a visualização e o
acesso aos órgãos.
A não mudança de decúbitos ocasionam as úlceras de pressão, também
conhecidas como escaras, feridas de decúbito ou úlceras de pele, que se
desenvolvem em áreas do corpo que estão sob pressão constante. Elas são
causadas por uma interrupção do fluxo sanguíneo para a pele e os tecidos
subjacentes devido à pressão prolongada ou fricção. As áreas mais comuns de

34
desenvolvimento de decúbitos incluem os calcanhares, cotovelos, nádegas e região
sacral (PERRY; POTTER, 2017).
As úlceras de pressão podem variar em gravidade, desde lesões superficiais
da pele até danos extensos aos tecidos musculares e ósseos. Os fatores de risco
para o desenvolvimento de decúbitos incluem imobilidade, incontinência fecal ou
urinária, má nutrição, desidratação, idade avançada e condições médicas crônicas
(PERRY; POTTER, 2017).
O tratamento das úlceras de decúbito envolve a remoção da pressão sobre a
área afetada, cuidados de higiene adequados, manejo da dor, nutrição adequada e
tratamento de possíveis infecções. É importante também prevenir a formação de
novas lesões de pressão, por meio de medidas como mudança de posição do
paciente, uso de almofadas ou coxins especiais e cuidados de pele adequados
(PERRY; POTTER, 2017).
As úlceras de pressão são mais comuns em pacientes que estão
imobilizados, como aqueles que estão acamados ou em cadeira de rodas. As áreas
mais comuns para o desenvolvimento de úlceras de pressão são o sacro, os
calcanhares, os cotovelos, a região occipital e as orelhas. A prevenção e o
tratamento das úlceras de pressão envolvem medidas como mudanças de posição
frequentes, uso de dispositivos de alívio de pressão, higiene adequada e cuidados
com a pele. É importante que os pacientes em risco de desenvolver úlceras de
pressão sejam avaliados regularmente por um profissional de saúde (BLACK;
HAWKS, 2009).

9.2 Materiais e procedimento

9.2.1 Materiais

1. Coxins; Lençóis;
2. Luvas de procedimento (caso o paciente esteja em precaução protetora ou de
contato);
3. Cremes hidratantes ou AGE

35
9.2.2 Procedimento

1. Observar a prescrição de enfermagem;


2. Solicitar auxílio de um colaborador;
3. Lavar as mãos conforme;
4. Preparar o material, checar o nome e o leito do paciente;
5. Identificar-se e explicar o procedimento a ser realizado; ressaltando a
importância do mesmo
6. Verificar no relógio de mudança de decúbito, qual a próxima posição a
deixar o paciente;
7. Calçar as luvas de procedimento;
8. Organizar extensões de aparelhos, equipos de soros, sondas para evitar
percas e/ou acidentes durante mudança de decúbito;
9. Realizar mudança de decúbito ou transferência utilizando o lençol móvel a
fim de evitar fricção;
10. Cada colaborador deverá posicionar-se de um lado do leito;
11. Abaixar um pouco a cabeceira e fletir o membro inferior oposto do paciente
ao qual ele ficará;
12. O colaborador do lado ao qual o paciente irá ficar deverá colocar uma das
mãos no ombro do cliente e a outra no quadril/ flexão do joelho, puxando-o
com segurança para si;
13. O colaborador posicionado atrás do cliente deverá colocar o "coxim",
previamente protegido por um lençol limpo, nas costas do mesmo evitando
que retorne a posição anterior;
14. Proteger a articulação dos joelhos colocando outro pequeno "coxim" entre
eles;
15. Levantar as grades de proteção (se houver);
16. Deixar o cliente confortável e manter cabeceira elevada à 30° ou 45°;
17. Deixar o ambiente em ordem:
18. Lavar as mãos;
19. Realizar as anotações de enfermagem.

36
9.2.3 Observações

Na prevenção de úlceras por pressão é indicada a mudança de decúbito a


cada 2 horas seguindo o relógio sinalizador de reposicionamento e registrar os
regimes de reposicionamento - DLD, DLE, DD.(CESARETTI, 2006).

Figura 1. Horário para alternância de decúbitos.

Fonte. Cesaretti, 2006

O reposicionamento deve ser feito a cabeceira até 30°, ou na menor elevação


possível conforme a condição/ restrição do paciente (CESARETTI, 2006).
Se possível, usar colchões piramidais para todos os pacientes ou outro
dispositivo de redistribuição de peso corporal, além de hidratar a pele do paciente
(CESARETTI, 2006).
Fatores de risco: instabilidade hemodinâmica, de acordo com a condição
patológica do paciente (CESARETTI 2006).

10 CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objetivo apresentar os conceitos, tipos e indicações


de intervenções específicas realizadas pela enfermagem no cuidado de pacientes,
como a aspiração das vias aéreas superiores, sondas nasogástrica e nasoenteral,
gastrostomias, bolsas de colostomia e tratamento de decúbitos.

37
Foi possível observar que essas intervenções requerem conhecimento e
habilidades específicas para garantir a segurança e eficácia no tratamento do
paciente. Além disso, a qualidade do cuidado prestado pelo enfermeiro pode
influenciar significativamente na recuperação e bem-estar do paciente.
Através da apresentação dos tipos e indicações de cada intervenção, foi
possível compreender a importância de avaliar cuidadosamente o estado de saúde
do paciente antes de realizar esses procedimentos. É n ecessário considerar fatores
como a condição clínica, idade, estado nutricional, entre outros, para garantir a
escolha do tipo adequado de intervenção.
Em conclusão, é essencial que o profissional de enfermagem esteja sempre
atualizado em relação às orientações e normas relacionadas às intervenções
específicas, a fim de garantir a segurança e eficácia do tratamento. O papel do
enfermeiro no cuidado de pacientes é fundamental e deve ser realizado com
comprometimento, responsabilidade e respeito ao paciente e à equipe
multidisciplinar envolvida no tratamento.

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