Você está na página 1de 64

UD004648_V(01) MD_UDxxxxxx_V(10)Pt.

dot

1
Metrologia - Introdução
METROLOGIA

ÍNDICE

MOTIVAÇÃO......................................................................................... 3
OBJECTIVOS ........................................................................................ 4
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5
1. MOTIVO DA SUA IMPLANTAÇÃO NO MUNDO ....................................... 7
2. SISTEMA PORTUGUÊS DA QUALIDADE............................................... 8
2.1. NORMALIZAÇÃO ...................................................................... 10
2.2. QUALIFICAÇÃO/CERTIFICAÇÃO ................................................. 10
2.3. METROLOGIA .......................................................................... 11
2.3.1. Quais as áreas da metrologia ......................................................... 11
3. VOCABULÁRIO INTERNACIONAL DE METROLOGIA - VIM ................... 13
4. GESTÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ..................................... 15
4.1. EXEMPLOS DE INSTRUMENTOS DE MEDIDA................................. 17
4.1.1. Régua e Fita métrica ...................................................................... 17
4.1.2. Anemómetro ................................................................................... 18
4.1.3. Anemómetro de Robinson ............................................................. 18
4.1.4. Anemómetro sónico ....................................................................... 18
4.1.5. Galvanómetro ................................................................................. 18
4.1.6. Multímetro ...................................................................................... 19
4.1.7. Voltímetro e Amperímetro .............................................................. 20
4.1.8. Ohmímetro ...................................................................................... 21
4.1.9. Osciloscópio ................................................................................... 22
4.1.10. Manómetro ..................................................................................... 23
5. CADEIAS HIERARQUIZADAS DE PADRÕES DE MEDIÇÃO ..................... 25
5.1. PADRÕES INTERNACIONAIS ...................................................... 25

1
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

5.2. PADRÕES PRIMÁRIOS .............................................................. 25


5.3. PADRÕES SECUNDÁRIOS ......................................................... 26
5.4. PADRÕES DE TRABALHO .......................................................... 26
6. CERTIFICAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO..................................... 27
6.1. CERTIFICAÇÃO ISO ................................................................. 28
7. SISTEMA DE ACREDITAÇÃO............................................................. 29
8. CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ................................ 30
9. ESTATÍSTICA BÁSICA APLICADA Á MEDIÇÃO ..................................... 32
10. MEDIDAS ESTATÍSTICAS ............................................................... 36
10.1. MEDIDAS ESTATÍSTICAS DE TENDÊNCIA CENTRAL – MÉDIA,
MODA E MEDIANA .................................................................... 36
10.2. MEDIDAS ESTATÍSTICAS DE VARIABILIDADE OU DISPERSÃO ....... 39
10.2.1. Desvio médio absoluto ................................................................... 40
10.2.2. Incerteza de Medição ..................................................................... 44
10.2.3. Incerteza Padrão............................................................................. 44
10.2.4. Incerteza Padrão Absoluta ............................................................. 44
11. CONTROLO ESTATÍSTICO DO PROCESSO ....................................... 45
11.1. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS ........................................... 45
11.1.1. Conceitos fundamentais ................................................................. 45
11.2. DIAGRAMA DE DISPERSÃO .................................................... 46
11.3. CARTAS DE CONTROLO ........................................................ 47
12. PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA ................................................. 49
CONCLUSÃO...................................................................................... 53
RESUMO ........................................................................................... 54
AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 55
SOLUÇÕES ........................................................................................ 59
PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ................................. 60
BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 61

2
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

MOTIVAÇÃO

Quando somos confrontados com a palavra Metrologia, temos tendência a as-


sociar a outra palavra muito semelhante, que é a Meteorologia. Em parte elas
estão interligadas, pois são ambas ciências que se destinam a estudar fenóme-
nos, mas enquanto a Meteorologia se dedica a fenómenos relacionados com a
atmosfera terrestre, a Metrologia, que é a ciência que nos interessa para o estu-
do, dedica-se à ciência das medições. Esperamos que estejas curioso para ini-
ciar aqui o seu estudo e aumentares os teus conhecimentos nesta área.

A Metrologia através de sistemas de normalização e de qualificação, garante que


todos os produtos e serviços estão de acordo com as normas/qualificações ne-
cessárias ao mercado, de modo a obtermos uma boa qualidade final produtiva.

Neste processo é essencial o uso e aplicação adequados dos instrumentos de


medição, bem como o conhecimento dos padrões de medição utilizados. Quan-
to mais exacta for a leitura da medição que estamos a fazer, reduzindo ao má-
ximo possível o erro de leitura, melhor será a qualidade final do produto.

Como tal, é de extrema importância aprofundarmos o seu estudo para a aplica-


ção no nosso curso, uma vez que vamos deparar-nos diversas vezes com uni-
dades de medida e instrumentos de medição. Vamos então iniciar a exploração
deste tema, e contamos com o teu empenho!

3
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

OBJECTIVOS

 Reconhecer a importância da metrologia.


 Identificar a estrutura do Sistema Português da Qualidade.
 Tomar conhecimento do Subsistema Nacional de Metrologia.
 Tomar conhecimento das normas utilizadas no âmbito da Metrologia.
 Identificar e caracterizar o conceito e o domínio de actividade da me-
trologia.
 Identificar e caracterizar os termos fundamentais e gerais do vocabulá-
rio internacional de metrologia.
 Aplicar técnicas de gestão dos instrumentos de medição
 Compreender as cadeias hierarquizadas de padrões de medição.
 Compreender e aplicar as regras de rastreamento e calibração dos ins-
trumentos de medição.
 Detectar a necessidade de calibrar os instrumentos de medição.
 Classificar os equipamentos de medida e organizar um banco de dados
destinado ao controle e calibração dos instrumentos.
 Efectuar calibração de instrumentos.
 Aplicar a estatística básica à medição e ao controlo de instrumentos.
 Optimizar recursos de controlo metrológico com base nos resultados
estatísticos de medição.

4
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

INTRODUÇÃO

A Metrologia é a ciência das medições.


O conceito de medição está relacionado com o acto de comparação, isto é,
para medirmos tomamos como base uma dada grandeza e fazemos a compa-
ração com a grandeza que medimos. Isto para comparações entre matérias da
mesma ‘espécie’, pois por exemplo se estivermos a comparar fluidos com sóli-
dos não faz de todo sentido uma vez que as suas propriedades físicas são to-
talmente diferentes.

Para a medição ser bem efectuada devemos ter um padrão de comparação, ao


efectuarmos a medição de um comprimento, antes de passarmos à sua medi-
ção devemos escolher um padrão para servir de unidade e verificarmos quantas
vezes a unidade cabe dentro da nossa medida.
Um vez que a Metrologia está relacionada com pesos e medidas, ao logo do
tempo, desde as civilizações mais antigas até aos tempos correntes, assistimos
a uma evolução das técnicas da Metrologia aplicadas ao comércio. Nas trocas
comerciais de bens e mercadorias, eram utilizados padrões para estabelecer
igualdade de direitos entre as pessoas que as faziam.

Nos tempos mais antigos vivia-se à procura de instrumentos de troca para me-
dir o valor dos bens comerciais. Isto levou ao aparecimento da moeda, na China
do período Chou (1122-256 a.C.), em bronze. Nos primeiros tempos da moeda
assistiu-se a um forte poder por parte das cortes reais, controladas por funcio-
nários escolhidos em concelho, que através da sua posição na sociedade apro-
veitavam para ‘inclinar’ as trocas para o seu lado.

Após o desaparecimento das cortes reais, foram criados novos padrões para
que um material não tivesse valores diferentes de uma cidade para outra. Em
Portugal no reinado de D. João II em 1488, foi implantado o “marco” de Colónia,
que passou a ser utilizado na Europa como padrão de peso.
Esta evolução nas trocas comerciais teve grande importância para a Metrologia
aplicada hoje em dia. Durante este processo assistimos à internacionalização
dos pesos e medidas nas sociedades.

5
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

1. MOTIVO DA SUA IMPLANTAÇÃO NO MUNDO


Ao longo do processo da “globalização dos mercados” foram criados regula-
mentos e especificações técnicas de modo a que todos os produtos, indepen-
dentemente do local de produção, fossem aceites de forma igual.

A Metrologia teve um impacto muito grande neste processo ao criar um sistema


de acreditação bem como certificações para que os produtos pudessem circu-
lar pelos mercados de todo o Mundo nas mesmas condições.

Como já vimos a Metrologia estabelece padrões para as medições de produtos,


o que atribui assim a estes produtos garantias da sua qualidade. Através da
acreditação as empresas hoje em dia procuram uma certificação para os seus
produtos, pois no mercado a qualidade é muito importante para o seu sucesso.
Tornando assim os seus produtos fiáveis tanto no mercado como entre a socie-
dade, o que leva a ter mais hipóteses de sucesso e um crescimento progressivo.

Esta concorrência a nível dos mercados faz também com que os consumidores
possam usufruir de produtos com qualidade e ao melhor preço, bem como pre-
servar a sua saúde e segurança com produtos que garantem fiabilidade. A evo-
lução do mercado leva a que estejam sempre a surgir no mercado novos produ-
tos e a preços interessantes, proporcionando a que o consumidor possa esco-
lher o que é melhor para si.

Não menos importante é o aspecto do meio ambiente, onde as energias reno-


váveis estão a ter forte peso, que com produtos de qualidade e a sua evolução
nos mercados leva-nos a caminhar para uma melhoria do nível de vida no nosso
Planeta.

7
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

2. SISTEMA PORTUGUÊS DA QUALIDADE


O Sistema Português da Qualidade (SPQ) foi criado em 1993, pelo Decreto-Lei
nº 234/93 em substituição do Sistema Nacional da Gestão da Qualidade
(SNGQ).

O SNGQ foi criado em 1983, pelo Decreto-Lei nº 165/83, dedicado à coordena-


ção de três subsistemas:
 Normalização (onde estão inseridas todas as actividades relacionadas
com normas e outros documentos no âmbito nacional como no Mundo);
 Qualificação/certificação (onde estão inseridas todas as actividades de
acreditação e certificação de competências e produtos);
 Metrologia (onde estão inseridas todas as actividades relacionadas
com o rigor e exactidão de medições, bem como desenvolvimento de
padrões de medida).
Este sistema estava ao cargo de um organismo capaz de gerir e coordenar to-
das estas actividades, que é o Instituto Português da Qualidade (IPQ).

O IPQ foi criado em 1986, pelo Decreto-Lei nº 183/86, é o instituto público que
nos termos da lei aprovada pelo Decreto-Lei nº 142/2007, está encarregue de
promover e coordenar actividades que tenham como finalidade contribuir para a
credibilidade dos produtos no mercado. Além disto está encarregue também
dos ensaios de metrologia como função de laboratório nacional.

A substituição do SNBQ pelo SPQ deveu-se ao facto de existir grandes preocu-


pações da qualidade a nível Mundial, ao nível da qualidade de vida das pesso-
as, com os serviços estatais prestados.

O IPQ como Organismo Nacional de Normalização, no âmbito da normalização,


cabe-lhe intervir junto de outros países, isto claro no domínio da Qualidade,
através de programas de apoio. Bem como promover a elaboração das normas
Portuguesas ajustando assim a legislação nacional sobre produtos com as nor-
mas aplicadas pela União Europeia.

8
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Ao nível do mercado nacional e internacional é competência do IPQ a realiza-


ção, manutenção e desenvolvimento de padrões de medida de forma a garantir
exactidão nas medições através de um termo de comparação muito rigoroso
para as medidas efectuadas. Como já vimos, o acto de comparação está forte-
mente relacionado com a metrologia e quanto maior rigor existir entre os termos
de comparação, maior será a exactidão do produto final.

O IPQ é responsável pela criação de padrões nacionais das unida-


des de medida com aplicação do Sistema Internacional (SI).

No processo de medição é responsável também pela coordenação e controlo


do reconhecimento das entidades competentes que executam o controlo me-
trológico dos instrumentos utilizados nas medições. Permitindo assim a fiabili-
dade nos instrumentos aplicados nas medições em Portugal.

O IPQ trata directamente da qualificação de entidades e as suas auditorias pe-


riódicas. Estas auditorias têm como função a certificação de sistemas de quali-
dade e acreditação de entidades, verificando o cumprimento das normas prati-
cadas, tais como os documentos internos em prática da entidade auditada.
Nestes documentos tempos por exemplo o plano de inspecção e ensaio, os
equipamentos, calibração e qualificação de pessoas.

As equipas auditoras são constituídas por 2 técnicos, o auditor de qualidade


que possui conhecimentos teóricos e práticos de garantia de qualidade e um
auditor técnico com conhecimentos das normas da garantia de qualidade.

As funções desempenhadas pelo IPQ visam essencialmente o aumento da qua-


lidade de vida e o desenvolvimento sustentado. A utilização dos seus processos
assentes em princípios de transparência e credibilidade permitem o uso de téc-
nicas e metodologias no domínio da metrologia, tanto reconhecidas em Portu-
gal como no resto do Mundo.

Devido ao vasto campo da metrologia, o IPQ é responsável por coordenar di-


versos grupos que colaboram entre si para a normalização e acreditação dos
instrumentos e medições na sua área. Estes organismos tornam possível uma
rastreabilidade das normas aplicadas pelo IPQ, permitindo assim uma maior
eficiência da aplicação das suas funções.

9
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

O IPQ como Organismo Nacional de Normalização (ONN), com a


colaboração de Organismos de Normalização Sectorial (ONS), está
encarregue da aprovação e disponibilização do Programa de Nor-
malização (PN), bem como a aprovação e homologação das Nor-
mas Portuguesas.

2.1. NORMALIZAÇÃO

A Normalização visa estabelecer soluções, através do consenso entre as partes


integrantes, para problemas que persistam em surgir nos mercados. As Normas
Portuguesas permitem simplificar estas situações através da regulamentação,
com normas ou outros documentos, criados para o efeito. Estas são elaboradas
por Comissões Técnicas Portuguesas de Normalização, onde é assegurada a
possibilidade de participação de todas as partes interessadas, conforme a Di-
rectiva CNQ 2/1999.

As Normas Portuguesas são normalmente voluntárias, mas em


certos casos pode existir um diploma legal que torne o seu cum-
primento obrigatório.

Ao serem criadas, as Normas servem como referência para os mercados e de-


vem ser seguidas para facilitarem a sua auto-disciplina. Destinam-se portanto a
normalizar todos os processos relacionados com os subsistemas como a legis-
lação, a acreditação, a certificação e a metrologia.

As Normas Portuguesas entram em vigor no dia seguinte ao da sua referência


na publicação do IPQ "LISTA MENSAL - NORMAS" e temos como Normas Por-
tuguesas as: NP, NP EN, NP EN ISO, NP ISO, NP HD, NP ENV, NP IEC e NP
ISO/IEC. Temos também outras normas integradas mas que são consideradas
Normas Portuguesas, as EN, EN ISO, EN ISO/IEC e ETS.

2.2. QUALIFICAÇÃO/CERTIFICAÇÃO

A Qualificação/Certificação está directamente relacionada com a calibração de


instrumentos. Como já vimos anteriormente a Qualificação trata de todas as
actividades de acreditação e certificação de competências e produtos, sendo as
normas de calibração muito importantes para este processo de certificação.

10
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

As normas de calibração são estipuladas através de ensaios em laboratórios por


meio de organizações, produtos e pessoas certificadas para o devido efeito. O
acto de calibrar corresponde à comparação entre o resultado da medição de
um padrão com o resultado da medição do nosso instrumento. Após esta com-
paração, se existirem desvios procedemos ao ajuste dos mesmos e assim ga-
rantimos neste processo produtos de boa fiabilidade.

2.3. METROLOGIA

Quanto ao subsistema da metrologia, no seguimento da normalização e da cer-


tificação, trata do rigor das medições e dos ensaios do laboratório de metrolo-
gia. Procura, tendo em conta o mercado, garantir padrões de medida para me-
lhorar a qualidade do produto final.

Essencialmente através do laboratório central de metrologia, que serve de apoio


aos ensaios de metrologia científica, o Departamento de Metrologia é o respon-
sável pelo aumento da produtividade e diminuição da rejeição do produto. Este
aspecto é essencial para as empresas uma vez que permite maior segurança
nos seus produtos e que possam vir a ser comprometidos a nível do mercado.

O consumidor também sai a ganhar pois o produto de que vai usufruir, apresen-
ta as melhores qualidades possíveis ao ser inserido no mercado.

Além do Departamento de Metrologia fazem parte do rigor das medições a Uni-


dade de Metrologia Cientifica e Aplicada e ainda a Unidade de Metrologia Legal.

2.3.1. QUAIS AS ÁREAS DA METROLOGIA

Basicamente, a metrologia está dividida em três grandes áreas:

 A Metrologia Científica;
 A Metrologia Industrial;
 A Metrologia Legal.

Na área da Metrologia Científica, através da utilização de instrumentos laborato-


riais, pesquisas e metodologias científicas (Laboratórios Nacionais, IPQ, INETI e
ITN), estabelecem-se padrões que têm por base padrões de medições nacio-
nais e internacionais.

O processo da Metrologia Científica com estes padrões de medição visa alcan-


çar assim altos níveis de qualidade.

As áreas dos Laboratórios destinam-se a: comprimento, massa, fotometria e


radiometria, gases de referência, química-física, temperatura, tempo e frequên-
cia e volume.

11
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

A área da Metrologia Industrial presta apoio às actividades de controlo de pro-


cessos e produtos industriais. Utilizam-se sistemas de medição para controlar
os processos ao nível da produção industrial (Laboratórios Nacionais, Laborató-
rios Acreditados pelo IPAC).

Este processo é responsável pela garantia da qualidade dos produtos acabados.

Quanto à área da Metrologia Legal é importantíssima para a economia e nível de


vida da sociedade, executa o controlo e fiscalização de todos os instrumentos e
medidas (Serviços Regionais e das Regiões Autónomas, Serviços Municipais e
Serviços Concelhos de Metrologia e também Organismos de Verificação Metro-
lógica). Trata assim da aprovação das unidades e respectivos padrões legais,
ou seja, o controlo metrológico dos instrumentos de medida regulamentados.

Este controlo e fiscalização estão directamente relacionados com o consumidor,


constituindo um elemento muito importante para o desenvolvimento do País.

12
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

3. VOCABULÁRIO INTERNACIONAL DE
METROLOGIA - VIM

O Vocabulário Internacional de Metrologia é um dicionário que foi criado para a


terminologia dos princípios básicos aplicáveis às grandezas e unidades, consti-
tuído por definições e termos associados.

Até hoje foram publicadas três edições, a 1ª em 1985, a 2ª em 1993 e a 3ª e


última edição em 1999.

A 1ª Edição, publicada pela Direcção-Geral da Qualidade, baseou-se nos prin-


cípios contidos na norma internacional ISO 31, Grandezas e unidades. Foi tra-
balhado por quatro organizações internacionais: BIPM, IEC, ISSO e OIML. Na
sua versão final, elaborada por inúmeras entidades na área da ciência e da in-
vestigação.

Na 2ª Edição houve necessidade de abranger as medições nos campos da quí-


mica e da biomedicina, bem como outros conceitos, tais como, a incerteza de
medição e propriedades qualitativas. Esta edição foi trabalhada por oito organi-
zações e peritos nacionais no âmbito da metrologia e normalização.

Mais tarde considerou-se que não existia diferença nos princípios básicos entre
os campos das medições, o que iria levar à publicação da sua 3ª Edição.

Nesta 3ª Edição, as dificuldades no estabelecimento de definições para caracte-


rizar as medições foram tratadas, e por exemplo, existiu uma evolução no tra-
tamento da incerteza de medição. A incerteza de medição estava associada ao
erro e passou a ser associada a uma incerteza, sendo o termo mais correcto.
Outras definições como esta foram revistas e melhoradas. Esta 3ª Edição do
VIM constitui a 1ª edição do Guia ISO/IEC 99, em português.

Este vocabulário foi criado essencialmente para cientistas e engenheiros, de


modo a facilitar o seu trabalho na realização de medições, independentemente
do seu campo de aplicação.

13
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Foi também criada pelo IPQ uma versão em português do VIM, com tradução
dos termos da versão internacional, com as respectivas designações em inglês
e francês. Esta versão portuguesa possui também no final um dicionário em
português. É recomendado o uso da sua publicação, por todas as entidades,
instituições, empresas e especialistas no âmbito da terminologia metrológica.

Estando o IPQ igualmente atento em relação à eventual necessidade da sua


revisão.

Poderá consultar o VIM nos anexos ou através do IPQ.

14
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

4. GESTÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO


A gestão dos instrumentos de medição é o conjunto de operações que tem por
objectivo determinar o valor de uma grandeza.

Existem dois tipos de grandezas, grandezas em sentido geral, tais como, com-
primento, temperatura ou tempo, e grandezas específicas, como a resistência
eléctrica de um fio ou comprimento de uma barra metálica. Isto é, as grandezas
em sentido geral dizem respeito aos padrões aplicados com a grandeza que
estamos a tratar, enquanto as grandezas específicas variam consoante os ma-
teriais que estamos a utilizar.

Este conjunto de operações de medição é usualmente registado num documen-


to chamado de procedimento de medição e descreve todas as operações com
os detalhes necessários para que qualquer pessoa possa executar a medição
sem informação adicional sobre o sistema de medição.

O sistema de medição é o conjunto completo de instrumentos de medição e


outros equipamentos acoplados para executar uma medição específica. Consis-
te em escolher o aparelho mais adequado de forma a executar e medição com
precisão e exactidão necessários. Não faz sentido usar um aparelho de alta
precisão para executar medições não-uniformes. Por exemplo se quisermos
medir um objecto muito menor que a menor divisão do nosso instrumento, não
iremos obter a precisão necessária na medida.

Com a adequada escolha do instrumento de medição é possível medir desde grãos


de areia e bolas de ténis, como, prédios ou estruturas de grandes dimensões.

A indicação dada pelo instrumento de medição é um valor de uma grandeza,


multiplicada pela constante do instrumento para fornecer a sua indicação.
Quanto mais exacto for esta indicação, ou seja, a comparação entre o resultado
da medição e o valor verdadeiro da grandeza, maior exactidão e precisão obte-
remos no resultado final.

15
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Isto leva-nos a constantes desafios tecnológicos com a criação de instrumentos


de medida que reduzam cada vez mais os erros nas medições, através de um
estudo aprofundado dos métodos relacionados com o sistema de medição.

Nos exemplos de grãos de areia e de bolas de ténis existem instrumentos preci-


sos e apropriados para efectuar as suas medições como é o exemplo do pa-
químetro e do micrómetro.

O paquímetro é um instrumento preciso para medir a bola de ténis, é adequado


para efectuarmos medições de diâmetros.

O micrómetro é adequado para medir espessuras. Como por exemplo se qui-


sermos medir a espessura de uma régua, o micrómetro será um instrumento de
medida adequado para a medição.

A gestão dos instrumentos de medição é o conjunto de operações


que tem por objectivo determinar o valor de uma grandeza.

O Sistema de Medição é o conjunto completo de instrumentos de


medição para executar uma medição específica.

Os grãos de areia e as bolas de ténis são materiais de dimensões reduzidas e


estes aparelhos adequam-se mas podemos deparar com materiais de dimen-
sões ainda menores. Neste caso teremos de utilizar outro método para efectuar
a sua medição, através de um microscópio especial poderemos resolver o pro-
blema.

Existem diversos métodos de medição e aparelhos que tornam as medições o


mais precisas possível. É devido a este facto que o seu constante estudo passa
por vários desafios tecnológicos.

16
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Figura 1. Paquímetro ou Craveira

Figura 2. Micrómetro

4.1. EXEMPLOS DE INSTRUMENTOS DE MEDIDA

Vamos aprofundar agora alguns dos instrumentos de medida com os quais te


vais deparar nas tuas funções para te familiarizares com o funcionamento e o
aspecto deles.

4.1.1. RÉGUA E FITA MÉTRICA

A régua bem como a fita métrica são instrumentos utilizados tanto para traçar
segmentos de recta como para medir pequenas distâncias. Além da régua nor-
mal utilizamos também o esquadro que tem especial aplicação na geometria e
desenho técnico.

17
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

4.1.2. ANEMÓMETRO

O anemómetro é um instrumento utilizado para medir a velocidade do vento.

Os dois tipos mais utilizados de Anemómetro são:

 Anemómetro de Robinson;
 Anemómetro Sónico.

4.1.3. ANEMÓMETRO DE ROBINSON

O Anemómetro de Robinson foi criado por Thomas Robinson em 1846 e consis-


te num conjunto de cúpulas fixas por um braço horizontal que através do vento
efectuam um movimento rotacional. O modelo mais preciso é o rotor horizontal
de conchas. Este modelo possui três conchas ligadas ao braço horizontal que
giram à velocidade do vento accionando um mecanismo onde está instalado um
sensor electrónico que efectua a contagem das voltas.

Este sistema é o mais preciso porquê?

Thomas Robinson através do seu estudo determinou que a utilização das três
conchas permitia medir a velocidade do vento independentemente da direcção
em que este se deslocava.

4.1.4. ANEMÓMETRO SÓNICO

O Anemómetro Sónico foi criado por Andreas Pflitsch em 1944 e é um aparelho


que através de ondas sonoras mede instantaneamente a velocidade do vento
realizando medidas a alta frequência, ou seja, executa várias medições por se-
gundo. Utiliza o princípio do efeito de Doppler.

4.1.5. GALVANÓMETRO

O galvanómetro mais conhecido é o galvanómetro de bobina móvel. É um ins-


trumento que mede corrente eléctrica de baixa intensidade. Permitindo assim
medir a quantidade de electricidade que circula pelo aparelho com a passagem
de corrente eléctrica.

18
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

O galvanómetro de bobina móvel é constituído por:

 Fio que transporta a corrente eléctrica a ser medida;


 Mola de retorno.

Ele possui uma bobina móvel que ao ser percorrida por corrente eléctrica pro-
duz um campo magnético interagindo com a bobina, fazendo-a girar ao longo
de uma escala graduada.

Existe ainda outro tipo de galvanómetro que é o galvanómetro de ferro móvel,


este é menos utilizado do que o de bobina móvel pois não é tão preciso, mas
permite-nos trabalhar em corrente alternada e corrente contínua, sendo também
mais barato.

4.1.6. MULTÍMETRO

O multímetro é um aparelho de medição que nos permite efectuar medições


tanto de intensidade de corrente eléctrica, como tensão eléctrica ou ainda resis-
tência eléctrica.

Na medição de corrente eléctrica temos o multímetro a funcionar como ampe-


rímetro, na medição de tensão eléctrica funciona como voltímetro e na medição
de resistência eléctrica trabalha como ohmímetro.

Além destas funcionalidades, os multímetros são comercializados em dois tipos:

 Multímetros analógicos;
 Multímetros digitais.

Os multímetros analógicos funcionam com o processo do galvanómetro, em


que a bobina móvel mostra o valor da medida no mostrador analógico. Já o
multímetro digital possui um mostrador líquido.

As suas dimensões reduzidas e simples composição permite-nos transportá-lo


connosco e utilizá-lo em testes rápidos de circuitos eléctricos.

Através de circuitos apropriados, o galvanómetro pode ler outras


grandezas eléctricas, como tensão contínua, tensão alternada,
resistência, potência, entre outras.

19
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Figura 3. Multímetro Digital

Dependendo dos destinos de utilização e dos fabricantes, podemos ter multí-


metros apropriados para utilização em casa, ou no dia-a-dia se preferirmos, que
acarretam um menor risco de acidente e outros que serão mais robustos para
utilizações industriais.

Os multímetros para utilizações industriais pela sua robustez apresentam corren-


tes de curto-circuito superiores e como tal maior risco na sua utilização, devem
ser usados portanto por técnicos especializados. Já os de utilização no dia-a-dia
como podem ser utilizados por qualquer pessoa apresentam correntes de curto-
circuito de valores reduzidas a fim de não acarretar riscos na sua utilização.

4.1.7. VOLTÍMETRO E AMPERÍMETRO

O voltímetro é um aparelho que realiza medições de tensão eléctrica, em unida-


des de volts (V).

O amperímetro é um aparelho que realiza medições de corrente eléctrica, em


unidades de ampere (A).

O processo é tudo muito idêntico ao do galvanómetro, por exemplo o voltímetro


mede a tensão num circuito e exibe essas medições por meio de um ponteiro
móvel ou um mostrador digital. Um exemplo de um tipo de voltímetro é o galva-
nómetro de bobina móvel, que já vimos anteriormente.

20
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Poderás já ter ouvido que muitos voltímetros na verdade não são


nada mais do que amperímetros com alta resistência interna.

A alta resistência interna que os voltímetros apresentam, permite introduzir o


mínimo de alterações no circuito que estamos a medir.

Nestas medições o voltímetro será colocado em paralelo com a secção do cir-


cuito compreendida entre os dois pontos, partilhando assim os mesmos termi-
nais. Como já vimos antes a resistência é a oposição à passagem de corrente
eléctrica. O voltímetro ao ser colocado em paralelo com o circuito deverá ter
uma resistência interna muito grande para efectuarmos as medidas com preci-
são e exactidão.

No caso do amperímetro, este será colocado em série, introduzido na secção


do circuito que queremos medir.

4.1.8. OHMÍMETRO

Já vimos atrás que o multímetro pode funcionar como ohmímetro, determinando


em grandezas de Ohm as respectivas medições. Funciona com base na lei fun-
damental da electricidade, conhecida pela Lei de Ohm e que teve como criador
Georg Simon Ohm. Lei esta que iremos desenvolver mais à frente e que é dada
pela equação:

V=R.I

O ohmímetro é um instrumento que mede a resistência eléctrica, ou seja, a opo-


sição à passagem da corrente eléctrica.

Num ohmímetro mais preciso é necessário circuito electrónico que forneça uma
corrente constante através da resistência, e outro circuito para medir a tensão
sobre a resistência.

De acordo com a equação, derivada da Lei de Ohm, o valor de resistência é


dada por:

V
R
I

Devemos ter cuidado com as medições de alta precisão, pois certos ohmíme-
tros acarretam o risco de lerem a soma das resistências do fio condutor da re-
sistência que estamos a medir.

21
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

De modo a reduzirmos este risco nas medições de alta precisão, os ohmímetros


para este efeito são fabricados com quatro terminais, em que dois deles servem
para transportar a corrente que vamos medir e os outros dois medir a tensão
directamente na resistência. Como vimos na equação anterior, a resistência
eléctrica em ohms é obtida pela divisão da tensão pela corrente eléctrica.

O ohmímetro é um instrumento que mede a resistência eléctrica.

4.1.9. OSCILOSCÓPIO

O osciloscópio é um instrumento de medida electrónico, que mede diferenças


de potencial, criando um gráfico em duas dimensões.

Esse gráfico é representado por um eixo vertical, em volts por divisão, que nos
mostra as diferenças de potencial e por um eixo horizontal, o tempo, em segun-
dos por divisão, mostra-nos a velocidade com que a o ponto é desenhado na
tela.

Portanto este gráfico irá mostrar as diferenças de potencial criados ao longo de


um intervalo de tempo, obtemos assim um gráfico de tensão em função do
tempo.

O monitor é constituído por um "ponto" luminoso, cuja intensidade podemos


variar, que periodicamente irá percorrer a tela da esquerda para a direita.

Figura 4. Osciloscópio

22
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

O aspecto típico de um osciloscópio é o de uma caixa rectangular em que num


lado terá a tela que nos mostra os gráficos e no outro, os controlos apropriados
para as medições. Como podemos ver na figura 6, a tela está divida em quadrí-
culas, cada quadrado corresponde a uma divisão e esta grelha é também co-
nhecida por graticule ou retículo.

O sinal que pretendemos medir, é ligado a um dos canais de entrada. Depen-


dendo do osciloscópio, podemos ter vários canais para o efeito, através de um
conector coaxial, BNC ou N. Caso já possua o conector coaxial, então só temos
de ligar através de um simples cabo.

A ponta do cabo que irá entrar em contacto com os terminais do material que
queremos medir é conhecida por ponta de prova.

Recentemente foram criados osciloscópios de cristal líquido, de fácil transporte


e ligação.

O osciloscópio é um instrumento de medida electrónico, que mede


tensões, criando um gráfico bi-dimensional visível.

4.1.10. MANÓMETRO

O Manómetro foi criado por Varignon em 1705 e é um instrumento utilizado para


medir a pressão.

Existem três tipos mais utilizados:

 Manómetro de tubo em U ou Manómetro de pressão de Varignon;


 Manómetro de tubo em C ou Manómetro de Bourdon;
 Manómetro de Pirani.

O manómetro de tubo em U através da sua forma em U e constituição em tubo


de vidro onde se coloca uma quantidade de líquido, ar ou gás, permite-nos as-
sim pela diferença de pressões que é proporcional à diferença do nível do líqui-
do calcular a pressão que se quer determinar.

Isto é ao colocarmos uma entrada do tubo sujeita à pressão atmosférica, medi-


ante a diferença do nível do líquido nos dois ramos, podemos calcular a pressão
a que se encontra.

23
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Os manómetros de coluna líquida podem ser em forma de U ou ter


uma única coluna.

Em tubos de vidro de maior comprimento poderá ter que ser necessário forçar o
líquido a percorrer essa maior distância, através da inclinação das colunas do
vidro. A pressão irá obrigar o líquido a subir percorrendo assim a distância ne-
cessária.

O manómetro de Bourdon também conhecido pelo seu tubo em forma de C tem


um processo em tudo muito idêntico ao de tubo em U, em que uma das extre-
midades está fechada e a outra está em contacto com o fluído onde se determi-
na a pressão. Este tubo tem uma secção oval e aumentando a pressão a ten-
dência é a ficar circular.

O manómetro de Pirani consiste de um filamento que sofrerá alterações de


temperatura e que está exposto ao fluido cuja qual pressão pretendemos de-
terminar.

Figura 5. Manómetro

24
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

5. CADEIAS HIERARQUIZADAS DE PADRÕES DE


MEDIÇÃO

Nas cadeias hierarquizadas de padrões de medição, encontramos alguns pa-


drões utilizados, em que se destacam:

5.1. PADRÕES INTERNACIONAIS

Os padrões internacionais são padrões que servem de base internacional para


estabelecer valores das grandezas. Estas grandezas são definidas num acordo
internacional a fim de serem reconhecidas como padrão.

Podemos ainda associar a estes os padrões nacionais. Os padrões nacionais


têm o mesmo objectivo mas são definidos por acordo nacional.

5.2. PADRÕES PRIMÁRIOS

Os padrões primários tal como o nome indica, são os padrões de referência.


Além do seu valor não estar relacionado com outros padrões de grandezas
iguais, é reconhecido por ter as mais altas qualidades metrológicas.

O acto de medir, como já vimos anteriormente, parte de um processo de com-


paração entre a medida da grandeza que queremos efectuar com um padrão
existente desta mesma grandeza que nos serve de base para a medição. Este
padrão existente que nos serve de base será portanto o padrão primário.

O padrão de referência é um padrão que possui a mais alta qualidade metrológica


e que serve de base para criar medições derivadas das mesmas grandezas.

25
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

5.3. PADRÕES SECUNDÁRIOS

Os padrões secundários já são definidos por comparação com o padrão princi-


pal. O seu valor será dado com a comparação de uma grandeza de referência
da mesma “espécie”.

5.4. PADRÕES DE TRABALHO

Os padrões de trabalho são padrões criados para as próprias medições, relaci-


onados com trabalhos específicos. Por exemplo, se uma certa medida não exis-
tente em padrão de referência e que é consecutivamente utilizada, a fim de
simplificar o processo da medição relacionado com o trabalho que estamos a
efectuar, cria-se um padrão de trabalho de forma a ser utilizado no dia-a-dia
para calibrar ou controlar as medições realizadas no seu processo.

26
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

6. CERTIFICAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO


A certificação é o meio de certificar, através de um Organismo de Certificação,
da aptidão de uma empresa ou organismo para prestar um serviço, um produto
ou um sistema, que comprova que a suas funções estão em conformidade com
os requisitos especificados face às exigências dos clientes e às exigências re-
gulamentares.

Esta certificação é preferencialmente feita pelo SPQ, que após uma auditoria,
verifica que a empresa ou organismo cumpre os requisitos especificados Nor-
mas aplicadas para o efeito, procedendo então à emissão de um certificado.

É portanto uma mais-valia para as empresas a implementação de um sistema


de gestão, uma vez que vem reconhecida qualidade na prestação dos seus ser-
viços junto dos clientes. Para além de no mercado verem o seu nome valorizado
bem como a sua imagem, conseguem ter acesso a mercados e clientes cada
vez mais exigentes. A implementação do sistema pode ser feita dentro da pró-
pria empresa, ou caso não seja possível, recorrendo a um consultor exterior.

O ISO/CEI define como o “Procedimento pelo qual uma terceira


parte dá uma garantia escrita de que um produto, processo ou
serviço está em conformidade face às exigências especificadas
num referencial.”

As normas ISO 9000 correspondem a um conjunto de referenciais internacionais


de boas práticas de gestão em matéria de qualidade, definidos pelo organismo
internacional de normalização, para a Certificação de Sistemas de Gestão. Es-
tas normas foram escritas originalmente em 1987, seguidamente com revisão
em 1994 e de novo em 2000. A norma ISO 9001 versão 2000 que faz parte da
família das normas ISO 9000 escreve-se ISO 9001:2000.

27
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

ISO - International Organisation for Standardization.

Existem vários sistemas de gestão de acordo com as normas aplicáveis:

 Sistemas de Gestão de Qualidade (ISO 9001:2000): Foi descrita na


norma ISO 9000 os termos e princípios de um sistema de gestão da
qualidade. Mas na publicação da norma ISO 9001 ficaram descritas as
obrigações que as empresas devem seguir;
 Sistemas de Gestão da Qualidade e Gestão Ambiental (ISO 14001:2004):
Foram definidos os requisitos necessários para o efeito;
 Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (OHSAS
18001:1999 / NP 4397:2001): Foram definidas as especificações neces-
sárias para o efeito;
 Sistemas de Gestão de Segurança Alimentar (ISO 22000:2005): Foram
estipulados todos os requisitos para qualquer organização na área da
cadeia alimentar;
 Sistemas de Gestão da Responsabilidade Social (SA 8000);
 Sistemas de Gestão de Recursos Humanos (NP 4427:2004): Foram de-
finidos os requisitos necessários para o efeito;
 Sistemas de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (NP
4457:2007).

6.1. CERTIFICAÇÃO ISO

A Certificação ISO não é acreditada como organismo para emitir as certifica-


ções aplicáveis.

Esta Certificação é feita por um Organismo de Certificação próprio, conhecido


por COFRAC que efectua uma auditoria para confirmar se tudo está em con-
formidade com o referencial ISO. Após a emissão da respectiva certificação
esta é válida por três anos, podendo ser renovada em nova auditoria.

A Certificação baseia-se em processos que permitem obter um


serviço, produto ou sistema e não o serviço, produto e sistema
propriamente dito.

28
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

7. SISTEMA DE ACREDITAÇÃO
O Sistema de Acreditação é o processo pelo qual um organismo nacional é reco-
nhecido como uma entidade competente para desempenhar as suas funções.
Esta Acreditação baseia-se nas normas internacionais, europeias e nacionais,
emitidas pelos organismos internacionais nos quais Portugal esteja inserido.

Em Portugal, num processo de evolução, foi criado pelo Decreto-Lei 125/2004


de 31 de Maio o Instituto Português de Acreditação IPAC para substituir o IPQ
nas atribuições feitas pelo SPQ.

No Decreto-Lei nº 186/2003 de 20 de Agosto veio actualizar os serviços do Mi-


nistério da Economia e desenvolver este processo de evolução para a criação
do IPAC no futuro.

O Organismo Nacional de Acreditação é conhecido por ONA e é a entidade que


na lei Portuguesa está encarregue das atribuições relativas ao desenvolvimento
das actividades de acreditação.

O Organismo Nacional de Acreditação é o Instituto Português de


Acreditação.

29
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

8. CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO


A Calibração dos instrumentos de medição tem como objectivo analisar a me-
dida que obtemos no nosso equipamento, verificando se esta adequa-se à me-
dição que estamos a fazer e se é compatível com o resultado final esperado.

O processo da Calibração é nada mais que a comparação dos valores indica-


dos pelo instrumento de medição e os valores existentes num padrão para a
grandeza que estamos a utilizar. Este instrumento é dotado de uma classe de
precisão elevada permitindo assim a máxima qualidade no processo de compa-
ração entre a medida efectuada e a grandeza de padrão.

Como sabemos os instrumentos de medição são muito importantes para o pro-


cesso produtivo e a calibração assegura-nos algumas vantagens, tais como:

 Garante-nos a rastreabilidade das medições;


 Permite-nos confiar nos resultados medidos;
 Reduz a variação das especificações técnicas dos produtos;
 Permite que as medições sejam compatíveis;
 Reduz a margem de erro em defeitos.

Uma correcta selecção dos instrumentos permite-nos identificar quais as variá-


veis que afectam a qualidade final do nosso produto. O que é muito importante
para as empresas pois assim estabelecem-se os limites para cada uma destas
variáveis ao longo das etapas do processo de produção. Através de ensaios é
possível verificar se os processos de fabricação estão de acordo com determi-
nadas normas e especificações técnicas para, em casos de falhas, as empresas
procederem às correcções que irão beneficiá-las, pelo aumento da competitivi-
dade, e aos consumidores, pelo acesso a produtos ou serviços que atendem a
padrões mínimos de qualidade.

30
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Temos dois processos importantes na calibração dos instrumentos:

 Calibração;
 Rastreabilidade.

A rastreabilidade passa por relacionar a nossa medição com padrões estabele-


cidos e assim percorrer todas as incertezas estabelecidas na cadeia de compa-
rações.

Na Calibração temos também dois tipos de calibragem:

 Medida Directa;
 Medida Indirecta.

Na medida directa a grandeza padrão é aplicada no sistema de medição que


vamos calibrar e as medidas serão comparadas com os valores padrão. Um tipo
de medida directa é por exemplo a calibragem de uma balança.

Para a medida indirecta a grandeza que queremos medir é aplicada tanto no sis-
tema de medição que estamos a calibrar como no sistema de medição padrão.
Temos por exemplo a calibragem de um velocímetro.

A comprovação metrológica é o conjunto de operações necessárias


para assegurarmos que um dado instrumento de medição está em
condições de conformidade com os requisitos para o uso pretendido.

Quando falamos do resultado da medição de uma grandeza física, é obrigatório


que seja dada alguma indicação quantitativa da qualidade do resultado, de for-
ma tal que aqueles que o utilizam possam avaliar sua fiabilidade. Podemos ajus-
tar o equipamento ao diminuir o erro na medição (incerteza) e calibrar novamen-
te o equipamento, caso não possamos fazer este ajuste, devemos enviar o
equipamento para manutenção e então só depois efectuar a calibragem. Mas se
o erro persistir deve-se utilizar outro instrumento para o bem da qualidade final
do produto.

Devemos também efectuar calibrações periódicas assegurando que mantemos


as incertezas estabelecidas como essenciais para o nosso processo de medição.
Alguns instrumentos ao longo do tempo têm tendência ao desgaste, se nos man-
termos atentos ao seu evoluir podemos detectar e corrigir o seu erro a tempo.

31
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

9. ESTATÍSTICA BÁSICA APLICADA Á MEDIÇÃO


A estatística básica é a aplicação dos métodos matemáticos, tais como selec-
ção, descrição, análise e interpretação de dados para que possamos determinar
qual a situação mais favorável. Podemos assim extrair a informação de dados
dos quais não temos a informação completa.

Um dos termos fundamentais da estatística é o termo conjunto. Será uma se-


lecção de dados experimentais com características comuns ou não, que pre-
tendemos obter um estudo. Como exemplo podemos reunir 20 pessoas e de-
terminar qual a média de idades entre elas. O conjunto é também conhecido por
população.

Temos dois tipos de análise estatística:

 Estatística Descritiva;
 Estatística Indutiva.

Na primeira, estatística descritiva, procuramos descrever e estudar os dados da


nossa amostra e na segunda, estatística indutiva, tiramos as conclusões do es-
tudo que efectuámos.

Mais uma vez falamos de outro instrumento essencial para o desenvolvimento


de uma empresa. Desde fazer a análise do seu crescimento ao estudo do pro-
cesso de desenvolvimento para o futuro.

Nos dados das amostras por vezes encontramos valores iguais ou semelhantes
e pretendemos fazer a sua distribuição por classes e agrupá-los juntos. Foi en-
tão que o matemático francês Abraham de Moivre desenvolveu a distribuição
normal conhecida também por distribuição de Gauss. Nesta distribuição além
de podermos descrever uma série de resultados, podíamos saber os parâme-
tros de média e desvio padrão. Esta distribuição tinha também o objectivo de
através destes parâmetros conseguirmos aproximações para o cálculo de ou-
tras distribuições em que a nossa amostra é muito grande.

32
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Esta propriedade vem do Teorema Central do Limite que diz que


"toda a soma de variáveis aleatórias independentes de média finita
e variância limitada é aproximadamente Normal, desde que o nú-
mero de termos da soma seja suficientemente grande".

Associada a esta distribuição normal está uma função densidade de probabili-


dade que faz a relação entre os parâmetros de média e desvio padrão para o
cálculo da nossa amostra. A função densidade de probabilidade da distribuição
normal com média μ e variância σ2, equivalente ao desvio padrão σ, é assim
definida,

1   x   2 
f ( x,  ,  )  exp   
 2  2 2

 

Figura 6. Funções densidade de probabilidade

33
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Figura 7. Funções densidade de probabilidade

Se a variável aleatória X segue esta distribuição escrevemos: X ~ N(μ,σ2).

Se μ = 0 e σ = 1, a distribuição é chamada de distribuição normal padrão e a


função de densidade de probabilidade reduz-se a,

1  x2 
f ( x)  exp   2 
2  2 
Propriedades:

 Se X segue uma distribuição normal, então a X + b também a segue;


 Se X e Y são distribuições normais independentes, então a sua soma U
= X + Y, e a sua diferença V = X - Y ou qualquer combinação linear W =
a X + b Y também são distribuições normais;
 É fácil construirmos exemplos de distribuições normais X e Y depen-
dentes cuja soma X + Y não é normal.

34
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Seja X uma distribuição normal padrão, de média 0 e variância 1,


então se fixarmos um número real positivo a, seja Ya definido co-
mo X sempre que |X| < a e -X sempre que |X| ≥ a. Então Ya
também é uma normal e X + Ya é uma variável aleatória que nun-
ca pode assumir valores de módulo acima de 2 a, isto quer dizer
que não é normal.
Quando a é muito pequeno, X e Y são praticamente opostas, e sua
correlação é próxima de -1.
Quando a é muito grande, X e Y são praticamente idênticas, e sua
correlação é próxima de 1.

 A soma de uma grande quantidade de variáveis aleatórias tende a uma


distribuição normal;
 Se X é uma variável aleatória que segue uma distribuição normal e n é
um número natural, então existem n variáveis aleatórias
X 1 , X 2 ,... X n ,independentes e identicamente distribuídas, tal
que X  X 1  X 2  ...  X n a distribuição normal é infinitamente divisível.

No programa Excel poderás utilizar todas as fórmulas estatísticas


de forma fácil, pois o próprio programa já tem as fórmulas e apre-
senta os gráficos.

35
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

10. MEDIDAS ESTATÍSTICAS


10.1. MEDIDAS ESTATÍSTICAS DE TENDÊNCIA CENTRAL –
MÉDIA, MODA E MEDIANA

Normalmente surge a questão “ Porque estudamos a amostra, se o que quere-


mos obter é o resultado do estudo da população?”. As amostras permitem-nos
tirar conclusões sobre os comportamentos da população e assim estudar o seu
desenvolvimento.

Em estatística, a média amostral é o valor que aponta para onde mais se con-
centram os dados de uma distribuição, ou seja, é a medida de localização do
centro da amostra. Isto pode ser visto considerando o ponto de equilíbrio das
frequências, num histograma.

A média é o valor médio de uma distribuição, determinada segun-


do uma regra estabelecida e que se utiliza para representar todos
os valores da distribuição.

Existem dois tipos de média:

 Média aritmética simples;


 Média aritmética ponderada.

36
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

A média aritmética obtém-se através da divisão do somatório dos dados que


queremos calcular pelo total destes. É representado pelo símbolo . Se tiver-
mos uma série de n valores de uma variável x, a média aritmética simples será
determinada pela expressão:

x1  x2  ...  xn 1 n
X   Xi
n n i 1

Vamos considerar um grupo formado por n números: X 1 , X 2 ,... X n , de forma


que cada um esteja sujeito a um peso indicado por: p1 , p2 ,... pn . A média aritmé-
tica ponderada desses n números é a soma dos produtos de cada um multipli-
cado por seus respectivos pesos, dividida pela soma dos pesos, isto é:

x1 p1  x2 p2  ...  xn pn
X
p1  p2  ...  pn

A seguir vamos ver uns exemplos, para que percebas melhor a


média.

 Um aluno tirou as notas 5, 7, 9 e 10 em quatro provas. A sua média se-


rá (5 + 7 + 9 + 10) / 4 = 7.75
 Um aluno fez um teste, de peso 1, e uma prova, de peso 2, tirando 10
no teste e 4 na prova. A sua média será (10 x 1 + 4 x 2) / (1 + 2). Tería-
mos então: (10 + 8) / 3. Logo, o resultado da média aritmética pondera-
da para este exemplo é 6. Caso a prova e o teste tivessem o mesmo
peso, em que o teste e a prova tivessem peso 3, com a mesma pontu-
ação, teríamos: (10 x 3 + 4 x 3) / (3 + 3). Continuando: (30 + 12) / 6. O
resultado para pesos iguais será sempre: "7". Ou seja: (30 + 12) / 6 = 7.
 Um triângulo no plano tem vértices dados pelas coordenadas cartesia-
nas (2, 1), (4, -1) e (3, 6). O seu baricentro é a média dos vértices, ou
seja (3, 2).

Existe outra medida muito importante para reduzir a informação de um conjunto


de dados para os quais não podemos calcular a média. Esta medida é a moda.
Com a moda podemos obter o maior número de observações, ou seja, o valor
ou valores mais frequentes.

Em conjuntos de dados, a moda dá-nos o valor que surge com maior frequência
na amostra sob a forma de nomes ou categorias. É muito útil quando estamos
perante valores ou observações que não são numéricos, uma vez que a média e
a mediana podem não ser bem definidas.

37
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

A seguir vamos ver uns exemplos para que percebas melhor a moda.

A moda de {maçã, morango, cereja, laranja, laranja, laranja, pês-


sego} é laranja.
A série {1, 2, 3, 5, 5, 6, 6} apresenta duas modas (bimodal): 5 e 6.
A série {1, 3, 2, 5, 8, 7, 9} não apresenta moda.
Ou seja, a moda é o valor mais frequente no conjunto de dados.
A mediana é o valor intermediário que separa a metade superior
da metade inferior do conjunto de dados.

Temos ainda outra medida conhecida por mediana. É a medida da localização


do centro na nossa distribuição de dados, ela divida ao meio os elementos da
nossa amostra.

Existem dois tipos de mediana:

 Mediana estatística;
 Mediana geométrica.

A mediana estatística é uma medida de tendência central.

A mediana pode ser calculada para um conjunto de observações ou para fun-


ções de distribuição de probabilidade.

No caso de dados ordenados de amostras de tamanho n:

 Se n for ímpar, a mediana é o elemento médio (n+1)/2.


 Se n for par, a mediana é a semi soma dos dois elementos médios n/2
e (n/2)+1.

A seguir vamos ver uns exemplos para que percebas melhor a me-
diana estatística.

38
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Para a seguinte população: 1, 3, 5, 7, 9


A mediana é 5 (igual à média)
No entanto, para a população: 1, 2, 4, 10, 13
A mediana é 4 (enquanto a média é 6)
Para populações pares: 1, 2, 4, 7, 9, 10
A mediana é (4+7)/2, que é 5,5.

A mediana geométrica de um triângulo é a recta que liga um vértice deste triân-


gulo ao ponto médio do lado oposto a este vértice.

As três medianas de um triângulo são concorrentes e encontram-se no centro


de massa, ou baricentro do triângulo.

Podemos calcular o tamanho da mediana pelo teorema de Steward que diz:

2b 2  2c 2  a 2
m
4

m: é o tamanho da mediana

a: é o lado do triângulo que a mediana intercepta

b e c: são os outros lados.

10.2. MEDIDAS ESTATÍSTICAS DE VARIABILIDADE OU


DISPERSÃO

Quanto às medidas de variabilidade ou dispersão podemos destacar as seguintes:

 Amplitude;
 Desvio médio;
 Variância;
 Desvio padrão.

A amplitude total é a única medida de dispersão que não tem na média o ponto
de referência. É uma medida de dispersão que utilizamos para calcular a dife-
rença entre a maior e a menor da nossa amostra.

Quando os dados não estão agrupados, a amplitude total é a diferença entre o


maior e o menor valor observado: AT = X máximo – X mínimo.

39
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

A seguir vamos ver uns exemplos para que percebas melhor a Am-
plitude total.

Para os valores 40, 45, 48, 62 e 70 a amplitude total será: AT =


70 – 40 = 30
Quando os dados estão agrupados em intervalos de classe ainda
tempos: AT = X máximo – X mínimo:
Xi – 0,1,2,3
Fi – 2,6,5,4
Então AT = 3 – 0 = 3 (para o Xi); AT = 2 - 6 = 4 (para o Fi)

A amplitude total tem o inconveniente de só levar em conta os dois valores ex-


tremos da série, sem ter em conta os valores intermédios da nossa amostra. É
utilizada por exemplo para calcularmos a amplitude da temperatura num deter-
minado dia.

10.2.1. DESVIO MÉDIO ABSOLUTO

O desvio médio absoluto é a média aritmética dos valores absolutos dos desvi-
os tomados em relação à média ou à mediana.

Para a Média:

E Xi  X
Dm 
n

Para a Mediana:

E Xi  Md
Dm 
n

As barras verticais indicam que são tomados valores absolutos,


prescindindo do sinal dos desvios.
Também conhecido pelo termo matemático módulo.

40
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

A seguir vamos ver uns exemplos para que percebas melhor o des-
vio médio.

Calcular o desvio médio do conjunto de números -4,-3,-2,3,5

X = -0,2 e Md = -2

Xi Xi - X |Xi - X | Xi - Md |Xi – Md|

-4 (-4)-(-0,2)=-3,8 3,8 (-4)-(-2)=-2 2

-3 (-3)-(-0,2)=-2,8 2,8 (-3)-(-2)=-1 1

-2 (-2)-(-0,2)=-1,8 1,8 (-2)-(-2)=0 0

3 3-(-0,2)=3,2 3,2 3-(-2)=5 5

5 5-(-0,2)=5,2 5,2 5-(-2)=7 7

E= 16,8 E= 15

Pela Média: Dm = 16,8 / 5 = 3,36

Pela Mediana: Dm = 15 / 5 = 3

O desvio padrão é a medida mais comum da dispersão estatística, permite ob-


ter uma medida de dispersão com as mesmas unidades que os dados. Ou seja,
define-se como sendo uma medida que só pode assumir valores não negativos
e quanto maior o seu valor maior a dispersão de dados.

41
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Dá-nos uma medida da dispersão que:

 Será sempre um número não negativo e será tanto maior quanto maior
a variabilidade da amostra;
 Se s=0 então os dados são todos iguais e temos as mesmas unidades
de medida que os nossos dados.

Fazemos uma distinção entre o desvio padrão σ do total de uma população ou


de uma variável aleatória e o desvio padrão s de um sub-conjunto da amostra.

(X i  X )2
S i 1

A fórmula acima é empregada quando tratamos de uma população


de dados não-agrupados.

Calcular o desvio padrão da população representada por -4, -3, -2, 3, 5

Xi X (Xi - X ) (Xi –Md)2

-4 -0,2 -3,8 14,44

-3 -0,2 -2,8 7,84

-2 -0,2 -1,8 3,24

3 -0,2 3,2 10,24

5 -0,2 5,2 27,04

E= 62,8

Sabemos que n = 5 e 62,8/5 = 12,56

A raiz quadrada de 12,56 é o desvio padrão = 3,54

42
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Quando queremos tirar conclusões válidas para a nossa população


sem nos restringimos à descrição dos dados convém efectuar uma
modificação, que consiste em usar o divisor n-1 no lugar de n. A
fórmula ficará então:
n

(X i  X )2
S i 1

n 1

Se os dados -4, -3, -2, 3, 5 representassem uma amostra o des-


vio padrão amostral seria a raiz quadrada de 62,8/(5-1) = 3,96.

O desvio padrão tem duas propriedades:

 Somando-se, ou subtraindo-se, uma constante a todos os valores de


uma variável, o desvio padrão não se altera;
 Multiplicando-se, ou dividindo-se, todos os valores de uma variável por
uma constante, diferente de zero, o desvio padrão fica multiplicado, ou
dividido, por essa constante.

A variância de uma variável aleatória é a medida que obtemos somando os


quadrados dos desvios das observações da amostra em comparação com a
média, indicando a diferença a que se encontram os seus valores do valor espe-
rado. É pouco utilizada em estatística descritiva, porém é extremamente impor-
tante para o cálculo das diferenças na estatística e em combinações de amos-
tras.

Pegando no exemplo do desvio padrão, se o desvio padrão é igual a 3,54 então


a sua variância será:

3,542 = 12,56

Como podemos ver os 12,56 já estavam calculados mais acima,


isto porque a variância e o desvio padrão estão relacionados um
com o outro.

43
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

10.2.2. INCERTEZA DE MEDIÇÃO

A Incerteza de Medição é o parâmetro associado ao resultado de uma medição,


que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuí-
dos ao mensurando. Este parâmetro pode ser por exemplo um desvio padrão
ou um múltiplo dele.

10.2.3. INCERTEZA PADRÃO

A Incerteza padrão é a incerteza do resultado de uma medição expressa como


um desvio padrão.

10.2.4. INCERTEZA PADRÃO ABSOLUTA

A Incerteza padrão absoluta é a incerteza padrão do resultado de uma medição,


quando este resultado for obtido através de valores de outras grandezas, sendo
igual à raiz quadrada positiva da soma de termos, que constituem as variâncias
e co-variâncias destas outras grandezas.

44
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

11. CONTROLO ESTATÍSTICO DO PROCESSO


11.1. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS
A distribuição de frequências é uma técnica estatística utilizada para apresentar
um grupo de objectos destacados por várias classes.

É importante considerar a possibilidade de apresentar distribuições especiais,


tal como no caso da distribuição de frequências de probabilidades e de fre-
quências de amostragens.

11.1.1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS


 População – conjunto de indivíduos, elementos ou objectos que apre-
sentam uma ou mais características em comum.
 Amostra – subconjunto da população que deve ser representativa da
mesma.
 Características ou atributos – estes podem ser:
 Qualitativos – se as suas diferentes modalidades não são mensu-
ráveis, isto é, não podem ser expressos em números;
 Quantitativos – se as suas diferentes modalidades são mensurá-
veis, isto é, podem ser expressos em números;
 Dicotómicos – quando tomam apenas dois valores possíveis.
 Variável – Símbolo que representa determinada característica da popu-
lação ou da amostra. As variáveis podem ser:
 Discretas – tomam um número finito ou infinito numerável de va-
lores;
 Contínuas – tomam um número infinito não numerável de valores.

45
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

11.2. DIAGRAMA DE DISPERSÃO

O Diagrama de Dispersão é um gráfico entre duas variáveis que serve para veri-
ficar se existe alguma relação entre elas. Neste tipo de gráfico estudamos a re-
lação causa-efeito, embora o diagrama não permita identificar qual das variáveis
é a causa e qual é o efeito.

Observando o padrão de disposição dos pontos, é possível concluir sobre a


eventual relação entre as duas variáveis.

Figura 8. Diagrama de Dispersão, com linhas de tendência (linha média entre pontos)

A maneira mais fácil de calcular o diagrama de dispersão é colo-


car os dados da amostra no Excel e depois pedir o gráfico respec-
tivo. Nos tipos existentes temos o de dispersão, o que nos facilita
pois só teremos de colocar os dados de valores das amostras das
séries.

46
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

11.3. CARTAS DE CONTROLO

As Cartas de Controlo são instrumentos que nos permitem identificar as causas


de variação não natural, por intermédio de limites de controlo, superior, inferior
e auxiliares.

Figura 9. Médias e desvios

Se numa distribuição normal o processo estiver sob controlo, isto é normalmen-


te entre (X + 3 ) e (X - 3 ), então a probabilidade de um objecto estar fora dos
limites de controlo é de aproximadamente 0,3%.

Quer isto dizer que a quantidade de objectos que iremos obter com defeito será
0,3%, isto é, apenas três objectos em mil.

Benefícios das Cartas de Controlo:

1. As Cartas de Controlo são instrumentos fáceis e simples de aplicar pe-


los executantes, de modo a obtermos o controlo contínuo do processo.
Podem ser traçadas no local de trabalho, dando informações preciosas
sobre os momentos em que são necessárias acções correctivas;
2. Desde que o processo esteja sob controlo estatístico, elas permitem:
 Prever de forma adequada o comportamento do processo, aju-
dando a garantir que o processo tenha consistência em termos
de custo e qualidade;
 Melhorar, com base na informação das cartas, os processos no
sentido de reduzir a variabilidade, fornecendo um instrumento pa-
ra verificação da eficácia das acções de melhoria.

47
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

 Aumentar a satisfação do cliente, reduzir nº de rejeições ou de


reciclagens, aumentando assim o rendimento do processo e da
capacidade efectiva de produção.
3. Estas cartas permitem-nos ainda a utilização de uma linguagem co-
mum no estudo das melhorias do processo entre a empresa e os seus
clientes.
4. Ao distinguirem entre as causas comuns e as causas especiais que
afectam os processos, os gráficos de controlo facilitam as indicações
precisas sobre a oportunidade e possibilidade de acções correctivas:
 No próprio local de trabalho;
 Ou através de decisões da direcção da empresa.

Tipos de Cartas de Controlo

Variáveis Atributos
(variáveis contínuas) (variáveis discretas)

Média e Amplitude Número de Artigos Não Conformes


Carta X e Carta R Carta np

Média e Desvio Padrão Proporções de Artigos Não Conformes


Carta X e Carta s (n>10) Carta p

Média e Variância Número de Defeitos


Carta X e Carta s² Carta c

Observações individuais e Amplitudes Móveis Número de Defeitos por unidade


Carta X e Carta MR Carta u

48
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

12. PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA


A palavra probabilidade tem como sinónimos provar ou testar.

A probabilidade é dada por dois conceitos:

 Probabilidade aleatória;
 Probabilidade epistemológica.

A probabilidade aleatória representa uma série de eventos futuros cuja ocorrên-


cia é definida aleatóriamente. Pela palavra aleatória sabemos logo que estamos
a falar de algo que será dado “ao acaso”. Este conceito poder ser dividido em
fenómenos físicos que são previsíveis através de informação suficiente e fenó-
menos que são essencialmente imprevisíveis.

Para o primeiro tipo é uma roleta, e um exemplo para o segundo


tipo é a libertação de material radioactivo.

A probabilidade epistemológica representa incertezas sobre ocorrências nas


quais não temos informação total para as conhecermos bem. Como exemplo,
temos situações ocorridas no passado ou no futuro.

49
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

Alguns exemplos de probabilidade epistemológica são designar


uma probabilidade à proposição de que uma lei da Física proposta
seja verdadeira, e determinar o quão "provável" é que um suspeito
cometeu um crime, baseado nas provas apresentadas.

A teoria das probabilidades é uma representação dos conceitos probabilísticos


em termos formais, isto é, em termos que podem ser considerados separada-
mente de seus significados. Por vezes podemos deparar-nos com situações em
que não temos capacidade para afirmar com precisão se determinadas incerte-
zas existem na natureza e afectam directamente o princípio da incerteza.

Esses termos formais são manipulados pelas regras da matemática e da lógica,


e quaisquer resultados são então interpretados ou traduzidos de volta ao domí-
nio do problema.

Existiram duas tentativas com sucesso de formalizar a probabilidade, que foram


as formulações de Komolgorov e a de Cox.

 Komolgorov – dizia que os conjuntos são interpretados como eventos e


a probabilidade é vista como uma medida numa classe de conjuntos;
 Cox – dizia a probabilidade não é analisada posteriormente e que a so-
lução está em construir uma associação consistente de valores de pro-
babilidade a proposições.

Em ambos os casos, as leis da probabilidade são as mesmas, excepto por de-


talhes técnicos:

 Uma probabilidade é um número entre 0 e 1;


 A probabilidade de um evento ou proposição e seu complemento, se
somados, valem até 1;
 A probabilidade conjunta de dois eventos ou proposições é o produto
da probabilidade de um deles e a probabilidade do segundo, condicio-
nado na primeira.

Eventos mutuamente exclusivos são aqueles cuja ocorrência de um elimina a


possibilidade de ocorrência do outro. Neste caso a probabilidade de ocorrência
de um ou outro evento é expressa por:

P(A U B) = P(A) + P(B)

50
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

De forma a perceberes melhor este conceito de probabilidade,


temos o seguinte exemplo: na relação entre um casal qualquer,
será estimada a probabilidade de nascer um menino de olhos cas-
tanhos ou uma menina de olhos azuis. Assim, tem-se:
 P(A) = P(menino de olhos castanhos) = 3/8 (nascem 3
meninos em cada 8 nascimentos)
 P(B) = P(meninas de olhos azuis) = 1/8 (nasce apenas 1
menina em cada 8 nascimentos)
 P(A U B) = P(A) + P(B)= 3/8 + 1/8 = 1/2

51
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

CONCLUSÃO

Como podes-te ver a Metrologia envolve muita coisa, desde sistemas de nor-
malização, qualificação e ainda vocabulário Internacional que facilita a ‘tradu-
ção’ da Metrologia no Mundo.

Existem também cadeias hierarquizadas com vários padrões de medição, que


têm por base a certificação e a calibração dos instrumentos de medição.

A ciência estatística está ligada a todo o processo da Metrologia, desde encon-


trar valores médios, até ao controlo estatístico com base em processos de pro-
babilidade de ocorrência.

53
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

RESUMO

 Começamos por integrar a metrologia em Portugal e no Mundo.


 Estudámos a estrutura do Sistema Português da Qualidade, que está
dividido em vários subsistemas.
 Vimos que existem 3 subsistemas no Sistema Português da Qualidade,
que são:
 Subsistema nacional de normalização;
 Subsistema nacional de qualificação;
 Subsistema nacional de metrologia;
 Dentro do subsistema nacional da metrologia vimos que estava dividido
em 3 áreas:
 Metrologia científica;
 Metrologia industrial;
 Metrologia legal;
 Tomámos conhecimento do VIM, Vocabulário Internacional de Metrologia.
 Estudámos vários instrumentos de medição e vimos que cada um pos-
sui a sua cadeia de medição, como tal é preciso uma gestão na técni-
cas de medição a utilizar nos diversos instrumentos.
 Tomámos conhecimento dos diversos padrões existentes na medição e
a sua hierarquia.
 Vimos as vantagens que temos na calibração dos instrumentos de me-
dição.
 Estudámos a importância da estatística na medição, vimos que a me-
trologia não se refere apenas a dimensão e comprimento. Está ligada a
fenómenos físicos bem como a estatística.
 Estudámos a importância das cartas de controlo e os seus benefícios
com base na estatística para o processo contínuo de controlo nas me-
dições.

54
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

AUTO-AVALIAÇÃO

1. A Metrologia é a ciência das medições que visa:

a) Alcançar altos níveis de qualidade, garantir a qualidade dos produtos


acabados e controlar/fiscalizar medidas relacionadas com o consumidor.
b) Investigar os fenómenos da atmosfera terrestre e de outros planetas,
com foco nos processos físicos que envolvem múltiplas escalas e na
previsão do tempo.
c) O desenvolvimento sustentado do País e o aumento da qualidade de vi-
da da sociedade em geral.
d) Fazer medições sem ter em consideração normas, nem regulamentações.

2. A gestão dos instrumentos de medição é:

a) A preparação dos instrumentos.


b) O conjunto de operações que tem por objectivo determinar o valor de
uma grandeza.
c) A limpeza dos instrumentos.
d) As medições do comprimento, largura e profundidade dos instrumentos.

3. A escolha do aparelho mais adequado para fazer a medição é feita:

a) Dependendo do aparelho que tivermos mais perto.


b) Dependendo da precisão necessária a uma determinada medida.
c) Dependendo da normalização necessária a uma determinada medida.
d) Depois de fazermos a medição.

55
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

4. O anemómetro é um aparelho utilizado para?

a) Parar a velocidade e o vento.


b) Prevenir a velocidade e o vento.
c) Medir a força e a pressão.
d) Medir a velocidade e o vento.

5. O manómetro é um aparelho para medir a?

a) Temperatura.
b) Humidade.
c) Pressão.
d) Força.

6. Três dos aparelhos incorporados no multímetro são:

a) Galvanómetro, Osciloscópio e Régua.


b) Voltímetro, Amperímetro e Ohmímetro.
c) Voltímetro, Amperímetro e Osciloscópio.
d) Régua, Ohmímetro e Voltímetro.

7. A moda de {maçã, banana, morango, morango, morango, pêssego} é?

a) Maçã.
b) Banana.
c) Pêssego.
d) Morango.

8. Se o desvio padrão é igual a 3 então a sua variância é?

a) 4.
b) 5.
c) 9.
d) 6,5.

56
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

9. Os tipos de cartas de controlo dividem-se em:

a) Peças e medidas.
b) Variáveis e atributos.
c) Cartas e artigos.
d) Artigos e medidas.

10. Qual a probabilidade de nascer 1 rapaz, se em cada 10 nascimentos 5


são rapazes?

a) 0,4.
b) 0,3.
c) 0,2.
d) 0,5.

57
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

SOLUÇÕES

1. a 2. b 3. b 4. d 5. c

6. b 7. d 8. c 9. d 10. b

59
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Caso estejas interessado em aprofundar os conceitos que apresentámos ao


longo desta unidade, propomos-te um exercício muito simples.

No sítio do Instituto Português da Qualidade poderás aprofundar os conheci-


mentos sobre o nosso tema http://www.ipq.pt/, lá terás também acesso às
normas em vigor.

Poderás também procurar o livro publicado por PIRES, A. R. (2000), Qualidade -


Sistemas de Gestão da Qualidade. Lisboa: Edições Sílabo.

60
Unidade didáctica 1
METROLOGIA

BIBLIOGRAFIA

 IPQ (Instituto Português da Qualidade), Guia para a expressão da incer-


teza de medição nos laboratórios de calibração. Lisboa: IPQ., 2005
 IPQ (Instituto Português da Qualidade). Vocabulário internacional de
metrologia. Lisboa: IPQ, 2005
 PCO – Programa de Certificação Operacional CST, Metrologia Básica
 Normas NP, EN, ISO e outras. Lisboa: IPQ (Instituto Português da Qua-
lidade).
 SENAI – ES, Metrologia – Instrumentação, 1999
 SENAI – ES , Metrologia – Mecânica, 1996
 SILVEIRA, CID VICENTINI, Vocabulário de Metrologia, 2005
 VASSALLO, F. Ruiz (s.d.), Manual de Instrumentos de Afinação e Verifi-
cação. Lisboa: Plátano.
 WAENY, J. C., Controle Total da Qualidade em Metrologia. S.Paulo:
McGraw-Hill, 1992

Você também pode gostar