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Cap. 5 - Temperatura e Gases ideais
Na descrição acima, foram utilizados diversos conceitos ainda não rigorosamente definidos nesta
disciplina, mas já de larga utilização pelo leitor. Não definimos o que é calor, mas podemos intuir que algo
está sendo trocado entre os dois recipientes metálicos, que faz a temperatura de um aumentar e a do outro
diminuir. Se os recipientes fossem de isopor em vez de metal (caso também observado na referida
experiência), não seria observada a variação de temperatura dos recipientes. Isto porque o isopor – um
siolante térmico (parede adiabática, não permite trocas de calor entredois sistemas) impediria a troca
daquele “algo”que resulta na variação de temperatura. A este algo damos o nome de calor. Quando cessa a
troca de energia ou calor entre dois sistemas físicos em contato térmico, dizemos que foi atingido o
equilíbrio térmico.
Uma forma de definir equilíbrio térmico é através da
descrição do que acontece quando colocamos em contato, através
de paredes diatérmicas (paredes que permitem trocas de energia),
dois sistemas físicos originalmente isolados um do outro e do
exterior por paredes adiabáticas. Em geral, os dois sistemas trocam
calor, o que provoca mudanças em suas propriedades
macroscópicas. As mudanças observadas são inicialmente rápidas,
e vão gradualmente tornando-se mais lentas, até tornarem-se
imperceptíveis. A partir deste instante, quando as propriedades
macroscópicas dos dois sistemas tornam-se constantes no tempo,
dizemos que os dois sistemas estão em equilíbrio térmico.
Desde o início do texto deste tópico, referimo-nos, diversas
vezes, à temperatura, cujo significado também ainda não foi
rigorosamente explicado, ou definido, tarefa que é o objetivo
principal deste tópico. Para sanar esta falta de definição,
poderíamos ter nos referido somente ao que de fato observamos
quando medimos a temperatura por meio de um termômetro, a
altura da coluna de mercúrio dentro de um tubo capilar de vidro,
mostrado na figura acima.
Bastaria substituir a palavra “temperatura” pela expressão “altura da coluna de mercúrio no
termômetro” no texto que descreve o experimento, que não haveria necessidade de definir a temperatura.
Poderíamos falar do experimento como a interação entre quatro sistemas físicos: os dois recipientes
metálicos com água quente e fria, em contato térmico entre si, e os dois termômetros, cada um em contato
térmico com a água de um dos recipientes. Deve-se notar que, entre os quatro sistemas citados, só
observamos variáveis macroscópicas dos dois termômetros, sendo apenas uma variável observada: a altura
da coluna de mercúrio. Utilizando a definição de equilíbrio térmico, poderíamos dizer que, ao estabilizar-
se a altura da coluna de mercúrio de cada termômetro, cada um deles estaria em equilíbrio térmico com a
água do recipiente em que está mergulhado. Uma vez que as alturas das colunas de mercúrio dos dois
termômetros são iguais, seria então também razoável dizer que, se retirássemos um dos termômetros de seu
recipiente, e o colocássemos dentro do outro recipiente, a altura da coluna de mercúrio do mesmo não
deveria alterar-se. Ou seja, ele estaria também em equilíbrio térmico com o recipiente no qual não estava
originalmente. A partir disso, podemos ficar fortemente inclinados a dizer que os dois recipientes também
estarão em equilíbrio térmico. É o que podemos de fato dizer, baseados no postulado conhecido como Lei
Zero da Termodinâmica, enunciada a seguir.
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5.3. Escalas de temperatura
Por ser o termômetro de mercúrio um instrumento muito conhecido, e por termos visto, nos parágrafos
anteriores, a utilidade deste instrumento na caracterização do equilíbrio térmico, ele será utilizado na
discussão do estabelecimento de escalas de temperatura. Como ocorre com outras grandezas físicas e suas
respectivas unidades de medida, para realizar medidas de temperatura é necessário que se estabeleça um
padrão, e que se relacione outras escalas com este padrão. Mas isso não é uma tarefa simples como o foi
para outras grandezas, como comprimento. Ao definir, por exemplo, o ponto de ebulição de água como
padrão de temperatura, não há maneira simples de se obter o dobro, ou outro múltiplo da temperatura
padrão. Por isso, para estabelecer uma escala de medição de temperaturas, é necessário basear esta escala
em uma determinada propriedade de uma substância, propriedade esta que varie com a temperatura.
Esta substância é chamada substância termométrica, e a propriedade é chamada propriedade termométrica.
O instrumento para medir temperatura, ou termômetro, deve ser então baseado em uma propriedade
termométrica X , sendo a temperatura uma função de X . A forma mais simples que pode assumir a
função T é a relação linear, a qual é dada por:
T ( X )=a X +b (5.1)
Então, para estabelecer a escala de temperatura, basta escolhermos dois pontos de calibração, isto é,
definirmos dois pontos arbitrários T 1 e T 2 , realizar medidas da propriedade termométrica nestas
temperaturas, determinando X 1 e X 2 , e relacionar estes valores de modo a obter as constantes a e
b.
As escalas mais conhecidas de temperatura, a escala Celsius e a escala Farenheit, são utilizadas nos
termômetros de uso cotidiano. Muitas vezes, elas usam o mercúrio como substância termométrica, sendo o
volume a propriedade termométrica utilizada. O volume de mercúrio é observado através da medida da
altura da coluna de mercúrio em um tubo capilar de vidro.
T ( X )=a X . (5.3)
A determinação de uma temperatura nesta escala requer apenas um ponto de calibração pois o outro
ponto já foi fixado ao considerar T =0 para X =0 . Neste ponto, a temperatura é dada por T P e a
propriedade termométrica é X p , de modo que a Equação (5.3) fornece o valor da constante a :
TP (5.4)
a= ,
XP
sendo a relação entre a temperatura na escala Kelvin e a variável termométrica dada por:
TP (5.5)
T ( X )= X.
XP
O ponto de calibração escolhido, por acordo geral, é
o ponto tríplo da água, que é a temperatura na qual
coexistem, em equilíbrio, gelo, água e vapor d’água. Esta
temperatura é muito próxima do ponto de congelamento
da água, como pode ser observado no diagrama de fase
da água, figura ao lado. Por acordo internacional, a
temperatura do ponto tríplice da água é fixada em
T t r=273,16 K , (5.6)
Exemplo 5.1: Considere as escalas de temperatura Celsius, Farenheit e Kelvin, e determine em que
temperatura a indicação destas escalas é igual para cada par formado por estas escalas.
Solução:
(a) Escalas Kelvin e Celsius o que T K =T C +273,15 , igualando-se as temperaturas, resulta em:
T =T + 273,15→0=273,15 ,
ou seja, não há solução para este par de escalas.
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(b) Escalas Farenheit e Celsius: T F = T C +32, o que, igualando as temperaturas, resulta em:
5
9
5
9
5
9
5 ( )
T F = T C +32 ⇒T = T +32 ⇒ 1− T =32⇒ T =−40 0C ou T =−40 0 F .
Exemplo 5.2: É possível utilizar um elemento resistivo (um pedaço de fio, por exemplo) como
termômetro, se a sua resistência variar sensivelmente na faixa de temperatura que se pretende medir. Um
termômetro de resistência indica uma resistência de 153,0Ω quando seu bulbo é imerso em água em
ebulição. Considerando que o termômetro utiliza a escala K , e que foi calibrado no ponto tríplice da
água, determine a resistência indicada no ponto de calibração.
Solução:
A escala utilizada é a escala Kelvin, portanto pode-se escrever a equação:
T ( R )=a R ,
onde R é a resistência do termômetro. Inserindo os dados do problema na equação temos:
373,125 K
373,125 K =a (153 Ω )→a= =2,44 .
153 Ω
TP
Como a= , temos ainda que
RP
T P 273,16
RP = = =68,3 Ω .
a 2,44
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A escala de temperaturas assim determinada não depende do gás utilizado, sendo por isso chamada de
escala absoluta de temperaturas. Entretanto, a utilização do termômetro de gás a volume constante é difícil e
tediosa. Para efeitos práticos, o termômetro de gás é utilizado para estabelecer determinados pontos fixos, os
quais são utilizados para calibrar outros termômetros. Este é o caso da Escala Internacional de Temperatura,
ITS-90, que está mostrada na Tabela abaixo.
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Δ L= α L ΔT , (5.12)
onde α é chamado coeficiente de dilatação linear. Ele mede a variação percentual das dimensões lineares
de um objeto por unidade de variação da temperatura. Sua unidade no sistema internacional é K−1 . A
rigor, este coeficiente pode variar com a temperatura do objeto, mas, em geral, esta variação é pequena, de
modo que α pode ser tratado como uma constante característica da substância que compõe o objeto. O
mercúrio apresenta um coeficiente de dilatação térmica bastante alto (1,8×10−4 K−1 ) em comparação
com outros metais ( 1,1×10−6 K −1 para o aço, por exemplo). Por isto, ele é tão utilizado na construção de
termômetros. Em contrapartida, quando a dilatação térmica é indesejável, substâncias com coeficientes de
dilatação pequenos são utilizadas, como o quartzo ou uma liga metálica chamada invar, cujo nome já sugere
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Cap. 5 - Temperatura e Gases ideais
pequenas variações com a temperatura.
Na tabela abaixo apresentamos os coeficientes de dilatação linear de algumas substâncias no intervalo
entre 0 0C e 100 0C .
A dilatação superficial Δ A de um objeto delgado, como uma chapa metálica, pode ser expressa em
termos de α como5
Δ A=2 α A Δ T , (5.13)
onde A é a área do objeto. De forma semelhante, a variação de volume Δ V de um objeto maciço é
dada por
Δ V =3 α V Δ T , (5.14)
onde V é o volume do objeto.
A dilatação de um fluido é expressa em termos de seu coeficiente de dilatação volumar
ΔV /V (5.15)
β= ,
ΔT
uma vez que os fluidos não têm forma bem definida. Os gases possuem coeficientes de dilatação volumar
bem maiores do que os líquidos. Estes, por sua vez, apresentam coeficientes de dilatação cerca de dez vezes
maiores do que os dos sólidos. Em geral, os líquidos se expandem quando aquecidos.
Contudo, a água apresenta um comportamento bastante particular na faixa de temperaturas entre
0 0
0 C e 4 C . Nesta faixa, a água se expande quando é resfriada. Por isto, o valor máximo da densidade
da água 999,973 kg /m3 ocorre a 3,98 0C .
Exemplo 5.3: Uma régua de aço, calibrada a 30 0C , é utilizada para medir-se o comprimento de uma
barra à temperatura de calibração, fornecendo o valor de 15,01 cm. Em seguida, a barra e a régua
são aquecidas à temperatura de 300 0C e uma nova medida do comprimento da barra fornece o valor
de 15,10 cm. Calcule o coeficiente de dilatação linear da barra.
Solução:
Seja LB o comprimento inicial da barra e x o tamanho inicial da marcação de 1,0 cm. Assim, a
leitura inicial do comprimento da barra indica que
LB (5.16)
=15,01 ,
x
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Ao aquecermos a régua, sua graduação também se dilata e a marcação de 1,0 cm varia o seu
comprimento. O comprimento da barra aquecida será
'
LB = LB + Δ L B= LB ( 1+ α B Δ T ) , (5.17)
onde α B é o coeficiente de dilatação térmica da barra e Δ T a variação de temperatura. Por sua vez,
a marcação de 1,0 cm também se dilata, de maneira que
x ' = x + Δ x= x ( 1+α A Δ T ) , (5.18)
α B=
1
ΔT ([ 15,10
15,01 ) (1+α Δ T )−1 ]=(
A
270 [ 15,01 )
1
) ( 15,10
(1+11,0×10 −6
]
×270)−1 = 33,3×10−6 K−1 . (5.21)
As leis enunciadas acima podem ser combinadas numa única lei relacionando, ao mesmo tempo, as
quatro variáveis de estado N , p , V e T :
pV
=k , (5.25)
NT
onde k é uma constante universal chamada constante de Boltzmann, cujo valor no SI é:
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−23
k =1,38×10 J/K.
Podemos reescrever a Equação (8.25) utilizando o conceito de mol. Lembre-se de que 1 mol de uma
substância corresponde a N A moléculas desta substância, onde N A =6,02×1023 é o número de
Avogadro. Neste caso, podemos escrever o número total N de moléculas em um gás em termos de N A
e do número de moles n no gás: N=n N A , e reescrever a Equação (8.25) como
pV =nRT , (5.26)
onde R=k N A é uma nova constante chamada constante universal dos gases, cujo valor é
R=8,31 J / mol . K . A princípio, nem todos os gases satisfazem à Equação (8.5). Aqueles que a satisfazem
são denominados gases ideais, e a Equação (8.26) é chamada, portanto, Lei do Gás Ideal. Apesar de
nenhum gás real obedeça exatamente a Equação (5.26), ela é uma boa aproximação para a maioria
dos gases, tanto melhor quanto mais distante estiver da temperatura do seu ponto de liquefação e
quanto menor for sua pressão. Alguns gases tem temperatura de liquefação extremamente baixos à
pressão normal de (1 atm): hidrogênio (−253 0C ) e hélio (−2693 0C ) , de modo que esses gases
apresentam o comportamento mais próximo de um gás ideal, num termômetro de gás a volume constante.
Uma vez que ela relaciona as variáveis de estado de um gás, ela também é denominada equação de estado
do gás ideal. De maneira geral, a equação de estado de um gá qualquer é uma equação da forma:
( p ,V , T , n)=0 .
f é uma função das variáveis de estado ( p ,V , T , n), cuja forma específica depende do tipo de gás
estudado. Assim sendo, a Equação (5.26) vale para um tipo particular de gases, os gases ideais.
O comportamento macroscópico de um gás certamente depende das suas características microscópicas. As
relações entre as grandezas macroscópicas que caracterizam um gás ideal e as características microscópicas
das partículas de um gás é feito pela Mecânica Estatística. No entanto, as relações entre essas propriedades
serão estudadas quando tratarmos da Teoria Cinética dos Gases.
Exemplo 5.4: O volume de um pneu de caminhão é de cerca de 1500 pol 3 . O pneu é cheio de ar e a
pressão manométrica é de 28,3 lb/ pol 2 para uma temperatura de −12,4 0C . Calcule a pressão
manométrica do ar no pneu quando a temperatura subir para 35 0C e o pneu expandir seu volume
para 1600 pol 3 . Em unidades do sistema britânico, a pressão atmosférica é de cerca de
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14,7 lb / pol , 1lb/ pol =6895 Pa , 1lb=4,448 N e 1litro=61,02 pol .
Solução:
Para calcularmos a pressão final do ar no pneu, utilizaremos a Lei do Gás Ideal. Uma vez que não há
variação do número de moléculas, a quantidade pV /T permanece constante. Neste caso,
pi V i p f V f
= .
Ti Tf
Devemos levar em conta a pressão atmosférica, uma vez que o dado inicial fornece apenas a pressão
manométrica. Assim,
pi= patm + pman =(28,3+14,7)lb / pol 2=43,0 lb/ pol2 =43,0×6895 Pa=2,96.10 5 Pa .
Resolvendo para pf obtemos que
Vi Tf
pf = pi ( )( )
Vf Ti
=2,96×105
1500
1600
308
( )( 260,4 )=3,28×10 Pa. 5
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Cap. 5 - Temperatura e Gases ideais
Lembre-se de que devemos sempre expressar a temperatura em Kelvin ao utilizarmos a Lei do Gás Ideal.
A pressão manométrica será, portanto,
p man= p f − p atm=(3,28−1,01)×105 Pa=2,27×105 Pa .
Exemplo 5.5 : Dois recipientes de volumes V A =1,5l e V B =3,0 l contém um mesmo gás, que pode
ser tratado como um gás ideal, e estão conectados por um tubo estreito. Inicialmente, os dois recipientes
estão à mesma temperatura T 0=20,0 0C , e à mesma pressão
p0=1,7 atm. O recipiente maior é, então, aquecido até
T B=120 0C , enquanto o menor permanece à temperatura inicial
(T A=20,0 0C ) . Calcule a pressão final do gás supondo que não
há vazamentos.
Solução:
Uma vez que os dois recipientes estão conectados, a pressão em ambos deve ser sempre a mesma.
Aplicando a Lei do Gás Ideal à condição inicial do sistema obtemos:
N A kT 0 N B kT 0 N B V B
p0= = ⇒ = =2. (5.27)
VA VB NA V A
Após o aquecimento do recipiente maior, as moléculas se redistribuem entre os dois recipientes através
da conexão pelo tubo estreito. Nesta nova condição, a Lei do Gás Ideal nos fornece a nova pressão p
do sistema:
N 'A kT A N 'B kT B N 'A V A T B
p'= = ⇒ ' = × . (5.28)
VA VB NB V B T A
Dividindo a Eq.(5.28) pela Eq.(5.27) encontramos as seguintes relações:
N 'B kT A N 'B kT B
p' VA N' p' VB N' T N' N' T N'
= = B e = = B× B= A ⇒ B = 0× A . (5.29)
p0 N A kT 0 N A p0 N B kT 0 N B T 0 N A N B T B N A
VA VB
Contudo, não conhecemos o número de moléculas no sistema, mas sabemos que, não havendo
vazamentos, o número total de moléculas nos dois recipientes deve permanecer constante, ou seja,
' '
N A + N B=N A + N B . (5.30)
Dividindo a Eq.(5.30) por N A e utilizando a Eq.(5.27) encontramos
' '
NA NB VB
+ =1+ =2,0+ 1,0=3,0. (5.31)
NA NA VA
Porém, usando as Equações (5.27) e (5.29), podemos escrever
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Cap. 5 - Temperatura e Gases ideais
onde a e b são constantes que devem ser ajustadas empiricamente para cada gás.
A constante a é chamada de coeficiente de coesão e van der Waals a introduziu para levar em conta
as forças de atração entre moléculas.
A constante b é chamada de covolume e foi introduzida por van der Waals para levar em conta o fato
de que as moléculas têm volumes finitos.
A razão pela qual a equação de van der Waals tem a sua forma é a seguinte (veja a figura abaixo).
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Cap. 5 - Temperatura e Gases ideais
p(V −nb)=nRT ,
A atração intermolecular faz com que a pressão de um gás real seja inferior à pressão de um gás ideal
(parte (a) da figura acima). Como para um gás ideal a pressão é proporcional a n/ V , que é a densidade
do gás, van der Waals propôs que a redução na pressão fosse dada por um termo de segunda ordem na
densidade, isto é, proporcional a (n/V ) ²
nRT n
p= −a( )² . (5.37)
V −nb V
Manipulando esta equação temos
n²
( p+a )(V −nb)=nRT , (5.38)
V²
que é a equação de van der Waals.
5.8. Referências:
[1] KHOURY, Antonio Zelaquett. Física 2A. v. 1. 3.ed. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.
[2] Marcos Moura e Carlos Eduardo Aguiar. Entropia e e a 2 a. Lei da Termodinâmica. Mestrado Nacional
Profissional em Ensino de Física. UFRJ,
[3] WAGNER, Corradi … et al. Fundamentos de Física I. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
[4] NUSSENZVEIG, Hersh Moysés. Curso de Física Básica, vol.2, Fluidos; Oscilações e ondas; Calor.
São Paulo: Edgard Blucher, 1981.
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