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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL II - 5263

TERMOMETRIA

ACADÊMICOS : ​Caio Donisete RA: ​ 115413


Gabriel Palozi 115470
Henrique Padulla ​115499

TURMA: ​4 PROFESSOR: ​Antonio Medina

Maringá,
14 de janeiro de 2020
SUMÁRIO

RESUMO 3

INTRODUÇÃO 3

OBJETIVOS 4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4

METODOLOGIA 7
MONTAGEM DO EXPERIMENTO 7
DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO 7

RESULTADOS E DISCUSSÃO 8

CONCLUSÃO 11

REFERÊNCIAS 11
1. RESUMO

De maneira geral, o experimento foi um sucesso. Todos os assuntos de cunho teórico


foram discutidos com clareza e foram de grande importância para o compreendimento da
parte prática propriamente dita. O ponto onde se determina o zero absoluto (0 K) pôde ser
determinado usando a equação da reta no gráfico temperatura versus pressão, que possui
caráter crescente. Além disso, a constante dos gases ideais (R) foi determinada
experimentalmente, havendo em seu resultado um erro percentual de 12,2%.

2. INTRODUÇÃO

As primeiras noções de temperatura se deram pelo homem via percepções sensoriais


do mundo físico que o cerca. Isso era observado por meio da sensação térmica que o tato
proporciona, traduzida pelos termos frio, quente, gelado etc. O conhecimento empírico do
calor e da temperatura foi se acumulando desde tempos muito antigos na evolução da
humanidade.
No entanto, com o avanço da humanidade apenas a análise sensorial da temperatura
não se fazia suficiente, sendo que apenas comparações principalmente para desenvolvimentos
científicos era vacante. Isso, portanto, impôs a necessidade de se adequar um instrumento
capaz de realizar tais medições antes feitas principalmente pelo tato, à vista que outras
grandezas não encaixavam-se mais na na perspectiva empírica, como a condutividade térmica
que, por exemplo, faz-se acreditar que uma maçaneta metálica de uma porta é mais fria que a
madeira da mesma porta, donde as duas estão à mesma temperatura.
A temperatura, hoje, é uma das grandezas físicas fundamentais do Sistema
Internacional (SI), sendo sua unidade mais utilizada o Kelvin (K), unidade do SI, mas com
muita utilização também em graus Celsius (°C). Para tais marcações, é utilizado o
termômetro que é composto por uma substância que descreve modificações de maneira
regular as mudanças de temperatura e que haja praticidade de uso. Exemplos dessas
substâncias e seus termômetros respectivos podem ser o mercúrio ou álcool, usado
principalmente em termômetros clínicos, bem como termômetros a gás, composto por
mercúrio e um gás que tenha volume constante.
3. OBJETIVOS

Neste experimento, o objetivo é de verificar como a diminuição da temperatura em


um recipiente de volume fixo interfere na alteração da pressão exercida por um gás
monoatômico confinado neste recipiente. Além disso, de forma geral, outras metas foram
traçadas: discutir o conceito de equilíbrio térmico, de temperatura e ainda explorar a Lei Zero
da Termodinâmica. E de maneira mais específica, determinar o ponto onde ocorre o zero
absoluto (0 K) e também obter a constante dos gases ideais (R).

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conceito de temperatura tem origem nas ideias de “quente” e “frio”, baseado nos
nossos sentidos, um corpo mais quente possui uma temperatura maior. Fisicamente a
temperatura é a grandeza que descreve o estado térmico de um corpo, relacionado à energia
cinética das moléculas.
O termômetro é construído a partir da propriedade do sistema em variar uma
característica conforme sua temperatura muda, podemos citar 3 tipos de termômetros, no
primeiro ocorrendo a dilatação térmica, onde conforme o sistema aumenta a temperatura, um
líquido (geralmente etanol ou mercúrio) se expande e sobe no tubo. Outro sistema simples é
um gás no interior de um recipiente mantido a volume constante, e de acordo com a equação:
P V = nRT ​(Equação I)
Como o número de mols e R são constantes, a pressão depende da temperatura.
Outro exemplo é a resistência elétrica de um fio condutor que varia conforme o fio
varia a temperatura, podemos citar dois tipos de sensores, os sensores com coeficiente
positivo de temperatura (PTC), onde a resistência elétrica aumenta conforme a temperatura
aumenta, e com coeficiente negativo de temperatura (NTC), onde a resistência elétrica
diminui com o aumento da temperatura. O elemento sensor na maioria dos casos é feito de
platina e níquel.
Há ainda como medir a temperatura com sistemas que ocorrem uma diferença de
potencial conforme há uma diferença de temperatura, citamos termopares, diodos e
transistores.
É importante sempre garantir que o termômetro esteja calibrado, para não haver mais
um influenciador à erro experimental.
No primeiro e segundo caso, ao colocar o termômetro em contato com o corpo, o gás
ou líquido variam sua temperatura e ao atingir o equilíbrio térmico (equilíbrio
termodinâmico), estado que não há diferença de temperatura entre os corpos. ​Este conceito da
termodinâmica está relacionado com a transferência de calor (energia térmica) que ocorre
entre dois corpos em contato, onde o corpo mais quente transfere calor para o mais frio, e
ambos os corpos devem atingir mesmo nível de energia cinética.
Nesse contexto encontramos uma importante lei da termodinâmica, a lei zero, que diz
que, quando o corpo 1 está em equilíbrio térmico com o corpo 2 e 3, então o corpo 2 está em
equilíbrio térmico com 3.
Normalmente, para tornar o termômetro útil e mais simples de usar, deve se marcar
valores em seu tubo, seguindo uma escala de temperatura, esses números são arbitrários. A
escala celsius é definida com os valores de fusão (0 °C) e ebulição da água (100 °C), há então
uma demarcação de 100 intervalos entre esses valores, por isso é chamada de escala
centígrada, foi criada no século XVIII pelo sueco Anders Celsius. As escalas Fahrenheit e
Kelvin também são muito usadas, a primeira em países como os Estados Unidos (possui
ponto de congelamento em 32 °F e ebulição 212 °F, ou seja 180 intervalos), a segunda
conhecida como escala absoluta por possuir o zero absoluto (correspondente à -273,15 °C) e
possui valores de fusão 273 K e para ebulição 373 K (100 intervalos igual à escala Celsius),
tal escala é utilizada no Sistema Internacional de Unidades (SI).
O zero absoluto citado é um estado de menor temperatura possível para um corpo,
situação que a pressão é nula, as moléculas de tal corpo possuem energia cinética nula
(repouso). Porém tal temperatura de acordo com a física quântica não é possível atingir, pois
violaria o seu princípio básico da incerteza, pois conhecendo sua posição teríamos sua
velocidade (zero). Outro exemplo que diz que tal temperatura é impossível é por meio da
análise das leis da termodinâmica. Resumindo elas ficaria:

A primeira lei diz sobre o princípio da conservação de energia, onde a energia de um


sistema só pode ser transformada, e não destruída e/ou criada. A segunda lei diz que as
transferências de calor ocorrem sempre do corpo mais quente para o mais frio, isso acontece
de forma espontânea, mas o contrário não. O que significa dizer que os processos de
transferência de energia térmica são irreversíveis. A terceira Lei da ​Termodinâmica surge
como uma tentativa de estabelecer um ponto de referência absoluto que determine a entropia.
A entropia é, na verdade, a base da Segunda Lei da Termodinâmica. Nernst, o físico
que a propôs, concluiu que não era possível que uma substância pura com temperatura zero
apresentasse a entropia num valor aproximado a zero (tal lei é polêmica e muitos a
consideram uma regra e não uma lei).
Tal entropia, é o grau de desordem do sistema, quanto maior a desordem, maior a
entropia. Para entender melhor vamos analisar a segunda lei da termodinâmica, onde o
trabalho pode ser totalmente convertido em calor e em seguida em energia térmica, mas essa
última, jamais poderá ser completamente convertida em trabalho. A entropia, então,seria o
valor dessa energia que não poderá ser transformada em trabalho em transformações
termodinâmicas em determinada temperatura.
E no zero absoluto tal entropia deveria ser zero, o que seria impossível em qualquer
sistema reduzir a temperatura de um sistema para zero.
Por fim, para entender o funcionamento do experimento, devemos explicar as
características de um gás ideal, é importante lembrar que é apenas um modelo teórico criado
para facilitar o estudo dos fluídos.
As moléculas do gás ideal não interagem entre si ou com outras moléculas, uma
característica presente nos gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn). Durante a história,
estudou-se seu comportamento e alguns cientistas chegaram à algumas conclusões, entre eles
Boyle, Charles e Gay Lussac. Eles descobriram que tais gases tem dependência de 3
grandezas físicas: temperatura, volume e pressão. A equação que diz seu comportamento é a
mesma que foi citada na equação I. Vemos que ao tornar uma dessas 3 constantes, por
exemplo a temperatura, temos que a pressão é inversamente proporcional ao volume, assim
como pressão ou volume constantes, a outra será proporcional à temperatura.
A densidade de tal gás é muito baixa, assim como sua pressão, as partículas afastadas
entre si e possuem movimento desordenado possuindo alta energia. As moléculas se chocam
elasticamente com as paredes do recipiente e também umas com as outras​.
5. METODOLOGIA
5.1. MONTAGEM DO EXPERIMENTO

Uma imagem da montagem do experimento está a seguir:

Os materiais utilizados foram:


-Termômetro a gás a volume constante;
- Nitrogênio Líquido (NL​2​) ;
- Apoio de madeira;
- Frasco de isopor;
- Papel Milimetrado;
- Termômetro Digital com haste.

5.2. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO

Primeiramente, entre a parede do suporte de madeira e o fino tubo de vidro foi


colocado um papel milimetrado para que a altura do mercúrio, sofrendo pressão do gás, em
temperatura ambiente fosse anotada. Em seguida, o bulbo do termômetro foi envolvido com o
frasco de isopor e preenchido completamente com o nitrogênio líquido. Após alguns
instantes, até a temperatura do bulbo se estabilizar, o nível no mercúrio foi anotada
novamente, obtendo-se a variação de altura do metal. Obtendo o valor desta variação, e
usando a equação da lei dos gases ideais, foi possível determinar o valor da pressão exercida
pelo gás. O resultado é dado em milímetros de mercúrio (mmHg).
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como citado, medimos a primeira marcação da variação da pressão à temperatura


ambiente, igual a 25,9 °C. Já a segunda é referente à temperatura do nitrogênio líquido
utilizado, dado na literatura com temperatura igual a (-195,79 ± 0,01) °C. Com essas
temperaturas, fizemos a medição da variação das alturas dos meniscos inferior e superior da
coluna de mercúrio, em mmHg. os resultados obtidos estão apresentados na tabela 1:

Tabela 1: Dados da temperatura e pressão obtidos experimentalmente.

Temperatura (°C) Pressão (mmHg)

25,9 ± 0,1 52 ± 1

-195,79 ± 0,01 15 ± 1

Há de se ressaltar que o valor da temperatura ambiente foi passado pelo professor


(25,9 °C) e analisando em sites na internet, observamos a marcação de 26 °C. Isso justifica
nossa determinação do desvio para a temperatura ambiente.
Um dos objetivos do experimento é encontrar qual a temperatura respectiva à pressão
igual a 0. Para isso fizemos um gráfico com os dados obtidos, o qual está no anexo 1. Ainda,
com a ajuda de um software montamos tal gráfico e sua representação está na Figura 1 a
seguir:
Figura 1: Gráfico de Pressão X Temperatura

No gráfico em anexo, bem como no da figura acima, tínhamos dois pontos


determinados, e para obtermos um valor a fim de averiguar a certidão dos nossos resultados
traçamos uma reta que extrapolasse tais dados e demarcasse quando a pressão fosse igual a 0.
Esse ponto, onde a reta toca o eixo Y, seria de acordo com a teoria o ponto onde a entropia
atingiria seu valor mínimo, ou ainda, a energia cinética e térmica (em escala absoluta)
mutuamente equivalem a zero, o qual foi denotado como -286 °C. O esperado pela literatura
seria -273°C, que define um desvio percentual de 4,8% no resultado experimental. Uma das
possíveis fontes desse desvio pode ter sido porque o valor da temperatura do nitrogênio
líquido não foi certificado por um instrumento, mas simplesmente usado o valor teórico.
Além disso, com a plotagem dos dados no gráfico foi possível calcular a equação da
reta. O cálculo do coeficiente angular da reta foi feito pela divisão da variação de temperatura
pela variação da pressão. Obtivemos:
ΔT 25,9 − (−286)
=
ΔP 52 − 0
ΔT
ΔP = 5,99
Com tal valor do coeficiente angular e, como já visto, o valor em que a reta toca o
eixo Y igual a -286 °C , ficamos com a seguinte equação para essa reta:
T(P) = 5,99.P - 286
Feito isso, conseguimos fazer uma relação entre essa equação da reta com a equação I.
Iniciamos substituindo valores da variação de pressão e temperatura que já obtivemos, assim
reorganizamos a equação I para descobrir R:
ΔP V = nRΔT
ΔT V
ΔP = nR
V
5,99 =
nR
V
R=
5,99n
V
Para descobrirmos o valor de
n será preciso fazer uma relação:
1 mol de um gás ideal --- 22,4 L
1 atm --- 760 mmHg

52 mmHg --- X
760 mmHg --- (1/22,4 ) mol/L
X = 3,06.10​-3​ mol/L
n
Com esse valor, substituímos
V , que fica:
1
R=
5,99. (3,06.10⁻³)
mmHg. L
R = 54,56
mol.°C
Agora para converter tal valor para um do sistema do SI para encontrarmos o erro
experimental:
mmHg. L 1 atm 1 °C atm . L
R = 54,56
mol.°C .​ 760 mmHg . 1 K = 0,072 mol. K
O valor teórico no SI, nessas unidades é de 0,082, obtendo um erro experimental de
aproximadamente 12,2 %.
7. CONCLUSÃO

Com a realização desse experimento foi possível compreender com o uso de


nitrogênio líquido e por meio de análises gráficas a Lei zero da termodinâmica, de forma que
buscamos encontrar valor em graus celsius referente ao zero absoluto, cujas características já
foram citadas na fundamentação, e obtivemos um bom resultado com um pequeno desvio
percentual do ideal.

Além disso, exploramos a equação da lei dos gases ideais, de modo que com dados do
nosso gráfico chegamos no valor da constante dos gases ideais, a qual foi usada para uma
comparação com o valor teórico. Assim, obtivemos um resultado satisfatório que se distou
um pouco por possíveis erros de medição, como exemplo a não aferição da temperatura do
nitrogênio líquido.

8. REFERÊNCIAS
- Denise Prazeres Lopes Pires, Júlio Carlos Afonso e Francisco Artur Braun Chaves, A
termometria nos séculos XIX e XX, 23/1/2006.
- Young, H.; Freedman, R. Física II, Termodinâmica e ondas: 12ª ed. São Paulo:
Addison Wesley, 2008
- Termodinâmica: Leis, conceitos. 2019. Disponível em:
<https://www.todamateria.com.br/termodinamica/>. Acesso em: 07 jan. 2020.
- Natália Petrin. Entropia: O que é e como funciona. 2014. Disponível em:
<https://www.estudopratico.com.br/entropia/> . Acesso em: 07 jan. 2020.
- Manual de Laboratório - Física Experimental II - Hatsumi Mukai e Paulo Ricardo
Garcia Fernandes - 2018.

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