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SISTEMAS DE MEDIÇÃO E
METROLOGIA
ROBSON SELEME
1.1-HISTÓRICO DA METROLOGIA
No meio do século 19, a necessidade de um sistema métrico decimal em
todo o mundo se tornou muito aparente, particularmente durante as primeiras
exposições universais industriais. Em 1875, uma conferência diplomática sobre
o metro teve lugar em Paris, em que 17 governos assinaram o tratado
diplomático da Convenção do Metro. Os signatários decidiram criar e financiar
um instituto científico permanente: o Bureau International des Poids et Mesures
(BIPM). A Convenção do Metro, ligeiramente modificada em 1921, permanece
a base de todos os acordos internacionais sobre unidades de medida.
A metrologia abrange três áreas principais de atividades:
1. A definição de unidades de medida internacionalmente aceitas;
2. A realização de unidades de medida por meio da utilização de
métodos científicos;
3. O estabelecimento de cadeias de rastreabilidade e padrão,
determinando e documentando o valor e a precisão de uma medição e a
difusão desses conhecimentos.
A metrologia pode ser dividida em três diferentes categorias, com
diferentes níveis de complexidade e precisão. A Metrologia Científica trata da
organização e desenvolvimento de padrões de medição e sua manutenção.
Metrologia científica é classificada pelo BIPM em nove campos de assunto
técnico, com diferentes ramos. Os itens de calibração metrológica e
capacidades de medição dos institutos nacionais de metrologia e os institutos
designados são compilados juntamente com os do BIPM registrados por meio
do key comparison databasechave (KCDB, http://kcdb.bipm.org/), e são
submetidos a um processo de avaliação por especialistas, sob a supervisão
das organizações de metrologia regional.
A Metrologia Industrial assegura o funcionamento adequado de
instrumentos de medição utilizados na produção industrial e em processos de
teste. Medição sistemática com graus de incerteza é um dos fundamentos do
controle de qualidade industrial. De modo geral, na maioria das indústrias
modernas os custos ligados às realizações de medições constituem 10-15%
dos custos de produção.
1Este item tem com base DIRETRIZES ESTRATÉGICAS PARA A METROLOGIA BRASILEIRA 2008 – 2012,
Aprovado na 38ª reunião do CBM, em 03 de julho de 2008.
1.2.1-METROLOGIA NACIONAL
No Brasil, os órgãos reguladores de metrologia estão regulados pela Lei
o
n 9.933 de 20 de dezembro de 1999, DOU de 21.12.1999, que estabelece as
competências do Conmetro e do Inmetro. Destacamos a seguir alguns artigos
que regulam essas atividades.
O Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – Conmetro, órgão colegiado da estrutura do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, criado pela Lei no 5.966 de 11
de dezembro de 1973, é competente para expedir atos normativos e
regulamentos técnicos, nos campos da Metrologia e da Avaliação da
Conformidade de produtos, de processos e de serviços.
O texto define também que o Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, autarquia vinculada ao
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, criado pela Lei no
2 Mensurando: objeto da medição. Grandeza específica submetida à medição. Grandeza que se pretende medir.
Unidades OBJETOS
do Si Referencias
do Material
Características
Fonte: CZICHOS, Horst, Springer. Handbook of metrology and testing, Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2011.
Unidades de base;
Unidades derivadas.
3Item baseado em INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades -SI. 8. ed.(revisada). Rio de Janeiro, 2007. 114
p.
t = T - To
Quando você efetua uma medida, convém lembrar que, sem dúvida
alguma, ela está afetada por certo grau de incerteza, por melhor que seja o
instrumento utilizado e por mais hábil que seja o operador.
2,54 g ≠ 2,5400 g
Por outro lado, o valor 2,5400 g só pode ser obtido pesando-se o corpo
em uma balança sensível a 0,0001 g (0,1 mg); isto significa que, neste caso, a
massa está compreendida no intervalo 2,5399 g │-----│ 2,5401 g, muito menor
que o anterior. Agora, não só os algarismos 2 e 5 são conhecidos com certeza,
mas também o 4 e o primeiro zero. O algarismo duvidoso é o segundo zero e o
número 2,5400 tem 5 algarismos significativos. Neste caso, o resultado da
medida deve ser expresso por (2,5400±0,0001) g.
Esses exemplos mostram que você deve prestar uma atenção especial
aos zeros finais dos números; você não deve omiti-los quando são algarismos
significativos nem incluí-los quando não são. Observe que o número de
algarismos significativos nada tem a ver com a posição da vírgula; portanto,
zeros que indicam apenas a ordem de grandeza do número não são
algarismos significativos.
2.1.1-ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
2.1.2-MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO
Verifique ainda que pela regra o resultado de uma multiplicação pode ter
um algarismo significativo a mais do que o fator mais pobre, quando o produto
dos primeiros algarismos dos dois fatores for superior ao número 9.
2.1.3-RADICIAÇÃO
.
a)
b)
c)
2.1.4-LOGARITMIZAÇÃO
5O logaritmo de um número é constituído de duas partes: uma antes da vírgula e outra depois da vírgula. A primeira
chama-se característica e a segunda chama-se mantissa.
pH=2,866
1. Erros determinados;
2. Erros indeterminados ou acidentais.
, como
O valor do erro médio da média pode ser positivo ou negativo, uma vez
que os erros acidentais se distribuem ao acaso, simetricamente em torno de
sua média, que é igual a zero. Por outro lado, se assim não fosse, o verdadeiro
valor da grandeza medida poderia ser determinado, dado que e que
podemos escrever , significando que o verdadeiro valor de G está
compreendido no intervalo fechado
xi i
Além dos desvios absolutos, você pode definir o desvio (ou erro) relativo
Você fará uma única leitura e o valor obtido deverá ser tomado como
média. Assim, no que diz respeito ao erro médio da média, é conveniente que
siga as seguintes regras.
1-Soma
2-Subtração
3-Produto
4-Quociente
5-Radiciação
e que
6-Logaritmização
e que
CADEIA DE RASTREABILIDADE
Padrões primários
padrões de padrões de Internacionais Definição das
medições
trabalho referência unidades
Padrões primários
Nacionais
Bureau
Indústria, Laboratórios de Institutos nacionais de
International
usuários finais academia, calibração, metrologia ou institutos
des Poids et
reguladores, etc. credenciados nacionais escolhidos
Mesures
Para que houvesse uma aceitação dos padrões por todos, clientes,
laboratórios, institutos nacionais e internacionais, ficou estabelecido que o
Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM) vinculado ao BIPM, realizaria
a integração e proporia o reconhecimento mútuo das normas (MRA) de
medição e calibração utilizadas pelos institutos nacionais de metrologia, e que
o Instituto Nacional de Metrologia (NMI) ou outros Institutos de calibração e
Medição (CMC) têm duas opções para o estabelecimento de sua rota de
rastreabilidade ao sistema internacional de unidades:
6http://www.bipm.org/en/cipm-mra/mra_online.html
7INMETRO, Vocabulário Internacional de Metrologia: conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM
2008). 1. ed. Brasileira. Rio de Janeiro, 2009.
8 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, ISO - International Standardization Organization, IEC –
International Electrotechnical Commission.
9 Disponível em: <http://www.ilac.org/>.
Padrão de ensaio
Mantido por Finalidade
equipamentos
Uma calibração pode ser expressa por meio de uma declaração, uma
função de calibração, um diagrama de calibração, uma curva de calibração ou
uma tabela de calibração. Em alguns casos, pode consistir de uma correção
aditiva ou multiplicativa da indicação com uma incerteza de medição associada.
10INMETRO. Vocabulário Internacional de Metrologia: conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM
2008). 1. ed. Brasileira. Rio de Janeiro, 2009.
ou
a) Medição Direta
b) Medição Indireta
O instrumento ideal para cada caso deve ter uma medida ou resolução
que permita uma leitura da décima parte do campo de tolerância da peça, e
como especificação mínima a quinta parte.
11
ORREGO, Roxana Martinez. Fontes de Erros em Metrologia a Três Coordenadas: considerações gerais. Artigo
publicado na REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA. v. 8, n. 16 – pp. 43-56, 2000.
Existem réguas para os mais diversos usos, entre eles podemos citar:
5.4.3 - PAQUÍMETRO
Régua graduada
(escala principal)
Cursor
Base
CAPACIDADE LEITURA
Acima de Até Resolução de 0,05 mm Resolução de 0,02mm
CAPACIDADE LEITURA
Acima de Até Resolução de 0,05 mm Resolução de 0,02mm
5.4.5 - MICRÔMETRO
tamanho do mostrador;
mecanismos e estrutura;
5.4.7 - GONIÔMETRO
Além desses itens iniciais, devemos realizar uma revisão nos tipos de
ângulos que podem ser obtidos, suas propriedades e a realização de
operações com ângulos, dadas as características do instrumento de medição
estudado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS